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15 de Julho de 2021

2º Grau

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF - EMB.


INFRINGENTES NA APC : AC 506542000 DF - Inteiro Teor

Processo
AC 506542000 DF

Órgão Julgador
1ª Câmara Cível

Publicação
DJU 08/11/2000 Pág. : 7

Julgamento
14 de Junho de 2000

Relator
VALTER XAVIER

Inteiro Teor
EIAPC 50.654/2000
Órgão : Primeira Câmara Cível

Classe : EIAPC - Embargos Infringentes na Apelação Cível

Num. Processo : 50.654/2000

Embargantes : JASON BARBOSA DE FARIA e

WALMINTON CARDOSO CANDATEN

Embargado : EURIJAN DA SILVA PIMENTA

Relator : Des. VALTER XAVIER

Revisora : Desª ANA MARIA AMARANTE

EMENTA

CIVIL. DANOS MORAIS. DIREITO AUTORAL. CÓPIA DE PETIÇÃO INICIAL. CONSEQÜÊNCIAS.

Embora se pressuponha originalidade, a exordial sempre abordará temas acerca da problemática jurídica, sendo, pois,
recorrentes. E os temas, ainda os mais extraordinários, podem ser milhares de vezes retomados, não merecendo a
proteção do direito autoral.

O trabalho advocatício não visa lucro, posto que este consiste na remuneração devida pelo risco, incompatível com a
prática forense, porquanto ao advogado cabe a defesa do estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade
pública, da Justiça e da paz social. Inteligência do artigo 2º, do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do
Brasil.

Ausente hierarquia ou subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público - sem prejuízo da
consideração e respeito recíprocos - também não são objeto de proteção autoral os petitórios e arrazoados apresentados
em juízo pelos causídicos. Inteligência do artigo 8º, da Lei nº 9.610/98.

Ao juiz não revela a beleza do petitório, cabendo-lhe, tão somente, a subsunção dos fatos à vontade da lei. A ocorrência de
cópia, por advogado, da petição de outro colega, é atitude capaz até de ofender a ética, mas não causa vantagem ao
copiador nem qualquer prejuízo ao copiado.

Embargos Infringentes não providos. Unânime.

ACÓRDÃO

Acordam os Desembargadores da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,
VALTER XAVIER - Relator, e ANA MARIA AMARANTE - Revisora, e JOÃO MARIOSA, ESTEVAM MAIA,
ROMEU GONZAGA NEIVA, CARMELITA BRASIL e SANDRA DE SANTIS - Vogais, sob a presidência do
Desembargador EDUARDO DE MORAES OLIVEIRA, em CONHECER e IMPROVER. UNÂNIME. Tudo de
acordo com a ata de julgamento e notas taquigráficas.

Brasília (DF), 14 de junho de 2000.

Des. EDUARDO DE MORAES OLIVEIRA

Presidente

Des. VALTER XAVIER

Relator

RELATÓRIO

A respeitável sentença de fls.480/485, proferida pelo eminente Juiz da Nona Vara Cível de Brasília - DF, julgou
procedente o pedido formulado por JASON BARBOSA DE FARIA e WALMINTON CARDOSO CANDATEN contra
EURIJAN DA SILVA PIMENTA, em ação de reparação de danos, em virtude de cópia, pelo Réu, de petição inicial
produzida pelos autores. Condenou o Réu no pagamento de verbas honorárias, acrescidas de 0,5% a.m. (meio por cento
ao mês) e correção monetária (ambos contados a partir do dia 13.08.92), verbas essas contratadas com os autores da ação,
em que figura a peça vestibular copiada, em desfavor da empresa Rápido Federal Viação Ltda; assim como os honorários
recebidos devido à condenação da mesma nas verbas de sucumbência, nos autos de nº 019918/92. Condenou, ainda, o
Réu, na publicação da r. sentença por três dias consecutivos, em jornal diário de grande circulação no Distrito Federal,
incorrendo em multa diária de um salário mínimo, contada da data do trânsito em julgado; e também no pagamento de
honorários de advogado, fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, bem como nas custas
processuais.

A egrégia Segunda Turma Cível deste Tribunal, examinando a apelação manejada pelo Réu, por maioria, deu provimento
ao apelo, e, por unanimidade, não conheceu do recurso adesivo oferecido pelos Autores, restando assim ementado o ven.
Acórdão, publicado no Diário da Justiça de 12.11.99:

“PETIÇÃO INICIAL. DIREITOS AUTORAIS. INEXISTÊNCIA. A petição inicial, sendo um requerimento com indicação
de fatos e citações das formas jurídicas, não é obra intelectualmente personalíssima, inovadora, ou capaz de privar a
outrem de colacionar-se as mesmas fontes, e portanto fora do alcance da proteção dos direitos autorais. O processo é
instrumento que pertence ao Estado e a petição inicial é publicizada e tornada oficial à medida em que se torna peça do
processo, tanto que não pode ser retirada pelo advogado, a pretexto de ser criação de seu espírito. A cópia, por
advogado, da petição de outro colega, é atitude que pode até ofender a ética, embora, pelo tradicionário, os advogados
fomentem uns aos outros, em mútuo auxílio, com trabalhos já estudados; mas não causa vantagem ao copiador porque
ao Juiz não revela a beleza do petitório, cabendo-lhe, tão-somente, a subsunção dos fatos à vontade da lei, segundo
parêmia ‘dai-me os fatos e eu darei o direito’” (fls.632/658)

Na oportunidade, restou vencida a eminente Desembargadora Revisora, com voto nestes termos:

“(...) Sustenta o réu/apelante a inexistência de dano material. Prima facie , observa-se que o réu/apelante utilizou
indistintamente os termos PLÁGIO e CONTRAFAÇÃO, como se sinônimos fossem. Carlos Fernando Mathias de Souza
ensina que contrafação é “ a reprodução (ou a utilização) não autorizada ” e plágio é “ a usurpação da
essência criativa de uma obra anterior ”. Como o que se alegou foi que houve uma cópia ipsis litteris da citada
petição, onde somente foram adaptados os nomes das partes e o fato narrado, restando inalterados até os erros
ortográficos e gramaticais, impende ressaltar que não se trata, a quaestio sub examine , de PLÁGIO, mas sim de
CONTRAFAÇÃO, que é ação descrita na inicial. A responsabilidade civil, segundo leciona Maria Helena Diniz , tem
seus pilares fulcrados na a) existência de uma AÇÃO , na b) ocorrência de um DANO moral ou patrimonial e no c)
NEXO DE CAUSALIDADE entre o dano e ação. A ação, o dano, bem como o nexo de causalidade entre eles, são
pressupostos necessários para a configuração da responsabilidade civil, que não se caracteriza em faltando algum
desses requisitos. Assim, há que se analisar a irresignação do réu/apelante na trilha desse roteiro básico. Verifica-se
que o laudo pericial, acostado às fls. 392/395, é concludente na ocorrência de contrafação , da petição citada, ou seja,
conforme definição do inciso V do art. 4º da Lei nº 5.988/73, houve a reprodução não autorizada da obra
intelectual dos autores/apelados. A AÇÃO, portanto, é inconteste. Ainda assim, afirma o réu/apelante, que não tinha
conhecimento do ato ilícito que lhe fora imputado. “A regra básica” , conforme anota a ilustre Civilista Maria Helena,
“ é que a obrigação de indenizar, pela prática de atos ilícitos, advém da culpa ”. Embora aduza o
réu/apelante, não ter sido sua a autoria da contrafação, já que a testemunha arrolada para esses fim foi contraditada,
é ele, porém, quem subscreve a petição contrafeita , fato que lhe carreia a responsabilidade pelo ato, mormente
em se verificando que todas as vantagens materiais oriundas do trabalho apropriado indevidamente foram usufruídas
por ele. Delineado claramente, portanto, o ato ilícito e a culpa lato sensu . O réu/apelante sustenta, ainda, a
inaplicabilidade da Lei nº 5.988/73 - Lei de Direito Autoral, ao caso em comento, aduzindo que a previsão legal
indicada pelos autores/apelados para embasar o pedido contido na exordial tem por objeto ‘ obra editada ’, o que não
se aplica in casu . Não lhe assiste razão, pois que a citada norma, alterada pela Lei nº 9.610/98, vigente à época do
fato, e posteriormente pela Lei nº 6.909/98, regula os direitos autorais em sentido lato , protegendo todos e quaisquer
direitos decorrentes da produção artística, intelectual ou científica, como, p.ex., a sua titularidade . Ressalte-se, por
oportuno, que, embora a Lei de Direito Autoral tenha sofrido alterações, conforme indicado acima, no que tange o caso
em comento, manteve-se incólume na essência, em nada vindo em socorro do réu, ao contrário, porquanto as inovações
são gravosas no sentido de coibir a violação dos direitos do autor. Assim, o acervo jurisprudencial exarado com base na
Lei nº 5.988/73 mantém-se em total pertinência ao caso sub examine , pelo que será trazido à colação no que fizer
oportuno. O eminente Ministro Sálvio de Figueiredo, em aresto de sua lavra, assentou que “ a teleologia da Lei
5.988/73, ao garantir a integridade da obra artística ou intelectual, veda a utilização desta em
detrimento do respeito ao seu autor, ensejando a reparação do dano causado ”. Por essa ótica, é indubitável
que a apropriação indébita da titularidade do trabalho intelectual caracteriza, no mínimo, desrespeito ao autor,
mormente quando inclui também os frutos advindos desse trabalho. Ainda assim, independentemente da aplicabilidade
ou não da Lei nº 5.988/73, impende ressaltar que a contrafação é crime contra a propriedade intelectual ,
previsto no Código Penal, no art. 184, crime inserto no rol dos crimes contra a propriedade imaterial . A
responsabilidade civil dos que tiram proveito de crime encontra-se explícita no art. 1.521, inciso V, do Código Civil, “
obrigando-os a restituir até a concorrência da quantia de que se houverem se beneficiado ”. Caio Mário,
colacionando lição de Aguiar Dias, anota que “os autores sustentam tratar-se de uma ação de in rem versu,
muito embora fosse, a rigor, desnecessário mencionar expressamente, uma vez que incumbe a quem se
beneficiou infundadamente à custa de outrem recompor o patrimônio lesado ”. Ex vi , o pedido dos
autores/apelados encontra sim fundamento legal na norma específica DIREITO AUTORAL, com plus de respaldar-se
também nas Leis Subjetivas Civil e Penal. Questiona o réu/apelante a ocorrência de lesão, argüindo, para tanto, que os
autores não lograram demonstrar o dano. Ocorre que, pelos fatos narrados na peça exordial, ratificados pelos
documentos a ela acostados e confirmados pela perícia, fica absolutamente claro que o dano, tanto moral
quanto material, resulta conseqüência lógica e inevitável da contrafação e sua reparabilidade está
assentada nos princípios de moral e ética , os quais se encontram alojados entre os valores mais relevantes que
lograram proteção do sistema jurídico, a exemplo da vida, da integridade física e da liberdade, inclusive liberdade de
expressão, informação e criação. A liberdade de livre manifestação do pensamento e da expressão da atividade
intelectual, artística e de comunicação, assegurada pela Constituição Federal de 88, não exonera a responsabilidade
civil que dela por ventura se origine, persistindo, portanto, a obrigação de reparar dano causado a outrem,
independentemente de estar provado prejuízo, porque em confronto com o direito à liberdade sobressai o direito
alheio . (...) Além do que, resta estreme de dúvidas que o réu/apelante auferiu lucros às custas do trabalho intelectual
dos autores/apelantes. A reprodução indevida de obra intelectual alheia em atividade de fim econômico,
indubitavelmente, é ato agressivo que alcança a esfera geral da vítima . O trabalho intelectual do advogado
é a prestação que corresponde à contraprestação dos honorários, é o ressarcimento devido pelo labor que, não sendo
seu, não lhe é devido. Têm direito os autores de serem ressarcidos, recebendo a contraprestação devida por sua
produção intelectual, apropriada e usada indevidamente pelo réu, ainda que se não houvesse demonstrado a lesão, pois
que é dispensável a prova do prejuízo, presumível tão-somente em decorrência do descumprimento da
obrigação negativa de não violar o direito alheio . Maria Helena Diniz anota, proficientemente, que ‘o direito
não repara qualquer padecimento, dor ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes de privação de
um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente. A usurpação da autoria
do trabalho intelectual corrobora a postura aética do réu, colega, operador do direito. A indignação dos
autores/apelados não é descabida ou pueril, não se embasa na vaidade, mas no dever de respeito, urbanidade e ética
que impende sobreviva ao árduo labor forense diário. A ação e o dano são certos: estão provados, real e
concretamente. No que tange ao nexo de causalidade entre o dano e a ação, verifica-se de plano. O nexo de
causalidade , segundo Maria Helena Diniz, é o ‘ fato gerador da responsabilidade, (...) pois a
responsabilidade civil não poderá existir sem o vínculo entre a ação e o dano ’. A contrafação violou o
direito dos autores de titularidade do trabalho intelectual, auferiu o réu, com esse ato ilícito, a vantagem material
retributiva que seria devida àqueles. NÃO ASSISTE RAZÃO, POIS, AO RÉU/APELANTE, NÃO MERECENDO REPARO,
NESSE ASPECTO, A DOUTA SENTENÇA GUERREADA. Sustenta, ainda, o Réu que houve sucumbência recíproca,
pretendendo a repartição do ônus pro rata . Também, aqui, melhor sorte não lhe assiste. A sucumbência dos autores,
no contexto, foi mínima e só se manteve inalterada por não ter sido objeto de recurso atempado. Fixar as
responsabilidades pelo pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios com base no fato objetivo da
derrota, principalmente, em sendo mínima, não se apresenta justo, mormente se considerando que, in casu , foi o réu
quem deu causa ao processo. Quanto à redução da verba honorária, contudo, assiste razão ao réu/apelante.
Observando-se os critérios de valoração, elencados no art. 20, § 3º, do Código de Processo Civil, é forçoso verificar que
a fixação dos honorários no patamar máximo de 20%, não merece prosperar. A causa, de natureza simples, não
demandou a elaboração de trabalho muito complexo, nem muito tempo do nobre patrono, tampouco seu deslocamento
desta Cidade, pelo que há de ser reduzido, ficando estabelecido em 15%. Quanto ao descabimento da determinação de
publicação da sentença em jornal diário de grande circulação, não merece prosperar a irresignação do réu/apelante. O
ato ilícito de contrafação , onde houve a reprodução não autorizada de trabalho intelectual de outrem, com a
usurpação de direitos decorrentes da sua produção, tais como a titularidade da autoria, a intangibilidade da obra e a
percepção de seus frutos financeiros, acolhe, perfeitamente, em seu bojo, a condenação do contrafeitor na divulgação da
verdadeira autoria da produção intelectual. Colaciona-se, por oportuno, aresto de lavra do eminente Ministro Eduardo
Ribeiro em que, para ressaltar o caráter educativo do ressarcimento devido ao autor em casos correlatos, assentou que ‘
cumpre desestimular o comportamento reprovável de quem se apropria indevidamente da obra alheia
.’ A multa diária pelo descumprimento é oportuna, porquanto inerente à obrigação de fazer. Forte em tais razões, DOU
PARCIAL PROVIMENTO ao apelo do réu, tão-somente para reduzir o percentual das verbas honorárias, fixando-as em
15%. Mantenha-se, no mais, incólume o r. decisum a quo . Recurso adesivo dos autores NÃO CONHECIDO. É como
voto.” (fls. 649/657).

O voto do eminente Relator, que restou vitorioso, assim decidiu a espécie:

“(...) Preliminarmente, observo de ofício que o pretendido direito dos Autores, se existente, não lhes pertence com
exclusividade, em face do que dispõe do art. 36 da Lei 5.988/73:’ Art. 36: Se a obra intelectual for produzida em
cumprimento a dever funcional ou a contrato de trabalho ou de prestação de serviços, os direitos do
autor, salvo convenção em contrário, pertencerão a ambas as partes, conforme for estabelecido pelo
Conselho Nacional de Direito do Autor. ’ Sem dúvida que o advogado - prestador de serviços especializados-
enquadra-se na disposição supra. Portanto, seria o caso de litisconsórcio necessário. Considero, entretanto, não se
tratar de obrigação indivisível, por isso que não será o caso de anular o processo para integração do outro proprietário
dos alegados direitos autorais daí que, litigando apenas os Autores, terão cinqüenta por cento dos direitos integrais.
Analiso o recurso do réu. Afasto as preliminares agitadas neste recurso (...) As demais questões subsumem-se no mérito.
Está patenteado nos autos que o Réu copiou, sem cerimônias, a petição que fora utilizada anos pelos Autores. Nem as
vírgulas escaparam da cópia. Inútil e sem propósito a defesa do Requerido ao dizer que apesar de atuar como
advogado da causa não saberia indicar quem realmente fez a petição inicial. A presente postulação é de alguma forma
muito singular. Primeiro porque revela um comportamento nada recomendável (e até potencialmente ofensor da lei
penal) de copiar peças de autoria de outrem e que pelo que consta é objeto de apreciação do Conselho de Ética da OAB-
DF; segundo pela pretensão em se ver indenizado material e moralmente pelo fato. Sucede que a nobre classe dos
Advogados, desempenhando munus público e sempre a contribuir para a evolução e aprimoramento do Direito,
geralmente age em mutuum adjutorium , em auxílio recíproco, daí que fomentam uns aos outros com trabalhos,
pesquisas, petições, em atitude manifestamente engrandecedora. O terceiro motivo de singularidade reside no
ineditismo da questão jurídica, ou seja, se as petições constantes de processos judiciais constituem obra artística,
literária e ou científica. Ocupo-me apenas da última questão, eis que não sou juiz das outras. A Lei 5.988/73- sob a
vigência da qual ocorreu o fato narrado nos autos - foi inteiramente revogada pela novel Lei nº 9.610, de 19 de
fevereiro de 1998 que cuidou mais minuciosamente dos direitos autorais embora que, no particular, não tenha trazido
inovações substanciais. A lei antiga protegia as chamadas ‘criações do espírito’, no elenco do art. 6º, como salutar
proteção ao trabalho pessoal do estudioso, do criador, do inovador. Sob um amplexo maior estão compreendidas na
proteção, as criações artísticas, literárias e científicas”. A mesma lei, no art. 11, excluía de seu âmbito os textos de
tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais. O Estado assegura a
todos o direito de ação através do processo judicial, iniciado este mediante petição subscrita por advogado que conterá
os requisitos do art. 282 do CPC, dentre os quais o único que aqui interessa: III- os fatos e fundamentos jurídicos do
pedido. (...) Quanto à sua primeira parte, ‘os fatos’ não há que se cogitar possa existir direito autoral porque de regra os
fatos da vida são diversos e mesmo quando coincidentes, sempre serão distinguidos com particulares. Resta, portanto,
como capazes de gerar direito autoral apenas os ‘fundamentos jurídicos do pedido’. Toda pretensão só se pode escorar
na lei, e, sendo ela omissa, nos costumes e princípios gerais do direito. E as fontes do Direito, além da lei, são a doutrina
e a jurisprudência. Segue-se que os fundamentos jurídicos do pedido são sempre a remissão às fontes do Direito, sem
qualquer ineditismo ou criação do espírito. Argumente-se ainda que o processo é instrumento que pertence ao Estado. A
petição inicial, bem como outras peças de manifestação, são publicizadas e tornadas oficiais à medida em que se tornem
‘peças do processo’, tanto que se o advogado pretender retirar a petição que já provocou a instauração de processo, não
poderá fazê-lo senão com autorização judicial e assim mesmo nos casos escassos previstos em lei. Suponha-se que no
curso do processo o advogado do autor se indisponha com o cliente; poderá renunciar ao mandato, mas nunca, a
pretexto de ser a petição uma criação de seu espírito e sob direitos autorais, retirar o petitório do processo. E mais: o
novo advogado que for constituído deverá se valer do trabalho intelectual do anterior causídico porque mesmo que
quisesse não poderia modificá-lo. Portanto, em análise objetiva, a petição inicial, sendo apenas um requerimento com
indicação de fatos e as citações das fontes jurídicas, não é obra intelectual personalíssima, inovadora, ou capaz de
privar a outrem de colacionar as mesmas fontes, fora assim do alcance da Lei 5.989 no que diz respeito a valores de
indenização ou publicações punitivas. Pode suceder, todavia, que, embora não caracterizada a obra típica capaz de
gerar exclusividade para os efeitos de enquadramento na lei dos direitos autorais, o fato da cópia, como qualquer ato
ilícito civil, cause prejuízo ou viole por qualquer forma um direito. O prejuízo de toda espécie -ou pode ser econômico ou
moral. Neste primeiro recurso analisa-se apenas o chamado dano material porque os danos morais serão objeto de
análise no segundo recurso. Passemos a uma análise subjetiva da chamada petição inicial. Sabendo-se que o grau de
percepção, acuidade e especialização do profissional pode resultar na elaboração de uma peça de melhor ou pior
qualidade intelectual, é de se indagar se essa disparidade pode influenciar no resultado do julgamento da ação judicial.
O Estado pode rejeitar liminarmente a petição inepta nos casos previstos (art. 295) ou mandar emendá-la. Se,
entretanto, apesar de singela e limitada à descrição dos fatos e invocação sumária do Direito, ainda que essa invocação
seja errônea, a petição será considerada apta, a lide será composta e a prestação jurisdicional será entregue
presumidamente conforme a vontade da lei. No particular, nosso Sistema Legal adotou o princípio de que dados os
fatos, ao juiz cabe sua subsunção à norma respectiva, e que mesmo a fundamentação errônea em nada altera porque o
juiz presumidamente conhece o Direito. Aliás, foi exatamente o que aconteceu nesta ação que agora se examina,
primeiro quando o juiz determinou a emenda à inicial e outra vez quando julgou com base em preceptivo diverso do
invocado. Segundo o princípio do livre convencimento, viga mestra da atuação jurisdicional, o juiz é autorizado a
julgar segundo sua interpretação pessoal da lei, dos fatos e da prova, sem adstrição a quaisquer elementos externos ou
sem estar obrigado a jurar sobre a lição dos argumentos, pareceres e ensinamentos doutrinários de qualquer mestre. A
argumentação densa, consistente e até brilhante na petição inicial representam um modelo ideal, mas não são
necessárias. Instrumento grave e formal que é, o processo é mero meio para restabelecimento da paz social violada,
restauração que não interessa só ao cidadão prejudicado, mas interessada primeira e principalmente ao próprio
Estado. Como corolário lógico do que foi expendido, segue-se que o plágio para uso como petição em processo judicial,
ainda que de peça magnífica, por si só não traz a certeza de qualquer benefício ao plagiador, da mesma forma que não
pode trazer prejuízo econômico ao verdadeiro autor da peça. Evidentemente que se a mesma peça é usada para outros
fins, como obra jurídica, artigo doutrinário, conferências ou coisas do gênero, pode, aí sim, trazer um proveito
econômico ao contrafator e resultar em indenização por danos patrimoniais. O dano patrimonial é a configuração de
uma situação concreta, real, provada, de diminuição dos haveres materiais. O dano material, diversamente do que
ocorre com a culpa, não se presume jamais. Ou existe a diminuição do patrimônio pelo que se perdeu ou se deixou de
ganhar, ou não existe. Qual o prejuízo material que poderá ter o advogado que teve a petição usada em seu processo
copiada em seus fundamentos jurídicos por outro advogado? Difícil vislumbrar, dada a natureza de contrato de
confiança que é o mandato, o que significa que a parte escolhe seu patrono segundo suas conveniências pessoais.
Exatamente devido a ausência de qualquer prova produzida pelos Autores, fixou-se a indenização, por certo “por
presunção” de danos, em valor equivalente a tudo que o plagiador recebeu a título de honorários pelo contrato com o
cliente e mais os honorários sucumbenciais. O critério adotado seria também incorreto pelas seguintes razões: a)-
presumiu-se um dano material; b)- da peça copiada, de 37 laudas, cerca de 30 são citações de arestos e referências
doutrinárias e as restantes são a descrição dos fatos, o pedido e também mais outros fundamentos. Embora primoroso
o petitum ele se ancorou, na quase totalidade, na colação de acórdãos e excertos doutrinários, como aliás não podia
deixar de ser já que são fontes do Direito; c)- não ficou demonstrado, nem haveria possibilidade de se demonstrar, que
a vitória processual do cliente do Réu tenha decorrido da beleza da petição, além de que a petição inicial não é ato único
do processo, mas apenas seu início; d)- não houve prova da diminuição concreta do patrimônio dos Autores. Entendo
assim que a situação descrita nos autos, conquanto noticiadora de um episódio lamentável, poderá até gerar
responsabilidade para o Réu em outras searas, mas não a obrigação de indenizar por danos materiais inexistentes.
Permito-me dizer que a abordagem inicial deste processo, quando os Srs. Autores postularam apenas ‘danos morais’
mostrava-se acentuadamente mais correta, porque de fato o episódio poderia, em tese, gerar alguma espécie de
sofrimento moral, dissabor, tristeza, e isso resultar em indenização; não, porém, danos materiais, como aliás não se
conseguiu provar a estes. À vista do exposto, dou provimento ao recurso do Réu para afastar a condenação em danos
materiais, imposta na Sentença.” (fls.637/644).

Inconformados, os Autores, ora Embargantes, protocolaram em 29.11.99 (fls.661/667), embargos infringentes, buscando
a prevalência do voto minoritário, alegando sofrimento de dano material, em virtude de contrafação.

O Embargado busca o prestígio do julgamento realizado pela egrégia Turma (fls.671/674).

É o relatório.

VOTOS

O Senhor Desembargador VALTER XAVIER - Relator

Conheço do recurso, eis que satisfeitos os seus pressupostos de admissibilidade.

Cuida-se de ação de reparação de danos, em virtude de reprodução de peça vestibular, originalmente produzida pelos
Autores, ora Embargantes.

O entendimento minoritário reconhece que os Autores, ao redigirem a petição inicial, produziram verdadeira obra
intelectual, tutelável pelo Diploma de Direitos Autorais (Lei nº 5.988/73, vigente à época do fato), sendo defesa a cópia e
o uso de tal documento pelo Réu.

A seu turno, os votos vencedores sustentam configurar a petição inicial parte do processo, não sendo, pois, obra
intelectualmente personalíssima, inovadora, ou capaz de privar outrem de usufruir das mesmas fontes. De tal sorte, não
seria alcançada pela Lei nº 5.988/73, já revogada, porém regente do fato ocorrido.

A priori , cumpre perquirir se seria a petição inicial caracterizada como obra. Dentre as definições apresentadas por
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, consiste obra em

“ Trabalho literário, científico ou artístico” (Minidicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, p.336)

Excluindo as modalidades literária e artística, resta a científica, a que mais se aproxima do trabalho realizado em uma
exordial.

Permito-me comparar a inicial à verdadeira tese científica, eis que nela o advogado defende, baseado em fatos e
fundamentos jurídicos, o direito de seu cliente, por meio de idéias próprias. Embora se pressuponha originalidade, a
exordial sempre abordará temas que rondam a problemática jurídica, sendo, pois, recorrentes. E os temas, conforme lição
de José de Oliveira Ascensão,

“(...) não são protegidos (...). Por mais extraordinário, um tema pode ser milhares de vezes retomado.”( in Direito
Autoral, 2ª edição, Livraria e Editora Renovar Ltda, p.29)
Inviável também admitir que uma peça vestibular possa ser dotada de personalidade, de modo a nela se reconhecer
características de seu autor, mediante simples leitura. Como alerta José de Oliveira Ascensão,

“(...) falar em personalidade da obra prestava-se ainda a outro equívoco. Pareceria exigir-se que a obra fosse tão
personalizada que através dela o autor fosse reconhecível. Mas, se isso acontece nas obras de maior nível criativo, não
pode ser generalizado como condição de proteção. Pode haver autonomia e criatividade mesmo quando a obra não seja
suficiente para retratar o autor.” ( in Direito Autoral, 2ª edição, Livraria e Editora Renovar Ltda, p.36)

Importante destacar também que

“O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do estado democrático de direito, da cidadania, da


moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função
pública que exerce.” (artigo 2º do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil)

Infere-se de tal definição que o trabalho advocatício não visa a lucro, pelo menos diretamente. Tendo em vista que o lucro
consiste na remuneração devida mediante possível risco, descarta-se que seja essa a razão da prática forense.

De tal sorte, segue a Lei de Direito Autoral a linha da normalidade, no sentido de

“estabelecer critérios donde infere em abstrato a existência de intuito de lucro, mesmo que este em concreto se não
demonstre.” (José de Oliveira Ascensão in Direito Autoral, 2ª edição, Livraria e Editora Renovar Ltda, p.163).

No caso sub examine , pacífico que houve reprodução, por parte do Réu, ora Embargado, da petição inicial dos Autores.
Como bem deslinda o ilustre Relator,

“Está patenteado nos autos que o Réu copiou, sem cerimônias a petição que fora utilizada anos pelos Autores. Nem as
vírgulas escaparam da cópia.”(fls.638)

Entretanto, para o direito ser tutelado como autoral, pressupõe a Lei nº 5.988/73 a existência abstrata de lucro. Nesse
passo, embora caracterizada a estampada cópia, tem-se reprodução de exordial, o que, como já mencionado, não aufere,
imediatamente, lucros. Por conseguinte, não há que falar em proteção autoral para o caso em comento e,
conseqüentemente, em dano.

Pertinente lembrar, ainda, o artigo 8º da Lei Autoral, em vigor, nº 9.610/98, que estatui:

“Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata a esta lei:

IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais”

O citado dispositivo exclui da proteção autoral, dentre outros, as decisões judiciais, ou seja, os atos processuais praticados
pelo magistrado. Pacífico que as atividades essenciais à justiça devem ter o mesmo tratamento. Afinal, os atos praticados
pelo Ministério Público, bem como pelo advogado não são menos relevantes que os do julgador, pois figuram os três no
mesmo patamar de importância.

A própria Ordem dos Advogados do Brasil, em seu Estatuto da Advocacia e da OAB, prevê:

“Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo
todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.”

Na linha desse raciocínio, de acordo com o entendimento do aludido artigo 8º, da Lei nº 9.610/98, haveria de se afastar
do amparo autoral os pareceres ministeriais e as petições iniciais.

E, mesmo à luz da lei vigente à época do fato, Lei nº 5.988/73, há que se considerar a independência da obra, para que
seja suscetível ao amparo legal. Necessário, pois, que a obra se consolide independentemente, não sendo subordinada a
outra. Assim, como a petição inicial vem sempre atrelada ao processo, dele depende para figurar no mundo jurídico.
Certo, portanto, que a exordial pertence aos autos, integrando um dos instrumentos que viabilizam a prestação
jurisdicional do Estado.

Sobre o tema, dispõe o artigo 7º, da Lei nº 5.988/73:

“Art. 7º Protegem-se como obras intelectuais independentes, sem prejuízos dos direitos dos autores das partes que as
constituem, as coletâneas ou as compilações, como seletas, compêndios, antologias, enciclopédias, dicionários, jornais,
revistas, coletâneas de textos legais, de despachos, de decisões ou de pareceres administrativos, parlamentares ou
judiciais, desde que, pelos critérios de seleção e organização, constituam criação intelectual.”

A meu aviso, conquanto se reconheça a violação da ética advocatícia, questão a ser levada à Ordem dos Advogados do
Brasil, por meio de providência adequada ao caso, deveria o advogado considerar-se lisonjeado, ao invés de prejudicado.
Ao se analisar friamente o ato de reprodução, nota-se que, mesmo de forma inconsciente, houve o reconhecimento da
qualidade do trabalho dos Autores, ora Embargantes, por outro colega advogado. E, como bem deslindou o eminente
relator,

“A cópia, por advogado, da petição de outro colega, é atitude que pode até ofender a ética, embora, pelo tradicionário,
os advogados fomentem uns aos outros, em mútuo auxílio, com trabalhos já estudados; mas não causa vantagem ao
copiador porque ao Juiz não revela a beleza do petitório, cabendo-lhe, tão-somente, a subsunção dos fatos à vontade da
lei, segundo parêmia ‘dai-me os fatos e eu darei o direito’’(fls.658)

Essas as razões porque, rogando vênia a todos que se posicionam de modo diverso, NEGO PROVIMENTO aos Embargos
Infringentes e prestigio de forma integral o entendimento majoritário.

É o meu voto.

A Senhora Desembargadora ANA MARIA AMARANTE - Revisora

Cabíveis e tempestivos os embargos, deles conheço.

Pugnam os embargantes pela prevalência do douto voto vencido, confirmando-se a r. sentença prima, concludente no
sentido do cabimento da postulada indenização por danos materiais.

É importante que se consigne que a pretensão a verbas indenizatórias a título de danos morais não está mais sub judice,
vez que repelida pela r. sentença, tendo o recurso adesivo ficado deserto, por extemporânea efetivação do preparo.

Conforme observou o em. Vogal no julgamento da apelação, o tema seria dos mais palpitantes, se fosse conhecido o
referido recurso, pois nesse terreno é que se travariam os debates mais pertinentes, ante a efetiva lesão de direito
intelectual.

Adstrita a questão à esfera, apenas, dos danos materiais, não vejo como fazer reparos ao douto voto condutor, pois não há
como se considerar a ocorrência de prejuízo material para os Advogados que vêem sua petição inicial, nos autos de uma
ação de reparação de danos, ser copiada por um colega e utilizada em outro feito, com as adaptações ao contexto fático
que se fizeram necessárias.

O fato é reprovável, sob o ponto de vista ético, mas não retira aos que se ressentiram do plágio qualquer proveito
econômico, pois não se cuidou do mesmo feito, nem o constituinte do embargado foi o mesmo que havia constituído os
embargantes.

Conforme bem observou o douto prolator do voto condutor, existe mesmo um mútuo adjutório, nos meios forenses. Se
feita referência a fontes, repetem-se trechos de arrazoados, que constarem de julgados. A falta de referência não causa
dano material aqueles que tiveram suas razões reproduzidas. Por sinal, conforme bem observou o douto prolator do voto
condutor, "da peça copiada de 37 laudas, cerca de 30 são citações de arestos e referências doutrinárias e as restantes
são a descrição dos fatos, o pedido e também mais outros fundamentos." Assim, também ela trouxe á colação acórdãos e
excertos doutrinários, como é correntio nos meios forenses.
Aliás, nem mesmo o proveito econômico que o embargado auferiu, com a vitória na referida demanda, pode ser creditado
à petição inicial, mormente em se tratando de feito indenizatório, em que vigora, na mais absoluta inteireza, o brocardo
"narra mihi factum, dabo tibi ius". O Juiz não julga a responsabilidade civil com base nos excertos jurisprudenciais e
doutrinários trazidos pela parte autora e sim, com base nos fatos narrados e na prova colhida, a fim de constatar se houve
o dano e o nexo de causalidade entre este e a conduta do demandado.

Assim, bem se houve o em. prolator do douto voto condutor , ao observar:

"Como corolário lógico do que foi expendido, segue-se que o plágio para uso como petição em processo judicial, ainda que
de peça magnífica, por si só não traz a certeza de qualquer benefício ao plagiador, da mesma forma que não pode trazer
prejuízo econômico ao verdadeiro autor da peça. Evidentemente que se a mesma peça é usada para outros fins, como obra
jurídica, artigo doutrinário, conferências ou coisas do gênero, pode, aí sim, trazer um proveito econômico ao contrato e
resultar em indenização por danos patrimoniais."

ISTO POSTO, e subscrevendo as demais razões do douto voto do Em. Relator, nego provimento ao recurso.

É COMO VOTO.

O Senhor Desembargador JOÃO MARIOSA - Vogal

Senhor Presidente,

Também nego provimento ao recurso, porque a Lei nº 5.988 expressamente afasta as peças jurídicas do direito autoral,
indevidamente. Essa lei foi feita para isso mesmo e por quem era do Poder Judiciário. Porque encontramos por aí -
sobretudo em Iara Muller, que faz livros e livros de como fazer casamento, como acabar com casamento, como fazer
divórcio, como acabar com divórcio, como cobrar na Justiça do Trabalho etc. - petições como um verdadeiro Iara Muller
com nomes. Se pega essa moda aqui, Iara Muller ia tocar, no Brasil inteiro, ação de indenização, parece-me, por dano
material e a situação fica quase que insuperável.

Dentro do próprio Poder Judiciário, onde ninguém pode reclamar de pegar uma sentença, um voto, uma emenda, n
revistas e CD's estão por aí com os nossos nomes e votos até errados. Errar o voto, até concordo, o que não concordo é o
erro de português atribuído a mim, isso é pior ainda. Mas tem acontecido, sobretudo os CD's que estão vindo de São Paulo
e do Mato Grosso. E entre nós mesmos existem ementas que são verdadeiras cópias de outras ementas. Se a moda pega,
também, dentro de Poder Judiciário, isso aqui vira um frenesi de cobrança de danos materiais e de danos morais.

Assim sendo, peço vênia e acompanho o eminente Relator.

O Senhor Desembargador ESTEVAM MAIA - Vogal

Com o Relator.

O Senhor Desembargador ROMEU GONZAGA NEIVA - Vogal

Com o Relator.

A Senhora Desembargadora CARMELITA BRASIL - Vogal

Com o Relator.

A Senhora Desembargadora SANDRA DE SANTIS - Vogal

Com a Câmara.

DECISÃO
Conhecidos e improvidos. Unânime.

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Gabinete Desembargador VALTER XAVIER

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