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Reconvenção é a possibilidade do réu da ação formular um pedido contra o autor da demanda dentro dos
mesmos autos. O autor da demanda postula uma indenização por acidente de trânsito, por exemplo, afirmando
que foi atropelado pelo carro do réu, e que quer pagamento pelos danos que sofreu. O réu é citado, e é réu
porque o pedido é formulado contra ele. O réu, no entanto, apresenta contestação, para resistir ao pedido, e
dentro da própria contestação afirma um detalhe que não foi dito pelo autor: O autor do processo não falou que
se jogou na frente do carro e, ainda por cima, ao fazer isso acabou quebrando o carro do réu. Em função disso, o
réu afirma que é ele que deve receber indenização. Ele quer que o autor da primeira demanda é que seja o
devedor. A reconvenção é uma demanda em que as partes trocam de posição. O réu passa a ser autor e o autor
passa a ser réu, dentro dos mesmos autos. Por isso costuma-se falar, na reconvenção, que o réu que propõe a
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quem pede, de alguma forma, a tutela judicial. Sempre que a expressão tutela
aparecer, deve-se lembrar da proteção. A pessoa não pode se proteger com suas
próprias forças, ela precisa da jurisdição para se proteger.
O réu é aquele contra quem se pede a tutela jurisdicional. Muitas vezes se diz
que o réu é aquele que resiste ao pedido. No entanto, é possível que o réu não
resista, que ele aceite o pedido.
Litisconsórcio
Suponhamos que a União seja réu, e temos três autores. O primeiro quer
isenção de imposto de renda, o segundo autor quer uma casa no minha casa minha
vida, e o terceiro quer uma bolsa de estudos do FIES. Temos o mesmo réu, e três
autores. Nesse caso, é possível essas três pessoas consorciarem contra o réu para
pedirem três coisas totalmente distintas?
reconvenção é o reconvinte, e o autor da demanda, que sofre a reconvenção, é o reconvindo. No Novo CPC, a
reconvenção é pedida na contestação, de acordo com o artigo 343. Atualmente, ela não é assim, e deve ser feita
através de um pedido separado. (fonte: o professor falou na aula, oras)
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Exemplo: Temos um prédio com seis pessoas, e esse prédio foi construído
em área de proteção ambiental. O Ministério Público, então, quer demolir o prédio.
Aqui, não se pode afastar um dos moradores, porque todos participam da mesma
lide, caracterizando a comunhão. Todos serão necessariamente afetados pelo
resultado da demanda. Os moradores vivem em condomínio, de forma que, se o
prédio for destruído, o direito de todos será destruído ao mesmo tempo. Vale notar,
ainda, que nesse caso temos um litisconsórcio passivo.
a união não trará diferença no plano jurídico, embora possa produzir maior
possibilidade para as partes produzirem provas, etc.
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Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o
mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
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Qual seria a razão para que o litisconsórcio seja necessário? Temos duas
situações: quando o litisconsórcio for imposto pela lei, ou quando o litisconsórcio for
unitário. No exemplo da ação de demolição do prédio, exige-se que seja
litisconsórcio necessário, não é possível pensar em uma situação em que não exista
o litisconsórcio, nesse exemplo. Um exemplo de litisconsórcio necessário por
imposição legal é a ação real imobiliária de cônjuges, na qual ambos os cônjuges
devem ser citados, nos termos do artigo 73, §1º, inciso I. 5
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Sério!
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Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
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Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
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II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
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O juiz não pode agir de ofício para chamar um réu ao processo que não foi
apontado pelo autor na petição inicial, em consonância com o princípio da inércia da
jurisdição. O juiz deve intimar o autor para requerer a citação de todos os
litisconsortes necessário. Se o autor se recusar a fazer isso ou deixar de atender a
ordem do juiz o processo será extinto sem resolução de mérito, pois, havendo
litisconsórcio necessário, é obrigatória a presença de todos no processo.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-
se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
Intervenção de terceiros
Existem algumas situações, entretanto, onde outras pessoas que não são
parte do processo participam de demanda alheia. Os terceiros, que não são parte,
podem se habilitar ou podem ser convocados a participar de demanda alheia. Essas
situações recebem o nome de intervenção de terceiro. De todas essas formas, a
mais comum é a denunciação da lide, embora nenhuma delas apareça com tanta
frequência.
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Transformada em hipótese de correção da ilegitimidade passiva na contestação, no novo Código.
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Transformada em ação de procedimento especial, no novo Código.
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1. CPC 1973
a) Assistência
Para isso, ele se habilita no processo alheio para assistir, somar forças,
ajudar, auxiliar uma das partes a vencer a demanda. O assistente vai ajudar o
assistido, uma das partes, a vencer a demanda, produzindo provas, indo na
audiência, conversando com o juiz, etc.
b) Denunciação
Exemplo: Uma pessoa celebra um contrato de seguro dizendo que, caso ela
perca a demanda, determinada seguradora deverá ressarcir seus prejuízos. No
entanto, se a lide não for denunciada à seguradora, o ressarcimento não será
possível. A ideia, aqui, é uma das partes poder se ressarcir daquilo que ela perdeu
no processo, fazendo com que a seguradora, que é o terceiro, restitua parte dos
prejuízos da perda do processo.
c) Chamamento
d) Nomeação
e) Oposição
2. CPC 2015
d) Amicus Curiae:
A figura do amicus curiae não deve ser confundida com a do perito. O amicus
curiae se enquadra nas situações de intervenção de terceiro. Trata-se de um
especialista que vai ajudar o juiz a compreender melhor a lide.
O perito, por outro lado, pega um objeto, uma pessoa, uma coisa, e analisa
apenas aquilo, terminando por fazer um laudo. O amicus curiae não faz isso, ele
apenas dá informações teóricas a respeito da lide.
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A pessoa jurídica serve para dividir patrimônio dos sócios e da empresa. Por
vezes, a empresa não tem nenhum patrimônio, e os sócios tem muita coisa, de
forma que não é possível cobrar algo da empresa. Se isso acontece por fraude,
pode-se desconsiderar a pessoa jurídica.
Pra ajudar o assistido, o terceiro possui todos os poderes para agir como se
fosse parte, de forma que ele pode contestar, pode requerer provas, pode participar
da audiência, pode recorrer, tudo que uma parte pode fazer, mas sempre com o
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Art. 119, parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
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Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo
se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá
o incidente, sem suspensão do processo.
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Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
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Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-
se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu
substituto processual.
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Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista
da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
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Uma das marcas da coisa julgada é que aquilo que se torna indiscutível é a
decisão. Não se torna indiscutível, pela coisa julgada, a fundamentação da
sentença. A eficácia da intervenção, por sua vez, é mais violenta que a coisa
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Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em
processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de
produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
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Chamamento ao processo
Esquema 1
Devedor 1
Credor Devedor 2
Devedor 3
Esse esquema representa uma relação que está no plano material, no plano
das obrigações e, mais especificamente, na solidariedade civil. Havendo
solidariedade civil, o credor não é obrigado a cobrar dos três devedores. O credor
pode cobrar a dívida integral de qualquer um dos devedores.
Denunciação da lide
Exemplo: Você compra um imóvel e não sabe que já existe outra pessoa
morando lá, dizendo que é proprietária por usucapião. Essa outra pessoa, então,
entra com ação contra você. Esse defeito jurídico do imóvel é chamado de evicção.
Nesse caso, é possível requerer, na contestação, a denunciação da lide ao
alienante do imóvel, àquele que te vendeu o imóvel, para que ele te ressarça o
prejuízo no caso de você perder o imóvel.
O que acontece se o réu não fizer a denunciação da lide? Quem não pede a
denunciação da lide perde o direito à indenização? Até pouco tempo atrás, a
denunciação da lide em casos de evicção era obrigatória. Agora, com o Novo
Código de Processo Civil, a denunciação da lide não é mais obrigatória. Mais do
que isso, se o réu não fizer a denunciação da lide, nada obsta que ele requeira a
indenização através de ação autônoma de indenização, como dispõe o artigo 125,
§1º. 14
Esquema 2
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Art. 125, §1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
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Esquema 3
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Art. 125, §2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo
promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.