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Reconvenção

1. O que é?
A reconvenção situa-se no artigo 343 do CPC, vejamos:
“Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o
fundamento da defesa.”

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu


advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.”

Neste sentido, a reconvenção é uma ação proposta pelo réu em face do autor
dentro do mesmo processo, contudo, também pode ser proposta
independentemente da contestação, congruente ao §6° deste mesmo artigo:
“§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer
contestação.”

Ressalta-se que por possuir autonomia, a reconvenção não se extingue com


a eventual desistência do autor originário, conforme o §2° do artigo 343:
“§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça
o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à
reconvenção.”.

2. Cabimento:
A propositura de reconvenção é cabível no processo de conhecimento,
observando o procedimento comum.
Nesse sentido, essa ação não poderá ser admitida na execução. Para mais,
só haverá procedimento especial admitindo reconvenção quando eles possam ser
convertidos em processos que obedecem ao rito comum (Ex: Ação monitória
-Súmula 292 do STJ- ).
Faz-se mister observar que o processo de conhecimento é a fase em que
ocorre toda a produção de provas, a oitiva das partes e testemunhas, dando
conhecimento dos fatos ao juiz responsável, a fim de que este possa aplicar
corretamente o direito ao caso concreto, com o proferimento da sentença.
Não é cabível reconvenção no JEC ou quando não há o interesse de agir
(adequação).

3. Oportunidade e Forma:
Conforme o artigo 343 o momento (oportunidade) de oferecer a reconvenção
é no momento da contestação, na própria contestação (lembrando que há a
possibilidade da reconvenção ser autônoma, ou seja, embora no momento da
contestação, ela pode ser oferecida sem que haja a peça de contestação).

4. Conexão:
Conexão é o vínculo de afinidade entre ações. O vínculo entre as ações é
estabelecido pelo conteúdo nelas contido, ou seja, identidade similar entre os
objetos ou causa de pedir.

5. Legitimidade e Ampliação Subjetiva:


Em primeira análise, faz-se mister trazer ao contexto alguns parágrafos do
artigo 343 do CPC, quais sejam:
“§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com


terceiro.

§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser


titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser
proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual”

Neste sentido pode ocorrer uma mudança subjetiva (ou seja, do sujeito) dispostas nos
parágrafos acima. Em miúdos, a regra do §3°permite o oferecimento de reconvenção em face do
autor e terceiro, tratando-se de previsão de formação de litisconsórcio, não sendo possível oferecer
reconvenção apenas em face do terceiro.

Para mais, o ditado no §4° do referido artigo, permite a ampliação subjetiva no polo ativo da
reconvenção.

No geral, a reconvenção será apresentada pelo demandado orignário em face do


demandante primitivo.

6. Competência
Determinada, por exemplo, quando o juízo inicial é competente para julgar a
ação principal e ao mesmo tempo a reconvenção.

7. Da Revelia:
A revelia nada mais é que a ausÊncia de contestação, como uma de suas
consequências, a presunção de veracidade das alegações do autor. Vejamos o
artigo 344 do CPC:
“Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.”
Observa-se que a revelia não se confunde com a falta de impugnação
específica, muito embora os seus efeitos sejam os mesmos. Outrossim, que a
revelia gera efeitos materiais e processuais:
a. Efeitos Materiais - Presunção de veracidade dos fatos;
b. Processuais - Artigos 342, 346 e 355, II do CPC.
Por fim, atenta-se dizer que o réu revel tem alguns “poderes” previstos nos
artigos 346 (prazo contra revel sem patrono nos autos fluirão da data de publicação
do ato decisório, o revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o
no estado em que se encontrar). Ademais o previsto no artigo 349, vejamos:
“Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às
alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de
praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.”

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