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Núcleo do Centro de Estudos e Formação

(NCEF-OAA - 2022)

I FORMAÇÃO SOBRE PRÁTICAS FORENSES

Módulo de Direito Civil e Processo Civil


Domingos Chipoke
Lubango, Agosto de 2022
Sumário
Formas e tipos de processo
- Quanto ao fim
- Quanto a forma
- Determinação do valor da causa
- Determinação da forma do processo Comum
Pressupostos Processuais;
Formalismos do Processo Civil
- Formalismo do Processo Civil Comum Ordinário;
Formas e tipos de processo
• Nos sistemas jurídicos modernos, emergentes em sociedades
democráticas, a actividade jurisdicional está atribuída aos Estados
(Princípio do monopólio Estadual da justiça (art. 29 e 174 CRA) do qual
emana o mesmo princípio fundamental da proibição da justiça privada,
salvo as devidas escepções (art. 1);
• Nesse perspectiva, o art. 2.º do CPC prescreve que a todo o direito tem
de corresponder uma acção e⁄ providência;
• Todavia as acções, a par de prosseguirem todas a mesma finalidade, que
é a justa composição do litígio, também prosseguem fins específicos e
assumem diversas formas.
• Ou seja, os diferentes tipos de composição de processos dão origem a
diferentes tipos de processos, a diferentes tipos de pedidos e a diferentes
tipos de acções.
Formas e tipos de processo

Quanto ao Fim (art. 4)


Declarativos (determina-se pelo pedido/pretensão) Executivos (4 ⁰,3 e 45⁰,2)

Simples Apreciação (dúvida) Pagamento de Qtia Certa


Condenação (Violação de um direito) Entrega de Coisa Certa
Constitutivas (criação, modificação Prestação de um facto
ou extinção de um direito) (obs. Depende do tipo de obrigação – pecuniária, de
coisa ou facto)
Recurso
(Eventual)
Formas e tipos de processo

Quanto a Forma
• Comuns (461)ou Especiais (744 e ss) = 460.

Ordinário ex.: Execução especial de alimentos – 1118


Sumário 462 inventário - 1326
Sumaríssimo declarativas/executivas

• Jurisdição Provisória/Definitiva (Procedimentos cautelares vs Acções)

(Arresto, Arrolamento, embargo de obra nova, suspensão de deliberações


sociais, alimentos provisórios e restituição provisória da posse – 381 e ss)
Determinação da forma do processo comum

• Determina-se em função do valor da causa (305 ⁰ e ss), alçada do


tribunal (2⁰ Lei das Alçadas) e a natureza da acção (pedido); no
Processo executivo, além daqueles, também em função do título
executivo;
• Está regulado no art. 462 (processo declarativo) e 465 (processo
executivo)
• Desta feita, nas acções declarativas o processo é ordinário se o
valor da causa for superior ao valor de alçada do tribunal da
Relação (AOA 6.160.000,00); Ex.: A pede que B seja condenado a
pagar 8 milhões de Kwanzas; C requer o divórcio contra D;
• sumário se o valor da causa for for igual ou inferior ao valor de alçada
do tribunal da Relação; Ex.: E pede que F seja condenado a pagar 5
milhões de Kwanzas;
• sumaríssimo se o valor da causa for igual ou inferior a metade do
valor da alçada do tribunal de comarca (que corresponde a AOA
1.540.000,00) e simualtaneamente a acção tiver por natureza:
a) Uma obrigação pecuniária;
b) A indemnização por dano;
c) A entrega de coisas móveis.
Ex: A intenta uma acção de restituição de posse de uma jóia avaliada
em AOA 1.000.000,00. Neste caso verificam-se os dois pressupostos, o
valor da causa e a natureza da acção.
Obs: Se faltar um dos requisitos o processo já não será
sumaríssimo, poderá ser ordinário ou sumário
Como calcular o valor da causa
•As regras constam do art. 306 e ss.
•As Funções do v.c. são (305, 2): determinar o
tribunal competente, a forma do processo
comum, a admissibilidade de recurso e o
valor das custas judiciais
•Obs: não se deve confundir o v.c. com o valor
do pedido, embora as vezes coincidam)
Como calcular o valor da causa
• Existem critérios gerais (306) e especiais (307 a 319).
O Critério Geral é residual, ou seja, aplica-se somente
quando para a acção em causa a lei não estabelecer
um critério especial. Quando a lei estabelece um
critério especial ela é inútil para aquela acção.
Ex: Nas acções de prestação de alimentos aplica-se
o art. 307,2
Nas acções de divórcio aplica-se o art. 312
Determinação da forma do processo comum
• Nas acções Executivas:
• O Processo é ordinário quando o valor da acção for superior ao valor
da alçada do Tr. Da Relação (Independentemente do Título executivo
usado – judicial ou extrajudicial) = 465, 1
Ex: A requer que a MDC entregue judicialmente um artigo que adquiriu e se encontra provado
por uma factura q foi conferida, avaliado em AOA 7.000.000,00

• O processo é sumário quando derivar de uma sentença exarada num


processo declarativo sumário ou quando (nos casos em que derive de
um título executivo extrajudicial) o valor da acção ou execução for igual
ou inferior ao valor da alçada do Tr. da Relação. = 465, 2
• O Processo é sumaríssimo quando derivar de uma sentença exarada
num processo declarativo sumaríssimo = 465, 3
Pressupostos Processuais
•Processo Declarativo
1.Personalidade Judiciária – art. 5; Processo Executivo
2.Capacidade judiciária – art. 9; 7.T. E. art. 45 ss (pressuposto •Recursos
3.Legitimidade – art. 23; formal); 1.Recorribilidade – regra:678
4.Patrocínio judiciário – art. 32; 8.Obrigação exequenda (certa, excexpção: 475 e 980;
5.Competência do Tribunal – art. liquida, exigivel(pressuposto 2.Tempestividade – 685
61 ss material); 3.Legitimidade – 680
6.Interesse Processual 9.Legitimidade – art. 55 4.Patrocínio Judiciário 32, 1 c)
10.
Competência – 90 a 95 5.Competência (hierárquica) – 70
11.
Patrocínio judiciário - 60 a 72.
Formalismo do Processo Declarativo e Executivo
. Cada forma de processo comum e especial tem o seu próprio
formalismo;
. Assim temos o Formalismo do Processo (declarativo e executivo)
comum ordinário; O formalismo do processo (declarativo e
executivo) comum sumário e o formalismo do processo
(declarativo e executivo) sumaríssimo;
. Temos ainda o formalismo dos processos (declarativos e
executivos) especiais (constantes no art. 744 ss e noutras leis, de
realçar o C.F.)
. Os Processos Especiais são regulados por disposições próprias e
só de forma subsidiária pelas disposições do processo ordinário.
Síntese comparativa do Formalismo do Processo
Declarativo Comum
Forma do N⁰ de Fases N⁰ de Efeito da Fase de Fase de Fase da Recurso
Processo articulados Revelia Instrução Julgamento Sentença
ORDINÁRIO 5 4 Semí-pleno Articulados, C⁄ Escrita Admíssivel
467 Prazo p⁄ 484 instrução e intervenção
Contestar: Audiência Tribunal
20 dias - final Colectivo
486 N⁰ de Test.
20

SUMÁRIO 5 2 Pleno Articulados Tribunal Escrita Inadmíssíve


783 Prazo p⁄ 784, 2 e instrução Singular l
Contestaçã N⁰ de Test.
o: 10 dias – 10
783

SUMARISSÍ 2 2 Pleno Articulados Tribunal Oral Indamissíve


MO - 793 Articulados Prazo p⁄ 795 N⁰ de Test. Singular l
e Contestar: 6
Discussão e 8 dias - 794
Julgamento
Formalismo do Processo Comum Ordinário
Fases:

Petição Inicial/P.I. - 467


1- Articulados Contestação – 486
Réplica e Tréplica – 502
Resposta à Tréplica ou Quadruplica
2 – Saneamento e Condensação Despacho Saneador - 510
Especificação 511
Questionário
3 – Instrução Direito Probatório Material (Meios de Prova– 341 ss
C.C.)
Direito Probatório Formal (Apresentação e Produção da
Prova – 523 e ss)
4 – Discussão e Julgamento Discussão da matéria de facto - 652
da matéria de direito – 657
Julgamento da matéria de facto - 653
da matéria de direito
(Sentença)

5 – Sentença – 658
6 – Recursos Reclamação – 666, 2; 667; 668; 669; 670; 688
Recurso – 676, 2
Embargo

Obs. As fases são sequenciais, mas admite excepções. Interpenetram-


se. O Processo pode findar na fase dos articulados, na fase do
saneamento e na fase da sentença (regra).
Fase dos articulados
• Conceito: ver art. 151, 1;
• Classificação: Podem ser normais (P.I., Contestação, Réplica e
Tréplica) ou eventuais (Resposta à Tréplica e Articulados
supervenientes – 506);
• Início: O seu início formal dá-se com a apresentação da P.I. à
Secretaria do Tribunal (art. 267) pelo interessado (Autor)= Pr. Do
Dispositivo; este acto recebe o nome de Entrada ou Recebimento.
• Requisitos da P.I.:
a) Internos: art. 467, 1 a) a d);
b) Externos: valor da causa, assinatura, n⁰ de documentos que se
juntam, duplicados (152), procuração forense;
• Extrutura da P.I.: Endereço, Cabeçalho, Narração, Conclusão e
Indicações Complementares.
AO
MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA SALA
DA FAMÍLIA, SUCESSÕES E MENORES DO
TRIBUNAL DE COMARCA DO LUBANGO
= LUBANGO =

Isa Julia Mateus, casada de 40 anos de idade, filha de Tomás Manuel e de Joana Manuel, nascida aos 20 de
Abril de 1970, portadora do B.I nº ======, passado pelo Arquivo de Identificação Nacional aos ===== (Doc. 1),
residente do município da Humpata, Bairro Heva, casa s/nº, podendo ser localizada pelo telemóvel
923607518 ou por intermédio dos seus mandatários judiciais,
 
Vem requerer

ACÇÃO ESPECIAL DE DIVÓRCIO LITIGIOSO, nos termos dos artigos 78º e 97º do Código da Família

Contra:

Mario Luis Cardoso, casado, Empresário e Técnico de Construção Civil, residente no Município da Humpata,
Comuna da Palanca, Bairro da Heva, junto à Pumangol, podendo ser contactado através do terminal
telefónico nº 943079011 (Doc. 2).

Nos termos e fundamentos seguintes:


 
I – DOS FACTOS

A requerente é casada com o Sr. =====, em regime de comunhão de adquiridos, desde o dia 25 de Dezembro
de 2009 com o qual manteve uma vida conjugal durante 9 (nove) anos, partilhando o mesmo tecto e cama
(Doc. 3).
A requerente é mãe de dois filhos, nomeadamente:
============, menor, de 7 anos de idade (doc.4), residente no Bairro Heva , casa s/nº, podendo ser localizado por
intermédio do requerido.
- ==========, solteiro de 19 anos de idade (doc.5), residente no Bairro Heva, casa s/nº, podendo ser localizado por
intermédio da requerente.

Na constancia do casamento o casal construiram uma residencia onde habitaram, constituiram a empresa denominada
======== LDA, com o NIF n.º 674898A, registada sob o n.º 2020.1. com com sede na mesma cidade (Doc.6 e 7).

Em nome da empresa adquiriram determinados bens nomeadamente, materiais de trabalho, 4 viaturas (1 carrinha Canter, 1
carrinha Mitsubish L200, 1 carrinha JAC com tanque de água com capacidade de armazenamneto para 5.000L e uma
autobetoneira.

Com o passar do tempo, a relação do casal foi-se detereorando, por causa dos maus comportamento que o esposo tem
apresentado, mostrando-se bastante agressivo com a requerente, proferindo palavras ofensivas em frente aos filhos,
ameaçando-a de a agredir fisicamente;

Tendo certo dia impedindo-a de entrar em casa, sem um fundamento justificável, jogando fora os seus pertences, foi
expulsa e deixada sem teto, situação essa que motivou a separação do casal.
II – DO DIREITO
13º
Em conformidade com o artigo 78º do Codigo da Familia sempre que a relacao estiver deteriorada
de forma completa e irremediavel, os conjuges poderao requerer o divórcio.
14º
No artigo 97º dispoe que o divórcio litigioso pode ser pedido por apenas um dos conjuges.
15º
Estabelece o artigo 104º que no processo de divorcio litigioso pode ser cumulado o pedido de
alimentos aos conjuje que dele careça, a regulacao da autoridade paternal e alimentos aos filhos
menores do casal, e ainda, a atribucao da residencia familiar.
16º
Nos termos do artigo 247º, nº 1 do Código da Família, os alimentos compreendem tudo o que é
necessário ao sustento, saúde, habitação e vestuário.
17º
Em conformidade com o artigo 248º b), o conjuge que não pode pelo trabalho garantir o seu
sustento tem legitimidade para requerer alimentos.
18º
Ainda em conformidade com o artigo 250º do Código da Família, os alimentos serão proporcionais à
capacidade económica daquele que houver de prestá-los e as necessidades de quem os receba.
19º
 
Os pressupostos legais da obrigação de alimentos encontram-se preenchidos, nomeadamente: o
vínculo familiar, a necessidade do alimentado e a disponibilidade económica do esposo (o
obrigado).
 
20º
Data a situacao urgente de alimentos que a requerente padece e a insegurança que o menor se
encontra sob a tutela do pai, estão explicitamente verificado os pressupostos do periculum in mora
e o fumus eti bonis iuris condicoes sine quan para que o trinunal possa atender ao pedido da
requerente nos termos do art.388º
21º
A requerente pede isenção das custas nos termos do nº 1 do art.º 4º conjugado com o art.º6º do
decreto-lei nº 15/95 de 10 Novembro, bem como os honorários de Advogado por não possuir
capacidade económica para suportá-los em virtude de não auferir nenhum ganho mensal (Doc.8).
DO PEDIDO
Nestes termos e nos demais de direito e, sempre com o mui douto suprimento de V. Exª., deve a
presente Acção Especial de Divórcio Litigioso ser julgada procedente, provada e consequentemente:
A. Seja estabelecido o Divórcio
B. Seja o requerido condenado na restituição da guarda do menor à requerida.
C. Ser o requerido condenado à prestar mensalmente, por intermédio do Tribunal, a quantia de
AKZ 100.000,00 ( Cem mil Kwanzas), a título de pensão de alimentos, para as crianças e para à
mãe, mediante desconto directo, para a conta bancária-BAI da requerente, com o n.º 1234567.
 

ROL DE TESTEMUNHAS
Juliana Paes (Doc.9), residente nesta cidade, Bairro Ferrovia, podendo ser localizado através da
requerente.
JUNTA: Procuração forense, 11 documentos e os respectivos duplicados.
VALOR DA ACÇÃO: AKz. 6. 160.001,00 (Seis Milhões Cento e Sessenta Mil e um Kwanzas).
O Advogado,
__________________________________
DOMINGOS CHIPOKE
Cédula Profissional N.° 2.797
Actos Subsequentes da P.I.
• Registo;
• Distribuição (art. 209)
• Autuação
• Pagamento dos preparos iniciais
• Conclusão (acto por meio do qual o processo é remetido ao juiz da
causa para ser Despachado)
• Despachos Liminares Despacho de Indeferimento liminar – 474
Despacho de Aperfeiçoamento – 477
Despacho de Arquivamento
Despacho de Citação - 478
Despacho de Indeferimento Liminar - 474
• Pode ser exarado de forma directa ou após o proferimento do D. de
Aperfeiçoamento, quando este não seja aperfeiçoado pelo A.
• Causas:
I. Ineptidão da P.I. – 193;
II. Falta de Pressupostos Processuais (insanáveis ou não sanados);
III. Intempestividade PREMATURIDADE
EXTEMPORANEIDADE;
Reacções do A. diante do D.I.L.
• O A. pode Impugnar o Despacho mediante a
interposição de um Recurso de agravo – 475
• Pode apresentar outra Petição, no prazo de 5 dias,
com o vício que conduziu ao indeferimento já
corrigido – 476. obs. Nesse caso o A. beneficia de todos os
actos já praticados, incluindo os preparos já efectuados.
• Depois dos 5 dias, o A. pode intentar uma nova acção;
• Ou simplesmente não fazer nada (o Despacho então
transitará em julgado).
Despacho de Aperfeiçoamento - 477
• Estão em causa vícios que podem ser sanados, nomeadamente:
a) Falta de Requisitos legais
Ex.: falta do valor da causa (314,3);
b) Falta de determinados documentos
Ex.: falta de Procuração Forense, quando obrigatório; falta de certidão
de nascimento em ação de filiação
c) Irregularidades ou deficiências na P.I.
Ex.: Falta de consentimento quando exigido por lei (25); quando a petição é
confusa e desordenada
Exemplo de despacho de aperfeiçoamento:
República de Angola
Tribunal de Comarca do Lubango
Sala do Cível e Administrativo
Processo n⁰ 0055⁄2022

--------Despacho--------
Verifica-se da leitura da petição inicial que o autor não especificou com detalhe as
circunstâncias em que ocorreu o acidente.
Tal descrição revela-se essencial para se poder determinar a responsabilidade pela
ocorrência do mesmo.
Assim, convido o autor a apresentar nova petição, descrevendo detalhadamente as
circunstâncias em que ocorreu o acidente, no prazo, de 10 (dez) dias.
Notifique.
O juiz de Direito
Despacho de Citação - 478
• Verifica-se quando petição não esteja eivada de qualquer vício
(na apreciação do juiz), cabendo ao juiz ordenar que o R. seja
citado;
• Definição: A citação constitui um convite ao réu para contestar a ação.
ver art. 228, 1 e no n.⁰ 2 distinção com a notificação;
• Deve sempre ser precedida de um Despacho Judicial, o qual deve
indicar a modalidade da citação, o prazo que o réu tem para contestar, o
prazo de dilação (se houver), as consequências da falta de contestação, se
é ou não obrigatória a constituição de advogado
• Modalidades: Pode ser Pessoal (regra) ou Edital
(excepção) – 233 e 247;
.No próprio R.
.Mandatário judicial
• Citação Pessoal .Representante legal (incapazes, pessoas colectivas…)
233 .R. residente em país estrangeiro (Carta Rogatória – 244
e 176,2.
.R. residente em comarca diferente (Carta Precatória)
desconhecimento do paradeiro do R,
Citação Edital
247 desconhecimento da pessoa a ser citada
A Citação pode ser inexistente (art. 195) ou nula (art 198);
Ex: é inexistente quando tenha havido erro de identidade do
citado; é nula quando não haver especificação do prazo para
contestar.
Em síntese

Sendo o processo concluso ao juiz este deverá:


- Indeferir liminarmente a Petição;
- Convocar o A. para efectuar correcções à P.I.;
- Mandar arquivar o processo ou;
- Ordenar a Citação do R.
Atitudes do R. diante do D.C.
Diante da citação o R. pode:
• Impugnar o Despacho, pela interposição de um Recurso de Agravo-
479;
• Não contestar nem requerer qualquer diligência processual (ex: a
junção de Procuração Forense (Revelia Absoluta);
• Não contestar mas requerer alguma diligência processual (ex: a junção
de Procuração Forense ou de determinado documento (Revelia
Relativa)
• Contestar;

Lembrete: se o R. não contestar estará em Revelia


Modalidades e efeitos da Revelia do Réu
• Se o réu, além de não deduzir qualquer oposição, não constituir mandatário nem
intervier de qualquer forma no processo a Revelia é Absoluta – 483;
• Se o réu não contestar mas requerer alguma diligencia a revelia é relativa;
• A revelia produz efeitos substanciais e na marcha do processo:

Em termos substanciais:
a) No processo ordinário determina a confissão (tácita) dos factos alegados pelo A. = 484;
b) No processo sumário e sumaríssimo determina a confissão do pedido = 784, 2 e 795
respectivamente;

Quanto a marcha do processo


Passa-se directamente da fase dos articulados para a fase da discussão e julgamento e de
seguida à sentença; portanto não há lugar ao saneamento.
Revelia Inoperante 485
• existem casos em que a falta de contestação do R. (revelia) não
conduz aos efeitos vistos supra- é chamada Revelia Inoperante;
• nos termos do art. 485 verifica-se nos ss casos:
- quando havendo vários réus algum deles contestar, relativamente aos
factos que este contestar
- no caso de o réu ter sido citado editalmente
- quando o réu ou algum dos réus for incapaz
- quando a vontade das partes for ineficaz para produzir o efeito jurídico
pretendido
- quando se trate de factos para cuja prova se exija documento escrito
Contestação
• Conceito: A contestação é o ato pelo qual o demandado
responde à pretensão formulada pelo autor.
• Modalidades: pode ser classificada em função da forma e
do conteúdo;
• Quanto a forma pode ser: articulada – 488 e 490,1
(regra); por mera junção de documentos; e por negação –
490,3 (proíbida)
• Quanto ao conteúdo temos (487): Contestação defesa e a
Conestação por reconvenção ou reconvencional;
Modalidades de Contestação

dos facto
Impugnação do direito (efeito jurídico)
(directa) Ex: alegação de q ddo contrato é doacção e não CCV.

Contestação Defesa dilatória – 494


487 Excepção
(indirecta) peremptória – 496
493
Reconvencional – 98, 274 e 501
Diferenciando as Excepções:
Causas Efeitos
E. Dilatória - Alegação de factos obstativos Absolvição do R. da Instância
(493, 2 e 494) do mérito da acção (289);
( ineptidão da P.I., nulidades, Remessa do Processo para
falta de pressupostos); outro Tribunal (no caso de
Incompetência Relativa)
Não inibe o A. de voltar a
propor a mesma acção com o
vício corrigido.

E. Peremptória Alegação de factos impeditivos, Absolvição (total ou parcial) do


(493, 3 e 496) modificativos ou extintivos do R. do pedido
direito Cessa o direito de voltar a
intentar acção com o mesmo
objecto (caso Julgado Material)
Contestação Reconvencional
• Conceito: Traduz-se na formulação de um pedido autónomo
(reconvencional) contra o A;
• Com a reconvenção passa a haver uma nova ação dentro de outra já
existente (economia Processual);
• A admissibilidade da reconvenção depende da verificação dos requisitos
substantivos (art. º 274, nº 2,) a par de requisitos adjetivos (art. º 274, nº
3 e 98,);
• Requisitos Adjecivos: Competência absoluta do tribunal e à
compatibilidade de formas de processo;
• Requisitos Substantivos:
- quando o pedido do réu emerge de mesmo facto jurídico que serve de
fundamento à ação ou à defesa.
- quando o réu se propõe obter a compensação ou tornar efetivo o direito
a benfeitorias ou despesas relativas à coisa cuja entrega lhe é pedida.
- quando o pedido do réu tende a conseguir, em seu benefício, o mesmo
efeito jurídico que o autor se propõe obter.
Hierarquia dos meios de defesa
• O R. pode defender-se só por impugnação, só por excepção,
só por reconvenção ou por ambas as formas de defesa;
• Havendo várias defesas qual será a sua ordem?
i. Excepções dilatórias;
ii. Excepções peremptórias;
iii. Impugnação;
iv. Reconvenção.
. Nestas situações o R. deve formular separadamente as
respectivas conclusões.
Prazo para Contestar
Tipo de processo Prazo
Ordinário Geral: 20 dias – 486; Especial: até 6
meses p/ o M⁰ P⁰
Sumário 10 dias -783
Sumaríssimo 8 dias – 794

1. Os prazos contam-se a partir da citação;


2. Se a citação for edital contamos o prazo dilatório e o prazo para contestar como
um só (art. 148);
3. Os prazos são contínuos, i. e., incluem os feriados, sabádos e domingos (144, 2);
4. Quando termine em dia não útil transfere-se o seu término para o primeiro dia útil
seguinte (144, 3)
Elaboração da Contestação

• Tem como modelo ou base a P.I., tanto do ponto


de vista estrutural como quanto a narração dos
factos nos termos do art. 488;

• Portanto inclui o Endereço, o Cabeçalho,


Narração, Conclusão e Indicações
Complementares;
Ao
Meritíssimo Juiz
da Sala do Cível e Administrativo
do Tribunal de Comarca do Lubango
2ª Secção
Lubango
 
Proc. nº 2035/18 - B
Em contestação ao processo supra referenciado diz Domingos Chipoke, o seguinte:
- A-
EXCEPÇÕES

O autor é parte ilegítima na acção de despejo que deduziu contra o Réu, que na verdade não é senhorio do
imóvel em questão.

•Realmente, o senhorio é António Vipupas, seu irmão.

•Por outro lado, para além do articulado atrás, invocar-se-á ainda a excepção do caso julgado.

Pois que esta acção é perfeitamente idêntica à que foi decidida por sentença de 4 de Abril de 2016, proferida no
processo nº 198/ 15, cuja tramitação se deu na Sala do Cível e Administrativo, já transitada em julgado (cfr doc. Nº 1).

Já que como decorre do documento indicado no articulado anterior, as partes são as mesmas, é idêntico o objecto e a
mesma a causa de pedir.
-B–
IMPUGNAÇÃO

No caso de improcederem as excepções atrás mencionadas, o que só por mera hipótese se admite, à cautela, se dirá,
que ainda assim a acção deveria improceder já que,

A pretensão do autor é, em absoluto, infundada.

Por não ser verdade, que o Réu esteja em mora quanto ao pagamento dos duodécimos da renda.

Atempadamente, o aqui contestante tem vindo a pagar a renda estipulada no contracto de arrendamento
10º
Depositando, no prazo concedido pela lei vigente, a renda de cada mês, no Banco Bic ( docs 2 a 23).
- RECONVENÇÃO –
11º
O Ivanilson Bambi fez, à sua conta, obras no prédio despejando.
12º
Que, como infra se infere, se integram no conceito de benfeitorias
necessárias e úteis, a saber:
13º
Teve de reparar as várias fissuras que se encontravam nas paredes da parte
interna da casa.
14º
Substituiu o quadro de energia eléctrica.
15º
E a canalização de todo o primeiro piso.
Termos em que, nos melhores de direito com
O suprimento de V. Exª:
a) Devem as excepções dilatórias ser julgadas procedentes e, consequentemente, ser o Réu absolvido da
instância.
b) Não sendo o caso, deve a excepção peremptória ser julgada procedente e, consequentemente, ser o Réu
absolvido do pedido.
c) Se assim se não entender, o que só por mera hipótese se admite, deve a presente acção ser declarada
improcedente, por não provada e ser o Réu absolvido do pedido.

Outrossim e na sequência da reconvenção deduzida:


d) Ser julgado procedente, por provado, o pedido reconvencional e, consequentemente, o recorrido condenado a
pagar ao reconvinte, a título de benfeitorias que esta fez da sua conta no imóvel locado, a quantia de
1.000.000,00 Kzs.

Valor do pedido reconvencional: 1.000.000,00 Kz (Um Milhão de Kwanzas)

Juntam-se: =========
 
O advogado
Laurindo Tomás
.........................................................
Fase do Saneamento
Funções da fase do Saneamento:
1 - Pôr termo ao Processo (Julgamento Antecipado);
- Feito por meio Do Despacho Saneador ou por meio de conciliação
na Audiência Preliminar;
2 – Definir ou fixar os elementos essenciais da causa
- Mediante a Especificação e o Questionário
3 – Saneamento/Regularização do Processo
- Feito de forma indirecta Mediante o Despacho saneador (que não
julgue a causa ou uma excepção) ou o Despacho Pré-Saneador (este
não está previso na lei);
obs: esta fase não existe no processo sumaríssimo e nos demais
processos quando ocorra a revelia;
Elementos da Fase do saneamento
1 – AUDIÊNCIA PRELIMINAR – 508
- É facultativa;
- Terminada a fase dos articulados pode o juiz proferir um Despacho no qual convoque as
partes para a referida audiência, especificando o seu fim, no prazo de 10 dias (desde que
a acção incida sobre direitos disponíveis);
- Poderá servir para a obtenção de acordo entre as partes, discussão de uma excepção ou
do pedido ou para preparação da base instrutória;
- As formalidades da audiência estão tipificadas no art. 509, sendo obrigatório a tentativa
de conciliação).
- Ocorrendo a tentativa de conciliação esta constará em acta e será homologada por
sentença (300, 4 );

Obs: se as partes pretenderem conciliar-se não necessitam de o fazer em audiência de


conciliação – 293, 2.
Despacho para Audiência Preparatória
República de Angola
Tribunal de Comarca do Lubango
Sala do Cível e Administrativo
Processo n⁰ 0055⁄2022 - A
--------Despacho--------
Atento a factualidade alegadas pelas partes e a natureza dos presentes autos,
consideramos pertinente o cumprimento do disposto no art. 508.⁰ CPC.
Por conseguinte, designo o dia 17 de Junho de 2022, às 9h, para Audiência preliminar nos
termos e para os fins constantes do art. 509 .⁰ n ⁰ 1 e 2 CPC.

Notifique e dê cópia
Lubango aos 25 de Maio de 2022
O juiz de direito
2 – Despacho saneador
• Como a própria designação indicia, o despacho saneador visa limpar o processo, ou seja, verificar a
existência de alguma impureza, alguma situação que impeça a prolação de decisão sobre o mérito da
causa.
• Os seus fins constam do art. 510; são os seguintes:
a) Conhecer, pela ordem designada no art. 288, as exceções dilatórias e nulidades;
• significa que o juiz não deve deixar para a sentença final o conhecimento das exceções ou das
nulidades, tendo de conhecer de umas e outras no despacho saneador, salvo se o estado do processo
impossibilitar o juiz do seu conhecimento, caso em que terá que justificar a sua abstenção (510, 2);
• O juiz deve dizer, assim, as mais das vezes (caso não se verifique nenhuma exceção), que o tribunal é
competente, as partes gozam de personalidade e capacidade judiciária e são legítimas, e não há
exceções nem nulidades a apreciar (é aquilo a que se chama saneador tabelar). 295.
• As nulidades são, além de outras, as seguintes: ineptidão da P.I. (193), falta de citação (195),
nulidade da citação (198), Erro na forma do processo (199), falta de vista ou exame ao M⁰ P⁰ (200)
b) Decidir sobre as excepções peremptórias;
c) Conhecer o Pedido, se o processo contiver já todos os elementos para uma decisão
conscienciosa;
• Nesse caso estaremos diante de um Despacho Saneador Sentença – 510, 4
Especificação e Questionário
• Quando o Despacho Saneador não põe fim ao processo, o
juiz deve definir os elementos essenciais da causa;
• Faz isso delimitando ou seleccionando os factos essências e
relevantes para a causa e separando os já provados na
especificação e os não provados no Questionário – 511;
• Factos Relevantes serão aqueles que poderão conduzir a
Procedência ou improcedência do pedido do A. – 511
• A especificação, o Questionário e o Despacho Saneador
constam de um único Despacho (Despacho Saneador em
Sentido amplo);
• O questionário é de suma importância porque vai fixar toda a base
instrutória – 513 – 653, 2 – 638, 1;
• Quanto aos seus requisitos:
1 - Na especificação e no Questionário constam apenas factos ( e não
matéria de direito, salvo aquelas que já constem do léxico dos
cidadãos), que tenham sido alegados pelas partes, salvo as devidas
excepções (Pr. do dispositivo) e essenciais ou relevantes;
Exemplificando, não se pode quesitar se determinado contrato é um
contrato de arrendamento ou outro tipo de contrato.
2 – em termos formais, devem obedecer as seguintes regras:
a) Cada quesito ou alínea deve conter um único facto;
b)Os quesitos devem ser formulados de forma tal, que o tribunal possa
responder com precisão e simplicidade, por um sim ou por um não;
c) Não devem desdobrar-se as questões ou pontos em alíneas (deve
antes formular-se vários quesitos, um por cada questão);
d) Devem dispor-se os quesitos por ordem cronológica e não por ordem
dos articulados apresentados, por forma a melhor se compreender a
questão;
e) Não se devem formular quesitos na negativa, exceto se foram factos
constitutivos do direito invocado.
f) O questionário é feito mediante numeração de quesitos e a
especificação por alíneas;
Impugnação do Despacho Saneador, Reclamação e
Questionário
• Do Despacho saneador recorre-se, no prazo geral de 8
dias, mediante um Recurso de Agravo ou de Apelação
– 510, 5, 691;
• Da Especificação e Questionário Reclama-se, no prazo
de 5 dias (511, 2) e da decisão sobre esta cabe
Recurso de Agravo (511, 4);
Despacho Saneador - Modelo
República de Angola
Tribunal de Comarca do Lubango
Sala do Cível e Administrativo
Processo n⁰ 0055⁄2022 - A
--------Despacho Saneador--------
***
Atenta a simplicidade da causa e ao abrigo do disposto no art. 508 CPC, dispensa-se a
realização da audiência preliminar.
***
O tribunal é competente.
Não existem nulidades susceptíveis de invalidar todo o processo
As partes são dotadas de personalidade e capacidade judiciárias e são legítimas.
Inexistem quaisquer outras nulidades, excepções, questões prévias ou incidentais de
que cumpra conhecer e que obstem ao conhecimento do mérito da causa.
***
Factos Assentes:
A
O Exequente é dono e legítimo possuidor de um cheque com o n⁰ 1234567889, no valor de AOA 5.000.000,00,
junto a fls. 5 dos autos principais.
B
O referido cheque foi devolvido com a menção “insuficiência de saldo”.
C
Tal cheque foi entregue sem data.

***
Factos Controvertidos:
1
Entre ambas as partes foi acordado que a data do cheque seria aposta pelo embargado caso o embargante não
pagasse a dívida até Dezembro de 2020?
2
Tal plano foi cumprido ?
3
A embargante pediu ao embargado a devolução do cheque aqui em causa, tendo o mesmo referido que o havia
localizado?

Lubango aos 25 de Maio de 202


Notifique e dê cópias
O Juiz de Direito
FASE DA INSTRUÇÃO
• Art. 512: “Fixado o questionário, a secretaria, independemente de
despacho, notificará as partes para apresentarem o rol de testemunhas e
requererem quaisquer outras provas”.
• As partes podem (e devem, por segurança) indicar as provas logo nos
articulados (indicam então a prova dos factos que alegam), porém, a fase
mais adequada é após a prolação do questionário;
• O rol é feito nos termos do art. 619 e, salvo a possibilidade prevista no ar.
629, não pode ser alterado;
• Objecto da instrução: Provas, as quais, por sua vez, incidem sobre factos
constantes do quesionário – 513;
• As Provas visam a demonstração da realidade dos factos alegados e a
formação da convição do juiz (art. 341 C.C. e 655);
• O conjunto de normas que regulam as provas constituem o
Direito Probatório, o qual subdivide-se em Formal e Material;
• Direito Probatório Material: estuda o ónus da prova os Meios
de Prova e seu valor ou graduação (está regulado no Código
Civil); O Direito Probatório Formal o modo como as provas
admitidas por aquele serão apresentadas e produzidas em
juízo (está regulado no Código de Processo Civil);
• Valor das Provas: Prova Livre e prova legal ou tarifada
(bastantes (346 C.C), plena (simples e qualificada - 347) e
pleníssima);
Rol de Testemunhas - Modelo
AO
MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA SALA
DA FAMÍLIA, SUCESSÕES E MENORES DO
TRIBUNAL DE COMARCA DO LUBANGO
= LUBANGO =
Processo n⁰ 044/2022
2 Seccão

Domingos Joaquim Chipoke, melhor identificado nos autos à margem referenciados, vem, ao
abrigo do disposto no art. 512.⁰ CPC,
Apresentar a seguinte prova:
I
Rol de testemunhas:

1 – Manuel Joaquim, casado, empresário, residente no bairro Comercial.

2 – António Manuel, solteiro, estudante, residente no bairro Comercial.


II
Requerer a notificação de Armando Holongo, casado, Professor, residente no
bairro Santo António, possuidor de uma confissão de dívida firmada pelo R. neste
processo, Luis Vaz Catala, em 10 de Novembro de 2019, para que faça a entrega
da mesma na secretaria deste tribunal, dentro do prazo que venha a ser fixado.
Com o mencionado documento pretende-se provar o alegado nos artigos 10⁰, 11 ⁰
e 12⁰ do petitório.

Junta: Duplicado legal e documentos

E.D.
O Advogado,
__________________________________
DOMINGOS CHIPOKE
Cédula Profissional N.° 2.797
Meios de Prova
•As presunções (art. 349 C.C. );
•Confissão (art. 352 C.C. e 552)
•Os documentos (art. 362 C.C. e 523);
•Prova pericial (art. 388 C.C. e 568)
•A inspeção judicial (390 C.C. e 612)
•As testemunhas (art. 392 C.C. e 616);
Fase de Julgamento
- da matéria de facto (debate judiciário), feita pelos
mandatários judiciais de forma oral na audiência final – Discussão
652, 2 e) e 5;
- da matéria de direito (alegações); é escrita (salvo se as
partes convencionarem que seja oral) – 657;

-da matéria de facto – Tr. Colectivo/Singular –


Julgamento Acórdão/Despacho – 653, 2 e 3
- da matéria de direito – Juiz da causa na sentença – 659,2
• A decisão há-de declarar quais os factos que o tribunal julga provados
e quais os que considera não provados e especificar, quanto aqueles, os
fundamentos que foram decisivos para a convicção do julgador.
• O acórdão reveste a forma de meras respostas às perguntas que
constituem os quesitos, sob a forma clássica de provado, não provado,
ou provado apenas que…
• Elaborado o Acórdão/Despacho este é lido e submetido a exame para
reclamação (por deficiência, obscuridade ou contradição das respostas
ou falta de fundamentação) – 653, 4
• Esta fase ocorre quase toda ela em sede da Audiência Final, a qual é
designada pelo Juiz logo após o término da fase de instrução - 647
Formalidades da Audiência Final – 651 a 653
• Chamada das pessoas convocadas e Abertura –
• Adiamento (651, 1)/ realização da discussão (de facto) da causa – 652,
1;
• Apresentação da lide pelas partes (facultativo) – 652, 2;
• Produção de Prova – 652, 3;
• Discussão da matéria de facto – 652, 3 e;
• Julgamento da Matéria de facto (elaboração do Ac/Despacho)– 653, 1
• Exame e Reclamações – 653, 4;
• Discussão da matéria de direito – 657.
Fase da Sentença
• Julgada a matéria de facto e concluída a discussão do aspeto jurídico da
questão, o juiz singular profere a sentença final, na qual decide a causa, no
prazo de quinze dias desde a conclusão do processo a si – 658, 2;
• Noção: Nos termos do art. 156º, nº 2, diz-se sentença o acto pelo qual o juiz
decide a causa principal ou algum incidente que apresente a estrutura de
uma causa;
• Tipos: sentença de forma ⁄ mérito
• Estrutura: Relatório (Questões a Resolver), Fundamentos (de facto e de
direito - 158) e decisão (157);
• Efeitos: Caso Julgado (material- 671 e Formal – 672)
• Vícios: de forma (erro de procedimento), de conteúdo (erro de julgamento) e
de essência (falta de um dos elementos essenciais – Partes, Objecto e Juiz);
os quais poderão reconduzir-se à nulidade, anulabilidade e inexistência;
• Reforma da Sentença: Recursos, Reclamação e Embargo;

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