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Superior Tribunal de Justiça

AgRg na RECLAMAÇÃO Nº 15.274 - MS (2013/0382601-9)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI


AGRAVANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A
ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO
GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. CONSTRUÇÃO
DE REDE ELÉTRICA. AÇÃO OBJETIVANDO A
RESTITUIÇÃO DE VALORES. ACÓRDÃO PROLATADO POR
TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL. RESOLUÇÃO
N. 12/2009. INEXISTÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM
PRECEDENTE DESTA CORTE JULGADO SOB O RITO DOS
RECURSOS REPETITIVOS.
1.- A expressão "jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça"
constante no art. 1º da Resolução nº 12, deve ser interpretada em
sentido estrito, admitindo-se como tal, apenas o entendimento
absolutamente consolidado no âmbito desta Egrégia Corte, no que se
refere à aplicação da lei, ou seja, apenas quando este Tribunal já tenha
editado Súmula a respeito da matéria de direito material controvertida
ou proferido julgamento de Recurso Especial representativo da
controvérsia sobre a questão, pelo rito dos Recursos Especiais
Repetitivos (CPC, art. 543-C, com a redação da Lei 11.672, de
8.5.2008). (Rcl 3.812/ES, Relª. Minª. NANCY ANDRIGHI,
SEGUNDA SEÇÃO, DJe 12.12.12).
2.- No caso, cinge-se a controvérsia a examinar se a conclusão do
Acórdão da Turma Recursal Estadual, ao aplicar a prescrição do art.
205 do CC/2002 (10 anos) em ação de restituição de valores pagos
na edificação de redes elétricas rurais, estaria em dissonância com a
jurisprudência deste Tribunal, consolidada no julgamento, pela
Segunda Seção, do REsp 1.249.321/RS, Rel. Min. LUIS FELIPE
SALOMÃO, DJe 16.4.13, submetido ao rito dos recursos repetitivos.
3.- O precedente colacionado não guarda similitude fática com a
situação em análise, já que nele decidiu-se acerca do prazo para a
restituição de dívida líquida constante de instrumento público ou
particular, no qual a concessionária se obrigou a restituir ao
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consumidor as quantias investidas pelo seu valor histórico, motivo pelo
qual se aplicou o prazo prescricional de 5 anos, previsto no art. 206, §
5º, I, do CC/2002, ao passo que, no caso vertente, a Turma Recursal
reconheceu como direito pessoal a obrigação, por ser originária de
contrato de doação, fixando o prazo decenal estabelecido no art. 205
do referido diploma legal, o que inviabiliza o conhecimento da
Reclamação.
4.- Agravo Regimental improvido.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.
Ministros Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos
Ferreira, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Buzzi, Nancy Andrighi e João Otávio de
Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 26 de fevereiro de 2014(Data do Julgamento)

Ministro SIDNEI BENETI


Relator

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AgRg na RECLAMAÇÃO Nº 15.274 - MS (2013/0382601-9)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI


AGRAVANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A
ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO
GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI(Relator):


1.- EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A
ENERSUL interpõe Agravo Regimental contra a decisão de fls. 250/254 (e-STJ), que não
conheceu da Reclamação, julgando extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC, art.
267, VI, c/c arts. 34, XVIII, do RISTJ), ao entendimento de que a Reclamação tem como
pressuposto que o Acórdão proferido pelo Colégio Recursal contrarie a jurisprudência firmada
pelo STJ em precedente exarado no julgamento de Recurso Especial submetido ao rito dos
recursos repetitivos, o que não restou demonstrado, na hipótese, uma vez que o REsp
1.249.321-RS, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 16.4.13, teve como objeto o
descumprimento de contrato em que constava cláusula de devolução de valores depois de
transcorrido determinando tempo, em geral por meio do denominado "Convênio de
Devolução", ao passo que o contrato em discussão nos presentes autos envolve termo de
doação, sob exigência da concessionária no sentido de que o usuário graciosamente entregaria
à reclamante toda a rede particular construída, não havendo, portanto, similitude entre os casos
cotejados.

2.- Alega a agravante que a matéria debatida nos autos do REsp n.


1.249.321/RS, consoante se comprova do exame de seu acórdão se restringe à
COBRANÇA DOS VALORES APORTADOS PARA A CONSTRUÇÃO DE REDE DE
ELETRIFICAÇÃO RURAL, o que comprova que a matéria debatida nos presentes autos

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é idêntica à matéria debatida naquele REsp n. 1.249.321/RS.

Assim, comprovou a ora Agravante que a decisão proferida pela Eg. 2ª


Turma Recursal, em voto da lavra do Exmo. Sr. Dr. Juiz Ricardo Gomes Façanha,
contraria expressamente e frontalmente o entendimento desse C. STJ, proferido nos
autos do citado REsp n. 1.249.321/RS, quando entendeu que, no bojo de uma ação de
restituição de valores envolvendo a construção de rede de energia elétrica o prazo
prescricional é o do art. 205, do CCB, isto é, de 10 anos, enquanto esta Eg. Corte
Superior ao julgar o referido REsp n. 1.249.321/RS, submetido ao regime de recurso
repetitivo, entendeu que quando a matéria debatida nos autos se prende a Rede de
Eletrificação Rural - Cobrança dos Valores Aportados, para os efeitos do art. 543-C do
CPC, prescreve em 20 (vinte) anos, na vigência do Código Civil de 1916 e em e (três)
anos, na vigência do Código Civil de 2002, a pretensão de cobrança dos valores
aportados para a construção para a construção de rede de eletrificação rural. (e-STJ fls.
266) (...).

Assim, se a pretensão do usuário surgiu no momento da assinatura do


contrato de obra, isto é, em 11 de fevereiro de 2002, o prazo prescricional iniciou-se em
11 de janeiro de 2003, consumando-se ou em 11 de janeiro de 2008 (se entendido os 5
anos) ou em 11 de janeiro de 2006 (se entendido os 3 anos), porquanto quando da
entrada em vigor do novo código não havia decorrido metade do prazo previsto no
Código anterior.

Se a ação foi ajuizada em 14 de junho de 2012, a pretensão deduzida na


mesma foi alcançada indubitavelmente pela prescrição. (e-STJ fls. 267)

É o relatório.

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VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO SIDNEI BENETI(Relator):


3.- A decisão agravada, ao não conhecer da presente Reclamação, julgando
extinto o processo sem julgamento do mérito, o fez pelos seguintes fundamentos (e-STJ fls.
250/254):

1.- EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A


ENERSUL apresentou Reclamação contra Acórdão da
SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO
GROSSO DO SUL, proferido nos autos da ação de obrigação de
fazer c/c restituição de valores proposta por ABSALÃO PEREIRA
DO AMARAL - ESPÓLIO, na qual objetivou o autor a nulidade do
termo de doação firmado entre as partes, com a consequente
condenação da empresa ré à obrigação de incorporar ao seu
patrimônio a rede elétrica particular por ele construída, bem
como a restituir-lhe o valor gasto na construção da referida rede,
devidamente atualizado, o que totalizaria a importância de R$
9.000,00 (nove mil reais).
2.- O recurso interposto pela ré foi improvido, à unanimidade,
pela Turma Recursal, Relator o Juiz ALUÍZIO PEREIRA DOS
SANTOS, ao entendimento de que, na hipótese, aplica-se o
dispositivo do Código Civil de 1916, art. 177, prazo prescricional
de 20 (vinte) anos, respeitada a regra de transição prevista no
artigo 2.028 do atual Código Civil (...).
Diante disso, considerando que ainda não havia transcorrido mais
da metade do prazo vintenário quando da entrada em vigor do
CC/2002, aplica-se o prazo prescricional geral, de 10 anos (CC,
art. 205) estabelecido pelo atual Código Civil. (e-STJ fls. 181/182)
3.- Apontou divergência do entendimento assentado pelo
Colegiado estadual com o REsp 1.249.321/RS, Rel. Min. LUIS
FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 16.4.13, julgado
por este Tribunal sob o rito dos recursos repetitivos (CPC, art.
543-C), no qual se decidiu que o prazo prescricional seria de 20

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(vinte) anos, independentemente do caso, se a relação entre as
partes tivesse se dado na vigência do Código Civil de 1916. Por
outro lado, tendo a relação iniciado após o advento do Código
Civil de 2002, ou, se na entrada deste não tivesse decorrido
metade do prazo prescricional vintenário, a pretensão pereceria
em 05 (cinco) anos, se houvesse previsão contratual de
ressarcimento, ou em 03 (três) anos na ausência daquela avença. (
e-STJ fls. 3)
4.- Inicialmente, foi deferida liminar determinando a suspensão do
processo, até o julgamento final da presente Reclamação (e-STJ
fls. 229/231). Solicitadas informações à autoridade judiciária
indicada, foram prestadas às fls. 242/244 (e-STJ).
5.- Instado, na pessoa do Dr. DURVAL TADEU GUIMARÃES, o
Ministério Público Federal opinou pela improcedência da
Reclamação (e-STJ fls. 246/248).
É o breve relatório.
6.- Tendo em vista a decisão proferida pelo C. Supremo Tribunal
Federal, no julgamento dos Embargos de Declaração no Recurso
Extraordinário nº 571.572-8/BA, Rel. Min. ELLEN GRACIE, a
Corte Especial deste Tribunal, apreciando Questão de Ordem
suscitada pela E. Ministra NANCY ANDRIGHI nos autos da
Reclamação 3.752/GO, reconheceu o cabimento de Reclamação
destinada a dirimir divergência entre Acórdão prolatado por
Turma Recursal Estadual e a Jurisprudência desta Corte e
determinou a elaboração de resolução que cuidasse
especificamente do processamento dessas Reclamações.
Editou-se, dessa forma, a Resolução nº 12/09-STJ, publicada em
14.12.2009, justificando o cabimento da Reclamação pela
necessidade de manter a coerência na interpretação da legislação
infraconstitucional, ante a ausência de uma Turma de
Uniformização de Jurisprudência no âmbito dos Juizados
Especiais Estaduais.
Ressalte-se, ainda, que a Reclamação prevista na Resolução nº
12/2009 do STJ é assemelhada ao pedido de uniformização de
interpretação de lei previsto no art. 14 da Lei 10.259/2001 para os
Juizados Especiais Federais e nos arts. 18 e 19 da Lei 12.153/2009
para os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
Assim, a C. Segunda Seção deste Tribunal, no julgamento da
Reclamação n. 3.812/ES, Relª. p/ Ac. Minª. NANCY ANDRIGHI,
DJe 12.12.12, firmou o entendimento no sentido de que a
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expressão "jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça"
constante no art. 1º da Resolução nº 12, deve ser interpretada em
sentido estrito, admitindo-se como tal, apenas o entendimento
absolutamente consolidado no âmbito desta Egrégia Corte, no que
se refere à aplicação da lei, ou seja, apenas quando este Tribunal
já tenha editado Súmula a respeito da matéria de direito material
controvertida ou proferido julgamento de Recurso Especial
representativo da controvérsia sobre a questão, pelo rito dos
Recursos Especiais Repetitivos (CPC, art. 543-C, com a redação
da Lei 11.672, de 8.5.2008).
7.- No caso dos autos, cinge-se a controvérsia a examinar se a
conclusão do Acórdão da Turma Recursal Estadual, ao aplicar a
prescrição do art. 205 do novo Código Civil em ação de
restituição de valores pagos na edificação de redes elétricas
rurais, estaria em dissonância com a jurisprudência consolidada
deste Tribunal.
De fato, a Segunda Seção, no julgamento do REsp 1.249.321/RS,
Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 16.4.13, submetido ao
rito dos recursos repetitivos, firmou entendimento no sentido de
que, se a restituição dos valores despendidos pelo proprietário
rural na construção da rede elétrica estiver prevista
contratualmente, em geral por meio do denominado "Convênio de
Devolução", a prescrição ocorre em 5 anos, na vigência do
Código Civil atual (art. 205, § 5º, I), ou em 20 anos, na vigência
do Código anterior. Isso por se tratar de dívida líquida e certa
prevista em instrumento particular.
Assentou-se também que, existindo termo contratual, geralmente
nominado "Termo de Contribuição", vedando a devolução dos
valores despendidos pelo proprietário na construção da rede, a
prescrição ocorre em 3 anos na vigência do atual Código Civil, ou
em 20 anos na vigência do Código anterior, por se tratar de
pretensão fundada na vedação de enriquecimento sem causa.
8.- Na hipótese, não há previsão de que os valores pagos pelo
interessado deveriam ser restituídos pela empresa de energia. Ao
contrário, consta da sentença ter sido celebrado um termo de
doação sob exigência da concessionária no sentido de que o
usuário graciosamente entregaria à reclamante toda a rede
particular construída. (e-STJ fls. 121)
Infere-se, desse modo, que o precedente colacionado não guarda
similitude fática com a situação em análise, já que nele decidiu-se
acerca do prazo para a restituição de dívida líquida constante de
instrumento público ou particular, pelo qual a concessionária se
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obrigaria a restituir ao consumidor as quantias investidas pelo seu
valor histórico, motivo pelo qual se aplicou o art. 206, § 5º, inciso
I, do Código Civil de 2002.
No caso vertente, todavia, a situação fática é outra,
completamente distinta. A Turma Recursal reconheceu como
direito pessoal a obrigação, por ser originária de contrato de
doação, fixando o prazo decenal estabelecido no art. 205 do
Código Civil. Por sua vez, o precedente tido por afrontado se
refere à regra prescricional para a cobrança de dívida líquida
firmada em instrumento particular.
Desse modo, sendo certa a ausência de similitude fática entre o
Acórdão reclamado e o Aresto paradigma apontado, resta
inviabilizado o exame da Reclamação apresentada. Isso porque,
no caso em exame, a questão jurídica objeto do inconformismo
sequer foi apreciada pelo Colégio Recursal, conforme restou
consignado na decisão proferida pelo E. Min. PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, no julgamento da Rcl 10.932/SP, DJe 7.5.13, a
corroborar a presente conclusão:

(...) Bem se vê que, no referido recurso paradigma,


apreciou-se hipótese em que a demanda tinha como objeto o
descumprimento de contrato juntado aos respectivos autos,
no qual constava cláusula de devolução de valores após o
decurso de determinado lapso de tempo. Nesse contexto,
estabeleceu-se tese relacionada ao prazo prescricional para
ações de cobrança de valores adiantados para a construção
de rede de eletrificação rural, pressupondo-se, como visto, a
existência de contrato do qual conste a obrigação de
restituição. No caso dos autos, verifica-se que o acórdão
reclamado concluiu pela aplicação da prescrição decenal,
afirmando ser o caso de ação de cobrança fundada em
direito pessoal, não se discutindo qualquer obrigação
constante de instrumento público ou particular.
Com efeito, o art. 206, § 5º, I, do Código Civil, fundamento
do acórdão proferido pela 2ª Seção no julgamento do REsp
1.063.661/RS, se refere a regra prescricional para a
cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular, o que não é o caso dos autos.
Por fim, destaco que este Tribunal manifestou-se
recentemente pela negativa de seguimento a reclamações
interpostas em casos em tudo semelhantes ao dos presentes

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autos (v.g., Rcl 11.937/MS, Min. Maria Isabel Gallotti; Rcl
9.952/MS, Min. João Otávio de Noronha; Rcl 11.006/MS,
Min. Maria Isabel Gallotti; Rcl 9.272/MS, Min. Raul
Araújo)".

9.- Ante o exposto, não se conhece da Reclamação, e julga-se


extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC, art. 267, VI,
cc arts. 34, XVIII, do RISTJ).

4.- Embora evidente o esforço da agravante, não trouxe nenhum argumento


capaz de modificar a conclusão do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos.

5.- Ante o exposto, nega-se provimento ao Agravo Regimental.

Ministro SIDNEI BENETI


Relator

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA SEÇÃO

AgRg na
Número Registro: 2013/0382601-9 PROCESSO ELETRÔNICO Rcl 15.274 / MS

Números Origem: 08003461320128120036 8003461320128120036

EM MESA JULGADO: 26/02/2014

Relator
Exmo. Sr. Ministro SIDNEI BENETI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. WASHINGTON BOLIVAR DE BRITO JUNIOR
Secretária
Bela. ANA ELISA DE ALMEIDA KIRJNER

AUTUAÇÃO
RECLAMANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Prestação de Serviços

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : EMPRESA ENERGÉTICA DE MATO GROSSO DO SUL S/A ENERSUL
ADVOGADO : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)
RECLAMADO : SEGUNDA TURMA RECURSAL MISTA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
E CRIMINAIS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
INTERES. : ABSALÃO PEREIRA DO AMARAL - ESPÓLIO
REPR. POR : ALDA MARIA CARVALHO DO AMARAL
ADVOGADO : RAFAELA CRISTINA ASSIS AMORIM

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Seção, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Maria Isabel Gallotti,
Antonio Carlos Ferreira, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Buzzi, Nancy Andrighi e João Otávio
de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.
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