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Psicologia jurídica sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública Para que a adoção seja possível e concretizada, deverá

Delinquente x transtornos de personalidade como na privada. atender aos seguintes requisitos:


CID-10. Transtorno de personalidade: É uma perturbação O adotando deve possuir no máximo 18 anos de idade,
grave da constituição caracterológica e de tendências SVS - 2005 - Qualquer conduta, ativa ou passiva, seja de exceção feita se ele estiver sob a guarda ou tutela dos
comportamentais do indivíduo não diretamente discriminação, agressão ou coerção, podendo ser adotantes. Os 18 anos são medidos da data em que for
imputável a uma doença, lesão ou uma afecção cerebral motivada pela vítima se tratar de mulher, ocasionando distribuída a ação, ou seja, deve ter até 18 anos na data
ou a um outro transtorno psiquiátrico e que usualmente danos a ela, seja por sofrimento físico, psicológico ou de distribuição;
envolve várias áreas da personalidade. morte, constrangimento ou limitação.
Características:
◆ Não possui maneira absolutamente normal de viver.; Lei Maria da Penha 11.430/2006 A adoção irá atribuir a condição de filho ao adotado, com
◆ Problemas comportamentais; Violência de gênero - violência contra a mulher os mesmos direitos, desligando-se de qualquer vínculo
◆ Frio; Violência familiar - vínculo familiar biológico, exceção feita quando se invoca um
◆ Não possui culpa; Violência doméstica - domicílio da vítima impedimento matrimonial;
◆ Agressividade; Art. 5º e 6º da lei O conjugue pode adotar o filho do outro, criando a
◆ Explosões temperamentais; Violência coletiva *política e econômica filiação de forma ampla, em relação ao parentesco;
Formas de violência contra a mulher O direito sucessório entre adotante e adotado é
Delinquência: comportamento resultante em recíproco, na forma estabelecida para a filiação biológica;
consequência do fracasso dos controles pessoais e sociais Violência sexual O adotante tem que possuir 18 anos de idade no
a que estão associadas penalidades legais. Violência patrimonial mínimo, independentemente do seu estado civil;
Violência física É possível ocorrer à chamada adoção conjunta (duas
Classificação: Violência moral pessoas, ao mesmo tempo, adotando uma criança),
1) Transtorno da personalidade paranóide Calúnia - imputação de crime a alguém exigindo-se para tanto que eles sejam casados no civil ou
Se desenvolve com o abuso de droga, sempre acha que os Difamação - ofensa a reputação vivam em união estável;
outros estão querendo fazer algo contra ele. Super Injúria - ofensa a dignidade ou decoro É necessário existir uma diferença entre o adotante e o
valorização de si mesmo. Tem uma grande dificuldade de Art. 138, 139 e 140 CP adotado, em relação a sua idade, pois o primeiro tem que
considerar o outro. Violência psicológica ser mais velho que o segundo em 16 anos;
2) Transtorno da personalidade esquizóide [21h20 08/05/2017] Maximiliano Bif: Uxoricídio - matar a Os divorciados, os separados e os ex-companheiros
É um padrão de distanciamento dos relacionamentos companheira podem adotar na forma conjunta, desde que exista
sociais, caracterizado pela frieza emocional, afetividade Casamento, fases: acordo sobre a guarda e direito de visita, bem como,
distanciada, capacidade limitada para expressar os Apaixonamento tenha ocorrido o estágio de convivência na constância da
sentimentos, preferência por atividades solitárias. Desidealização convivência;
Conhecidos como excêntricos ou esquisitos. Dependência madura x reprovação (relação ambivalente) Adoção só será deferida após manifestação da vontade
3) Transtorno da personalidade esquizotípica Ódio - repulsa por uma terceira pessoa, desejo de causar do adotante, mesmo que faleça antes da sentença (o juiz
É um padrão de desconforto agudo relacionada a dano. entende que mesmo morto, houve a manifestação de
relacionamentos íntimos. Amor - atração, gerando o desejo de fazer o bem ao ser vontade, e dará prosseguimento a ação e, caso seja
4) Transtorno da personalidade antissocial amado. julgada procedente, o adotado se tornará herdeiro);
É caracterizado pela desconsideração dos direitos dos Amor e ódio - Energias de sucessivas acumulações A ação depende de existir a manifestação de vontade
outros. São considerados mentirosos, enganador, afetivas. dos pais para a sua procedência, sendo dispensado se os
impulsivo, sempre procurando obter vantagens ante os pais não forem conhecidos ou estiverem destituídos de
outros. Características do uxoricida: poder familiar (se os pais biológicos forem conhecidos,
5) Transtorno da personalidade Bordeline Possessivo, inseguro, vaidoso, ciumento. serão intimados e intuirão ao juiz se há vontade de
É o mais estudado dos padrões. O que caracteriza é a conceder a adoção; se forem desconhecidos, há perda do
instabilidade dos relacionamentos interpessoais. Análise do uxoricídio: poder familiar);
Impulsivo, e apresenta indiferença e insensibilidade O adotando somente se manifesta se possuir 12 anos
perante os sentimentos dos outros. Atitude persistente Categoria 1 - Negação da realidade ou mais;
de irresponsabilidade e desprezo por normas, regras, Categoria 2 - Projeção Toda adoção será precedida pelo ato processual
obrigações. São capazes de cometer crimes cruéis. Categoria 3 - Narcisismo denominado “estágio de convivência”. Esse estágio não
6) Transtorno da personalidade histriônica Categoria 4 - O ato em si tem prazo fixado em lei, variando de caso a caso, na
Padrão de excessiva emotividade e busca atenção. Categoria 5 - Amar é ser fiel exigência do juiz da ação;
Caracterização pela dramatização, teatralidade, Categoria 6 - Amor patológico. É possível ocorrer a dispensa do estágio, nas seguintes
expressão exagerada de emoções. Encontra-se uma breve síntese dos procedimentos para hipóteses: a) os adotantes exercerem a tutela do menor;
7) Transtorno da personalidade narcisista adoção diante da legislação brasileira. b) os autores exercerem a guarda lega do menor;
Padrão de excessiva emotividade e busca de atenção. I. Introdução Toda adoção é irrevogável, podendo a sentença
8) Transtorno da personalidade esquiva A primeira adoção conhecida pelos romanos era chamada modificar o prenome do adotando (se houver pedido). O
É um padrão de inibição social. Sentimentos de de “ad-rogação”. Para os romanos, a adoção não era sobrenome do adotado será automaticamente o do
inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas. apenas de uma pessoa, mas sim da família, ou seja, a adotante;
9) Transtorno da personalidade dependente adoção era do grupo (esposa, filhos, escravos, animais Os efeitos da sentença começam com o trânsito em
É um padrão de comportamento submisso e aderente etc.). Além disso, a “ad-rogação” ocorria em público, julgado da sentença constitutiva (toda sentença de
relacionado a uma necessidade excessiva de proteção e mediante autorização da sociedade, isto é, o juiz não adoção é constitutiva de direito porque cria direito para o
cuidados. Também possui dificuldade de tomar decisões. decidia, apenas concluía o que a sociedade queria. adotado e o adotante), exceção feita para o caso de óbito
10) Transtorno da personalidade obsessivo-compulsivo Com o passar dos anos, surgiu a adoção que conhecemos do adotante pois retroage àquela data.
É um padrão de preocupação, organização, até os dias de hoje: uma pessoa adotando outra. V. Estágio Probatório
perfeccionismo e controle No Brasil, a adoção passou a ser regulamentada a partir Nos termos do artigo 46 do ECA (Estatuto da Criança e do
de 1916. Porém, naquela época só era permitida a Adolescente), a adoção deverá ser precedida de estágio
Código penal, se alguém por ação ou omissão comete adoção de maiores que, curiosa e estranhamente foi de convivência, ou seja, o juiz deverá fixar um prazo a fim
crime ou contravenção imposta porque a sociedade não admitia que a mulher da adaptação do adotando com sua nova família, bem
“desquitada” fosse morar com um novo companheiro. como para que se consolide as vontades do adotante e
Toda a pessoa que for maior ela pode ser imputável Na tentativa de resolver os problemas sociais, adotado.
(pode ser responsabilizada) “concubinato”, o legislador determinou que a mulher
Exclusão de ilicitude, adotasse o novo companheiro e a sociedade então,
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: passou a aceitar a desquitada viver com o concubino. Essa O juiz poderá dispensar o estágio, conforme dispõe o
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ideia perdurou de 1916 a 2002. Além disso, o legislador artigo 46, parágrafo 1 º do ECA (Estatuto da Criança e do
I - Em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, fez a seguinte divisão com relação a adoção: a adoção dos Adolescente), quando o adotando tiver idade inferior a
de 11.7.1984) maiores ficava a cargo do Código Civil e a adoção dos um ano, ou quando já estiver na companhia do adotante
II - Em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de menores ficava a cargo do ECA (Estatuto da Criança e do durante tempo suficiente para se avaliar a possibilidade
11.7.1984) Adolescente). da constituição do vínculo, independentemente de sua
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no Ocorreu então à revogação do Código Civil de 1916 e, em idade.
exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 2002, ficou regulamentada no Código Civil a adoção dos VI. Irrevogabilidade
11.7.1984) menores e maiores. No entanto, em 2009, houve nova Conforme prevê o artigo 48 do ECA (Estatuo da Criança e
revogação que alterou o Código Civil de 2002 e do Adolescente), a adoção é irrevogável, ainda que os
determinou que a adoção fosse, a partir de então, adotantes venham a ter filhos naturais, tendo em vista
Lícito regulamentada pelo ECA (Estatuto da Criança e do que o adotado está equiparado a estes, possuindo os
Adjetivo substantivo masculino Adolescente). mesmos direitos, inclusive os sucessórios (artigo 41 do
1.que ou o que é justo ou permitido. II. Conceito ECA). Cumpre salientar que a morte dos adotantes não
2.jur que ou o que é conforme à lei, aos princípios do A adoção é um ato jurídico solene pelo qual se estabelece restabelece o pátrio poder dos pais biológicos (artigo 49
direito. um vínculo de paternidade e filiação entre o (s) adotante do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente).
[19h38 08/05/2017] Maximiliano Bif: Psicologia jurídica (s) e adotado, independentemente de qualquer relação VII. Competência
Violência doméstica natural ou biológica de ambos. É conhecida como uma A competência para julgar os pedidos de adoção será
Violência - ato violento, uso da força para causar dano. filiação civil, necessitando de um desejo do adotante em estabelecida conforme a idade do adotando. Em sendo
Destruição do outro. trazer para sua família, na condição de filho, alguém que menor de dezoito anos, a competência será o do Juízo da
Categorias: lhe é estranho. Infância e da Juventude, seguindo-se o procedimento
Violência interpessoal III. Finalidade indicado pela Lei 8069/90. Porém caso o adotando seja
Violência dirigida Duas são a finalidade principais, extraídas com a criação maior de dezoito anos, a competência será do Juízo da
Violência coletiva da adoção: Vara de Família, que deverá examinar se foram
Dar filhos a quem não pode tê-los biologicamente e, preenchidos todos os requisitos legais. Em ambos os
Violência de gênero Dar pais aos desamparados, a fim de lhes trazerem casos, a adoção será feita mediante processo judicial,
OEA - 1994 - Qualquer ato ou conduta baseado no melhores condições sociais. sempre com a intervenção do Ministério Público.
gênero, que cause a morte, dano ou sofrimento físico, IV. Requisitos VIII. Sentença e seus efeitos
A sentença que concede a adoção é de natureza
constitutiva, e somente produzirá efeitos a partir de seu
trânsito em julgado (efeito ex nunc) e consequente
averbação no Cartório de Registro Civil (artigo 10, III do
Código Civil), salvo na hipótese de falecimento do
adotante durante o trâmite da ação, caso em que os
efeitos serão produzidos a partir de seu óbito (efeitos ex
tunc), adoção esta denominada “adoção póstuma”.
IX. Reconhecimento dos pais biológicos
Destaca-se que o filho adotado, na hipótese de
desconhecer seus pais biológicos, poderá ingressar com
ação de investigação de paternidade, porém não ensejará
ruptura da filiação
X. A adoção por estrangeiro
O artigo 1629 Código Civil deixou a cargo de lei especial
para que esta estabeleça os casos e condições para
adoção por estrangeiro e, diante da inexistência de
criação de referida lei, após o advento do novo Código
Civil, há que se observar as regras disciplinadas pelo ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), uma vez que é o
único dispositivo legal que trata da adoção por
estrangeiro.
A adoção por estrangeiro, ou conforme Caio Mário da
Silva Pereira¹, adoção internacional para ser concretizada
deverá preencher requisitos previstos na Lei
12.010/2009, que revogou aos artigos do Código Civil
referente à adoção e deu nova redação aos artigos do
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). São eles:
a) impossibilidade de adoção por procuração;

b) estágio de convivência, a ser cumprido no Brasil, caso o


adotante seja residente ou domiciliado fora do país, de
quinze dias, no mínimo, se o adotando for criança de até
dois anos de idade e de trinta dias, no mínimo, se tiver
mais de dois anos de idade;
c) comprovação por documento expedido pela
autoridade competente do seu domicílio de que está
habilitado à adoção, conforme as leis de seu país;
d) apresentar estudo psicossocial elaborado por agência
especializada e credenciada no seu país de origem;
e) apresentar, no caso de determinação da autoridade
judiciária ou requerimento do Ministério Público, o texto
referente à legislação de seu país, acompanhado de prova
da respectiva vigência; todos os documentos em língua
estrangeira juntados aos autos deverão ser autenticados
pela autoridade consular, observados os tratados e
convenções internacionais, e traduzidos, por tradutor
público juramentado; permissão para saída do adotando
do país somente após a consumação da adoção.
Portanto, a adoção de pessoas brasileiras por
estrangeiras somente é possível quando houver
autorização judicial para tal, e desde que observado os
requisitos legais.
XI. Conclusão
O instituto da adoção, criado pelo Código Civil de 1916 e
complementado pelo Estatuto da Criança e Adolescente
e, sobretudo pelo atual Código Civil, é uma forma, ainda
que indireta, de satisfazer os objetivos fundamentais
contemplados pela Constituição Federal da República,
principalmente no sentido de construir uma sociedade
solidária, erradicando a pobreza e a marginalização,
reduzindo as desigualdades sociais, bem como
promovendo o bem de todos e, ainda, tutelando a
dignidade da pessoa humana.
Por fim, sendo a adoção uma forma artificial de filiação,
que imita em todos os aspectos a filiação natural, deveria
ser mais utilizada e célere em seu processamento, tendo
em vista os benefícios que traz ao adotando (culturais,
morais ou materiais), bem como os trazidos aos
adotantes, uma vez que podem ter os filhos que a
natureza inviabilizou naturalmente.

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