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Patrícia Luciana de Melo Alves

Assistente Social NASF – São Gotardo/MG


A Organização Mundial de Saúde define
violência sexual como: “qualquer ato
sexual ou tentativa do ato não desejada,
ou atos para traficar a sexualidade de
uma pessoa, utilizando repressão,
ameaças ou força física, praticados por
qualquer pessoa independente de suas
relações com a vítima, qualquer cenário,
incluindo, mas não limitado ao do lar ou
do trabalho”.
Existem quatro categorias dentro de abuso
sexual:pedofilia, estupro, assédio sexual e
exploração sexual profissional
1 – Pedofilia (CID 10 - F65 Transtornos da preferência sexua CID 10 - F65.4 Pedofilia )

A pedofilia está entre as doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre
os transtornos da preferência sexual. Pedófilos são pessoas adultas (homens e mulheres) que
têm preferência sexual por crianças – meninas ou meninos - do mesmo sexo ou de sexo
diferente, geralmente pré-púberes (que ainda não atingiram a puberdade) ou no início da
puberdade, de acordo com a OMS.
• O código penal considera crime a relação sexual ou ato libidinoso (todo ato de satisfação do
desejo, ou apetite sexual da pessoa) praticado por adulto com criança ou adolescente menor
de 14 anos. Conforme o artigo 241-B do ECA é considerado crime, inclusive, o ato de “adquirir,
possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.”
• A maioria dos pedófilos são homens, e o que facilita a atuação deles éa
dificuldade que temos para reconhecê-los, pois aparentam ser
pessoas comuns, com as quais podemos conviver socialmente sem notar
nada de anormal nas suas atitudes. Em geral têm atividades sexuais
com adultos e um comportamento social que não levanta qualquer suspeita.
Eles agem de forma sedutora para conquistar a confiança e amizade das crianças.
• Todo pedófilo deve ser acompanhado por profissionais da saúde.
2- Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
ANTES
Estupro
Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Parágrafo único.
Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Atentado violento ao pudor
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir
que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de dois a sete anos.
3 - Assédio sexual
Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, assédio significa “insistência impertinente, perseguição,
sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém”. Existem diferentes definições legais para
assédio sexual em diferentes países e jurisdições, mas a formas mais comuns de assédio sexual
incluem:
•Contar piadas com caráter obsceno e sexual
•Mostrar ou partilhar imagens ou desenhos explicitamente sexuais
•Cartas, notas, emails, chamadas telefônicas ou mensagens de natureza sexual
•Avaliar pessoas pelos seus atributos físicos
•Comentários sexuais sobre a forma de vestir ou de parecer
•Assobiar ou fazer sons inapropriados
•Fazer sons de natureza sexual ou gestos
•Ameaças diretas ou indiretas com o objetivo de ter relações sexuais
•Convidar alguém repetidamente para ter sexo ou para sair
•Chamar nomes, insultar
•Olhar de forma ofensiva
•Questões inapropriadas sobre a vida sexual de cada um
•Tocar, abraçar, beijar, cutucar ou encostar em alguém
•Seguir, controlar alguém
•Tocar alguém para outros verem
•Ataque sexual
•Molestar
•Violação
Paquera, cantada e assédio sexual são a mesma coisa?
Não. Porém a linha divisória é tênue, dependendo da cultura local, como já dito. A simples
aproximação de uma pessoa à outra, mesmo que possuam entre si uma relação de
hierarquia ou ascendência, com finalidade sexual, não constitui, por si só, o crime de assédio
sexual, tão pouco gera direito à indenização do assediado ou punição funcional do
assediador. Isso se sustenta no fato de que a manifestação de um desejo pode ter resposta
positiva ou negativa. A positiva significa a liberdade para prosseguir na abordagem, que
poderá até mesmo evoluir para um relacionamento sexual, sem que nisso esteja implícita
qualquer proposta de favorecimento ou ameaça de prejuízo. De outro lado, a abordagem,
sempre nos limites da normalidade, que recebe um não como resposta deve cessar nesse
ato, sob pena de configurar, aí sim, assédio sexual. O que diferencia o assédio sexual das
condutas de aproximação de índole afetiva é a ausência de reciprocidade, sendo ato que
causa constrangimento à vítima, que se sente ameaçada, agredida, lesada, perturbada,
ofendida. Nesse sentido, afirma-se que “a ofensa deve ser grave, ofensiva, desrespeitosa,
chula e com poder de intimidar; de causar mal-estar anormal e de colocar a vítima em
situação vexatória e diminuída ou desmoralizada perante terceiros, enfim, agredida em sua
imagem e ferida moralmente”.
A paquera ou a cantada não geram na “vítima” qualquer medo ou angústia de demissão,
prejuízo na carreira, perseguição, etc. Isso porque aquele que é paquerado ou que recebe
uma cantada pode até não se sentir confortável ou lisonjeado com a situação, mas o fato
não lhe causa perturbações maiores.
4- EXPLORAÇÃO SEXUAL PROFISSIONAL
A Exploração Sexual Profissional ocorre quando há algum tipo de envolvimento sexual (ou
intimidade) entre uma pessoa que está prestando algum serviço (de confiança e com
algum poder delegado) e um indivíduo que procurou a sua ajuda profissional.

Pode ocorrer em todos os relacionamentos profissionais nos quais haja algum tipo de
poder de um indivíduo sobre o outro (assimetria). Exemplos são relações como a do
médico-paciente, psicólogo-paciente, advogado-cliente, professor-aluno e clérigo-
paroquiano.

Cumpre salientar, que o individuo acometido de exploração sexual profissional, poderá


ingressar com reparações de danos morais e materiais perante a justiça comum.

As ações não repararão o abalo psicológico ocasionado,


nem tão pouco, tem o condão de apreçar a dignidade
humana, mas poderão custear os gastos com os
tratamentos necessários, bem como o prejuízo no ânimo
psíquico, moral e intelectual da vítima.
Dinâmicas
“Provocar essas discussões é fundamental para se ter consciência do problema e saber como enfrentá-lo. As situações
são distintas e as medidas de prevenção e enfrentamento devem ser criativas e articuladas.

1 - O facilitador começa a atividade pedindo para os participantes se dividirem em duplas. Enquanto um representava
uma pessoa, o outro representava um objeto. O objetivo desta dinâmica é de provocar a reflexão do grupo.
Enquanto a pessoa tem vida própria, pensa, pode tomar decisões, a “coisa”, por sua vez, não pode pensar, não sente,
não pode tomar decisões. Durante cinco minutos, a pessoa pode fazer o que quiser com sua “coisa”.
“Há uma tendência grande de o adulto fazer da criança um objeto. É uma relação de posse muito grande”.

2 - Manuela, uma menina de 11 anos, pede para sair com as amigas, mas sua mãe não deixa. Seu tio, que mora na
mesma casa e que representa um pai para Manuela, diz à criança que se ela o der um beijo e um abraço, ele
convenceria sua mãe a mudar de ideia. No entanto, quando a menina foi dar um beijo nele, o tio se virou e a beijou na
boca.
Convidar os participantes a discutirem se esse fato significava abuso ou não e o que fariam no lugar da mãe ao saber
da história.

- Houve consenso entre os participantes?


-A mãe deveria denunciar imediatamente o tio da menina e procurar apoio psicológico para a família?
- Deveria “fazer um escândalo” e delatar para toda a família o ocorrido?
- Deveria haver mais cautela e analisar a situação como um todo?
“Cada família é uma família. Não há uma resposta pronta. Os próprios grupos demonstraram isso. Enquanto um foi
mais racional, ou outro foi pautado pela emoção”.
.
“O pior cego é aquele que não quer ver!”

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