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Capacitação para

prevenção ao abuso
sexual infantil
Conhecer é proteger!
A sexualidade das crianças ainda é um assunto difícil para muitos pais e adultos, que não se
sentem à vontade para falar sobre o tema. Muitas vezes, isso acontece porque os adultos têm
seus próprios medos, ansiedades e inibições, associando o sexo e a sexualidade a crenças
negativas, como serem sujos, proibidos, degradantes ou representativos de dominação e
submissão, ou mesmo por constrangimento em relação ao corpo, o que acaba sendo
transmitido à criança, ainda que sutilmente.

Pais e adultos representam figuras importantes no desenvolvimento da compreensão do


mundo pela criança, eles agem como fortes exemplos que as crianças invariavelmente imitam
e copiam. Os medos e ansiedades dos adultos quanto à sexualidade, em especial, das crianças,
são demonstrados pelo pouco que se conhece e já se escreveu sobre o desenvolvimento sexual
infantil, a não ser no que se refere a mudanças corporais e hormonais. Há pouco acesso dos
pais aos estudos sobre o desenvolvimento sexual nos aspectos emocionais.
Daí, se os próprios pais encontram dificuldades para interpretar, entender e aceitar o
desenvolvimento sexual de seus filhos, a pergunta é: Que chance eles têm de desenvolver
atitudes saudáveis e confiantes quanto a esse aspecto do seu desenvolvimento?

A sexualidade infantil faz parte do desenvolvimento normal das crianças, mas quando os pais
não têm acesso a informações sobre o desenvolvimento sexual normal ou ficam constrangidos
em discutir o assunto, eles serão incapazes de julgar o que constitui o desenvolvimento sexual
típico ou atípico nas crianças, distinguir o normal do anormal, o que reduz suas chances de
proteger os seus filhos do abuso sexual.
Para que fiquem protegidos de abuso sexual, os filhos precisam conhecer a sexualidade e
entendê-la em uma linguagem adequada à idade e de acordo com o desenvolvimento deles.
Quando os pais respondem às perguntas dos filhos de maneira que entendam, eles, tendo
recebido a informação adequada, passam a confiar mais em si mesmos. Essa confiança é o que
vai protegê-los de serem explorados e abusados sexualmente por outros.

“Os pais são em parte culpados por não conversarem com seus filhos sobre (questões sexuais)
- usei isso em meu proveito, ensinando a criança eu mesmo”*, palavras de um pedófilo
condenado. Portanto, faz-se necessário conversamos sobre o tema, as crianças e os pais e
responsáveis precisam aprender sobre sexo, sexualidade, de uma forma que não as
envergonhe e que as proteja. Muitos pais foram enganados por abusadores sexuais por falta de
informação sobre a sexualidade de seus filhos e de como protegê-los.
O que eu desconheço, vejo e não enxergo.

Desembargadora Elizabete Anache

*Fonte: Sanderson, Abuso Sexual em Crianças, fortalecendo pais e professores.


É dever:
da família, da
sociedade e do Estado
garantir os direitos
da criança e do
adolescente.
(ECA, Lei Nº 8069/90).

Definição
Baseado no Estatuto da Criança e Adolescente e Código Penal Brasileiro.

ABUSO
Define-se ABUSO a existência de um sujeito em condições superiores que comete um dano
físico, psicológico e sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por consentimento obtido a
partir da indução ou sedução enganosa, relação de poder sobre a pessoa. Exemplos de
Violência: Sexual, Físico, Psicológico, bullying, alienação parental, moral, negligência,
abandono e Institucional.

VIOLÊNCIA SEXUAL
Entendida como qualquer conduta que constranja a criança a presenciar, a praticar ou
participar de relação sexual (conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso) não desejada;
exposição à pornografia mediante intimidação; ameaça, coação ou uso da força; que a induza
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade para fins de exploração
sexual ou trafico de pessoas mediante chantagem, suborno ou manipulação.

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CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Crime Hediondo
Lei 8072, 24/07/90 - Crime Hediondo Art. 1o
São considerados hediondos os seguintes crimes,
todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de
7 de dezembro de 1940 – Código Penal,
consumados ou tentados:
Estupro de Vulnerável (Art. 217-A): Ocorrência de
qualquer ato sexual (com ou sem conjunção carnal)
praticado por pessoas maiores de idade com pessoas
de idade inferior a 14 anos, com ou sem consentimento.
Práticas sexuais entre uma pessoa maior de 18 anos
e outra entre 14 e 17 anos quando obtidas por intermédio
de sedução, indução ou exercício de poder. Art. 213

Exposição a pornografia mediante intimidação, ameaça,


coação ou uso da força. Art. 217

Uma vez que as crianças são considerados seres humanos em condição peculiar de
desenvolvimento, quando a capacidade de autonomia para consentir ou não está ainda em
processo de construção.

Em relação a faixa etária:

29% 20% 15% 11%


10 a 12 anos 5 a 9 anos 11 a 14 anos 0 a 4anos

“No abuso sexual da criança esta não pode evitar ficar sexualmente estimulada e essa
experiência rompe desastrosamente a sequência normal da sua organização sexual. Ela é
forçada a um desenvolvimento fálico ou genital prematuro, enquanto as necessidades
desenvolvimentais legítimas e as correspondentes expressões mentais são ignoradas e
deixadas de lado.
(ANNA FREUD apud FURNISS, 1993, p. 14).”

Exploração Sexual: Utilização de crianças e adolescentes para fins sexuais comercial ou não
comercial. Art. 244

Prostituição: Atividade de quem obtém lucro através da oferta de serviços sexuais. Processo
de mercantilização permitido apenas para pessoas acima de 18 anos.

Pornografia infantil: Produção ou reprodução de todo e qualquer material audiovisual


utilizando crianças num contexto sexual – art. 240 e 241
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CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

85,2% dos casos


foram cometidos por conhecidos da vítima

O abusador se aproveita do fato de a criança


ter sua sexualidade despertada para
consolidar a situação de acobertamento.
A criança se sente culpada por sentir prazer e
isso é usado pelo abusador para conseguir o
seu consentimento. 86,9% dos autores são
homens, grande parte tem histórico de
violência na infância. Possuem vidas sociais
como qualquer pessoa, um sistema de
crenças baseadas nos mitos culturais sobre
masculinidade(Cultura do Estupro),
representada por uma crença que
livra o autor do estupro e transforma a vítima
em réu de questionamentos sobre seu
comportamento. Crianças e adolescentes
também podem reproduzir o abuso que
sofreram.

São nas relações próximas que os maus tratos


adquirem sua maior gravidade e frequência.
Vale destacar que a pedofilia (CID.F65.4) é um
transtorno de personalidade caracterizado
pelo desejo sexual por crianças e pré-
adolescentes. Para que uma pessoa seja
considerada pedófila, é preciso que exista o
diagnóstico de um psiquiatra. Muitos casos
de abuso e exploração sexual são cometidos
por pessoas que não são possuem esse
transtorno. O que caracteriza o crime não é o
transtorno em si, mas a atitude de violar ou
explorar sexualmente uma criança ou
adolescente.

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CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Sinais característicos
de uma pessoa que pode estar sofrendo abuso

Baixa autoestima;
Autoimagem distorcida;
Dificuldade de aprendizagem, baixo rendimento escolar;
Agressividade, mudança de humor, falta de apetite;
Alteração no sono, insônia, pesadelos, agitação noturna;
Dificuldade de relacionamento, tendência ao isolamento
Social, falta de confiança;
Comportamentos regredidos;
Comportamentos erotizados;
Sentimento: medo (de alguém específico, de ficar sozinho, do
escuro), culpa, tristeza, sentir-se suja, ansiedade;
Tentativas ou Ideação Suicida,
Autoflagelação
Marcas no Corpo, dor, lesão, inchaço/sangramento das partes
Íntimas;
Cobrir excessivamente o corpo;
Doenças sexualmente transmissíveis;
Uso de substancias como: álcool, drogas lícitas e ilícitas
O surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e
outros bens que estão além das possibilidades financeiras da
crianças/adolescente e da família pode ser indicador de
favorecimento e/ou aliciamento.

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CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Possíveis Consequências
Autoestima Fragilizada (identidade distorcida);
Doenças psicossomáticas;
Doenças psiquiátricas como Depressão e Ansiedade, Transtornos
(Síndrome do Pânico, Síndrome do Estresse pós-traumas, etc);
Uso e dependência de álcool e drogas;
Comportamentos de Risco (compulsões alimentares, sexuais, etc);
IST (Infecção sexualmente transmitida);
Em alguns casos, aborto.;
Sentimentos de raiva, ira, culpa, medo, vergonha, revolta;
Dificuldades de concentração e aprendizagem;
Dificuldade em confiar nas pessoas;
Vícios sexuais (pornografia, masturbação, promiscuidade sexual);
Auto-lesão, auto-mutilação.
Pensamentos ou ideação Suicida.

Os primeiros pensamentos da criança são: “o que será que eu fiz de errado?”, “sou má”, ‘sou feia” a auto
estima se torna muito baixa e ela acredita que não merece nada. Algumas se machucam porque o corpo
causou tudo isso, logo esse corpo precisa ser castigado, punido. Algumas perdem o sentido da vida,
pensam “alguém podia me matar, seria uma boa solução'', mesmo que não tenham a mínima noção do
que seja morte. Sentimentos que antes ela nunca tinha experimentado vem rotineiramente: vergonha,
tristeza, raiva, medo, nojo, frustração, desanimo. As vezes ela faz xixi na cama, mesmo já tendo 9 anos, e a
vergonha a domina, seus pais acham que ela virou bebe de novo, que está chamando atenção e
acrescentam culpa. Ás vezes a vergonha é tanta que precisa se esconder das pessoas, esconder qualquer
parte do seu corpo para que ninguém olhe mais para nada dela, já que não sabe ao certo porque seu corpo
tão frágil provocou aquela situação tão ruim.
Além de tudo isso, começa a ter sensações que nunca imaginava sentir, ás vezes pode sentir dor e ver o
surgimento de marcas em suas partes íntimas, sensação de prazer que antes nunca havia experimentado
chegam de maneira descontrolada. Algumas meninas acham que essa sensação e os comportamentos que
chamam atenção para suas partes íntimas, deve ser a maneira que as pessoas vão amá-la e valorizá-la.

O abuso sexual na infância gera inúmeros traumas e desdobramentos. Em alguns casos ocorrem prejuízos
no desenvolvimento da sexualidade, além de grande insatisfação na atividade sexual, esta última vem
carregada de um sentimento de nojo durante as relações, misturando perversões nos atos com aversão
das práticas, numa dinâmica de repetições doentias. O abuso sexual pode gerar na vítima dificuldades
com sua própria identidade, na identificação da sua sexualidade e à escolha do objeto de desejo sexual.
O desejo da morte se confunde na ânsia de eliminar dores emocionais insuportáveis na escuridão do
sentido da vida sinalizados pelo uso indireto de palavras ou comportamentos auto agressivos apontando a
carência de afirmações positivas acerca de sua identidade como um pedido de socorro a ser considerado
por quem as lê.

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CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

O que fazer?
Não falar do que “eu suspeito” com a criança, apenas fazer perguntas;
Falar do que é concreto, não de hipóteses, dialogar sem “achismos”;
Observação do relacionamento com a família;
Se ela cometeu abuso com outra criança, pergunte se ela viu, ouviu, ou aconteceu com
ela anteriormente.
Não reagir de maneira a trazer mais angústia para a criança.
Não repreender se o abuso ocorreu porque ela desobedeceu à regras básicas;
Procurar apoio em sigilo (Conselho Tutelar, profissionais, policiais) - se se sentir mais
seguro pode pedir sigilo de sua identidade, mas não seja omisso.
Jamais expor a história da criança para terceiros ou pedir a ela para contar a outras
pessoas desnecessariamente;
Criar segurança para que não aconteça novamente;
Acima de tudo: Proteger a criança!!!

O estupro é uma invasão que deixa rastros para o resto da vida pois o trauma é
internalizado em seu corpo. O desafio de cicatrização é um longo caminho. Todo processo
pós denúncia envolve uma série de vivencias bem constrangedoras. É primordial
proporcionar segurança para a vítima para que se sinta acolhida e amparada durante os
processos pós-denuncia. Tratar o sentimento de culpa que a vítima carrega do abuso é um
dos principais pontos que aliviam o processo de denúncia e tratamento pós-trauma.

Alguns detalhes são importantes de serem considerados, quando se tratar de uma conversa
com alguém que sofreu estupro, deixando claro que não deve se expor levianamente,
sempre levando em conta o aspecto de não revitimização. A escuta de uma vítima de
violência sexual envolve a atenção no silêncio e inclusive, o respeitar como resposta.
Entender os sinais ocultos e dar liberdade aos diálogos permitindo que ela abra aquilo que
se sente a vontade para falar, detalhes nem sempre são relevantes. Ouvir é muito diferente
de especular. Respeite a identidade dos vitimados, por mais que eles próprios não se
incomodem jamais incentive a se expor desnecessariamente, porque os desdobramentos e
o preconceito da sociedade podem trazer mais sofrimento do que se imagina.

O mais importante é proteger a vítima.


Fazer investigações para com o abusador(a) ou até mesmo vingança/justiça não é papel da
sociedade, é papel da justiça. No máximo podemos vigiar para que as as leis sejam
cumpridas. Enquanto sociedade podemos exigir a viabilização ao acesso à serviços de
apoio de qualidade nas áreas de saúde, bem estar social e justiça criminal para todas as
crianças que deles necessitem. 8
CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Depoimento Especial
Visando proteger as crianças e adolescentes nesse processo delicado pós denuncia foi
criado a Lei Nº 13.431, de 4 de abril de 2017 que estabelece o Depoimento Especial. Esta Lei
normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima
ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência e estabelece
medidas de assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação de violência.

Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se
destina e, especialmente, as condições peculiares da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento, às quais o Estado, a família e a sociedade devem assegurar a
fruição dos direitos fundamentais com absoluta prioridade. Tendo como princípio uma
oitiva qualificada e que não gere mais danos a vítima ou testemunha, favorecendo que a
pessoa fale uma única vez em juízo, com adequações que possam resguardar e proteger
suas identidades de mais sofrimentos, garantindo a não revitimização.

Depoimento especial
Tem caráter investigativo
Responsabilidade exclusiva da polícia e da justiça
Pessoas envolvidas no processo assistem de outro local
Réu e vítima não se encontram
Ambiente acolhedor
Apenas a criança e o entrevistador
Perguntas adequadas a idade
A entrevista fica gravada para que não precise repetir.

Escuta especializada
Entrevista institucional sem fins investigativos
Preza pela proteção e o cuidado da vítima
É realizada pelas instituições da rede de proteção e
promoção dos direitos da criança e do adolescentes
Perguntas adequadas a idade
Objetivo de assegurar o acompanhamento a vítima
ou da testemunha de violência, para a superação das
consequências da violação sofrida.

É importante garantir a não revitimização, pois é muito


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doloroso e vergonhoso contar sobre o abuso!!
CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Maio Laranja
O 18 de maio foi escolhido como dia de mobilização nacional em homenagem à uma menina, de 8
anos, que foi vítima de rapto, estupro e assassinato por jovens de classe média alta da cidade de
Vitória (ES). O crime bárbaro ficou conhecido como “Caso Araceli”, o nome da criança, e ocorreu no
dia 18 de maio de 1973. Uma data para a conscientização da sociedade e autoridades sobre a
gravidade da violência sexual contra meninos e meninas.

Para chamar a atenção da população sobre a importância de proteger o direito das CRIANÇAS e
ADOLESCENTES é que o Projeto Nova sempre realizou ações pontuais referentes ao dia 18 de maio.
No ano de 2017, através do apoio de um grupo de pessoas da Primeira Igreja Batista, empresários e
equipe de comunicação, foi elaborado mais do que pequenas ações com foco em crianças. A ideia
surgiu desse grupo de pessoas é dar mais visibilidade a essas ações e inserir uma cor a mês como
culturalmente é feito no Brasil para lembrar de alguma temática que precisa ser evidenciada para a
sociedade. Na programação proposta para o primeiro Maio Laranja, foram realizadas capacitações
para educadores e líderes, palestras em escolas e instituições da Capital, voltadas para a prevenção,
numa linguagem adequada às crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Contou com o apoio dos
empresários locais e sociedade civil aderindo a cor laranja.

No dia 24 de Maio de 2017 a coordenadora Viviane Vaz, discursou na Assembleia Legislativa do Mato
Grosso do Sul, onde também recebeu moção honrosa pelo Deputado Herculano Borges, que entrou
com pedido de Lei acerca da instituição do Maio Laranja como mês de conscientização do combate
ao abuso e exploração sexual infantil no Estado. O objetivo da lei é incentivar o uso da cor laranja,
simbolizando a campanha em prédios públicos, avenidas, igrejas, durante todo o mês de maio,
promovendo palestras de prevenção e combate ao abuso. Para Herculano, os professores precisam
identificar as vítimas dentro das salas de aula. “Nosso projeto visa dar visibilidade para que se
denuncie a violência, uma vez que o silêncio perdoa o agressor e reforça seu poder sobre as
vítimas”.

A iniciativa foi instituída pela Lei nº 5.118, de autoria do próprio parlamentar, aprovada em
dezembro de 2017, pelo então governador Reinaldo Azambuja. Nos anos seguintes vários municípios
também instituíram a lei do Maio Laranja, garantindo assim as ações de prevenção e combate ao
abuso sexual infantil. No ano de 2021, a campanha teve repercussão nacional com apoio do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, influenciadores digitais criaram 11
campanhas que fomentaram o assunto e adesão da cor em pontos turísticos nacionais, como o
Cristo Redentor.
O Maio Laranja está em meu coração!
Sabemos que o trabalho político está intimamente ligado ao ser humano e às necessidades da
sociedade. A partir desse entendimento, como parlamentar, tenho me engajado em apoiar
causas que valorizam a dignidade humana e promovam a proteção e valorização da infância.

Estatísticas mostram que diariamente muitas crianças tem os seus direitos básicos violados
em nosso estado e país. Procurando minimizar os números alarmantes no Mato Grosso do Sul,
em 2017 formulamos e aprovamos a Lei 5118, que instituiu o “Maio Laranja”, e estabeleceu um
mês todo voltado para realização de palestras, campanhas educativas, capacitações e
audiências públicas com a finalidade de preparar a sociedade para encarar de frente este crime
covarde, hediondo e silencioso.

O artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que a proteção à Infância é de


responsabilidade da Familia, da Sociedade e do Poder Público. Quando observamos que em
torno de 80% dos casos de abuso sexual acontecem dentro do ambiente familiar, entendemos
que a Sociedade e o Poder Público precisam agir de forma mais enérgica nesse contexto, a fim
de garantir a preservação desse direito básico e essencial.

Após cinco anos da sanção da nossa lei, me sinto honrado em constatar que o “Maio Laranja”
ganhou visibilidade nacional, recebendo adesão de muitos estados, municípios e Governo
Federal através do Ministério dos Direitos Humanos.

Muito está sendo feito, mas precisamos avançar ainda mais, por esta razão convido você a
juntar- se a nós e também contribuir com aqueles que tanto precisam da nossa voz e ação.

As crianças e adolescentes do Mato Grosso do Sul e do Brasil contam conosco… vamos juntos,
participe, denuncie: Disque 100!

Herculano Borges
Deputado Estadual do Mato Grosso do Sul.
CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

É possível prevenir
DICAS PARA FALAR COM A CRIANÇA/ADOLESCENTE
0 a 6 anos
- Respeite o corpo da criança nos momentos de banho e
troca de roupa;
- Peça licença ao tocar na parte íntima para fins de
limpeza ou cuidados médicos;
- Ensine sobre privacidade e respeito;
- Ensine que existem partes que são intimas e que
ninguém pode tocar.
- Que ela pode falar se algo ruim acontecer.
- Introduzir percepção das emoções;
- proteja a inocência da idade;
- Use linguagem lúdica para falar sobre auto-valorização

7 a 12 anos
- Ensine a diferenciar toques bons e toques ruins;
- Ensine a perceber e falar sobre seus próprios
sentimentos;
- Que sentimentos ruins não devem ser guardados.
- Toques bons e de amor não precisam ser escondidos;
Se ela não gostar de algum beijo ou abraço ela pode
dizer não!
- Que imagens com censura podem fazer muito mal a
sua mente, então é preciso evitar.
- Que não se deve tirar fotos das partes intimas de
alguém. E nunca compartilhar.

13 a 18 anos
- Que imagens com censura podem fazer muito mal a
sua mente, então é preciso evitar.
- Que se aconteceu alguma coisa a culpa não é dela.
- Que a pessoa que comete algo desse tipo deve ser
punida.
- Que crianças e adolescentes tem direitos garantidos.
- Falar sobre as mudanças comuns da puberdade,
gravidez e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
- Use exemplos e depoimentos atuais.
- Ofereça um diálogo aberto e esclarecedor. 12
"Para o
desenvolvimento
completo e harmonioso
de sua personalidade, a
criança precisa de amor
e compreensão. "
Declaração Universal dos Direitos da Criança

CAPACITAÇÃO PARA PREVENÇÃO AO ABUSO SEXUAL INFANTIL

Atendimentos especializados
Reforce direitos e dignidade das vítimas, promovendo a inclusão social e cidadania através da
Rede de proteção social; Fortaleça as competências familiares; busque por ações que
combatam a impunidade. Procure apoio em sigilo (profissionais, policiais, etc.).

Disque 100 - www.disque100.com.br


Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos
+55 61 9656-5008
Delegacias especializadas e comuns
Polícia Rodoviária Federal (191)
Policia Militar (190)
Conselho Tutelar
Unidades de Saúde, CRAS e CREAS
Crimes na internet - safernet.org.br
Ouvidoria do Ministério Público

Combater, prevenir e atender. Oferece


atendimento psicossocial para vítimas de abuso
sexual, gratuitamente, para famílias em situação
de vulnerabilidade social.
@projetonova - www.projetonova.com
67 3324-4200

O Pérola tem a missão de informar os meios de


prevenção a toda sociedade abordando o assunto de
forma lúdica para crianças e oferecendo oficinas,
workshop, palestras para adultos, adolescentes e
crianças. Rosemar Abelha - (67)99220-0240
Instagram - @rosesocialperola
E-mail - rosemarabelha@gmail.com

Combater toda forma de violência sexual contra a


criança e adolescente no MS.
Atender a criança, adolescente e sua família,
prestando acompanhamento psicossocial.
@dany_duarte_mae_aguia
67 3381-6252 - https://maeaguia.org.br/

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"A humanidade
deve à criança o
melhor de seus
esforços".
Declaração Universal dos Direitos da Criança

Referências:
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 -
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Código Penal - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
Estatuto da Criança e do Adolescente - 1989 - https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-
conteudo/crianca-e-adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-versao-2019.pdf
Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-juvenil - 2018 -
https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/plano-
nacional-de-enfrentamento-da-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes.pdf/view
Rede Nacional Primeira Infância - 2007 - http://primeirainfancia.org.br/
Marco Legal da Primeira Infância - 2016 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2016/lei/l13257.htm
Alvo: Plano Nacional pela Primeira Infância referenciado nas políticas públicas das esferas
federal, estadual, distrital e municipal - 2022
GUIA PRÁTICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES VÍTIMAS OU TESTEMUNHAS DE VIOLÊNCIA - 2019
Política de Educação Infantil (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – 9394/96).
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) Lei no 8.742, de 07/12/93.
Declaração Universal dos direitos humanos - 1948 -
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
Convenção Internacional dos Direitos da Criança- UNICEF - 1990
https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde
Estatuto Funasph - https://funasph.org.br/
Elaborado por:
Viviane Vaz - Psicanalista e coordenadora do
Projeto NOVA Transforma

Revisado por: Débora Amaro - Educadora


Apoio:

Coordenadoria da Infância e
Juventude do
Tribunal de Justiça / MS

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