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Cartão
t
de Cor
o Na minha prática profissional de que forma este problema se coloca? Como intervenho?
Intencionalidade
Poder
Alvos
Natureza
Impacto
(CIG, Guia de Boas Práticas para Profissionais de Instituição de Apoio a Vítimas, 2009)
1 - Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos
corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:
a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma
relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação;
vítima e agressor têm um filho em comum, ainda que nunca tenham coabitado ou sequer tido uma relação estável de
namoro;
a vítima coabita com o agressor e encontra-se particularmente indefesa em razão de idade, deficiência, doença,
gravidez ou dependência económica (e.g, crianças, pessoas idosas ou pessoas portadoras de deficiência).
• Violência Comum entre o casal: Violência recíproca como resposta a um conflito específico e
eventualmente de caráter episódico
• Violência assente no poder masculino sobre o feminino “terroristic violence”: padrão mais grave,
tende a escalar, inibindo a defesa da vítima, motivado pelo desejo de controlo, tipicamente um padrão de
domínio masculino
• Resistência Violenta (da vítima): registo de autodefesa da mulher face a um padrão de vitimação
conjugal continuada.
• Controlo Violento Mutuo: mutualidade e paralelismo no poder e dinâmicas violentas (nesta dinâmica
relacional ambos os parceiros são violentos e lutam para ter o controlo da relação)
Conhecimentos Proximidade
Comportamentos Ambivalência Envolve relações e estratégias de entre o
Invisibilidade violentos no de intimidade e de
na vitima controlo da agressor e a
espaço privado afeto vítima vítima
• A violência na intimidade não se limita ás mulheres, os homens também podem ser vitimas
de abuso – problema comum e real.
- Sentimento de posse
- Monitorização das rotinas
- Restrição da liberdade Controlo
- Interferência na tomada
de decisões
Violência sexual vista como rara nas relações íntimas juvenis devido à minimização
de formas “menores” de violência sexual.
• Não só constituem explicações simplistas e falsas para a VD, como levam a pensar
que este fenómeno apenas acontecem aos outros.
• Muitas vitimas destas formas de violência acabam também por ser vitimas destas
crenças e mitos que as levam a sentir-se inferiores, e incapazes de reagir ao abuso e
de pedir ajuda.
Sobre o casamento
é uma cruz a carregar
é para toda a vida
Sobre a conjugalidade
a mulher deve obediência ao marido
a mulher tem deveres/obrigações para com o homem
o marido tem o direito de bater na mulher
• A violência doméstica é um crime público e qualquer cidadão tem o dever e o direito de denunciar.
• As substâncias não são a causa da violência, mas podem potenciá-la porque têm um efeito desinibidor.
Existem perpetradores de VD/VRI que não consomem álcool, a maioria dos agressores agride mesmo
quando não está sob efeito do álcool e que a maioria das pessoas consome álcool/drogas não agride
as/os companheiras/os.
• São vários os fatores que, frequentemente, impedem as vítimas de desenvolverem estratégias para
acabar com a situação de violência, nomeadamente a dependência, técnicas de controlo por parte do/a
agressor/a, fraca rede de apoio social, existência de resposta inadequada do sistema judicial, isolamento
social, impedimentos culturais ou religiosos, o medo de sofrer ainda mais violência ou o facto de haver
filhos em comum.
• Os homens também são vítimas da violência doméstica e as estatísticas em Portugal revelam que,
apesar das mulheres serem as maiores vítimas, tem havido um aumento no número de denúncias por
parte dos homens às forças de segurança.
• A violência não é um argumento válido nas discussões do casal, pois existem outras maneiras de resolver
os problemas relacionais.
Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 30
Crenças e Estereótipos (cont.)
• A agressão, em regra, nunca é pontual. Esta é reiterada, ou seja, continuada no tempo e, por vezes, com
consequências físicas graves para a mulher/homem que pode resultar em MORTE.
• Esta é uma ideia generalizada entre cidadãos e profissionais de diferentes áreas. No entanto, estudos
internacionais demonstram que apenas 5 a 10% dos perpetradores de VD/ VRI terão algum tipo de
psicopatologia/perturbação mental associada. É difícil aceitar a ideia de que estes padrões de violência
continuada possam Violência
ser exercidos por| Conhecer
Doméstica indivíduos normais
a situação (e, contudo,
e refletir sobre ela são-no). 31
Crenças e Estereótipos (cont.)
Um/a agressor/a pode ser bom pai ou boa mãe.
• A qualidade da interação entre o/a pai/mãe e filhos deve ser cuidadosamente avaliada numa situação de
violência. Cientificamente está provado que o facto de as crianças estarem expostas a situações de
violência pode ter impacto nas mesmas, muitas vezes visível através de alterações comportamentais,
emocionais e psicológicas (vitimização vicariante).
• A vítima tem o direito e a responsabilidade de proteger-se a si e aos seus filhos, devendo sempre informar
as autoridades judiciais quando pretenda sair de casa.
• Isto, infelizmente, pode ser verdade. Embora muitas vezes os pais refiram que durante os episódios de
violência, as crianças estejam a dormir ou não comentem a respeito do que veem e ouvem, elas são
afetadas psicologicamente. As crianças apresentam elevada probabilidade de reproduzir os modelos dos
adultos, quer como vítimas quer como agressoras, perpetuando o ciclo da violência de forma
transgeracional. Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 32
Crenças e Estereótipos (cont.)
Os agressores são sempre pessoas más e cruéis.
• A maior parte das vezes, os agressores são pessoas socialmente adaptadas, de todos os meios sociais. A
maioria não tem antecedentes criminais
• As relações entre pessoas do mesmo sexo incluem assimetrias e dinâmicas de poder que podem
decorrer de vários fatores, independentes do sexo. Em paralelo, cada pessoa experiencia o género de
forma particular, ou seja, existem diferentes experiências de masculinidade e diferentes experiências de
feminilidade. Dito de outro modo: mulheres e homens não constituem dois grupos homogéneos e distintos
entre si. Deste modo, também as relações entre pessoas gays, lésbicas e bissexuais podem incluir
dinâmicas e assimetrias de género.
• Em casais do mesmo sexo, as dinâmicas e os tipos de violência são semelhantes aos casais de sexo
diferente. Do mesmo modo, não existem diferenças no que respeita à gravidade das consequências da
vitimação. Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 33
Crenças e Estereótipos (cont.)
As relações conjugais ou de intimidade entre pessoas do mesmo
sexo são mais fáceis de terminar.
• Os vínculos afetivos entre casais homossexuais são tão sólidos como os existentes em casais hetero. O
mito de que as relações entre pessoas do mesmo sexo são mais fáceis de terminar baseia-se na crença
de que estas relações são mais frágeis ou fugazes, ou mesmo de que se baseiam, fundamentalmente,
em sexo e não tanto em amor ou afeto.
• Tanto rapazes como raparigas podem ser agressivos/violentos com os seus parceiros.
• Qualquer acto sexual (desde um simples beijo até ao coito vaginal, anal e/ou oral), quando efectuado na
ausência de consentimento por parte de um dos elementos, ou através do seu constrangimento (pela
ameaça, força física,Violência
intimidação ou |persuasão),
Doméstica consiste
Conhecer a situação numa
e refletir experiência
sobre ela de vitimação sexual. 34
Formas de
exercício de
VD
FISICA PSICOLÓGICA
SEXUAL FINANCEIRA
• A violência física pode ir de formas menos severas até formas mais severas (e.g. lesões
graves, incapacidade, morte da vitima)
• Exemplos:
• Empurrar;
• Puxar o cabelo;
• Bater (murros, pontapés, bofetadas, cabeçadas)
• Morder; Apertar o pescoço;
• Bater com a cabeça da vítima na parede armários ou outras superfícies;
• Empurrar pelas escadas abaixo;
• Queimar;
• Bater com objetos; atropelar.
VIOLENCIA SEXUAL
• A violência e a coação sexual são alguns dos crimes sexuais mais praticados
no âmbito da VD, mas que muitas das vitimas, devido a crenças erradas,
valores e mitos, não reconhecem como tal.
• Práticas sexuais não consentidas ou não acordadas entre os/as parceiros/as (e.g.,
recurso à violência física e/ou psicológica antes, durante ou depois);
• Participação forçada em atos sexuais com outra/s pessoa/s ou sexo não consentido com
o/a parceiro/a na presença de outras pessoas;
• Manifestações de cariz sexual sentidas como degradantes pelas vítimas (e.g., toques
sexuais indesejados);
• Produção e/ou divulgação de imagens íntimas, de natureza sexual, das vítimas sem o
seu consentimento, nomeadamente através de meios digitais;
• Punição das vítimas (física, emocional, social, etc.) se estas não realizarem as
exigências sexuais das pessoas agressoras.
• Difícil reconhecimento
• Dependência
• Insegurança
• Consequências
• Se alguém não resiste, não chora e nem parece visivelmente abalado/a é por-que não
foi vítima de violência sexual.
• Desmoralizar
• Criticar
• Acusar de ter amantes
• Fazer com que o outro se sinta mentalmente diminuído ou culpado
• Humilhar
• Maltratar os animais de companhia
• Estratégias implementadas pelo/a agressor/a para afastar a vitima da sua rede social e familiar. Uma vitima
isolada é mais facilmente manipulável e controlável.
• A própria vitima também acaba por se afastar dos outros, quer por vergonha da situação de VD ou de
eventuais marcas físicas visíveis resultantes da violência física sofrida, quer por consequência das
perturbações emocionais produzidas pela VD.
• Exemplos:
• controlar a vida do outro: com quem fala, o que lê, as deslocações, os quilómetros do carro
• proibir o uso do telefone
• limitar o envolvimento externo do outro
• usar o ciúme como justificação
• Mesmo que a vitima tenha emprego, a estratégia passa por não lhe permitir a gestão do seu
vencimento.
Exemplos:
Utilização dos recursos da vitima
Utilização de coerção para a assinatura de documentos legais
Tomar posse dos bens da vítima
Forçar o pedido de dinheiro
Impedir que o outro conheça ou aceda ao rendimento familiar
Evitar que o outro tenha ou mantenha um emprego
STALKING
• Não existe consenso quanto à definição deste termo, no entanto a maior parte dos peritos
concorda que pode ser definido da seguinte forma: “Padrão persistente de
comportamentos de perseguição e intrusivos exercidos por uma pessoa contra outra, com
o objetivo de provocar perturbação e medo na vítima”
• Controlo coercivo: vigiar a vitima, telefone, correspondência, pc, pesquisa on-line, contratar
investigadores para obter informações sobre a vítima.
• Contatos indesejados: aparecer e vaguear ou permanecer perto dos locais frequentados pela
vítima, morada ou local de trabalho, espiar a vitima, seguir ou abordar a vitima em publico ou
em privado, invadir a casa ou trabalho da vitima; contatos ou abordagens intrusivas a membros
da rede familiar e social da vitima.
Raramente estamos perante uma única forma de violência, antes perante uma
combinação de múltiplas formas de violência.
• Não obstante, é mais fácil acreditar que a VD/VRI é um problema apenas de alguns (poucos,
os outros) do que admitir que ela possa existir no seio da nossa família, entre as nossas
pessoas amigas, colegas ou vizinhos/as.
o Duas formas: violência nas relações de intimidade (física e / ou sexual) e violência sexual perpetrada por
outro/a que não parceiro/a intimo.
Violência Física
• 22% foram vítimas de violência física e/ou sexual pelo parceiro atual ou passado
• Um terço das vítimas (34%) de violência física por parte de um parceiro anterior sofreram pelo menos quatro formas
de violência física
• Uma em cada seis mulheres (16%) afirma ter sido agredida por um parceiro anterior depois de terminar a relação.
• De entre as mulheres que foram vítimas de violência por um parceiro anterior e que engravidaram durante essa
relação, 42% declaram ter sofrido os atos de violência quando estavam grávidas. Em comparação, 20% das
mulheres vítimas de violência por parte do seu parceiro atual, sofreram esses atos de violência durante a gravidez
Violência Sexual
• De entre as inquiridas que dizem ter sido violadas pelo parceiro atual, cerca de um terço (31%)
afirmam ter sofrido seis ou mais incidentes de violação.
Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 57
Dados epidemiológicos | Internacionais
o INQUÉRITO FRA | Violência Contra as Mulheres
Violência Psicológica
• Uma em cada três mulheres (32%) foi vítima de comportamentos psicologicamente abusivos por parte
de um parceiro íntimo, atual ou anterior.
• Globalmente, 43% das mulheres sofreram alguma forma de violência psicológica por parte de um
parceiro íntimo
• De entre as mulheres que tinham uma relação no momento do inquérito, 7% sofreram quatro ou mais
formas diferentes de violência psicológica.
• As formas mais comuns de violência psicológica por parte de um parceiro consistem em rebaixar ou
humilhar a mulher em privado, insistir em saber sempre onde ela está de um modo que excede uma
preocupação normal e irritar-se se ela falar com outros homens. Uma mulher em cada quatro foi
vítima destas formas de violência nas suas relações íntimas.
• A maioria das mulheres que sofreram várias (quatro ou mais) formas de violência psicológica também
referiram no inquérito que o seu parceiro atual foi fisicamente e/ou sexualmente violento com elas.
Violência Económica
• Cerca de 5% das mulheres foram vítimas de violência económica na sua relação atual e 13% em
relações passadas Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 58
Dados epidemiológicos | Nacionais
Inquérito Nacional sobre a Violência exercida contra homens e mulheres (Lisboa, Barroso, Patrício
& Leandro, 2009)
• Entre aquelas que foram vítimas no último ano (12,8%), metade são alvo de atos criminalizados sob a
forma de violência doméstica
• Nos atos relativos à violência doméstica, a probabilidade disso acontecer com os homens é cerca de
três vezes menor nos homens do que nas mulheres.
• Os locais onde os homens têm maior probabilidade de vitimação são os espaços públicos ou o local de
trabalho
• Quanto às taxas de incidência por mil habitantes (RASI 2019), as mais elevadas registaram-se
nas RA da Madeira e Açores e a menor no distrito de Beja. Os distritos de Faro (3,6), Setúbal (3,3),
Castelo Branco (3,2), Lisboa (2,9), Portalegre (2,9) e Aveiro (2,9) registam taxas superiores à média
nacional.
75% mulheres
48,6% é
cônjuge/companheira;
15% é ex
cônjuge/companheira
Acusação
5043
INQUÉRITOS TERMINADOS: 33873
Suspensão
P.
2001
Arquivamento
21327
• 36528 processos de apoio | 85% vitimas são mulheres | 41% das vitimas tem entre 26 e 55 ano
• As vítimas de violência doméstica, são sobretudo mulheres casadas (34%) e pertenciam a um tipo de família
nuclear com filhos/as (41,9%).
• Prevalece o tipo de vitimação continuada em cerca de 80% das situações, com uma duração média entre os
2 e os 6 anos (15,1%).
• Entre 2013 e 2018, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou um total de 2.745 homens
adultos vítimas de Violência Doméstica (aumento percentual de 33,4% de 2013 para 2018).
• Homens em idade avançada as principais vítimas, com registos na ordem dos 28%
• O autor do crime é maioritariamente do sexo feminino (63,6%) e tem idades compreendidas entre os 35 e os
54 anos (30,2%).
• Os maus tratos psíquicos (35,4%) e os maus tratos físicos (26,2%) são os crimes mais denunciados,
totalizando mais de 60% em conjunto.
• Vítimas | predominantemente mulheres, de nacionalidade portuguesa, estudantes e com uma orientação sexual
heterossexual, com média de idades de cerca de 24 anos.
• Agressor(a) | são maioritariamente de sexo masculino, com uma média de idades de 24 anos e são, maioritariamente,
namorados atuais das vítimas.
• Vitimação | As formas mais prevalentes de violência no namoro são a verbal e a emocional, seguidas do controlo e da
violência psicológica. Em cerca de 26% dos casos as vítimas foram sujeitas a ameaças de morte e/ou tentativas de
homicídio. A violência no namoro é ou foi, na larga maioria dos casos, praticada mais do que uma vez, ocorrendo em
vários momentos do dia. A violência ocorre ou ocorreu, sobretudo, em casa, na rua e em estabelecimentos públicos.
• Impacto | Os impactos da violência no namoro manifestam-se sobretudo a nível psicológico e social. Cerca de 20% das
vítimas tiveram necessidade de, na sequência da violência sofrida, receber tratamento médico e 12% estiveram em risco
de vida.
• Diligencias efetuadas pelas vitimas | As vítimas de violência no namoro não apresentaram denúncia às autoridades
competentes em mais de 75% dos casos, lidando com a vitimação recorrendo, sobretudo, à ajuda de amigos/as ou
sozinhas. Cerca de 20% das vítimas solicitaram um contacto por parte do ObVN e 26% referiram precisar de ajuda para
recorrer a apoio especializado.
o Ao nível das crenças, os homens têm crenças de género mais conservadoras do que as
mulheres:
• 28.3% dos homens afirmam que algumas situações de violência doméstica são provocadas pelas mulheres;
• 13.9% dos homens entendem que o ciúme é uma prova de amor;
• 10.8% dos homens são da opinião de que as mulheres que se mantêm em relações amorosas violentas são
masoquistas;
• 8.5% dos homens consideram que devem ser os homens a assumir a chefia da família;
• 8.4% dos homens consideram que meninos e meninas devem ser educados/as de forma diferente.
• 23.2% dos/as estudantes afirmam já ter sido culpados/as, criticados/as, insultados/as, difamados/as ou acusados/as sem
razão, e 20.5% afirmam já ter sofrido e praticado estes mesmos atos;
• 19.3% relatam que já foram alvo de controlo na sua forma de vestir, penteado ou imagem, locais frequentados ou amizades
ou companhias;
• 16% afirmam que as suas coisas pessoais já foram mexidas sem autorização (e.g., conta de e-mail, perfil das redes sociais,
bolsos do casaco, telemóvel, carteira, agenda);
• 15.7% afirmam já ter sido ameaçados/as verbalmente ou através de comportamentos que causem medo (e.g., gritando,
partindo objetos, rasgando a roupa);
• 13.5% afirmam já ter sido impedidos/as de contactar com família, amigos/as e/ou vizinhos/as (e.g., proibir de falar com
alguém, tirar ou desligar o telemóvel);
• 12.6% relatam que já foram impedidos/as de trabalhar, estudar ou sair sozinhos/as;
• 12% afirmam já ter sido perseguidos/as;
• 9.7% relatam já ter sido obrigados/as a ter comportamentos sexuais não desejados (e.g., ver pornografia, fazer sexo
oral, fazer sexo anal ou ter relações sexuais com outras pessoas);
• 9.4% reportam que já foram fisicamente magoados/as, empurrados/as, pontapeados/as, esbofeteados/as ou alvo de
murros ou cabeçadas; ▪ 8.7% afirmam já ter sido forçados/as a ter relações sexuais;
• 6.2% afirmam já ter sido alvo de ameaças de morte, atentados contra a vida ou vítimas de ferimentos que obrigassem a
receber tratamento médico;
• 5.7% reportam que já foram ameaçados/as ou feridos/as com arma (e.g., faca, bastão, pistola) ou força física;
• 4% afirmam que já foram alvo de divulgação de imagens ou vídeos pessoais, de cariz sexual, sem o seu consentimento;
• 3.5% afirmam já ter sofrido de (ou de tentativas de) estrangulamento, asfixia, atropelamento ou ferimentos com
gravidade.
Perspetiva
Perspetiva Diádica-
Intra- Familiar
individual
Perspetiva
Socio-
Culturais
Familiares
PERSPETIVAS SOCIO-CULTURAIS
INDIVIDUAIS RELACIONAIS
COMUNITÁRIOS SOCIAIS
Mediatização da violência;
SOCIAIS
Violência e criminalidade na
comunidade;
Dificuldades económicas da
comunidade;
• A OMS (2008) sistematiza que a violência interpessoal determina custos de vária ordem, tanto diretos
como indiretos (Butchart et al, 2008)
o Sistema de Saúde
o Sistema da Justiça Criminal
o Serviços Sociais
o Serviços de Proteção de Crianças e Jovens
o Centros de Emprego
o Policias
o Comunidade em Geral
o …
MODELO ECOLÓGICO DA
VIOLÊNCIA
Trauma Físico Trauma Psicológico/ Stress Medo e Controlo
Uso de substâncias
• Álcool Saúde perinatal e
• Outras drogas maternal Saúde sexual e reprodutiva
• Tabaco • Baixo peso à nascença • Gravidez indesejada
• Prematuridade • Aborto
Somotoforme • Aborto gestacional • HIV ou outras DSTs
Doenças não transmissíveis • Problemas intestinais • Problemas ginecológicos
• Doenças cardiovasculares • Dor crónica
• Hipertensão
• Dor pélvica crónica
• Tratamento clinico
• Cuidados domiciliários
• Fisioterapia
• Fármacos
• Reabilitação
• Saúde mental
• Psicoterapias
• Feridas (100%)
• Queimaduras (46%)
• Coma (94%)
• Palpitações (44%)
• Hemorragias (94%)
Tremores (43%)
• Hematomas (82%)
Cefaleias (40%)
• Intoxicações (79%)
Vómitos frequentes (40%)
• Lesões genitais (73%)
Dificuldades respiratórias (37%)
• Obesidade (57%)
Hipertensão arterial (26%)
• Asma (46%)
Violência Doméstica | Conhecer a situação e refletir sobre ela 89
Custos sociais, económicos e de saúde
MODELO ECOLÓGICO DA
VIOLÊNCIA
o Custos de saúde
As vitimas de violência têm maior probabilidade de vir a desenvolver os seguintes problemas de
saúde psicológica:
• Custas judiciais
• Medidas de proteção e de coação
• Indeminizações
• Queixas-crime
• Detenções
• Apoio judiciário
• Serviços de Reinserção Social
• …Prisão, programas para agressores
• Faltas ao trabalho
• Perdas salariais devido á não progressão na carreira e a despedimentos
• Subsidio de desemprego
• Tempo e dinheiro gastos com o divórcio
• Separações conjugais
• médicos
• Medicamentos e exames de diagnóstico
• Prejuízos económicos resultantes do insucesso escolar das vitimas e dos filhos
…
•Minimização e negação
•Intimidação
•Isolamento
•Violência emocional / psicológica
•Controlo económico
•Uso dos filhos
•Coação e ameaças
•Recurso aos privilégios masculino
• Infligir dano
• Causar medo
• Dominar a vítima
• Tornar a vitima subordinada, desvalorizada e incompetente
.
Apaziguamento Sensação de
Reconcilicação perigo eminente
Desculpas
Promessas Aumento
Lua de
da
mel
tensão
Ataque
violento
Fase aguda
A ESCALADA .
Sensação de perda
A violência tende a
Aumento do risco de controlo e de IMPOTENCIA
aumentar em
e das poder, de
frequência,
consequências autoconfiança e de “DESANIMO
intensidade e
negativas competência APRENDIDO”
perigosidade
pessoal
• Classes sociais mais pobres tendem a acumular vários tipos de violência e a “normalizar” a
VD;
• Classes mais favorecidas tendem a enfrentar mais dificuldades na exposição dos casos e a
terem mais dependências económicas.
• Mostrar-se agressivo – em geral, quando sente que pode estar a perder o controlo; tenta pelo
medo conseguir os objetivos.
• Fixam a sua atenção na parceira(o) e tentam forçar a pessoa a ser-lhe totalmente devota
• Não aceitam que a vitima seja autónoma na sua vontade (estudar, trabalhar, falar com outras pessoas é vivido com
elevado stress por estas pessoas)
• Sentem frequentemente uma ansiedade de separação o que faz com que tentem frequentemente assegurar-se de
que a companheira não os deixe. Não aceitam a rejeição e encaram-na como traição
• Perguntas à vitima : Tem medo? Pode ver os amigos e família sempre que quer? Pode questionar o seu
companheiro sempre que quiser? Pode falar ou estar com quem quiser? Tem de mudar de roupa para que ele fique
mais feliz? Tem o seu próprio dinheiro, chaves de casa, cartão multibanco? Tem de dar os códigos de telemóvel?
• Pertença a famílias onde foram vitimas de maus tratos ou assistam a episódios de violência
• A maior parte acreditam nos mitos e crenças que circulam sobre o casamento, o amor
• Têm uma visão muito restrita do casamento, apostam muito da sua realização pessoal na realização conjugal
•
• Tipo/duração da vitimação
DURANTE O CRIME
Pânico IMEDIATAMENTE APÓS O CRIME
Pânico de morrer Desorientação
NOS DIAS SEGUINTES
Pânico de impotência Apatia Dúvida quanto à normalidade das
Fortes reações físicas e psicológicas Negação suas reações;
(paralisia, histeria, tremor, etc.); - Ambivalência emocional;
Sentimento de solidão
Impressão de estar a viver um - Mudanças bruscas de humor;
pesadelo; Sentimento de impotência
Impressão de que o agressor tem Estado de choque
uma raiva pessoal contra si.
Consequências
Tremores
Físicas Dores de cabeça
e/ou enxaquecas
Distúrbios ao nível
Náuseas
da menstruação
Problemas
digestivos:
Arrepios e/ou
aumento ou
afrontamentos
diminuição do
apetite; obstipação
115
Consequências da vitimação
116
Consequências da vitimação
CONSEQUENCIAS SOCIAIS
Participação fraca
Mudanças de ou nula em
Falta de suporte Exclusão e Isolamento (social
domicilio/emprego Relações instáveis atividades
social e familiar estigma social e físico)
e geográfico comunitárias e
socais
• É frequentemente uma cadeia de emoções/crenças que estão na base da manutenção destas relações.
• A manipulação emocional tecida pelo/a agressor/a, culpabilizando constantemente a vitima pelas agressões e subjugando-a a
uma grande dependência afetiva, colocam-na num labirinto sem saída.
• A vitima, por seu turno, perspetivando a relação como um projeto de vida, não se permite considerar a possibilidade de ser
ela o motor do fim, ainda que, talvez inconscientemente, saiba o que o futuro lhe reserva.
• Podemos ainda falar de dependência económica em relação ao/à agressor/a, bem como da falta de uma rede de apoio
familiar e/ou social, dado o isolamento a que a vitima vai sendo sujeita.
• Para além disso, importa referir que o medo de represálias e desconhecimento da rede institucional de apoio, impede a vitima
de pedir ajuda.
• Mitos culturais
• controlo do agressor
• Dependência emocional
• Minimização da violência/passividade
• Culpabilização
• Culpabilização
• Dependência
• Vergonha
o Muitas vezes, as situações mais perigosas surgem após sair da relação abusiva.
o Manter o poder e o controlo é o que está na base da violência conjugal. A saída da relação poe em
causa esse controlo, gera maior violência.
o Por vezes a vitima significa, interna e socialmente, os custos de sair de uma relação como superiores
aos benefícios.
o O reconhecimento de que os mais velhos eram vitimados foi lento, mas é hoje um fenómeno cada vez
mais evidente dentro do atual processo de envelhecimento populacional mundial.
o A OMS reconheceu a necessidade de desenhar uma estratégia global para a prevenção dos maus-tratos
às pessoas idosas, na qual foram definidas três grandes áreas: negligência (isolamento, abandono e
exclusão social), violação de direitos (humanos, legais e médicos) e privação de direitos (tomada de
decisões, situação social, gestão económica e de respeito) (WHO, 2002).
Vídeo
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?
v=JGEQ6LyttcA
Vídeo
Violência
Violência Física Violência Sexual
Psicológica
Violência
Negligência Económica ou Abandono
Financeira
• Ações que infligem sofrimento, angústia ou aflição, através de estratégias verbais ou não verbais, como ameaçar abandonar o idoso,
Violência Psicológica humilhar, infantilizar, intimidar, manipular, privar do poder de decidir, desprezar, chantagem emocional.
•Ofensa da autodeterminação sexual das pessoas idosas e/ou que ofenda o seu pudor. Ex: exibição de material pornográfico,
Violência Sexual forçar a vítima a assistir a atos sexuais ou a desnudar-se, violação.
• Não satisfação de necessidades básicas, por exemplo, negação de alimentos, de cuidados higiénicos, de condições de
habitabilidade, de segurança e de tratamentos médicos ou de enfermagem, bem como a administração inadequada ou irregular de
Negligência medicação.
• Comportamento que vise o impedimento do controlo, por parte da pessoa idosa, do seu próprio dinheiro e/ou dos seus bens; e/ou
que visem a sua exploração danosa. Exemplos: Forçar a pessoa a assinar um documento, sem lhe explicar para que fim se destina;
Violência Económica ou forçar a pessoa a celebrar um contrato ou a alterar o seu testamento; forçar a pessoa a fazer uma doação, nomeadamente para
Financeira reserva de vaga ou entrada em equipamento; forçar a pessoa a fazer uma procuração ou ultrapassar os poderes de mandato; tomar
decisões sobre o património de uma pessoa sem a sua autorização
• Abandono das pessoas idosas pelos seus familiares a situações de dificuldade e de solidão. Por exemplo, é uma realidade
Abandono cada vez mais conhecida o abandono a que algumas famílias sujeitam os seus mais velhos após um internamento numa
unidade de saúde. Apesar de terem já alta médica, ficam indefinidamente internados, pois os familiares ora se recusam a
acolhê-los em suas casas.
Título da Apresentação 130
Exercício nº 2
Caso A:
Bárbara sofre de Doença de Alzheimer. Vive com uma empregada, que assume a responsabilidade de
lhe prestar cuidados, uma vez que a filha de Bárbara viaja muito e passa longos períodos fora de casa.
Quando Bárbara não se recorda onde é a porta da casa de banho e sai de casa pela porta de entrada,
teimando que é por ali, a empregada exaspera-se e puxa-a violentamente, obrigando-a a sentar-se num
cadeirão da sala, onde a amarra. Também lhe grita e chama-lhe «Velha bruxa, sua doida», dando-lhe
bofetões. Bárbara reage e tenta libertar-se das amarras. A filha nunca se apercebe destes episódios
porque a mãe está incapacitada de se recordar deles. Uma enfermeira do Centro de Saúde questionou-
a, então, sobre a origem das nódoas negras que Bárbara tem nos braços. Apesar de ténues, eram
visíveis aos olhos de quem estivesse atento.
Caso B:
Maria vive num lar, para onde foi obrigada pelo filho. É autónoma e tentou adaptar-se à situação,
desculpando-o diante das outras pessoas idosas que ali vivem pela sua atitude: diz-lhes que
compreende a preocupação do filho, que, não podendo tratar de si, vira que ali era o melhor lugar
para ela viver. O filho, de cada vez que a visita, tenta convencê-la a vender a sua casa e dar-lhe o
dinheiro da venda, uma vez que precisa de pagar uma dívida. Como não cede, culpabiliza-a pelos
poucos sucessos da sua vida, nomeadamente pelo seu divórcio. Maria começa a ficar cada vez
mais deprimida e ansiosa. Ultimamente não retém a urina durante a noite. Sente-se envergonhada e
o filho humilha-a na sala de visitas, gritando que a mãe lhe dá a despesa suplementar das fraldas e
que lhe desgraça a vida, que não o ajuda, que é uma egoísta. Maria permanece calada e calada fica
depois de o filho sair. Está cada vez mais apática.
Caso C:
Ana tem 66 anos e é casada com Julião, de 70. Foi educada para ser uma esposa obediente e, por
isso, sempre se sujeitou ao marido, mantendo relações sexuais mesmo sem vontade. Nos últimos
meses, Ana tem sido questionada pela médica de família sobre a origem de certas nódoas negras
no baixo-ventre e Ana tem ficado ruborizada, dizendo que caiu na cozinha. Acabou por contar-lhe
que Julião, tendo dificuldades em manter uma ereção, deita-se sobre ela sem se despir e insiste
muito numa penetração que acaba por não acontecer. Entretanto, magoa-a com a fivela do seu
cinto, que vai roçando contra o ventre. Ana, entretanto, não quer regressar a casa, pois Julião
ameaçou bater-lhe se contasse à médica.
Caso D:
Joaquim vive sozinho, numa casa situada perto da casa onde moram o filho e a nora. A sua relação com a
nora nunca foi boa e, desde que ficou viúvo, também com o filho não se dá bem. Raramente desce da colina
onde está situado a sua casa. A nora, apesar das más relações, deixa-lhe as refeições preparadas à porta
da cozinha. Por vezes, os animais comem estas refeições e Joaquim não se alimenta, outras a nora não lhe
prepara mais que uma refeição por dia, em pouca quantidade e pouco variada. Joaquim cai com frequência
dentro e fora de casa, onde não dispõe de telefone para pedir ajuda. Também não tem água canalizada e
tem dificuldades em usar o poço do casal. Não cuida da sua higiene pessoal, nem da casa. Confrontado
pela assistente social, que entretanto tomou conhecimento da negligência em que vive Joaquim, o filho
respondeu simplesmente: «Se cai, levante-se».
Caso E:
João tem 77 anos e vive com a filha e dois netos. A filha, divorciada há cinco anos, está desempregada; e
os dois netos, adolescentes, consomem álcool e cocaína. João tem uma reforma que sustenta a família,
mas isso, ao contrário de lhe dar poder e lugar na hierarquia familiar, colocou-o no lugar mais débil. Ele
precisa dos cuidados da filha, pois está doente e começa a não conseguir realizar algumas tarefas básicas,
como tomar banho ou vestir-se. A filha acabou por retirar-lhe a gestão da reforma, apesar de João estar no
pleno uso das suas faculdades mentais. Também lhe retirou um relógio de ouro, que vendeu. Os netos,
fosse para comprar álcool e cocaína, fosse para outro fim, retiraram-lhe dos dedos duas alianças e um anel
de ouro. João crê estar sozinho e sem qualquer possibilidade de ajuda externa. Mesmo se a tivesse,
dificilmente contaria a alguém o que se passa, por medo, vergonha e ambiguidade de sentimentos.
Muitos prestadores de cuidados não têm condições económicas suficientes para prestar cuidados a um familiar idoso. As
acrescidas e sucessivas – por vezes, cada vez maiores – dificuldades financeiras por que vai passando podem levá-los a
um maior stress e, logo, a uma maior propensão para a violência.
Alguns filhos, por exemplo, são obrigados pelas circunstâncias a deixar os seus empregos para se dedicarem
inteiramente aos seus pais idosos e doentes, o que acarreta um desequilíbrio ao nível do orçamento familiar. E daqui
podem resultar difíceis relações de dependência mútua, como já vimos anteriormente, e que são também propiciadoras do
aparecimento da violência, particularmente no seu tipo «Violência Económica ou Financeira», quando o agressor procura
compensar-se, ao furtar, roubar ou exigir honorários indevidos ou excessivos à pessoa idosa pela prestação de cuidados.
Como já antes referimos, a violência doméstica contra as pessoas idosas pode ser, em muitos casos, um fenómeno de
continuidade em determinadas famílias. As relações entre pais e filhos poderão ter estado marcadas, desde sempre, pela
violência, ao ponto de esta estar internalizada nas relações quotidianas como um padrão relativamente normal.
Tratar-se-á, nestes casos, de uma transmissão de modelo: os pais são violentos, os filhos tenderão a ser violentos e,
quando os pais forem idosos, tenderão a vitimá-los
O isolamento social é um fator de risco e também uma característica de vítimas e de agressores, sempre associado à falta
de apoio por parte de outros familiares, de vizinhos e de profissionais de instituições.
É também, e por excelência, um contexto sociocultural favorável ao surgimento de situações de violência, quer seja nas
zonas urbanas, quer seja nas zonas rurais. Em ambas, pode produzir-se um cenário bastante propício.
Alguns estudos apontam para a associação entre tensões e conflitos familiares e o aparecimento do fenómeno da violência contra as pessoas
idosas, que são, em muitos casos, o motivo de tais problemas. Ou seja, frequentemente, vários membros da família discutem entre si as
responsabilidades da prestação de cuidados ou criticam negativamente aquele que é considerado o prestador principal.
Noutros casos, os familiares da pessoa idosa têm opiniões divergentes quanto ao destino a dar-lhe, sem sequer consultá- la sobre o mesmo.
Por exemplo, vários irmãos têm opiniões diferentes sobre a mãe: uns querem enviá-la para uma instituição; outros contratar os serviços de
uma equipa de apoio domiciliário; outros preferem a rotatividade da mãe pelas casas dos filhos; mas nenhum lhe pergunta o que ela própria
quer fazer da sua vida e todos discutem entre si à sua frente. Não raras vezes há ruturas de relação e mesmo recurso à violência física entre
irmãos, cunhados e sobrinhos.
Facilmente, este contexto familiar, que desvaloriza a pessoa idosa na sua autonomia, liberdade e poder de decisão, propiciará a sua vitimação
em qualquer dos destinos a que é involuntariamente remetida
Título da Apresentação 142
A violência sobre os idosos – contextos de
vitimação
5. Contextos de perda de autonomia e de privacidade
Estudos têm demonstrado que a coabitação das pessoas idosas – e a consequente perda da sua privacidade – com as
suas famílias está a associada ao aparecimento de conflitos intra-familiares e, logo, pode propiciar a violência. Há a ideia
generalizada de que as pessoas idosas devem deixar as suas próprias casas e passar a viver em casa dos seus filhos, por
vezes em regime de rotatividade.
Outros estudos indicam, pelo contrário, que, mesmo quando estão doentes, as pessoas idosas, na sua maioria, preferirão
a sua própria casa. A sua autonomia ficaria mais limitada, por estarem a viver num espaço cuja intimidade não lhes
pertence inteiramente.
Em instituições
Quando internada, ou acolhida, numa instituição por exemplo, uma unidade de saúde,
ou, mais frequentemente, a pessoa idosa pode ser vítima. Referimos especialmente
dois exemplos: quando é abandonada numa unidade de saúde pelos seus familiares,
mesmo tendo alta médica para sair; ou quando vive num centro residencial, onde é
vítima de uma deficiente prestação de cuidados, bem como de crimes de maus tratos,
do crime de ameaça, do crime de injúria, etc
• Parecendo paradoxal, esta afirmação é válida na experiência das organizações que têm
vindo a denunciar a situação de fragilidade destas vítimas e a apoiá-las directamente.
Todavia, suspeita-se que muitas mais estarão por conhecer.
• Destas, como de outras vítimas de violência doméstica, conhecemos hoje a ponta do iceberg.
o Os episódios tendem a ser repetitivos e, na maioria dos casos, as próprias vítimas recusam ajuda, por receio de sofrer
represálias – sobretudo de serem obrigadas a deixar a sua casa, ou a casa da sua família, para irem para um lar.
• Frequentemente, as vítimas sofrem sentimentos de culpa e baixas de auto-estima, bem como sentem vergonha. Com
dificuldade pedem apoio a outros familiares, a amigos ou vizinhos; ou pedem apoio externo e/ou tomam medidas legais, uma
vez que os seus agressores são seus familiares que, apesar de tudo, não querem prejudicar, nem com quem querem cortar
laços.
A ambiguidade emocional é uma das características mais frequentes nas vítimas de violência doméstica.
• Defende que a exposição à violência durante a infância, a vimitação própria durante este
período e o exemplo de uma família violenta são experiências que conduzem à aprendizagem
de comportamentos violentos, reproduzidos na vida adulta.
• A evidência tem derrubado esta teoria, uma vez que muitos adultos que foram vítimas de
violência na infância ou que presenciaram situações quotidianas de violência entre os pais não
têm reproduzido este modelo;
A Teoria do Stress
• Defende que o stress experimentado pelos indivíduos no exterior da sua família (ou seja, na
vida profissional, social, etc.) é um fator de risco para as pessoas idosas. Problemas como o
desemprego, as relações amorosas frustradas, as dificuldades financeiras, o divórcio, etc.,
podem ser, assim, potenciadoras de stress e de comportamentos violentos nos indivíduos.
• Trata-se de uma teoria que não tem ainda suficiente sustentação empírica.
• Considera que este é um fator de risco para as pessoas idosas. Com efeito, esta variável é
muito frequente nas pessoas idosas vítimas de violência física. Nesta perspetiva, o isolamento
social deve ser combatido como prevenção da violência.
• As redes sociais de apoio terão aqui um papel muito importante, podendo vigiar, controlar ou
denunciar situações de pessoas idosas que, se não usufruíssem da presença assídua de
profissionais (sobretudo profissionais de saúde e assistentes sociais).
• qualidade das relações conjugais entre casais de pessoas idosas. Em muitos casos verifica-se
uma continuidade da violência doméstica ao longo dos anos, acompanhando o envelhecimento
de ambos os protagonistas (vitimas e agressores/as);
164
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Identificação da Vitimação
OBSTÁCULOS PARA A VÍTIMA
Frequentemente, a pessoa idosa não considera ser vítima de crime e de violência. Mostra-se reticente em admitir e, em muitos
casos, nega-o perante evidências (por exemplo, ter sido espancada e, em consequência, ter muitas escoriações, mas insistir com
o médico que a atende nas Urgências do hospital que caiu numa escada). Para os profissionais é, por vezes, frustrante.
No entanto, é importante entendermos que:
a) A vítima teme possíveis represálias por parte do(a) agressor(a), designadamente que haja um aumento ou uma maior
intensidade da vitimação; e ainda que lhe sejam impedidas coisas ou acontecimentos que são importantes para o seu
equilíbrio emocional: por exemplo, ver os netos ou poder ir à missa ao domingo
b) A vítima teme que, ao revelar a existência da vitimação, o(a) agressor(a) venha a ter problemas. Em casos de violência
doméstica, o agressor(a) pode ser filho ou filha, neto ou neta da vítima. Sentimentos ambíguos podem, assim, dificultar ou
impedir a revelação;
c) A vítima sente-se culpada e responsável pela própria vitimação. Por exemplo, se é vitimada por um filho ou filha, pode pensar que
poderia ter sido melhor pai ou mãe, ou que falhou no seu papel parental;
d) A vítima tem vergonha. Sente-se inibida por sentimentos de vergonha por não ter sido capaz de reagir e/ou de controlar a situação
em que se encontra. Também pode temer que, se alguém souber, seja ridicularizada ou que a reputação da sua família seja afectada;
e) A vítima sofre chantagem emocional. Por parte da pessoa que a vitima pode haver chantagem em torno dos sentimentos da pessoa
idosa. Por exemplo, pode chegar a suplicar à vítima que não revele a vitimação a outrem, dizendo Se me ama, não me faça isso;
f) A vítima pensa que ninguém acreditaria em si, se contasse todos os detalhes da vitimação;
5. Depende do seu prestador de cuidados/familiar, tanto na prestação de cuidados propriamente dita, como
2. Certos profissionais não dispõem de protocolos de identificação, avaliação e intervenção para estes
casos, nem uma adequada coordenação para trabalhar em equipa;
3) Certos profissionais não dispõem de meios adequados para diagnosticar de forma diferencial a
vitimação quando as pessoas idosas apresentam lesões e traumatismos, ou quando apresentam problemas de
desidratação, má nutrição, hipotermia e quedas; 168
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Identificação da Vitimação
OBSTÁCULOS PROFISSIONAIS
4. Certos profissionais têm dificuldades em assumir que as famílias das pessoas idosas nem sempre
lhes garantem protecção, afecto, bem-estar.
Ainda que esse seja o perfil familiar idealizado por alguns familiares, na prática nem todas as famílias
correspondem a esse ideal de família perfeita;
6. Certos profissionais não dispõem de normas concretas quanto à confidencialidade que devem, por um
lado, preservar em relação ao seu utente (ou paciente) e, por outro, devem levantar, se estão a colaborar com
outros profissionais implicados no processo de apoio;
169
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Identificação da Vitimação
OBSTÁCULOS PROFISSIONAIS
7. Certos profissionais têm medo de represálias por parte do(a) agressor(a), e chegam mesmo a sofrer
ameaças e perseguições que lhes retraem os movimentos e fazem tomar a decisão de evitar fazer identificações
de novos casos;
9. Certos profissionais não conhecem os recursos disponíveis e consequentemente não sabem encaminhar as
pessoas idosas para as instituições ou serviços adequados;
10. Certos profissionais sentem-se impotentes para ajudar as pessoas idosas anteo escasso poder de
intervenção de quem dispõem;
O seu comportamento muda quando o familiar ou prestador de cuidados entra na sala, ou no lugar onde se encontra,
tornando-se mais inibida e temerosa
Manifesta autoestima baixa, dizendo, por exemplo, Não sirvo para nada; Estou aqui a incomodar; Sou um empecilho,
etc.
Refere-se ao familiar ou ao prestador de cuidados como pessoas que “têm o seu feitio”
Demonstra um contínuo e excessivo respeito pelo familiar ou pelo prestador de cuidados, atitude facilmente
confundível com o temor Título da Apresentação 172
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Indicadores da Vitimação
Comportamento do familiar ou prestador de cuidados
Tenta evitar que tenhamos alguma interação direta com a pessoa idosa
Cria obstáculos a que a pessoa idosa tenha apoio domiciliário ou que seja visitada
por qualquer profissional, incluindo um(a) enfermeiro(a)
Não tem formação ou capacidade para prestar cuidados a uma pessoa idosa
Não está satisfeito(a) com o facto de ter que prestar cuidados à pessoa idosa
É verbalmente agressivo; ou, pelo contrário, extremamente atencioso com a pessoa idosa
Tenta convencer-nos de que a pessoa idosa não tem capacidades de para decidir a sua própria vida
ou que está a perder faculdades mentais
Manifesta ter uma relação conflituosa com a pessoa idosa a quem presta cuidados
Título da Apresentação 174
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Indicadores da Vitimação
o Sinais que indiciam maus tratos físicos
A própria revelação da pessoa idosa de que é vitima de crime/violência constitui o primeiro
indicador. Devemos sempre acreditar na pessoa idosa de que foi/está a ser vitima.
Fraturas e
Sobre ou
arranhões
subdosagem Nódoas Marcas na
da medicação negras pele
Feridas
constantes Repetição de
Cabelo e/ou não quedas e
Queimadura atendimentos
arrancado tratadas
de urgência
Isolamento da pessoa idosa em relação à família, amigos atividades sem razão ou sem explicação
Insónias
Depressão/ ansiedade
Título da Apresentação 176
Violência Doméstica Contra Pessoas Idosas –
Indicadores da Vitimação
o Sinais que podem indicar possível abuso sexual
Desidratação e malnutrição
Vídeo
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?
v=mNK6h1dfy2o
Vídeo
Vídeo
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?
v=lOfgmSvco_8
Vídeo
Contexto Intrafamiliar
Contexto Extrafamiliar
• Praticados por outras pessoas ou entidades alheias ao contexto familiar que operam, de algum modo, ao nível
da prestação de cuidados e da socialização.
• Infantários; estabelecimentos de ensino; Instituições de acolhimento; Centros de ocupação dos tempos livres;
Associações recreativas e/ou desportivas.
Título da Apresentação 187
Dinâmicas em Contexto Intrafamiliar
CO-OCORRÊNCIA DE MÚLTIPLAS FORMAS
DE MAU TRATO:
São raras as situações de vitimação em
que ocorre apenas uma forma de mau VIOLÊNCIA COMO UM PADRÃO
trato contra a criança ou jovem. Mais “NORMAL”DE FUNCIONAMENTO FAMILIAR:
comuns são, portanto, as situações em EVOLUÇÃO NA FREQUÊNCIA E GRAVIDADE
que coexistem múltiplas formas de os maus tratos contra crianças e jovens
DOS MAUS TRATOS: que ocorrem no contexto doméstico
maus trato.
A frequência e a gravidade dos maus são, tipicamente, apenas uma das
A título de exemplo: tratos tendem a escalar ao longo do formas de manifestação de um padrão
A violência sexual tende a associar-se tempo, representando um aumento do de funcionamento violento de uma
aos maus tratos físicos e aos maus dano efetivo, bem como do dano determinada família, pelo que a ruptura
tratos psicológicos/emocionais; potencial (ou impacto negativo), no com estas dinâmicas é francamente
Os maus tratos físicos envolvem, desenvolvimento pleno da criança ou difícil. De facto, muitas vezes, este é
geralmente, situações de negligência do jovem. um padrão instalado, considerado
parental; “normal” no seio daquela família, e, por
isso, difícil de quebrar.
Os maus tratos psicológicos ou
emocionais apresentam um carácter
transversal, pois subjazem a qualquer
forma de violência exercida.
• As formas de mau trato perpetradas parecem variar em função do sexo da criança ou jovem: o risco de
vitimação por maus tratos físicos severos parece aumentado para crianças e jovens do sexo masculino, ao
Sexo passo que o risco de vitimação por formas de violência sexual e negligência é maior para crianças e jovens do
sexo feminino.
• As crianças e os jovens nascidos prematuramente, com baixo peso, com défices ou deficiências cognitivas e/ou
físicas, com atrasos no desenvolvimento ou com algum tipo de patologia crónica (física ou mental), vêem
Problemas de
aumentadas as probabilidades de serem vítimas de maus tratos, pelo facto de necessitarem de cuidados
saúde
especiais, apresentarem uma maior dependência em relação aos cuidadores e, por isso, contribuírem para uma
maior sobrecarga (efetiva ou percecionada) destes últimos.
• Normalmente, associadas à gravidez na adolescência e às fragilidades que daí advêm. Nestas situações, há
Gravidez não geralmente um maior isolamento e uma maior fragilidade familiar, acompanhada de uma menor capacidade
desejada/planeada económica e financeira para suportar autonomamente a prestação de cuidados aos filhos, contribuindo para a
inadequação dos cuidados prestados.
Violência na família de • Associada à exposição (directa ou indirecta) a situações de violência e a um padrão violento de resolução de
origem conflitos e de relacionamento subjacente ao funcionamento familiar e, por isso, difícil de quebrar.
Más condições
Isolamento social Probreza
habitacionais
Elevado numero de
Acontecimentos
filhos e sobrecarga
perturbadores
associada Monoparentalidade
(morte, doença
(económica e
grave, desemprego)
emocional)
• Não existe um conjunto de consequências universais que se manifestem, invariavelmente, em todas as situações de mau trato. Este
facto dificulta, por si só, a identificação de eventuais situações de violência contra crianças e jovens. Ao mesmo tempo, a detecção
encontra-se igualmente dificultada pelo facto de as consequências serem bastante diversificadas e apresentarem diferentes
níveis de intensidade e gravidade, variando em função das características físicas e psicológicas da criança ou do jovem em
questão.
• As consequências e as reações a um ato de vitimação podem assim ser experienciadas não só pela vítima mas também pelos
familiares e/ou pelas testemunhas do crime.
Traumatismo Craniano
Lesões cutâneas: equimoses e/ou hematomas na face, nos membros superiores e inferiores,
nas unhas e nas nádegas; alopecia (perda de cabelo em determinadas áreas do couro
cabeludo por arrancamento); queimaduras; mordeduras.
Perda de capacidades motoras, como hemiplegia (perda de mobilidade numa parte do corpo)
e paralisia cerebral.
Queixas psicossomáticas ou sintomas de mal-estar sem razão médica aparente, como cefaleias,
dores musculares e dores abdominais.
• Expectativas negativas ou reduzidas, do ponto de vista pessoal e/ou profissional, por exemplo.
• Comportamento agressivo e violento, que pode conduzir ao envolvimento em condutas anti-sociais e mesmo delinquentes,
como por exemplo:
O desrespeito e a violação dos direitos dos outros;
A violação das normas sociais;
O recurso à mentira;
As fugas da escola ou de casa;
Delitos e o envolvimento em problemas legais (mediante furtos, roubos, vandalismo, porte de armas, lutas).
Esta gama de comportamentos pode manter-se ao longo do tempo e resultar no envolvimento em actividades criminais na idade
adulta.
• Comportamentos de risco para a saúde, como a intoxicação ou abuso do álcool e/ou de drogas, o envolvimento precoce com
múltiplos parceiros sexuais, com risco de Infecções sexualmente transimssiveis e/ou de gravidez na adolescência.
Caraterísticas
dos maus
tratos
Caraterísticas
da Recursos e
criança/jovem fontes de
suporte
existentes
202
A violência sexual contra crianças e jovens
Qualquer ato sexual, ou tentativa de ato sexual, avanços ou comentários sexuais indesejados,
assim como quaisquer outros contactos e interações de natureza sexual entre um adulto e uma
criança ou jovem.
Violência
sexual contra Violência
crianças e Doméstica
jovens
A violência sexual em contexto intrafamiliar está correlacionada com maiores padrões de disfunção
familiar. Em grande parte das famílias onde se verificou existir violência sexual contra crianças e
jovens, também se observou a ocorrência de violência doméstica entre os(as) adultos(as) que
compunham o agregado familiar.
Turismo
Sexual Violação
Infantil
Violência
sexual
contra
Tráfico para crianças e
fins de jovens Lenocínio
Exploração de menores
Sexual
Recurso à
Pornografia
prostituição
de menores
de menores
Trata-se, deste modo, de pessoas próximas, nas quais a criança ou o jovem confia e com as quais muitas vezes co-habita,
partilha laços de consanguinidade e mantém um forte vínculo afectivo (como um adulto que desempenhe o papel parental, um
elemento do agregado da família nuclear ou um membro da família alargada).
A violência sexual acontece, portanto, em espaços físicos que a criança ou o jovem conhece (tais como a sua casa ou a
casa de familiares), assim como no contexto de actividades próprias da família (exemplo: piqueniques, acampamentos,
viagens).
Neste caso, a violência sexual é perpetrada por elementos externos à família da criança ou do jovem, sendo variável o grau de
Contexto conhecimento em relação ao/à agressor/a.
extrafamiliar
Este pode ser um elemento estranho ou conhecido e presente em contextos nos quais a criança ou o jovem se movimenta e com o
qual interage directamente (exemplo: se for seu amigo ou amigo da sua família, seu vizinho, professor, motorista ou treinador).
Tipicamente, a violência sexual ocorre em espaços físicos externos à vida familiar, embora habituais e não estranhos à rotina de
funcionamento da criança ou do jovem (nomeadamente, na escola, na igreja, no autocarro, no caminho para casa).
No entanto, é também possível que ocorra na habitação familiar, seja porque nesse contexto são exercidas as funções profissionais
do/a agressor/a (exemplo: se é a ama ou a empregada doméstica), seja por circunstâncias fortuitas (exemplo: quando se trata de 207
um/a vendedor/a ambulante ou de um/a assaltante).
Obstáculos e dificuldades na revelação e sinalização da
vitimação
Ausência de evidências médicas e/ou biológicas
Sentimento de que já devia ter contado há mais tempo e agora poderão achar
tarde de mais ou duvidar por causa de não ter contado antes
Incompreensão
208
Estratégias utlizadas pelo/a agressor/a sexual
Construir relação
de proximidade
afectiva e/ou de
confiança
Proporcionar
Raptar e/ou
acesso a bens
sequestrar
materiais
Estratégias
utilizadas
pelo /a
agressor /a
Recorrer à
Agredir
sexual surpresa e/ou
ao engano
Fomentar a
Ameaçar
confusão
• Características individuais
• Características da violência sexual
• Relação com o/a agressor/a
Reacção passiva
Reacção agressiva
Participação activa
Crianças assintomáticas
ADOLESCENCIA
IDADE ESCOLAR
Medos Depressão
IDADE PRÉ ESCOLAR
Ansiedade
Medos pesadelos Isolamento,
Agressividade automutilação,
Comportamento suicídio
sexual inadequado Problemas
deaprendizagem Fugas de casa
Regressão Abuso de
comportamental Substâncias
Comportamento Comportamento
sexual inadequado sexual inadequado
• Masturbar-se excessivamente
Atípico
Normativo
217
Variáveis moderadoras do impacto da vitimação
Manutenção da
Duração e
Características Relação prévia situação
intensidade da
da criança ou do com o/a sexualmente
violência sexual
jovem agressor/a violenta em
sofrida
segredo
Qualidade do
Condições da
Intervenção apoio
vida futura da
precoce especializado
vítima
recebido
Exames intrusivos
Custos económicos
Podem existir explicações alternativas para o quadro clínico apresentado pela criança (ex: as lesões apresentadas podem ser
consequência de brincadeiras e experimentações entre irmãos no domínio da sexualidade; as lesões apresentadas podem não
apresentar relação causal com as brincadeiras efectuadas entre irmãos).
Alguns estudos indicam que as crianças estarão presentes em 68% a 80% dos episódios de violência física entre os pais;
outros indicam valores de 40% a 50% (vítimas indiretas e/ou diretas).
• Aterroriza a criança, por exemplo, quando o adulto perpetrador da violência a agride verbalmente, cria um clima de medo, a
oprime, assusta e faz com que ela acredite que o mundo é caprichoso e hostil.
• Expõe a criança a modelos de papéis negativos e limitados, porque encorajam a rigidez, a autodestruição, os
comportamentos violentos e antissociais.
• A criança pode ser usada pelo agressor como parte das táticas de controlo sobre a vítima adulta, mediante agressões físicas mas sobretudo
emocionais:
• Atribuir ao mau comportamento da criança a razão da agressão sobre o outro progenitor (culpabilização do menor).
• As crianças são “apanhadas” no meio dos incidentes acidentalmente ou quando tentam proteger a vitima adulta
• As crianças são usadas pelo agressor e incentivadas a maltratar a figura adulta vitima
• Negligenciadas na satisfação das suas necessidades por parte das figuras parentais
Cuidador/a: Assumirem a responsabilidade pela proteção da vítima e/ou fratria, numa inversão de papéis
(adulto/a cuida e protege vs criança é cuidada e protegida) não compatível com o seu desenvolvimento físico,
emocional e psicológico;
Confidente da Vítima
Confidente do Agressor/a
Assistente do Agressor/a: Exercerem violência contra a progenitora e/ou fratria, aliando-se ao agressor,
como estratégia de sobrevivência;
A Criança Perfeita
Árbitro
Bode Expiatório
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