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RESUMO
Este artigo tem por objetivo analisar a violência doméstica contra a mulher no estado de Mato Grosso do Sul.
Dispondo como referência os dados coletados no portal do Conselho Nacional de Justiça, com o levantamento de
números de processos de violências doméstica, bem como o número de medidas protetivas. Identificando a
respeito da experiência social de mulheres em situação de violência. Através dos dados coletados conhecer os
motivos pelos quais as mulheres não procuram apoio nas políticas públicas. Para a realização do trabalho foi
utilizado uma pesquisa quantitativa e revisões bibliográficas. Conclui-se que há um aumento expressivo da
violência doméstica no estado e que as mulheres acabam não procurando assistências de apoio por medo do
agressor, vergonha, filhos, problemas financeiros e até mesmo por não confiarem na efetividade da lei e apoio
das instituições de abrigo.
Introdução
Desenvolvimento
em março de 2018 chegou-se à Décima Semana. Com a edição da Portaria CNJ n.15/2017, a
Semana Justiça Pela Paz em Casa foi incorporada à Política Judiciária Nacional de
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, devendo ocorrer continuamente.
A Lei n. 11.340/2006, Lei Maria da Penha, atribuiu ao Poder Público a
responsabilidade de instituir políticas de combate à violência praticada cotidianamente contra
as mulheres brasileiras, garantindo os direitos dessas mulheres no âmbito das relações
domésticas, familiares e afetivas. Ao Poder Judiciário coube a especialização no atendimento
às mulheres vítimas de violência a partir da criação de Juizados ou Varas de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher em todas as Unidades da Federação. Esses órgãos
pertencem à justiça comum, tendo competência cível e criminal para processar, julgar e
executar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,
devendo contar com uma equipe multidisciplinar especializada nas áreas psicossocial, jurídica
e de saúde.
A pesquisa da CNJ identificou que, até o final de 2017, existia, em todo o País, um
processo judicial de violência doméstica para cada cem mulheres brasileiras. No total, são
1.273.398 processos de violência doméstica contra a mulher tramitando nas justiças estaduais
em todo o País. Desde que foi adotado programa “Justiça pela Paz em Casa”, em março de
2015, até dezembro de 2017, foram proferidas 111.832 sentenças, 57.402 medidas protetivas
concedidas e 937 sessões de júri realizadas, além de 130.961 audiências durante as nove
edições.
Mato Grosso do Sul é o líder nacional em processos de violência doméstica contra a
mulher. De acordo com estudo divulgado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça), o número de denúncias corresponde a 30,8 de cada mil
pessoas da população feminina. De cada cem mulheres residentes no estado, três entram na
Justiça para denunciar casos de violência. Os dados são referentes ao acumulado até 2017.
Devido à frequência de casos no estado de violência doméstica, Campo Grande foi a primeira
cidade do País a receber a unidade da Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 3 de
fevereiro de 2015. A Casa da Mulher Brasileira é um espaço acolhedor que concentra
atendimento a todas as necessidades das mulheres vítimas de agressões domésticas. No
mesmo local, as mulheres têm acesso a acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia;
juizado ou vara especializados; Ministério Público; Defensoria Pública; promoção da
autonomia econômica; alojamento de passagem; central de transportes e brinquedoteca para
as crianças de zero a 12 anos que acompanham as mulheres. A Casa, um dos eixos do
programa Mulher Viver sem Violência, coordenado pela Secretaria de Políticas para Mulheres
Impresso por Raquel Chisley, E-mail raquel.chisley@educacao.mg.gov.br para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido
por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 14/11/2022 17:50:11
Conclusão
Grosso do Sul permitirá a busca de novas práticas sociais. Esses dados facilitarão ações
sociais pelos diversos órgãos municipais e também encorajarão as mulheres a denunciar seus
agressores. Embora a violência doméstica e familiar não ser a raiz de todas as formas de
violência, faz-se necessário à intervenção do Estado como forma de coibi-la. Há de ser feito
uma política pública de ação educativa, objetivando a prevenir e acabar com a desigualdade
entre os gêneros, assim conscientizando as mulheres para fazerem denúncias, pois a maioria
não acredita na efetividade da Lei.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Nº 11.340, de 7 de Agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340. Acesso em: maio/2018.
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica: análise da Lei Maria da
Penha, Lei nº 11.340/06. Salvador: JusPODIVM, 2006.
Conselho Nacional de Justiça. Semana justiça pela Paz em Casa. Brasília. 2017. Disponível
em:
www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/03/0574bb94094a661d48db1677ed99a1eb.pdf.
Acesso em: maio/2018.
GASMAN, Nadine. Porta voz da ONU mulheres no Brasil. Violência Doméstica. 2014.