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Metodologias e

Estratégias
Pedagógicas
Joana Cruz & Vera Lopes
A Aprendizagem

Para que a aprendizagem aconteça, é


necessária a existência de um método
pedagógico, uma vez que, é através do método
escolhido e das técnicas utilizadas ao longo do
processo formativo que a atenção se
desenvolve e o formando aprende e
compreende melhor a informação que o
formador pretende transmitir.
Os momentos da sessão
formativa

Comunicar

Relacionar-se Compreender Relacionar-se

Animar
Os momentos da sessão
formativa
 Nestas várias etapas interativas , ao
perceber, ao comunicar, ao relacionar--
‐se, o formador procura compreender
as pessoas e o grupo em situação,
desenvolvendo em todas, a sua função
específica: a de animador pedagógico.
Relacionamento construtivo com base no
tipo de Relação Pedagógica desenvolvida.

Observar/ Informar/ Relacionar-se/ Animar


Escutar Comunicar Compreende-se
Relacionamento pedagógico
Dificuldades na Relação Pedagógica

 Existem,contudo, uma série de


comportamentos que, se realizados
durante este processo de aprendizagem,
dificultam a comunicação,
nomeadamente:
Relacionamento pedagógico:
Comportamentos que dificultam a Relação
Pedagógica:

 Dificuldade em olhar os outros de frente (desviar ou


baixar os olhos);

 Dificuldade em iniciar ou estabelecer uma


comunicação com outrem (tom de voz menos
audível, monocórdico ou tom imperativo);

 Incapacidade para ver ou escutar alguém (fazer


que não vê ou não ouve);

 Posicionamento duro, intransigente, altivo, rígido;


Relacionamento pedagógico:

Comportamentos que dificultam a Relação


Pedagógica:

 Utilização de gestos agressivos (gritos,


encenações);

 Incapacidade prática de comunicação


gestual (rigidez muscular);

 Indisponibilidade para tomar a palavra em


público.
Relacionamento pedagógico
Para comunicar com eficácia é então necessário
reunir as seguintes condições :

 Reconhecimento de que sou uma pessoa com


sentimentos, os quais influenciam as minhas
comunicações;

 Tolerância perante os sentimentos dos outros que


afetam a sua emissão/receção de mensagens; --‐
Intenção de induzir, como emissor, sentimentos de
segurança no recetor;
Relacionamento pedagógico
 Intenção de ouvir segundo a perspetiva do
emissor e não do meu ponto de vista de recetor;

 Disposição para assumir metade da


responsabilidade pelo sucesso/insucesso da
comunicação (como emissor ou como recetor);

 Esforço suficiente para dar/receber feedback em


todas as comunicações em que estou envolvido;
Relacionamento pedagógico
 Esforço para não agir/reagir segundo
ideias preconcebidas (razões, rótulos,
estereótipos, preconceitos) que
estão “por detrás” da mensagem do outro;

 Reconhecimento de que as
comunicações são imperfeitas, evitando
o cinismo resultante das dificuldades.
Relacionamento pedagógico

De forma sintética, pode então dizer--‐se


que a comunicação em formação se
distingue por ser intencional, tanto a nível
verbal como não-verbal, e que todos os
comportamentos e atitudes devem ser
intencionais, dirigidos a um fim, no sentido
de facilitar a aprendizagem.
Relacionamento pedagógico

- Interação entre três agentes fundamentais na formação:


o formando, o formador e o programa ou tipo de
conteúdos a transmitir.
Modelo Tradicional Vs Modelo
Andragógico
A Andragogia é um sistema de ensino que
tem em consideração as características
pessoais e as experiências dos adultos.

Enquanto que no modelo tradicional é o professor


quem decide o que é aprendido, na hipótese
andragógica o aprendente ocupa uma posição
central.
Modelo Tradicional Vs Modelo
Andragógico
 Importa,pois, salientar que nem a
pedagogia serve apenas os mais jovens,
nem a andragogia se adequa a todos os
adultos.
A formação de adultos terá como
principais finalidades:

 Aperfeiçoamento de conhecimentos;

 Aumento das aptidões no posto de


trabalho;

 Mudança de atitude

 Mudança de comportamentos;
Formação de adultos
 As competências profissionais podem ser
adquiridas através de formação presencial ou
à distância, em espaços próprios ou em
contextos de trabalho e no âmbito da vida
profissional e pessoal.

 Há uma multiplicidade de meios e formas de


participar em formação profissional, o
importante é que independentemente da
opção, o resultado seja inequivocamente
reconhecido e validado.
Andragogia – Princípios
básicos
 O aluno, as suas necessidades e aspirações
devem ser o centro do processo educativo e
a ele devem subordinar‐se os temas, os
programas, os métodos de ensino, os
formadores e a organização;

 O aluno adulto é uma pessoa mais ou menos


madura e responsável, acostumada a
exercer autoridade, pelo menos num dos
campos da sua vida, pelo que não se torna
fácil aceitar a autoridade do formador;
Andragogia – Princípios
básicos
 O aluno adulto já possui alguns
conhecimentos e experiências de vida.
Estes conhecimentos prévios deverão
ser aproveitados pelo formador no sentido
de estimular a participação, sentimento de
segurança e estima. E também para fazer
com que os novos conhecimentos se
integrem e se adequem aos preexistentes;
Andragogia – Princípios
básicos
 A aprendizagem deve estar adaptada
ao grupo de alunos, existindo
possibilidade de discutir expectativas e
objetivos de aprendizagem próprios e
comuns ao grupo;
Andragogia – Princípios
básicos
 A motivação é fundamental para a
aprendizagem do adulto.

 Toda a aprendizagem pressupõe uma


mudança e o adulto já possui ideias, atitudes
e costumes enraizados que só abandonará
se estiver muito convencido de que, com
isso, conseguirá vantagens pessoais,
familiares, sociais ou profissionais.
Andragogia – Princípios
básicos
 O adulto necessita de um ambiente
acolhedor e seguro, já que este aluno tem
mais medo que a criança do fracasso e do
ridículo e precisa que o método lhe permita
sentir-se acolhido, aceite e valorizado tanto
pelo formador como pelos colegas.

 Um ambiente tenso e competitivo, ou no


qual se sinta posto de parte, bloqueia
emocionalmente os alunos, dificultando ou
mesmo impedindo a sua aprendizagem;
Andragogia – Princípios
básicos
 É preciso respeitar o ritmo individual de
aprendizagem dos alunos. Sabe--‐se que,
no processo de aprendizagem, primeiro
ocorre o contacto com os novos
conhecimentos e só depois são
assimilados e relacionados com o
conhecimento pre-existente, o que
permite a retenção.
Andragogia – Princípios
básicos
 A memória diminui com a idade, pelo que o
método de educação de adultos deve
favorecer tanto quanto possível a retenção
dos conhecimentos aprendidos.

 Esta não diz respeito apenas à recordação,


mas também à capacidade de explicar a
outros, por palavras suas, e a capacidade de
reutilizar no contexto prático a informação.
Andragogia – Princípios
básicos
 O adulto precisa «aprender a ser» tanto
ou mais do que aprender coisas. Trata--
‐se da aprendizagem de atitudes e
comportamentos adequados
congruentes com o seu contexto que lhe
permitem evoluir em termos psicológicos;
Andragogia – Princípios
básicos
 O adulto precisa «aprender a aprender»
por si mesmo. É necessária a estimulação
do pensamento crítico, da vontade de
continuar a aprender, do gosto pela
descoberta, mesmo sem formador.
Andragogia – Princípios
básicos
 O método deve utilizar o máximo de
técnicas audiovisuais, já que desta forma
facilita a retenção da informação, dado
que os adultos são capazes de reter 6
vezes mais a informação proveniente de
canais visuais do que através do auditivo;
Métodos e
Técnicas de
Aprendizagem
Método Pedagógico
 O método pedagógico consiste num
conjunto de princípios com carácter
estratégico, que orientam a forma de
conceber a formação e se concretizam
numa série de ações desenvolvidas pelo
formador no sentido de alcançar os
objetivos da aprendizagem, sejam eles
novos comportamentos, conhecimentos
ou atitudes.
Métodos Pedagógicos
 Não se tornar escravo de um só
método!

 O formador deve adequar e


experimentar vários, de acordo
com todas as condicionantes do
processo de formação.
Caracterização dos Métodos
 Método Expositivo
 Método Demonstrativo
 Método Interrogativo
 Método ativo
Método Expositivo
 Centrado nos conteúdos (saber-saber)
 Comunicação unilateral
 Relação rígida e formando
 Formandos Passivos
Método expositivo
Vantagens
O formador domina por completo o
rumo da sessão.
Permite transmitir múltiplos conteúdos.
Adequado a turmas numerosas.
Método expositivo
Desvantagens
 Pode tornar-se cansativo;
 Não permite aos formandos qualquer
iniciativa;
 O feedback não é feito de uma forma
parcial e contínua.
Método expositivo
Usar em caso de:
 Necessidade de expor as suas ideias ao
grupo;
 Explicar conceitos de maneira indutiva;
 Transmitir directrizes para a execução de
uma actividade;
 Apresentação de um novo tema.
Método Expositivo
Na preparação da exposição, o formador
deve:
 Seleccionar as informações a transmitir;
 Identificar e/ou criar exemplos;
 Organizar a sequência de ideias;
 Resumir os tópicos da exposição.
Método Demonstrativo
 Baseado no conhecimento do formador e na
sua competência para exemplificar uma
prática que se deseja repetida e depois
apreendida(saber-fazer);

 Possibilita o ensino individual ou em grupo.

“O QUE OUÇO ESQUEÇO, O QUE VEJO


LEMBRO,O QUE FAÇO APRENDO”
Método Demonstrativo
Vantagens
 Permite a participação dos formandos
discutindo, dialogando, observando e
realizando;
 Dado o contacto pessoal, provoca uma
atenção de parte a parte;
 Provoca uma grande motivação dos
formandos com bases sólidas;
 Individualização da aprendizagem;
 Adequa-se às diferentes realidades.
Método Demonstrativo
Desvantagens
 Não adequado a grandes grupos;
 Exige uma maior disponibilidade de
tempo;
 Exige muito equipamento e materiais;
 Necessita de material pedagógico
especifico;
Método Interrogativo
 Promove o saber-saber e saber-fazer;
 Formandos motivados e participativos;
 Relação menos formal;
 Reforço positivo ao formando;
 Controlo da aprendizagem pelo
formando.
Método Interrogativo
Vantagens
 Os conhecimentos essenciais são
evidenciados pelos formandos;
 Subordinação lógica: possibilita a
aprendizagem estruturada e significativa;
 Feedback constante;
 Motiva e facilita a comunicação
 Obriga a pensar, planificar e gerir a
aprendizagem na globalidade;
 Método individualizado
Método Interrogativo
Desvantagens
 Pode bloquear a criatividade e a
iniciativa;
 Despersonaliza a comunicação
formando/formador e os formandos entre
si;
 A construção dos módulos é morosa.
TIPOS DE PERGUNTAS
 MEMÓRIA (implicam o relembrar de informação
específica);
 RACIOCÍNIO (levam o formando a pensar e a
desenvolver a sua informação);
 CRIATIVAS(exigem do formando soluções novas e
originais);
 PESSOAIS(suscitam no formando a expressão de
opiniões, sentimentos e valores pessoais);
 ABERTAS(as respostas conseguem-se através de uma
elaboração diferente de indivíduo para indivíduo e
podem ter várias respostas aceitáveis);
 FECHADAS(apenas têm um a única resposta
correcta
Método Activo
 Condensa os três saberes:
saber-saber,o saber-fazer e o saber-estar;
 Desenvolve potencialidades e atitudes;
 Espírito de iniciativa e criatividade;
 Favorece o trabalho de grupo;
 Relação informal e aberta;
 Comunicação multilateral.
Método Activo
Vantagens
 Deixa lugar à iniciativa e autonomia;
 Permite exercer actividades variáveis;
 Promove espírito de equipa;
 Aumenta a capacidade de autonomia.
Método Activo
Desvantagens

 Nem sempre se corrige de imediato os


desvios;
 Não é aplicável a populações muito
heterogéneas;
 Pode levar a conflitos causados por
diferentes opiniões
Técnica Pedagógica
 Conjunto de procedimentos que
permitem alcançar os objetivos
predeterminados, ou seja, ao
conjunto de atitudes,
procedimentos e atuações que o
formador adota para utilizar
corretamente os diversos
instrumentos de formação de que
dispõe: o gesto, a palavra, a
imagem, o jogo, entre outros.
Método pedagógico Vs
Técnica
 método é o modo como se realiza uma
tarefa específica numa situação
particular, enquanto que técnica é o
meio empregue para colocar em prática
o método escolhido.
Técnicas de exposição
participativa
 Distribuição aos grupos de uma lista de
problemas ou questões-desafio para que no
final possam classificá-los pela sua
importância;
 Utilizar um filme e pedir aos formandos que
analisem as informações adquiridas;
 Propor aos formandos que em grupos de dois
formulem um problema, uma questão ou um
comentário sugeridos pela exposição.
Simulação
 O formando constrói a sua própria
aprendizagem e realiza a sua própria
avaliação.
 Baseada na aplicação de uma situação
experimental, com todas as características
estruturais das condições reais.
 Os formandos aprendem, pela prática, os
comportamentos adequados
correspondentes à situação real.
Estudo de Casos

 Os participantes são confrontados com


uma situação/problema.
 Fazem uma análise conjunta,
 Identificam a solução mais adequada e
determinamos princípios da sua
justificação.
Estudo de Casos
Objectivos
 Criticaros dados, opiniões e hipóteses;
 Provocar o contacto real e a
consciencialização exacta e ajustada de
uma situação;
 Descobrir novas perspectivas na
apreciação dos problemas e da tomada
de decisões.
Brainstorming
 Também Tempestade Cerebral ou Chuva de
Ideias.
 Técnica de dinâmica de grupos, que tem
como objectivo gerar o maior número de
soluções criativas para um problema.
 Ideias expressas em frases curtas ou palavras;
 Não se permite juízos críticos;
 A imaginação é livre e soberana;
 Quantidade de ideias;
 Agrupamentos, adaptações de ideias e
combinações
Role-Playing
 Também chamado jogo de papéis.
 Maneira de aprender princípios gerais de
acção numa situação particular que é
vivida dramaticamente, mas que pode
ocorrer na vida real.
Trabalho de Grupo

 Dividir
os formandos em grupo, com o
objectivo de cada grupo produzir o seu
próprio trabalho.
 Os grupos devem ser pequenos para a
técnica ser eficaz.
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO
MÉTODO/TÉCNICA
 Adequação aos objectivos;
 Respeito pelo ritmo de aprendizagem;
 Mudança;
 Capacidade de aprendizagem
autónoma;
 Variedade de estímulos;
 Pôr em situação.

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