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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• Andragogia x Pedagogia;
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UNIDADE 1 – PROCESSOS DE APRENDIZAGEM
VAMOS COMEÇAR?
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1.1 FORMAS DE ENSINO E FORMAS DIFERENTES DE ENSINAR
O método tradicionalista prevaleceu por muito tempo e está vivo até os dias de hoje,
é possível observar alunos utilizando em demasia materiais que se mantiveram
presentes em todo o tempo no passado, um exemplo claro desse fato que se
mantém recorrente é o caderno; os alunos todos os dias enfileirados copiam
silenciosamente do quadro todos os conteúdos que o professor passa dia após dia,
essa situação em 100% das vezes faz alusão ao método tradicional e conservador,
no entanto, pode ser notado que com a evolução tecnológica e as facilidades
encontradas no período pós-ditadura, os alunos hoje não aceitam mais esse tipo de
tratamento, então as instituições voltadas à educação se viram na obrigação de
melhorar qualidade em seus estabelecimentos promovendo um melhor atendimento,
com ensino diversificado.
Figura 01: O caderno era praticamente o único instrumento utilizado na era da educação tradicional.
Isabela descobriu que existem diferentes formas de ensino, pois os alunos embora
estejam em equipe, cada qual possui sua própria maneira de aprender e associar o
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que é novidade, por conta disso, existe uma gama de premissas diferenciadas que
ao trabalharem juntas estimulam no discente todas as percepções necessárias que
desenvolvem o aprendizado.
Todas essas iniciativas que partem do próprio apresentador servem para atender as
necessidades de uma turma respeitando sua individualidade e assim, será possível
para o instrutor manter a valorização do grupo como um todo a partir de suas
habilidades individuais, envolvendo-os em uma relação mediadora entre ele e a
turma.
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1.2 ANDRAGOGIA X PEDAGOGIA
Agora que há como diferenciar melhor os caminhos, devemos expor uma nova
indagação para que o processo de formação continue, ao descobrir a andragogia
você pôde perceber que esse será o seu alvo para realizar suas práticas em sala de
aula, no entanto, é necessário também conhecer de fato a aprendizagem para
adultos e como você deve fazer para que o estímulo seja realizado constantemente,
será sobre isso que abordaremos no próximo tópico.
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ANGRAGOGIA: A andragogia é uma ciência
que estuda exclusivamente o processo de
aprendizagem de jovens e adultos.
Saiba Mais PEDAGOGIA: A pedagogia é a ciência que
estuda a educação e os processos de
aprendizagem de maneira global, mais voltada
para a educação básica.
Os indivíduos em sua fase adulta estão com certo caminho percorrido e tem uma
significativa experiência de vida no que diz respeito às vivências tidas no decorrer de
suas vidas até então, logo, o instrutor em sala de aula, por sua vez, deve manter
intacta esses conhecimentos existentes e quebrar barreiras próprias, criando ciência
de que também pode aprender com seus estudantes se permitir-se a isso, ao
contrário, um aluno adulto que não tem suas ideologias levadas em consideração se
fecha para novas informações. Esse tipo de situação afeta completamente o seu
desenvolvimento enquanto discente, causando frustração no estudante por não ter
sua opinião ouvida – como pode ser observado na ilustração – com esse fato ele
poderá obter pouco ou nenhum conhecimento dos conteúdos levados pelo
apresentador, além de provocar uma relação desconfortável entre as duas partes.
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Figura 02: Respeitar a opinião do aluno evitará esse tipo de situação.
Manter uma relação amigável e longe de conflitos pode parecer difícil, porém, se o
instrutor tiver conhecimento das táticas que auxiliam no estímulo do estudante, a
consequência é uma convivência agradável e sem conflitos.
Por isso, separamos 5 dicas para que o instrutor possa estimular e manter seus
alunos estimulados:
1. Ouça seu aluno: Dessa maneira, ele saberá que você se importa com o que
ele tem a dizer e consequentemente também irá escutar o que você tem a
dizer, assim a interação será efetuada com sucesso durante as aulas;
2. Faça o seu aluno saber que pode ganhar com os conhecimentos que ele
pode adquirir: O aluno em sua fase adulta, embora tenha noção de suas
razões, precisa entender os próprios motivos de estar ali, independente se for
para ganhar uma promoção no trabalho, certificado de capacitação para a
busca de um emprego ou somente para ter sabedoria do que está sendo
proposto, o seu papel enquanto instrutor é realizar suas aulas de maneira
interessante para que o discente além de se surpreender com o seu serviço,
esteja sempre motivado a continuar;
3. Amplie as visões do seu aluno: Mostre a ele que os saberes podem abrir
mais portas do que ele imagina, não somente em questões profissionais, mas
para a colaboração ou até modificação de sua visão sobre determinados
assuntos. Isso permitirá ampliamento do senso crítico do seu aluno para que
ele desperte a habilidade de comunicação e crie suas próprias concepções
acerca do que está sendo estudado.
4. Dinamize suas aulas: Nada de falatórios unicamente restritos ao que você
tem para falar, deixe seu aluno expressar o que pensa sobre o assunto, crie
dinâmicas, debates, abra espaço para que o aluno se integre no conteúdo
tanto quanto você, assim será criado um ambiente mais didático,
descontraído e perfeito para que o aluno sinta vontade de continuar
estudando.
5. Não tenha medo de ousar na praticidade: Um aluno só aprenderá a fazer
praticando, por isso não se restrinja a repassar somente o conteúdo teórico,
faça com que o aluno pratique o que foi discutido em sala de aula, se ele
estará em formação para instrutor, por exemplo, por que não o deixar assumir
a turma por alguns instantes?
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Figura 03: Grupo de alunos interagindo.
A nossa amiga Isabela ficou extremamente feliz por entender que é necessário
preparo e conhecimento para instruir um grupo de alunos, logo soube que precisava
compreender também como funciona o processo de aprendizagem e quais são suas
fases, para saber se seus estudantes estão ou não aprendendo tudo o que é
exposto em suas aulas. Quais seriam as etapas do processo de aprendizagem?
Podemos descobrir a seguir.
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Etapa 1. Conhecimento – O ser humano conhece diversas coisas a todo momento,
logo entende-se que o conhecimento não é o aprendizado, mas o primeiro contato
que se tem com determinado assunto, objeto, idioma, etc.
Etapa 2. Absorção – Quando nos deparamos com um dado importante que
precisamos aprender, é necessário que a mantenhamos em nossa mente, pois
somente ouvir não é o suficiente. Então, manter esse conhecimento para que se
torne fixa é a maneira que temos para que o cérebro entenda que aquela informação
é necessária.
Etapa 3. Praticidade – É a fórmula encontrada para que a manutenção desse
conhecimento se torne constante, a partir de todos os conhecimentos teóricos
adquiridos até então, essa etapa fará com que essa fixação seja efetuada com
sucesso através da prática que o instrutor deve proporcionar ao indivíduo.
Etapa 4. Propagandear – O indivíduo pratica e a partir do que conseguiu reter até
então ele passará a espalhar seu aprendizado, essa etapa permitirá uma fixação
ainda maior, pois ao falar sobre o que está aprendendo, é a maneira mais eficaz de
se aprender.
Para que haja melhor entendimento sobre isso, estudaremos sobre a Arte de Falar
em público, mas isso somente na próxima unidade.
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
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UNIDADE 2 – A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO
Ao descobrir isso, nossa amiga Isabela ficou ainda mais interessada no que o curso
de formação de instrutores tinha a oferecer, pois tinha muitas dificuldades em
manter o aluno ativo em suas apresentações. Percebeu que as suas aulas poderiam
não ser tão interessantes mesmo com todo o seu atual conhecimento dos processos
de aprendizagem, ela deveria saber como passar seus conteúdos de maneira
facilitadora e instigadora, mas, como fazer isso?
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Para desenvolver este conteúdo de maneira mais entendível e possamos entender
melhor como Isabela está se saindo com seus novos conhecimentos, esta unidade
será dividido em 5 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
Segundo o coach e palestrante Marcelo Campos motivação é tudo o que nos leva à
ação, e o esqueleto da palavra indica isso, o que leva uma pessoa a ter certas
atitudes? A motivação se trata disto. Este é considerado um sentimento carregado
de emoções e pensamentos, sejam eles racionais ou passionais. Sabemos que
sentir-se seguro e sem medo é uma tarefa complicada para realizar sozinho, quando
você tem muitas ocupações e preocupações em excesso todos os dias a tendência
é esquecer-se de si e manter-se bem. O desgaste do cotidiano nos deixa afastados
da segurança que um indivíduo necessita ter naturalmente, no entanto, é preciso
esforçar-se para que haja a constante manutenção da autoconfiança todos os dias,
porém, em determinadas situações – como a de estar se expressando para um
grupo – a motivação se apaga e traz total insegurança para tal, atormentando não
somente a mente, mas também o corpo.
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4 Dicas Essenciais da Motivação
Os conselhos dados acima não precisam ser seguidos à risca, o profissional deve
analisar e readaptá-los de acordo com seu perfil e suas necessidades. A melhora se
dará aos poucos e gradativamente. Para completar mais o perfil do profissional,
serão trabalhados posteriormente não somente a fala, mas as expressões corporais,
o corpo e a sua linguagem, será o que veremos no próximo tópico.
Sabemos que o corpo está completamente conectado com a nossa mente, da qual
podemos emitir os comandos para o resto do corpo. Mas afinal, o que são as
expressões corporais? Como poderíamos trabalhar isso no nosso discurso oratório?
O corpo também possui sua própria linguagem, essas são chamadas de expressões
corporais. Observe a imagem abaixo:
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Repare que as pessoas estão gesticulando enquanto conversam. Essa postura é um
comportamento natural dos seres humanos e desde os primórdios da humanidade
existe movimento corporal na comunicação que também pode ser denominada
linguagem. Nossa amiga Isabela descobriu que esse tipo de língua é complementar
a fala oral e permite com que sejam percebidos comportamentos e enriquecimento
de expressão, chamando a atenção do público que está assistindo.
Para o instrutor, também é importante salientar que a linguagem do seu corpo pode
colaborar intensamente no aprendizado a partir do contato visual que o aluno terá ao
assistir uma apresentação, é necessária muita segurança para se manter na postura
adequada (como não se manter de costas em sua fala ou caminhe freneticamente
sem parar no momento do discurso), por conta disso, vê-se a precisão de abordar
sobre o medo de falar em público e como podemos trabalhar para amenizar essa
situação. Nossa amiga Isabela percebeu que deveria modificar muitas das suas
expressões corporais para conseguir amenizar demonstrações de medo e
insegurança durante sua apresentação, por isso, resolveu descobrir como trabalhar
o medo para controlá-lo.
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2.3 TRABALHANDO O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO
Há muitos fatores que influenciam no medo, alguns deles podem ser traumas
passados, ansiedade, falta de confiança em si mesmo, insegurança sobre os
assuntos abordados, e diversos outros motivos que desencadeiam essa emoção. As
reações perante o medo envolvem tremores, suor, visão turva, tontura, enjôos,
coração acelerado e etc. Todas essas respostas do corpo perante o medo são
causadas pela ansiedade, que é despertada por diversos motivos que mudam de
acordo com cada indivíduo.
O medo é um sentimento natural de qualquer ser humano, por isso não é possível
exterminá-lo de nossas vidas, mas podemos controlar e a partir desse controle,
realizar com sucesso nossas tarefas diárias. Listaremos aqui 4 simples passos que
são essenciais para que você aprenda a se controlar e inibir o medo da sua vida.
1 – Limpe sua mente: Esvaziar a mente e manter-se tranquilo e sereno ajuda antes
de qualquer apresentação, antes de apresentar, exclua os pensamentos que cercam
a apresentação.
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Figura 03: Pessoa se exercitando.
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Figura 05: Meditação.
Essas recomendações não são para excluir o medo completamente, apenas para
inibir e controlar, como foi mencionado anteriormente, esse sentimento é uma
reação espontânea da mente. Logo, reforçar esses aconselhamentos através de
exercícios para passar por cima dos seus medos atuais é a melhor e principal
maneira de superá-los.
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A melhor forma de se trabalhar com o medo
além de aumentar o tempo de experiência, é
Saiba Mais manter uma rotina de exercício e seguindo
um cronograma diário de práticas que
colaborarão para a diminuição do medo.
Para que você culmine internamente todos os conteúdos citados até então,
selecionamos 5 exercícios para que sejam praticadas as dicas e os ensinamentos
dados e a melhora de suas expressões corporais / verbais ocorram com melhor
fluidez.
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5 – Para a postura: Independentemente de estar ou não em uma apresentação,
tente manter a coluna ereta, exercícios de alongamento realizados podem ajudar a
manter a postura, ensaiar a aula pode ser de grande ajuda, evitando cacoetes
durante a sua realização real.
Nossa amiga Isabela agora está pronta para praticar mais o que foi aconselhado até
aqui, iniciou um novo cronograma para se readaptar em seus vícios corporais e de
fala, seguirá todas as dicas para melhorar cada vez mais. Agora, ela precisava
aprender como conduzir os diversos tipos de público e como sequenciar suas aulas
corretamente, se perguntou como poderia fazer ao lidar com situações
desconfortáveis ou com o público ruim, por isso estava animada para o que viria a
seguir no curso de Formação de Instrutores.
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• A formação do instrutor;
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UNIDADE 3 – HABILIDADES DO INSTRUTOR DE TREINAMENTOS
VAMOS COMEÇAR?
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3.1 A FORMAÇÃO DO INSTRUTOR
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Vale ressaltar: A formação continuada permitirá ao instrutor obter incontáveis
atualizações e crescimento intelectual, tornando-o capaz de suprir todas as
necessidades dos alunos.
Sabemos que para a apresentação ser realizada, deve-se levar em conta diversos
aspectos que são importantes para o bom andamento e o sucesso da mesma,
dentre estes aspectos a condução do grupo espectador é indispensável, pois é o
que ajudará a definir a aula como interessante ou monótona.
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Observe na imagem abaixo como a condução deve ser realizada:
Com todas essas dicas, a condução do grupo poderá ser realizada com êxito.
A partir das citações acima, podemos saber quais os pontos principais para conduzir
um grupo, agora iremos ver como fazer para controlar uma plateia hostil e quais as
melhores maneiras de abordar esse tipo de grupo.
Instruir e/ou treinar estudantes não é uma tarefa fácil, é uma tarefa complexa para o
instrutor, pois ele terá a responsabilidade de capacitar alunos para o mercado de
trabalho, ao término todos devem ter as mesmas habilidades e precisam executar no
mínimo o básico do que foi estudado no decorrer do curso. Mas, como fazer quando
se tem uma turma hostil?
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Figura 14: Lidando com a plateia.
A nossa amiga Isabela estava lidando com esse problema e decidiu pesquisar mais
para descobrir o que podia fazer para amenizar a situação. No curso de Formação
de Instrutores foram selecionados alguns pontos simples, mas que fazem toda a
diferença quando se trata de controlar uma plateia hostil. Veja na tabela abaixo:
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Figura 15: Grupo motivado.
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3.5 COMO INICIAR, CONDUZIR E FECHAR UMA APRESENTAÇÃO
Outro dos aspectos necessários para uma boa apresentação, a forma de iniciar
conduzir e fechar a mesma, nossa amiga instrutora está numa encruzilhada, a
maioria dos seus instruídos estão dispersos e sem entender muito bem o assunto,
como resolver? Para evitar situações como essas vão seguir essas dicas:
3.5.1 O início
Sempre ao início das aulas é necessário saber como os participantes estão (bem,
agitados, conturbados, etc.) mesmo que de maneira indireta, tentar trazer ao
ambiente um ar pacífico é sempre recomendado. O nervosismo e o medo não afeta
somente ao instrutor, por isso, um exercício de respiração (como já foi mencionado
na unidade anterior) funciona como um calmante, iniciar os seus momentos com
essa tranquilidade é interessante para o decorrer da aula, estabelecendo a calmaria
necessária.
3.5.2 O desenvolvimento
Durante o desenvolvimento sempre tente resgatar essa paz dando intervalos para a
respiração e inclusive tirar dúvidas dos expectadores para que instrutor se assegure
de que os alunos estão acompanhando a aula e também servirá como feedback
parcial, identificará se há algo de errado na apresentação, facilitando para a tomada
de providências sobre a mesma de forma imediata.
3.5.3 A finalização
Ao finalizar procure resolver exercícios e dinâmicas que façam com que o assunto
seja fixado na memória dos participantes, depois disso, realize um feedback final
que lhe ajudará a manter a constante inovação.
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
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UNIDADE 1 – LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES DE TREINAMENTO
Ao descobrir isso, nossa amiga Isabela ficou curiosa sobre o LNT e perguntou-se
como ele poderia ser feito e como colaboraria em sua profissão. Para entender
melhor como ela está se saindo com seus novos conhecimentos e tornar esse
assunto mais compreensível, esta unidade será dividido em 3 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
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unidades anteriores) estes possuem habilidades pré-desenvolvidas e determinadas
fraquezas que podem e devem ser trabalhadas com auxílio da instrução.
Em todas as áreas que poderá ser transformada em apresentação, deve ser feito o
Levantamento de Necessidades (conhecido também como LNT – abreviação) para o
início de qualquer planejamento ou obra. Especificamente, esta realização tem o
intuito de listar as dificuldades que estão presentes em determinado ambiente, seja
empresarial, escolar, ou até mesmo para o público aberto. Tudo isso é o que irá
determinar o conteúdo de todo e qualquer assunto a ser tratado nas apresentações.
Existem muitas formas de elaborar um levantamento, a seguir, veremos três
exemplos de LNT (os mais utilizados) que sugerem esta prática e facilitam no
momento previamente estabelecido para a elaboração dos objetivos:
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Observação: É importante salientar que a observação pode partir de qualquer
profissional dentro de um ambiente de trabalho, ou similar. Toda rotina pode
apresentar dificuldades, sejam elas em grupo ou individuais.
Nossa amiga Isabela pensou em quais dos exemplos descobertos utilizaria para
fazer seu Levantamento de Necessidades e percebeu que deveria decidir sozinha,
mas não sabia como, logo, procurou separar os principais critérios de acordo com
sua análise pessoal para iniciar o seu LNT, mas para isso, é preciso descobrir quais
critérios devemos levar em conta e como devem ser tomados para esse
levantamento acontecer.
Como visto anteriormente, para elaborar o LNT, são necessárias diversas análises
para engessar os objetivos de determinado trabalho. Devemos levar em conta que
há existência de muitas formas para se iniciar um levantamento, porém, dependendo
de fatores internos dependidos do segmento das instituições, esse número de
critérios pode se reduzir para simplificar o processo e o levantamento de
necessidades se desenvolver de maneira mais agilizada.
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Ambiente: É relevante colocar em ponto este elemento, pois dependendo do local a
ser realizada uma instrução o método poderá mudar, além disso, fatores como
linguagem, postura e etc., poderão sofrer modificações acerca do ambiente que será
escolhido para a apresentação; Um ambiente distinto da sala de aula exige uma
metodologia diferenciada.
Figura 05: Materiais que podem ser utilizados em uma aula prática de treinamento.
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Figura 06: Um empregado cumprimentando seu chefe em uma reunião de trabalho.
É importante que se saiba como definir cada tipo de levantamento, pois a partir disto
será organizado por âmbito ou necessidades especificas. Dentre eles os principais
tipos são:
Nossa amiga Isabela, a partir dos conhecimentos adquiridos até então, ficou
empolgada para utilizar as técnicas ensinadas neste capitulo e se sentiu ansiosa
para o que viria a seguir. Ela percebeu que precisava estabelecer objetivos nas suas
apresentações para que pudesse organizar melhor o seu trabalho verificando o seu
avanço com estas metas.
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Em todas as áreas que poderá ser
transformada em apresentação, deve ser feito
o Levantamento de Necessidades (conhecido
também como LNT – abreviação) para o início
Saiba Mais
de qualquer planejamento ou obra.
Especificamente, esta realização tem o intuito
de listar as dificuldades que estão presentes
em determinado ambiente, seja empresarial,
escolar, ou até mesmo para o público aberto.
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• Redação de objetivos;
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UNIDADE 2 – DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS EM TREINAMENTO
Olá! Você está começando mais uma unidade do curso de Formação de Instrutores.
Na unidade anterior, vimos como fazer e o que observar para realizar o
levantamento de necessidades, aprendemos como se elabora a LNT, os seus
critérios a serem tomados e os tipos de LNT. Agora que já sabemos fazer o
levantamento das necessidades de treinamento, devemos posteriormente
estabelecer o que queremos alcançar ao final do mesmo. Por isso, nesta unidade
estudaremos a definição de objetivos em treinamento.
O objetivo é uma das partes mais importantes de qualquer planejamento que formos
fazer, pois, com ele traçamos as metas que gostaremos de alcançar ao final de
qualquer atividade a ser realizada, por isso é considerado tão importante em
projetos, planos e outros documentos. Para que possamos definir melhor o que
estaremos abordando em seguida, essa unidade irá despertar no futuro instrutor as
seguintes habilidades:
Essas habilidades darão ao docente maior facilidade para planejar suas aulas e
executar sua metodologia acerca dos objetivos previamente determinados, tornando
o trabalho do instrutor de treinamentos mais eficiente. Ao começar a compreender
isso, nossa amiga Isabela percebeu que deveria descobrir como elaborar seus
objetivos baseados em quais metas gostaria de alcançar, e o que gostaria de
realizar. Para entender melhor como ela iniciou esse processo e tornar esse assunto
mais compreensível, esta unidade será dividido em 2 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
Redigir objetivos é uma prática adotada por todos (ou quase todos) os
planejamentos realizados (seja por professores, escolas, instituições
profissionalizantes, etc.), com ele é possível com que sejam definidos os pontos
chave de quaisquer metas que se pretende alcançar ao final de qualquer ação.
Nossa amiga Isabela estava com muita dificuldade em formular seus objetivos e
permaneceu atenta em suas aulas no curso de formação de instrutores para
treinamento, descobriu várias novas informações que seriam úteis para que fosse
mais fácil perceber o que gostaria de atingir no final de sua apresentação. O que
será que ela aprendeu? Logo vamos descobrir.
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Os objetivos estão divididos em duas partes: Geral e Específicos que unidos em um
plano complementam-se de acordo com a sequência das atividades e suas
realizações. Veja abaixo as definições de cada um:
Objetivo Geral: Como o nome já diz é a toda a ideia, o ponto final do caminho de
uma atividade, ou seja, o que deverá ser atingido como um todo ao final de sua
realização. É o que você deseja alcançar no final da(o) atividade / aula / projeto /
curso a partir da ação completa do que foi proposto e objetivado inicialmente. (Ex:
Coletar materiais reciclados para a confecção de brinquedos para comunidades
carentes);
Objetivos Específicos: São pontos chave que são escolhidos especificamente para
serem alcançados no decorrer de uma atividade, ou seja, a partir de cada momento
realizado em uma aula / apresentação, deve ser selecionado um objetivo específico
de tal ação, assim, é possível cumprir pequenas metas no decorrer de uma atividade
até chegar ao objetivo final (geral) daquela ação. O objetivo específico nada mais é
do que os caminhos a serem percorridos para o cumprimento do objetivo geral. (Ex.:
Arrecadar 1000 garrafas pet de 2L / Promover a participação da sociedade local na
coleta de materiais / Envolver a população na fabricação dos brinquedos).
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Exemplos de objetivos específicos: registrar, definir, identificar, nomear,
especificar, exemplificar, enumerar, citar.
Para compreender melhor quais desses verbos utilizar nos objetivos, verifica-se que
é necessário classificar os domínios e os níveis de aprendizagem do público alvo,
podemos destacar os domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor.
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Figura 04: Inteligência.
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É necessário estabelecer pontos referentes às necessidades do que se quer realizar
por isso, é importante estabelecer metas que sejam realistas para o trabalho ser
realizado de maneira eficaz, qualquer meta estabelecida que seja “sonhadora”, ou
seja, fora de alcance de forma impossível a ser atingida, atrapalhará no processo e
resultado final do treinamento; objetivar de acordo com as possibilidades e estar de
acordo com a sequência dos planos ofertará grandes resultados. Quando
estabelecidos os pontos de finalidade, deve ser feita uma previsão hipotética do que
sequenciará o treinamento, ou seja, o desfecho do treinamento, que servirá como
definição para o que os participantes deverão executar ou aprender durante as
apresentações.
Vamos supor que um grupo de alunos está com dificuldades em lidar com as suas
diferenças e a falta de comunicação está atrapalhando o desempenho dos
profissionais que instruem essa turma. Em um planejamento de treinamento, o
Instrutor deve estabelecer os objetivos voltados para essa problemática e para as
metodologias indicadas para também estimular a aprendizagem, somente então, o
instrutor poderá escolher que fazer para resolver esse problema. Tudo deve sempre
estar em completa e total sintonia, desde a preocupação em resolver os conflitos
para melhoria e aproveitamento do tempo de aula ao objetivo escolhido para
promover o próprio aprendizado.
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Resumindo para deixar mais claro, observe abaixo os pontos que devem ser
observados para que o resultado final seja o desejado:
1. Definição de metas reais – Somente assim será possível executar o que será
objetivado, de acordo com os recursos disponíveis para a realização de tal atividade.
2. Objetivar o resultado dentro das possibilidades – Ao estar definindo objetivos
dentro do que é possível realizar o resultado final será mais eficiente do que se
planejar um trabalho com recursos inacessíveis, por exemplo.
3. Prever os resultados – Pense em como será o resultado a partir dos objetivos
que você possui hoje, pois, se por ventura forem ineficientes então nem adianta
colocar em prática, o mais adequado seria rever os objetivos e modificá-los se
necessário.
Nossa amiga Isabela se surpreendeu com a relevância dos objetivos nos resultados
final de um treinamento e percebeu que deveria atentar-se e dar maior importância a
eles para construir um planejamento e executar suas apresentações de maneira
eficiente e eficaz. Diante de todas essas amostragens acerca desta temática,
abordaremos sobre o PLANEJAMENTO DAS APRESENTAÇÕES, mas, somente na
próxima unidade. Até mais!
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• O que é planejamento;
• Tipos de planejamento;
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UNIDADE 3 – PLANEJAMENTO DAS APRESENTAÇÕES
Olá! Você está começando mais uma unidade do curso de Formação de Instrutores.
Na unidade anterior, conhecemos os tipos de objetivos e seus conceitos e
aprendemos a elaborá-lo adequadamente. Agora que já sabemos fazer um objetivo
corretamente, devemos posteriormente estabelecer todos os parâmetros para
elaborar o planejamento da apresentação. Por isso, nesta unidade será isso que
estudaremos.
O planejamento essencial para qualquer apresentação que formos fazer, pois, com
ele traçamos as metas que gostaremos de alcançar ao final de qualquer atividade a
ser realizada, por isso é considerado tão importante em projetos, planos e outros
documentos. Para que possamos definir melhor o que estaremos abordando em
seguida, essa unidade irá despertar no futuro instrutor as seguintes habilidades:
Essas habilidades darão ao docente maior facilidade para planejar suas aulas e
executar sua metodologia acerca dos objetivos previamente determinados, tornando
o trabalho do instrutor de treinamentos mais eficiente. Ao começar a compreender
isso, nossa amiga Isabela a percebeu que deveria descobrir como elaborar seus
objetivos baseados em quais metas gostaria de alcançar, e o que gostaria de
realizar. Para entender melhor como ela iniciou esse processo e tornar esse assunto
mais compreensível, esta unidade será dividido em 2 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
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Figura 01: Planejamento.
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Os planejamentos estão separados em três tipos, que se denominam em
Planejamento do Curso, Planejamento da Unidade e Planejamento de Aula. Para
que você entenda melhor o que está sendo citado aqui, separamos os tipos de
planejamentos mais utilizados nas instituições de organização educacional:
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3.3 O PLANEJAMENTO MAIS ADEQUADO PARA AS NECESSIDADES DO
INSTRUTOR E DO INSTRUÍDO
Como vimos anteriormente nos outras unidades o público deve ser sempre
analisado para que seja viável realizar um planejamento específico para aquele tipo
de plateia, porém não somente para ela, a preparação das instruções deve ser
flexível para o instrutor também, de modo a suprir as necessidades do mesmo. A
norma NBR ISO 10015 Gestão da qualidade - Diretrizes para treinamento, é uma
fonte de referência para instrutores que procuram aperfeiçoar a elaboração do
planejamento, contendo informações e dicas interessantes. O documento afirma que
“a forma de treinamento adequada dependerá dos recursos, das restrições ou
limitações e dos objetivos listados”, ou seja o planejamento necessita da flexibilidade
e versatilidade necessária para sua execução. A mesma Foi criada e editada em
1999 pela Organização Internacional da Estandardização, com o intuito de formar
diretrizes que auxiliam o instrutor de treinamento a executar e aplicar os cursos,
levantando pontos do planejamento e critérios para a organização do mesmo
estabelecendo um padrão, ela também foi criada com o objetivo de ajudar as
empresas a melhorarem as formações por elas aplicadas, fazendo com que os
investimentos (materiais didáticos, recursos e diversos outros gastos), valessem à
pena.
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Figura 04: Verificando necessidades.
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Pode-se perceber que o instrutor responsável pelo plano, mostra devida flexibilidade
e não possui algo fixamente estabelecido, respeitando assim os fatores que possam
influenciar na alteração no planejamento.
Logo, podemos concluir que o planejamento vai de uma visão global que o instrutor
terá de ter para analisar todos os pontos e todas as possibilidades em sala de aula,
para que o atendimento seja flexível e benéfico para todos os alunos e em qualquer
tipo de ambiente que a instrução possa acontecer.
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SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• Elaboração de textos;
• Tipos de conteúdos;
• Elaboração da apresentação;
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UNIDADE 4 – PASSOS DO PLANEJAMENTO
Olá! Você está começando mais uma unidade do curso de Formação de Instrutores
para treinamento. Na unidade anterior, conhecemos os conceitos de planejamento e
os seus tipos. Agora que já sabemos o que é um plano, devemos posteriormente
conhecer a estrutura de um planejamento para que a apresentação seja realizada de
maneira coerente. Por isso, nesta unidade estudaremos sobre os passos do
planejamento.
VAMOS COMEÇAR?
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4.1 ELABORAÇÃO DE TEXTO
Observe abaixo para que seja feito inicialmente um aparato geral da estrutura de um
texto para que um planejamento seja compreensível e adequado.
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Desenvolvimento: Na estrutura textual, o desenvolvimento é inteiramente
importante, é nessa parte que o escritor irá detalhar o conteúdo que foi comentado
na introdução. Em um planejamento este se dá através dos objetivos, metodologia,
recursos e tempo de duração, nesses itens a temática escolhida deve ser explanada
de maneira que o leitor compreenda como se dará o desenrolar do assunto durante
uma apresentação.
Conclusão: Todo conteúdo, assim como deve ter um início deve ter um desfecho,
por isso, a conclusão dentro de um texto funciona como encerramento do discurso
escrito. Em um planejamento ela se dá através da avaliação que tem intuito de
culminar as práticas e estudos realizados no decorrer da sequência didática que se
realizará.
Nossa amiga Isabela ficou eufórica com esses novos conhecimentos acerca da
estrutura de um texto, pois será muito útil na hora de se planejar. Para melhor
elaborar a escrita de seus planejamentos, ela necessitava descobrir como separar
seus conteúdos e entender melhor como organizar o seu plano. Para complementar
o que vimos até agora vamos a seguir entender os tipos de conteúdos.
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6
4.2 TIPOS DE CONTEÚDOS
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7
Na estrutura textual, o desenvolvimento é
inteiramente importante, é nessa parte que o
Saiba Mais escritor irá detalhar o conteúdo que foi
comentado na introdução.
Escolher os tópicos do que será apresentado: Não adianta ter um ótimo assunto
se não saberá desenvolvê-lo na hora da exposição, por isso, escolha os tópicos que
faça relação com os assuntos que podem ser utilizados como lembrete do conteúdo
e facilite o desenvolvimento da apresentação. Normalmente esses tópicos são
utilizados no próprio slide.
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8
Agora que Isabela está mais ciente de como elaborar sua apresentação, ela precisa
obter conhecimentos acerca disso, a começar pelo roteiro que deve estar impecável,
por isso iniciaremos a exposição do passo a passo para a construção do roteiro da
apresentação, mas somente no próximo tópico.
Objetivos: Logo após a definição do tema, é preciso definir objetivos, que foram
explicados na unidade anterior, para incluir os objetivos no plano deve-se colocar um
objetivo geral e alguns objetivos específicos na quantidade que pode ser definida
pelo apresentador, porém a cautela ao redigi-los está no início de cada um deles,
pois, todo objetivo se inicia com um verbo, por exemplo:
.
9
Percebe-se com o exemplo que alguns verbos utilizados são de uso dos objetivos
gerais e outros de uso específico, observe a tabela abaixo com exemplos de verbos
que compõem esses pontos:
Deverão tomar nota de coisas que eles têm em comum e anotá-las e após isso
colocarão no grande grupo em forma de exposição. O objetivo da dinâmica é fazer
os participantes descobrirem que embora sejam diferentes existem coisas parecidas
em seus traços pessoais que podem ser úteis no momento da elaboração de um
trabalho, seja ele técnico, teórico ou prático.
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10
Avaliação quantitativa: De forma individual os alunos irão responder a
questionários, as questões serão distribuídas com notas de 1 a 10 somando um total
de 100 pontos.
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11
Treinamento empresarial: Os treinamentos assim definidos são as capacitações
aplicadas nas empresas de forma geral, para que possam ser alcançados metas
com maior rendimento, melhor comunicação, etc. Em todos os aspectos se observa
o desempenho geral da organização.
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12
Treinamento de capacitação técnica: Os treinamentos dessa área são feitos
geralmente em formação continuada, para ensinar aos profissionais de determinada
corporação a lidar com situações problemáticas, com algum produto da mesma (se
oferecido), ou em alguma outra característica presente na organização.
O Instrutor deve trabalhar com os tipos de técnicas que melhor dominar, visando
estar sempre por dentro do conteúdo tendo total domínio do mesmo para a melhor
transmissão de conhecimento para os participantes dos treinamentos ministrados.
Veremos a seguir as maneiras de utilizar dinâmicas e jogos em uma apresentação.
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13
Jogos / dinâmicas de quebra gelo: São brincadeiras e jogos propostos com o
intuito de propagar interação entre o grupo, animando e descontraindo os
participantes.
Dinâmica: 1,2,3.
Como fazer:
1. Peça para que os participantes formem duplas, e que os dois passem a
contar de um a três alternadamente.
2. Após isso, oriente que troquem os números por movimentos a vontade de
cada um em sequência.
3. Após um tempo peça para repitam com outras pessoas.
4. Finalize a sua maneira.
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14
Dinâmicas de relaxamento: Em algum momento da apresentação (principalmente
se for muito extensa), os participantes se sentirão cansados, e tensos, com o intuito
de minimizar essa tensão, é recomendado que se tenha conhecimento sobre este
tipo de descontração.
Nossa amiga Isabela está cada vez mais dinâmica e metodológica em suas aulas
sempre inovando, graças ao curso de formação de instrutores de treinamento, agora
ela sabe quais jogos ela pode aplicar em suas apresentações.
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15
SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
• Linguagem oral;
• Linguagem corporal;
• Postura do instrutor;
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3
UNIDADE 1 – RECURSOS PESSOAIS
Olá! Você está começando mais uma unidade do curso de Formação de Instrutores
para treinamento. Na unidade anterior, conhecemos o que devemos fazer para
elaborar um planejamento corretamente. Agora que já sabemos o que é e como
fazer um plano, devemos posteriormente entender como executá-lo e apresentá-lo.
Por isso, nesta unidade estudaremos sobre os recursos pessoais para que essa
ação seja possível.
VAMOS COMEÇAR?
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4
Figura 01: O ato de falar se restringe ao homem.
Essas dicas têm como objetivo trabalhar a linguagem oral do instruído de maneira a
aumentar seu vocabulário e melhorar na prática a sua oralidade perante quaisquer
situações que exija diálogos verbais, aprimorando continuamente essa capacidade.
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5
comunicação e fundi-las para que suas diferenças sejam complementares, fazendo
parte da postura do instrutor, que será detalhado posteriormente.
Observe a imagem abaixo. Repare nos gestos e expressões que a garota está
fazendo, é nitidamente percebido que ela está apontando alegremente (em uma
expressão de empolgação) para algum lugar.
Gestos: Os gestos são parte da linguagem corporal que podem complementar e até
ilustrar o que está sendo dito, observe a menina acima com as pernas levemente
abertas e apontando para determinado ponto, automaticamente esse gesto fará com
que você olhe para o lugar que está sendo apontado.
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6
Nossa amiga Isabela ficou encantada com as dinâmicas que poderia realizar em
suas aulas, porém, gostaria de reforçar o que foi aprendido no módulo 1 unidade 2
“A arte de falar em público” e buscou mais informações sobre a postura do instrutor
durante sua instrução. É exatamente sobre isso que abordaremos a seguir.
Por isso, selecionamos dicas para que você possa manter sua postura
adequadamente, observe abaixo:
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7
Dica 1 – Evite utilizar muitos vícios de linguagem, pois com um vocabulário
inadequado você enquanto instrutor / apresentador perderá sua credibilidade;
Dica 2 – Utilize recursos visuais para reforçar o que você está dizendo, slides,
quadros magnéticos, imagens e afins são ótimas ferramentas para auxiliar na
apresentação;
Dica 3 – Explique todas as expressões que podem não ser entendidas pelos
telespectadores, as vezes palavras mais técnicas e menos utilizadas podem tornar o
conteúdo incompreensível se não forem explicados os seus significados;
Dica 4 – Utilize uma velocidade de fala apropriada, pois despejar os conteúdos
rápido demais pode tornar o mesmo confuso e não entendível;
Dica 5 – Oportunize o espaço para possíveis debates, envolva os discentes no
assunto, responda dúvidas e levante questionamentos.
Nossa amiga Isabela aprendeu que existe grande importância em se adequar dessa
maneira para emanar autoridade natural para seus alunos e se portar bem enquanto
instrutora, porém ainda luta contra o medo e ansiedade. Vimos nas unidades
anteriores os conceitos desse tema e foram levantados os fatores que podem
ocasionar esses sentimentos, porém, Isabela ainda está insegura sobre isso e
decidiu realizar pesquisas além do que foi estudado até aqui.
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8
Agora, veja a seguir dicas para praticar sozinho:
Dica 1 – Alimente-se bem, a boa alimentação diminui fatores que causam esse tipo
de sentimento;
Dica 2 – Se organize, dedique um tempo para você e faça algo mais saudável como
praticar exercícios, eles também diminuem o estresse e o deixa mais disposto após
descarregá-lo com atividades físicas;
Dica 3 – Procure um tempo para se distrair, o entretenimento é responsável por
equilibrar as emoções e sobrecargas do dia-a-dia;
Dica 4 – Cuide do seu sono, dormir bem evita o estresse e traz maior qualidade de
vida, você passará a estar mais disposto;
Veremos agora um assunto distinto, mas não menos importante como lidar com
diferentes tipos de participantes e grupos. Vamos ao próximo tópico.
Sabe-se que lidar com um grupo de alunos pode ser complicado se quem está a
frente não possui a didática necessária para conduzir uma turma, pois, ao observar
ao seu redor, você enquanto aluno pode perceber que existem diversidade. Assim
funcionam com os grupos de quaisquer âmbitos sociais, há perfis distintos que mal
gestionados podem não se desenvolver as maneira que deveriam, logo, se faz
preciso uma boa gestão de equipe para que a condução se dê com fluidez.
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9
É importante salientar que as diferenças podem se complementar, cabe ao condutor
realizar um diagnóstico do perfil dos alunos (semelhanças e diferenças) e utilizar
isso a seu favor.
Para que isso seja possível, é necessário que o condutor da instrução tenha em
mente que deve ter uma visão ampla e global da sala de aula / treinamento e seus
componentes para que entenda brevemente o perfil de cada um e utilize as
diferenças existentes a seu favor para que a instrução seja proveitosa.
Tímidos: São os alunos que podem até estudar para tirar boas notas, mas possuem
extrema dificuldade em expressar suas ideias para o resto da turma e se mantem
reprimidos durante toda a aula, evitando falar ao máximo.
Extrovertidos: São os alunos que tem incrível facilidade em falar mesmo quando
não tem certeza do que estão falando, são alegres e espontâneos.
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10
O apresentador deve fazer com que este aluno aprenda a ouvir e tenha mais
autocontrole.
Distantes: São aqueles alunos que não participam da aula, ficam no celular ou de
alguma maneira distantes do que está sendo participado em sala de aula.
Estudiosos: São os alunos que normalmente não dão trabalho, tiram sempre as
melhores notas e estão sempre participando de tudo o que o docente propõe.
Como esses alunos sempre se destacam, devem aprender a perder e cooperar com
o resto do grupo.
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11
Figura 09: Estudar.
Líderes: São os alunos famosos por estarem sempre a frente de tudo, comandando
e guiando em todas as atividades, tem dificuldade em olhar de maneira global para
atender as necessidades do grupo.
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Como pôde ser notado, os grupos são compostos por diversos tipos de alunos e as
vezes a maioria pode ser composta por um ou outro tipo de aluno, isso pode tornar o
grupo mais calmo ou mais “arisco”, por isso é necessário resiliência para lidar com
as diferenças e saber como utilizar isso a seu favor.
Agora que nossa amiga Isabela já conhece os padrões e mais comuns tipos de
alunos / grupos e já sabe como utilizar os recursos pessoais, se sente mais segura
do que nunca para exercer sua nova profissão, agora ela precisava conhecer os
recursos audiovisuais para aprimorar seus conhecimentos.
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13
SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
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3
UNIDADE 2 – RECURSOS AUDIOVISUAIS
Olá! Você está começando mais uma unidade do curso de Formação de Instrutores
para treinamento. Na unidade anterior, conhecemos os recursos pessoais que
devemos utilizar no momento de uma apresentação. Agora que já aprendemos a
manusear nossos próprios recursos, controlar os sentimentos e manter a postura
profissional, posteriormente devemos entender como e qual ferramenta escolher
para seu uso como auxílio em determinada instrução. Por isso, nesta unidade
estudaremos sobre os recursos audiovisuais para que essa ação seja possível.
Para entender melhor como ela iniciou esse processo e tornar esse assunto mais
compreensível, esta unidade será dividido em 8 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
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4
2.1 UTILIZAÇÃO DE FLIP CHART
Vantagens:
1. É um recurso que não tem altos custos e sua utilização é de fácil manuseio
para que use a ferramenta;
2. O Flip Chart permite ao seu usuário um recurso facilitador que permite ao
mesmo tempo para elaborar seu material de maneira antecipada;
3. Permite interatividade com o telespectador, pois os conteúdos postos na
ferramenta são resumidos e de fácil compreensão;
4. É um material que dá ao instrutor a liberdade de expor exemplos rápidos,
para fazer analogias com o tema que está sendo exposto;
5. É possível rever as informações sempre que necessário, pois elas estarão
conservadas.
Desvantagens:
1. O Flip Chart é útil, porém sua utilização é útil em apresentações curtas, pois
seu espaço é muito limitado;
2. É um recurso bom, porém, erros não poderão existir no momento da
confecção do material, pois é impossível modificar qualquer informação já
colocada;
3. Não é possível entregar cópias do conteúdo contido no Flip Chart por ser um
material manuscrito;
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5
4. É um material frágil, que exige maior cuidado, podendo atrapalhar o momento
da apresentação caso o instrutor não esteja preparado para utilizá-lo;
5. A informação é permanente, ou seja, é possível a sua utilização para apenas
um tipo de conteúdo, que será o registrado na ferramenta.
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6
Figura 02: PowerPoint.
É preciso elaborar uma boa apresentação para atrair os olhos e a atenção de quem
está assistindo uma apresentação em PowerPoint, por isso, daremos agora, dicas e
passos que ajudarão na preparação e manuseio dessa ferramenta e encantar seus
telespectadores:
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7
É preciso elaborar uma boa apresentação para
atrair os olhos e a atenção de quem está
Dicas
assistindo uma apresentação em PowerPoint.
Organização didática: São as normas legislativas que fazem parte das leis
educacionais, ela estabelece os padrões de uma instituição.
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8
Veja agora, dicas básicas para que a organização pessoal do apresentador seja
eficaz na aprendizagem dos alunos:
Agora que sabemos como utilizar dos nossos conhecimentos e como fazer para
expô-los corretamente, voltaremos para a exposição de outros recursos auxiliadores
do ensino-aprendizagem.
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2. Cuidado com o ambiente escolhido, requisitos como iluminação, tamanho do
espaço e extensão de som, devem ser analisados para o melhor tipo de
aparelho. Escolha pontos fixos e de fácil visualização ao público.
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5. Evite usá-lo em 100% do tempo de apresentações, tudo que é de utilização
constante nas instruções, se torna chato, alterne para a realização de
dinâmicas, debates ou outras que façam o público também participar desse
momento.
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11
Figura 09: Quadro.
Observe-os a seguir.
Prós
Contras
Caso necessário a sua utilização, alguns passos devem ser seguidos para que o uso
deste recurso seja de forma correta e os cuidados necessários com esse material
sejam tomados, vejamos a seguir orientações a serem respeitadas no momento em
que precisar manusear essa ferramenta:
Após estas dicas, lembre-se de avaliar se este material pode ser usado nas
apresentações, sempre buscando a sua adequação ao conteúdo e aos alunos para
melhor atendê-los. Agora, veremos outro recurso visual que pode colaborar
positivamente no desempenho de um aluno durante seu treinamento, passe para o
próximo tópico para descobrir.
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2.6 COMO TRABALHAR VÍDEOS DE TREINAMENTO
Como vimos nos tópicos e unidades anteriores percebe-se que os recursos didáticos
auxiliam de forma complementar nas aulas e que cada um destes possui sua
função, nas aulas pode ser necessário que se usem vários, pois, chamando a
atenção do aluno e inovando inclusive dentro da própria apresentação. Um dos
recursos mais utilizados é o vídeo, este possui uma dinamicidade muito grande, seu
uso apresenta várias vantagens e desvantagens que devem ser compreendidas pelo
orientador, para que a aula possa fluir de maneira interessante.
Motivacionais: Esse tipo de conteúdo ajuda com que o aprendiz se sinta motivado,
trabalhando autoestima, mantendo a qualidade de vida adequada do profissional.
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13
Os vídeos são boas ferramentas para definir a qualidade do aprendizado, porém, o
apresentador deve ter todo cuidado ao utilizar esse recurso, para que não se torne
enjoativo, transmita o que deve sem perder o foco, se esse material deixar o
momento desinteressante, não o utilize. No próximo ponto veremos os tipos de
layouts em sala e em que ele colabora para o aprendizado.
Para cada tipo de aula que o instrutor promoverá existem formas diferentes se
trabalhar, as adequações necessárias que vimos anteriormente sejam elas no plano,
nos recursos, nos conteúdos ou até mesmo na forma em que o apresentador
aplicará sua metodologia. Todos esses pontos citados podem ser de utilidade, pois é
possível fazer com que sejam auxiliados pelos layouts em sala, nossa amiga Isabela
pensou bastante e então criou coragem para perguntas: “mas afinal o que são esses
layouts?” e rapidamente ela obteve sua resposta.
Layouts em sala, nada mais são do que a forma que o instrutor distribui os assentos
no local e organiza a sua sala de aula para a sua apresentação, cada uma dessas
distribuições possuem afinidade com um tipo de conteúdo, exposições ou
avaliações. Essas distribuições aumentam o desempenho, concentração e
compreensão do instruído se escolhido corretamente, pois a maneira como o espaço
é organizado também pode interferir bastante no processo de aprendizagem; um
ambiente com pouca luz, apertado demais ou arrumado de maneira errada fazendo
com que uns vejam e outros não pode causar dispersão de parte da turma e tornar o
momento não tão proveitoso quanto deveria ser, por exemplo.
Vejamos então exemplos básicos de layouts para que melhor seja entendido o que
estamos expondo aqui:
1. Layout tradicional: Esse é o tipo de layout que pode ser visto na maioria das
salas de aulas, onde as cadeiras estão arrumadas em fila indiana e o
professor fica a frente. Sua utilização é apropriada para aplicação de provas /
exames.
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14
2. Layout agrupado: Esse layout é comum mas não pode ser visto em todas as
salas, pois as cadeiras estão separadas pela sala de aula em grupos, logo os
alunos se mantém separados em seus montantes espalhados pela sala. Sua
utilização é apropriada para trabalhos em equipe.
Nossa amiga Isabela se surpreendeu com o número de recursos que pode utilizar
para inovar sua aula e prender a atenção de seus alunos para seus ensinamentos e
descobriu que a eficácia do treinamento dependia muito dela para que fosse
eficiente. Veremos a seguir, a AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TREINAMENTO e
com esse ponto descobriremos as melhores formas de avaliar nossos alunos, mas
isso somente na próxima unidade. Até a próxima!
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15
SUMÁRIO
Objetivo:
Conteúdo abordado:
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3
UNIDADE 3 – AVALIAÇÃO DA EFICACIA DO TREINAMENTO
Para entender melhor como ela iniciou esse processo e tornar esse assunto mais
compreensível, este capítulo será dividido em 2 tópicos:
VAMOS COMEÇAR?
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4
A norma NBR ISO 10015 Gestão da qualidade - Diretrizes para Treinamento,
menciona que um relatório de avaliação pode incluir o seguinte:
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5
ajudará nas adequações de todos os itens que foram citados nos capítulos
anteriores e nos próximos que poderão vir, principalmente no levantamento de
necessidades, já que aplicados em forma de questionários ou entrevistas
transformam-se em recursos avaliativos.
Nossa amiga Isabela descobriu muitas coisas sobre como avaliar, mas se um dos
alunos reprovar? Como proceder? Essa dúvida percorria a mente dela e logo buscou
maiores informações sobre essa questão, veja a seguir o que é possível fazer
nesses casos:
Se por via das ocasiões ocorrer de um aluno reprovar, não se desespere, nem
sempre isso poderá ser culpa do instrutor. Em caso de reprovação será necessário
verificar as diretrizes da instituição que está sendo aplicado os exames / cursos /
atividades / treinamento para verificar se é possível realizar um re-teste como uma
espécie de recuperação, elaborar um relato sobre o ocorrido e enviar até a
coordenação é uma saída para a resolução dessa situação, caso contrário, o aluno
terá de refazer o treinamento novamente.
Neste tópico, nossa amiga Isabela esteve um pouco surpresa sobre como a
avaliação pode ser importante para a culminância de todos os conteúdos abordados,
mas esteve se questionando sobre quais os meios avaliativos ela poderia usar nas
apresentações?
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6
3.2 FORMAS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
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7
Avaliação somativa: As avaliações finais servem para verificar se o estudante
alcançou os objetivos do treinamento, e se o conhecimento repassado foi
devidamente aprendido, normalmente pode ser feito através de testes e
acumulações dos resultados da avaliação constante. Essa avaliação pode ser de
maneira teórica ou prática.
.
8
Auto avaliação: É realizada pelo próprio aluno. De maneira individual, ele e o
instrutor dialogam brevemente e o discente deverá avaliar a si mesmo para se
atribuir uma nota. Funciona para que o educando reflita sobre seu desempenho
durante um curso, normalmente esse tipo de avaliação é realizado no final de um
percurso acadêmico (fim de semestre, fim de ano, fim de curso, etc.).
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9
Figura 76: Prova objetiva.
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Figuras 78 e 79: Trabalho em grupo. / Trabalho individual.
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11
Observação do aluno: A observação está diretamente ligada ao relatório individual,
pois a partir da observação o instrutor poderá identificar as dificuldades de seus
alunos, seus progressos e suas regressões, mesmo pode observá-los de qualquer
lugar e em qualquer atividade. Digamos que um dos orientandos ao início do
treinamento possuía uma conduta extremamente tímida e retraída, o instrutor com o
tempo percebeu a melhora e como essa pessoa passou a ser mais extrovertida e
menos retraída, pode-se dizer que o orientador fez a observação avaliativa.
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12
Figura 83: Conselho de classe.
A seguir, de acordo com a NBR ISO 10015, veja os pontos principais que condizem
com a Avaliação dos resultados do treinamento fora da sala de aula:
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13
Nossa amiga Isabela ficou extremamente satisfeita com seus conhecimentos e
agora está completamente apta para exercer sua função em seu novo trabalho, pois
aprendeu a cada passo o caminho necessário para se tornar uma boa instrutora e
executar suas instruções adequadamente, agora ela irá colocar todos os seus
saberes em prática.
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14
Pedagogia e andragogia na construção da educação
de jovens e adultos
Rose Mary Kern Martins1
Resumo
Palavras-chave
1. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, professora de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias na rede pública municipal de ensino de Uberlândia. E-mail: kkern9@hotmail.com.
143
Pedagogy and andragogy in construction education
youth and adults
Rose Mary Kern Martins*
Abstract
Keywords
* Graduated in Pedagogy at the Federal University of Juiz de Fora, professor of Languages, Codes and its
Technologies in the municipal teaching system of Uberlândia. E-mail: kkern9@hotmail.com.
144
Introdução
Pensar a Educação de Jovens e Adultos adulto e gogos-educar. Em contraposição à
(EJA) como sendo uma ação de resgate ou Pedagogia (do grego paidós, criança), que se
devolução de algo que foi negado àqueles que refere à educação de crianças, a Andragogia
não puderam concluir ou mesmo adentrar em é a arte de ensinar adultos, sendo um modelo
um curso de alfabetização é um dever de todos, de educação que busca compreender o
porque muitos sonhos foram interrompidos, adulto dentro da escola, rompendo com
trocados por outros. Estudar não pode ser aqueles padrões apresentados pela Pedagogia.
um sonho, uma vez que é um direito de A Andragogia corresponde à ciência
todo cidadão desse país. O professor de EJA que estuda as melhores práticas para orientar
deve pensar que é o mediador e provocador adultos a aprender. É preciso considerar
cognitivo de novos conhecimentos que serão que a experiência é a fonte mais rica para
repartidos e divididos entre ele e os alunos e a aprendizagem de adultos. Estes, por sua
vice-versa, respeitando, assim, o educando vez, são motivados a aprender conforme
como ser humano (PICONEZ, 2006). vivenciam necessidades e interesses que
Por meio de suas dúvidas, angústias, a aprendizagem satisfará em sua vida.
timidez e outros sentimentos responsáveis por O modelo andragógico baseia-se nos
suas ações e reações, o professor apresenta seguintes princípios:
condições de avaliar as necessidades de
aprendizagem de cada aluno. Portanto, ensinar 1. Necessidade de saber: adultos carecem
já não é mais levar o conhecimento para a saber por que precisam aprender algo e qual
sala de aula e, sim, enriquecer e valorizar o ganho que terão no processo.
os conhecimentos dos estudantes, o que
significa adequar as metodologias tradicionais 2. Autoconceito do aprendiz: adultos são
aos conceitos andragógicos que levarão à responsáveis por suas decisões e por suas
construção coletiva dos conhecimentos a partir vidas, portanto querem ser vistos e tratados,
dos referenciais de vida deles, tornando o pelos outros, como capazes de se autodirigir.
aprendizado mais agradável e contextualizado.
Diferente de uma sala regular, a EJA 3. Papel das experiências: para o adulto, suas
requer outros olhares. Para tanto, é necessário experiências são a base de seu aprendizado.
buscar conhecimento tal qual um professor As técnicas que aproveitam essa amplitude
pesquisador. O tema Andragogia não tem sido de diferenças individuais serão mais eficazes.
muito explorado ou estudado no país, assim
como temas relacionados à Educação de Jovens 4. Prontidão para aprender: o adulto fica
e Adultos; mas apresenta princípios que atraem disposto a aprender quando a ocasião exige
aqueles educadores que buscam alternativas de algum tipo de aprendizagem relacionado a
ensino diferentes dos moldes de educação na EJA. situações reais de seu dia a dia.
De acordo com definição creditada,
na década de 1970, a Malcolm Knowles, 5. Orientação para aprendizagem: o
Andragogia é a arte ou ciência de orientar adulto aprende melhor quando os conceitos
adultos a aprender. De origem grega, a palavra apresentados estão contextualizados para
“andragogia” tem como significado: andros- alguma aplicação e utilidade.
RESUMO
Tradicionalmente, o processo de diagnóstico de necessidades de treinamento visa à
identificação de lacunas das competências requeridas para um desempenho humano adequado
no trabalho. Apesar de as prescrições teórico-metodológicas, desde há 30 anos, enfatizarem a
importância de análises organizacionais, como forma de se estabelecer precisamente a
vinculação entre necessidades organizacionais e individuais, a prática usual encontra-se
embasada em resultados de análises de tarefas e individuais, direcionadas apenas para
necessidades individuais. Neste cenário, o conceito de competência aproxima-se ao da
qualificação, composto por conjuntos de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao
cumprimento de tarefas pré-estabelecidas. O problema decorrente desta prática é que nem
sempre as necessidades diagnosticadas vinculam-se ao negócio organizacional. Assim, em
consonância com o debate acerca de competências, é preciso também, na área de treinamento
e desenvolvimento, que o conceito contemple resultados, produtos ou entregas na
identificação das necessidades de treinamento. O presente artigo visa, portanto, discutir as
implicações metodológicas da extensão do conceito de competência no processo de
levantamento de necessidades de treinamento.
APRESENTAÇÃO
Atualmente, as mudanças contextuais advindas do progresso científico e tecnológico
vêm alterando o cenário mundial e afetando substancialmente as organizações de trabalho.
Obrigadas a atuarem em consonância com essas mudanças, ou mesmo a antecipá-las, as
organizações, em busca de vantagens competitivas que permitam diferenciá-las de seus
concorrentes, conferem à área de recursos humanos um posicionamento estratégico, ao
mesmo tempo em que passam a exigir demonstrativos concretos da efetividade de suas ações.
Este cenário vem transformando a área de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas
(T&D) em um instrumento essencial na formulação de respostas ágeis e flexíveis às novas
exigências e demandas estipuladas. E isso porque entre os principais propósitos da área
destacam-se, além da melhoria do desempenho dos empregados em tarefas cotidianas, a
promoção do desempenho e da efetividade organizacional. Mas vale a ressalva de que
treinamento é uma ação indicada apenas para remover lacunas nas competências do indivíduo, as
quais não são devidas a condições inadequadas de trabalho, tampouco a baixos níveis de
motivação dos empregados.
Tradicionalmente, a área de T&D é constituída por três subsistemas que, caso bem
articulados, provêm informações valiosas sobre a efetividade das ações e políticas de
desenvolvimento de pessoas impetradas pelas áreas de recursos humanos. Esta concepção
advém de uma concepção de treinamento como um modelo de tecnologia instrucional, que
enfatiza uma cuidadosa avaliação de necessidades, experiências de aprendizagem
precisamente controladas e planejadas para alcançar objetivos instrucionais, o uso de critérios
de desempenhos e, por fim, a coleta de informações para fornecer feedback sobre os efeitos
do sistema, etapa sobre a qual recai o interesse do presente relato de pesquisa (Goldstein &
Gilliam, 1990).
Apesar das possibilidades emergidas de um sistema de T&D completo e integrado, na
prática, os processos de levantamento de necessidades de treinamento geralmente não levam
em consideração o contexto de trabalho sob o qual os efeitos das ações instrucionais incidirão,
centrando-se essencialmente nas tarefas e atividades desenvolvidas pelos indivíduos. Sobre o
planejamento das ações instrucionais, é comum observar, talvez devido aos pilares teóricos
que orientam a área – a psicologia instrucional principalmente - que os programas de
treinamento são desenvolvidos para atender às necessidades individuais apenas, de forma que
muito pouco se sabe ainda sobre os processos de aprendizagem de grupos e equipes de
trabalho. Por fim, no que diz respeito à avaliação dos efeitos de ações de treinamento, tanto
em termos práticos como acadêmicos, quando muito, as iniciativas se propõem a sistematizar
as percepções de indivíduos acerca do evento instrucional em si e dos processos de
aprendizagem e transferência desta para o trabalho.
Em suma, a grande lacuna observada na área de T&D, que dificulta consideravelmente
a vinculação entre os esforços despendidos pela área e o desempenho organizacional, refere-
se à utilização predominante da perspectiva individual, em detrimento de aspectos mais
contextuais. Vale enfatizar que esta problemática não decorre da falta de prescrições teórico-
metodológicas que embasam a estruturação dos sistemas de T&D. Pelo contrário, a literatura
descritiva e prescritiva é volumosa o suficiente para orientar adequadamente esforços dessa
natureza de pesquisadores e profissionais de T&D. Talvez essa lacuna seja conseqüência de
uma postura assumida pela área de recursos humanos, até hoje observada em grande parte das
organizações, de que os indivíduos são os elementos-chave na determinação do sucesso de
uma organização, independentemente se estes indivíduos, em termos de objetivos e aspirações
pessoais e profissionais, estão ou não vinculados ao negócio da organização.
A alternativa então para que as ações de T&D contribuam para a promoção do
desempenho organizacional seria estender o nível de análise considerado na sistematização de
ações educacionais para além do individual, em termos de grupos e equipes de trabalho e da
própria organização. E para que isso ocorra, torna-se necessário repensar os conjuntos de
metodologias, técnicas e procedimentos geralmente utilizados em cada um dos subsistemas de
T&D enunciados anteriormente. É sobre essa necessidade, em especial de propor uma
reflexão sobre o processo de levantamento de necessidades de treinamento, que o presente
artigo pretende contribuir. Mais especificamente, o artigo em questão propõe-se a incorporar
os recentes avanços observados no campo da gestão de pessoas por competência como
estratégia de tornar o processo de diagnóstico de necessidades de treinamento mais
precisamente alinhado ao negócio das organizações. Anteriormente a essa discussão,
entretanto, faz-se necessário aprofundar a discussão sobre o subsistema de levantamento de
necessidades de treinamento (LNT).
2
quando os colaboradores jamais tenham apresentado o desempenho solicitado ou quando o
desempenho, ou mesmos as estratégias e os planos de ação, por ser pouco exigido, acabou sendo
esquecido.
Mas vale ressaltar que o processo de LNT consiste em uma tentativa sistematizada de
identificação de problemas de desempenho que podem ser solucionados por meio de ações
educacionais, e somente por estas. Problemas determinados por condições precárias, não se
constituem em necessidades de treinamento, de forma que precisam ser devidamente
analisados. Mais especificamente, condições referem-se ao apoio oferecido pelo contexto
organizacional, em termos tecno-estruturais, como a qualidade e quantidade de tecnologia
disponibilizada, e psicossociais, como a relação entre gerência e subordinados. Mais uma vez,
ações de T&D costumam não surtir efeito sobre condições de trabalho.
Outro fator que também necessita ser cuidadosamente analisado concerne ao nível de
motivação dos colaboradores. Ações de T&D não devem ser utilizadas como estratégias de
motivação dos funcionários de uma organização, apesar de que estes, ao reconhecerem tais ações
como estratégias organizacionais de valorização, podem sentir-se motivados. Vale ressaltar que
existem outras estratégias menos onerosas para esta finalidade, como os programas de qualidade
de vida ou sistemas de trilhas profissionais baseadas em competências.
A partir da consideração prévia destes dois importantes determinantes do desempenho
humano – condições e motivação - a fim de serem levantadas necessidades de treinamento, e
retomando a discussão proposta no início desta seção, torna-se necessário se proceder às análises
organizacional, de tarefas e individual. Conforme Goldstein (1991), há sempre uma tentação de
se iniciar o treinamento sem uma análise completa de tarefas, comportamentos e ambiente.
Caso estas análises não sejam realizadas, elevam-se as probabilidades de insucesso das ações
educacionais.
Em relação à análise organizacional, devem ser considerados aqueles aspectos ambientais
capazes de promoverem ou impossibilitarem a aplicação, no trabalho, dos conteúdos que serão
desenvolvidos durante o treinamento. Trata-se da compreensão das condições organizacionais
que se constituem, como apontado por diversas pesquisas, nacionais e estrangeiras associadas à
área de T&D, no principal determinante do desempenho humano .
Desta maneira, Tannenbaum e Yukl (1992) consideram a aprendizagem necessária,
mas não essencial à mudança de comportamento no trabalho. Ambientes pós-treinamento
desempenham papel importante na determinação desta mudança. Para Noe (1986), em
situações de treinamento, de particular importância é o clima da organização relativo à
mudança e ao grau no qual o contexto social do ambiente de trabalho fornece reforços e
feedback a seus empregados. Em um clima favorável de trabalho, no qual reforço e feedback
sejam fornecidos por supervisores e pares, é mais provável que ocorra a transferência de
habilidades aprendidas no treinamento para o ambiente de trabalho.
De maneira similar, Goldstein (1991) afirma que a transferência de treinamento de um
ambiente instrucional para o ambiente de trabalho envolve questões relacionadas à
necessidade de se ter um clima positivo para transferência na organização de trabalho. Para o
autor, este clima positivo deveria apresentar algumas características essenciais. Deveria existir
um sistema que integrasse instrutor, treinando e gerente no processo de transferência. Antes
do treinamento, as expectativas dos treinandos e dos gerentes deveriam estar claras. Seria
necessário identificar obstáculos à transferência e fornecer estratégias para superá-los. E, por
fim, seria necessário um trabalho conjunto com os gerentes para fornecer oportunidades para
a manutenção dos comportamentos aprendidos.
Para Abbad (1999), clima ou suporte à transferência de treinamento é, sem dúvida, um
componente crítico no estudo das variáveis que afetam a eficácia de programas instrucionais.
3
Como descrito por Sallorenzo (2001), os resultados de pesquisas nacionais, como as
realizadas por Abbad (1999), Brito (1999), Leitão (1996) e Paula (1992), apontam para a
presença de relacionamentos consistentes entre suporte à transferência e impacto do
treinamento no trabalho.
Neste sentido, um ambiente organizacional favorável e suportivo parece ser condição
necessária para garantir o sucesso do treinamento em ambientes organizacionais. A finalidade,
então, de se realizar a análise organizacional, é propiciar o remanejo ambiental anteriormente ou
durante o desenvolvimento da ação educacional, na tentativa de serem aumentadas as taxas de
melhorias de desempenho. Outra possibilidade de reversão de situações restritoras também
possibilitada por este tipo de análise é a elaboração de módulos, geralmente disponibilizados ao
final dos programas instrucionais, de ensino de estratégias de enfrentamento (relapse
prevention).
O segundo tipo de análise a ser realizada durante o processo de levantamento de
necessidades de treinamento diz respeito à análise de tarefas. Esta é executada para determinar os
objetivos instrucionais que serão relacionados aos desempenhos de determinadas atividades ou
trabalhos essências ao alcance dos objetivos e metas organizacionais. Trata-se, portanto, de uma
descrição das tarefas, bem como das competências necessárias para sua adequada execução.
Atualmente, este processo torna-se cada vez mais complexo haja vista as transformações
do cenário mundial do trabalho decorrentes de aspectos como abertura de mercados,
globalização da informação, crescente avanço tecnológico, entre outros. Se tempos atrás
predominavam tarefas de cunho psicomotor, repetitivas e burocratizadas por natureza, hoje em
dia as atividades passam a exigir demasiadamente esforços cognitivos. Os trabalhadores deste
novo cenário passam, ao invés de vender força de trabalho, a ser valorizados pelo que possuem
de mais importante, seus conhecimentos e habilidades itnelectuais. Neste sentido, torna-se
necessário o domínio de uma série de estratégias de análise no intuito de descrever estas novas
tarefas e competências requeridas.
Segundo Goldstein (1991), os passos para a realização da análise de tarefas seriam os
seguintes: detalhamento das tarefas, formação de grupos funcionais de tarefas, elaboração de
CHAs, determinação das tarefas e CHAs relevantes, estabelecimento de relacionamento entre
CHAs relevantes e tarefas, planejamento do ambiente de treinamento a partir do relacionamento
entre tarefas e CHAs e validação de conteúdo dos CHAs elaborados. Cumpridas estas etapas,
tem-se um rico detalhamento das tarefas e das competências necessárias, em termos
comportamentais, à sua execução, que permite com que os treinamentos sejam devidamente
planejados, de acordo com as prescrições da teoria instrucional.
A última análise a ser executada concerne à análise individual. Nesta etapa, duas questões
orientam as ações e estratégias empregadas: quem, dentro da organização, precisa ser treinado, e
que tipo de instrução é necessária. De posse das informações sobre a adequação das ações de
T&D aos ambientes organizacionais em questão, bem como dos restritores e potencializadores
organizacionais (análise organizacional), e ainda tendo sido detalhadas as tarefas e as
competências essenciais na promoção da efetividade organizacional (análise de tarefas), resta
identificar quais pessoas ou grupos necessitam de que treinamentos (análise individual).
Conforme Tannenbaum e Yukl (1992), uma análise individual inadequada pode resultar
em treinamentos direcionados para níveis ou pessoas inapropriadas. Esta análise, além de
identificar as pessoas que precisam ser treinadas, pode ainda ser utilizada para avaliar se os
colaboradores possuem os pré-requisitos em termos de atitudes, conhecimentos e motivação para
se beneficiarem das ações. Para os autores, o reconhecimento destas características,
anteriormente ao treinamento, possibilita o desenvolvimento de estratégias de remediação no
intuito de tornar as ações educacionais válidas para todos que delas participem.
4
Torna-se fundamental nesta etapa, desta maneira, a identificação dos pré-requisitos para
participação dos programas de T&D. Não reconhecer esta necessidade implica na formação de
turmas de treinandos completamente heterogêneas em termos de conhecimentos e habilidades
fundamentais. No caso de treinamentos de natureza predominantemente cognitiva, situações
como esta dificultam o desenvolvimento eficaz das ações. Geralmente, quando há diferenças
drásticas no domínio de pré-requisitos, os instrutores ou nivelam os cursos por baixo, ou por
cima. No primeiro caso, aqueles com os pré-requisitos exigidos logo se desinteressarão pelo
curso por o acharem pouco desafiador. Na segunda hipótese, os alunos sem os conhecimentos e
habilidades básicas acharão o curso demasiadamente difícil e, conseqüentemente, também se
desinteressarão pelos conteúdos previstos.
Em síntese, o sucesso dos sistemas de T&D depende fundamentalmente da realização de
levantamentos sistemáticos de necessidades de treinamento, por meio, inicialmente, da
investigação dos determinantes do problema de desempenho observado (condições, motivação e
competências) e, posteriormente, de três diferentes análises. A análise organizacional, que
objetiva estabelecer condições ambientais adequadas para que a transferência de treinamento
realmente ocorra. A análise de tarefas, cujo objetivo é identificar as exigências do cargo,
trabalho, posto ou ocupação, bem como os conhecimentos, habilidades e atitudes associados aos
desempenhos das tarefas. E, por fim, a análise individual, que pretende identificar os
colaboradores que apresentam discrepâncias de desempenhos, bem como escolher
adequadamente o tipo de treinamento necessário.
Apesar das prescrições, poucas metodologias de levantamento de necessidades de
treinamento foram desenvolvidas. Uma importante ferramenta elaborada para realizar as análises
de tarefa e individual, mas não organizacional, foi desenvolvida por Borges-Andrade e Lima
(1983), a saber, análise do papel ocupacional. Por papel ocupacional entende-se um conjunto de
expectativas e prescrições associadas à execução de tarefas em ambientes organizacionais. De
forma que a análise deste papel refere-se à identificação dos conhecimentos, habilidades e
atitudes necessários ao desempenho eficaz dos trabalhos e tarefas. E mais ainda, esta
metodologia permite, a partir de cálculos aritméticos, a identificação das prioridades de
treinamento, em outras palavras, dos conhecimentos, habilidades e atitudes mais importantes
para a execução eficaz dos desempenhos em questão e menos dominados pelos ocupantes.
Como observado, os principais elementos considerados em um processo de diagnóstico
de desempenho são as competências requeridas para os indivíduos realizarem, de forma
adequada, continuamente suas tarefas e atividades. Na prática, a maioria das organizações não
realiza análises organizacionais, conforme descrito, concentrando os esforços de diagnósticos de
necessidades em análises de tarefas e individuais. Desta forma, acabam negligenciando o
contexto sobre o qual os efeitos da ação educacional incidirão e, conseqüentemente, acabam por
reduzir as chances de que esta ação contribua para a promoção da efetividade organizacional,
principal objetivo de um programa de T&D. Se a prática vigente de LNT, como observado,
apresenta uma série de dificuldades, as pesquisas não seguem um caminho diferenciado.
Como ressaltado por Salas e Cannon-Bowers (2001), apesar de reconhecida a
importância do levantamento de necessidades de treinamento, esta área é caracterizada melhor
como uma arte do que uma ciência. Em uma extensa revisão da literatura, os autores
observam a quantidade insuficiente de trabalhos empíricos. Em relação à análise
organizacional, somente nos últimos anos os pesquisadores começaram a, frente às novas
exigências das tarefas, concentrar-se na análise organizacional. Um avanço maior, porém
ainda não representativo, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de novos
métodos e tecnologias, pode ser constatado no que diz respeito à análise de tarefas. Por fim,
5
concernente à análise individual, os autores chamam a atenção para a inexistência de pesquisa
empírica.
No Brasil, em um estudo publicado por Borges-Andrade e Oliveira-Castro (1996),
observa-se uma tendência semelhante de preocupação com metodologias em detrimento da
realização de pesquisas empíricas na área. Segundo os autores, apesar de o levantamento de
necessidades de treinamento por meio de diagnóstico organizacional ter sido bastante
enfatizado pela literatura especializada, poucos artigos apresentam metodologias consistentes
para sua consecução. O mesmo pode ser observado para a análise do comportamento
individual, pelo menos em termos de metodologias propostas, já que este tema parece não
atrair mais a atenção dos pesquisadores. Em primeiro lugar, não em termos de relevância, mas
sim de metodologias propostas, encontra-se, como observado na literatura estrangeira, a
análise de tarefas.
Mesmo frente a uma limitada quantidade de estudos empíricos sobre a avaliação de
necessidades de treinamento, prevalece o indivíduo, na maioria das grandes discussões acerca
do tema, como as propostas por Latham (1988), Tannenbaum e Yukl (1992) e Goldstein
(1991), o principal nível de análise utilizado. Conforme enfatizado por Kozlowski et al
(2000), talvez a crença na relação hipotética entre o nível individual e o organizacional tenha
conduzido os esforços de trabalhos empíricos e práticos nos últimos anos para a consecução
de análises baseadas unicamente no nível dos indivíduos.
Apesar desta forte crença, Ostroff e Ford (1989), tempos atrás, já enfatizavam a
necessidade de se incorporar a perspectiva dos níveis de análise ao levantamento de
necessidades de treinamento, como estratégia para o desenvolvimento conceitual da área, à
época unicamente preocupada com a geração de metodologias de coleta e análises de dados.
Para os autores mencionados, a falha ao reconhecer a importância da noção de níveis
múltiplos pelas pesquisas na área de T&D pode explicitamente resultar em confusão,
interpretações equivocadas de dados e, principalmente, ineficiência na utilização de recursos.
O reconhecimento dos níveis organizacional, de grupos e equipes e individual no
processo de levantamento de necessidades, em cada uma das análises prescritas, é de
fundamental importância para a promoção da eficácia organizacional por meio de programas
de T&D. Mesmo assim, observa-se que as poucas pesquisas relativas ao processo de
levantamento de necessidades de treinamento, bem como as práticas vigentes, freqüentemente
focalizam o indivíduo como único nível de análise, desconsiderando outros mais elevados
como os de grupos e equipes de trabalho e o das organizações. E é justamente nesta recusa, de
se considerar níveis de análises mais elevados, que os efeitos de programas de T&D não são
capazes de gerar efeitos positivos sobre a eficácia organizacional.
Com o objetivo então de promover uma reflexão acerca do processo de LNT, de forma
a torná-lo um instrumento estratégico para o sucesso das organizações, é que pode ser de
grande valia apresentar alguns dos principais aspectos debatidos pela literatura especializada
na temática de competências. A idéia é que a natureza multinível do conceito de competência,
recentemente adotada em modelos estratégicos de gestão de pessoas, possa colaborar para o
reconhecimento da importância de se levar em consideração níveis de análise mais elevados
que o individual em diagnósticos de necessidades de treinamento. Mas vale enfatizar, trata-se
apenas de uma tentativa de promover a reflexão sobre o tópico em questão, e não de
contribuir para a reestruturação metodológica do processo.
COMPETÊNCIA
Atualmente, a forma como as organizações lidam com os incessantes processos de
transformação social, política e econômica determina, sobremaneira, sua sobrevivência em
6
um mercado globalizado. Se até certo tempo, as organizações poderiam ser consideradas
sistemas fechados, devido à necessidade ínfima de relacionamento com fatores externos à sua
própria existência, hoje em dia, na busca pela auto-sustentabilidade, as organizações não
somente reconhecem a influência destes fatores, como também determinam muitas de suas
políticas, práticas e estratégias em conformidade com as configurações de cenário do mundo
do trabalho.
Em uma época em que os insumos, bem como as alternativas para tratamento destes,
encontram-se à disposição de toda e qualquer organização, sem muitas restrições, a
responsabilidade pela criação ou manutenção de vínculos adequados com investidores,
acionistas, clientes, fornecedores, parceiros, entre outros, passa a ser transferida para o capital
humano. É neste cenário que os indivíduos passam a ser considerados elementos-chave na
busca pelo diferencial competitivo, os quais precisam ser devidamente orientados, a fim de
que possam contribuir para a realização da estratégia organizacional.
A necessidade de se alinhar o desempenho humano e os resultados do negócio das
organizações passa então a exigir uma nova postura dos modelos de gestão de pessoas
prevalecentes. Somente levar em consideração as pessoas ou o negócio organizacional não
mais é suficiente na elaboração de respostas organizacionais rápidas a transformações de
mercado, tampouco à antecipação destas. Essa é a principal problemática do LNT, reconhecer
somente a perspectiva individual no desenvolvimento do processo, tornando
descontextualizada, ou melhor, desvinculada do negócio organizacional, qualquer ação
educacional que dele decorra. É neste sentido que pode ser interessante discutir as bases
teórico-conceituais por detrás do conceito de competência, haja vista sua natureza multinível.
A temática de competências assume, atualmente, posição central na literatura
acadêmica e profissional de gestão de pessoas. Apesar de há quase 30 anos terem surgido as
primeiras discussões acerca do tema em questão, somente recentemente é que o debate,
estimulado pelas novas configurações do mundo do trabalho, ganha intensidade e atenção de
acadêmicos e profissionais.
De um lado, a escola estadunidense, composta de psicólogos e administradores, define
competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs) responsáveis
pelo desempenho superior. Nesta vertente, segundo Fleury (2002), o parâmetro para o
conceito de competência decorre da tarefa e as atribuições de um determinado cargo.
Aproxima-se assim, na opinião da autora, do conceito de qualificação, ao definir uma série de
requisitos necessários ao cumprimento das atribuições atreladas a cada posição na
organização.
Esta aproximação entre os conceitos de competência e qualificação, segundo Ruas
(2005), decorre principalmente das características que marcavam o mundo corporativo há
quase 30 anos, tais como a prevalência do emprego formal, o trabalho predominantemente
industrial, atividades previsíveis e forte base sindical. Em conjunto estas características
determinavam o foco da competência em conjuntos de capacidades voltados para processos
organizacionais previstos e bem controlados. Conforme o autor, o problema é que,
atualmente, em face da aceleração da concorrência, da lógica predominante das atividades de
serviços, do trabalho informal e sazonal e da baixa previsibilidade dos negócios e serviços,
não mais bastam que os indivíduos possuam tais conjuntos de competências, mas, sim, que
eles sejam capazes de mobilizá-los em resposta a determinada demanda organizacional. É
neste contexto que outra escola de pensamento assume papel de destaque na discussão da
temática de competências.
Do outro lado então, em uma tentativa de se contrapor ao conceito de competência
associado ao de qualificação, a escola francesa estende a preocupação única com a definição
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de conjuntos CHA’s para as relações possíveis entre estes – o saber – e o saber agir. Não é
suficiente mais unicamente atender aos requisitos formais especificados nos cargos, mas sim a
forma como os indivíduos os articulam em reposta a inúmeras e variadas demandas
organizacionais. Nesta perspectiva, de acordo com Ruas (2005), a noção de competência é
associada à capacidade de um indivíduo de mobilizar seus conjuntos de conhecimentos e
habilidades em conformidade com as exigências de situações específicas.
Apesar de grande parte da discussão acerca da temática de competência, haja vista o
próprio início deste debate, referir-se ao nível individual de análise, recentemente níveis mais
elevados de análise passaram a ser considerados. E isso porque as empresas passaram a
perceber que somente enfocar o indivíduo, em termos de suas necessidades, objetivos ou
aspirações, proposta típica das escolas comportamentalistas de administração, não mais
possibilitava a adoção de modelos de gestão de pessoas capazes de auxiliar as empresas a
anteciparem as exigências de um mercado em constante transformação. Desta forma, a seguir,
o conceito de competência será discutido em cada um dos níveis de análise possíveis em uma
organização.
Assim, no nível organizacional de análise, as competências devem permitir a
consecução eficaz do planejamento estratégico de uma organização (realização de missão,
visão, objetivos e estratégias organizacionais). O conceito é aqui entendido como um conjunto
de capacidades e tecnologias que conferem à organização um diferencial frente ao mercado
competitivo, de forma que são três os critérios a serem obedecidos: a. deve refletir na forma
como os clientes são atendidos; b. deve permitir um nível adequado de diferenciação frente
aos concorrentes e; c. deve ser de difícil imitação (Prahalad & Hamel,1990). Alcançados
estes critérios, têm-se as denominadas core competence proposto, conforme nomeadas pelos
autores supramencionados.
Apesar de o conceito de core competence ser atraente e instigante, segundo Ruas
(2005), são raríssimas as empresas que conseguem satisfazer os três critérios mencionados,
em especial o terceiro, relacionado ao fato de ela ser de difícil imitação. Para o autor, esta
dificuldade, essencialmente determinada pela alta competitividade do mercado nacional e
internacional, pode ser superada pelo desdobramento do conceito de core competence em um
outro conceito menos excludente, o de competência organizacional, dividido nos seguintes
tipos: a. básica: contribuem para a sobrevivência da organização no médio prazo; b. seletiva:
diferenciam a organização no espaço onde compete e; c. essenciais: diferenciam a
organização no espaço de concorrência internacional.
Outra proposta menos criteriosa de determinação e classificação das competências
organizacionais é apresentada por Mills et al apud Fernandes (2002), que as dividem em: a.
competências essenciais: competências e atividades mais elevadas, no nível corporativo,
chaves para a sobrevivência da organização e centrais para sua estratégia; b. competências
distintivas: competências e atividades que os clientes reconhecem como diferenciadores de
seus concorrentes e que provêm vantagens competitivas; c. competências das unidades de
negócio: competências e atividades-chave esperadas da organização ou de cada uma de suas
unidade de negócio; d. competências de suporte: Atividades que são valiosas para apoiar um
leque de competências organizacionais, distintivas ou essenciais e; e. capacidades dinâmicas:
capacidades de uma organização de adaptar suas competências no decorrer do tempo,
diretamente relacionadas aos recursos importantes para a mudança.
Como observado, no nível de análise organizacional, as competências visam de forma
geral permitir com que as organizações, em maior ou menor grau, diferenciem-se de seus
concorrentes. Mas é preciso que essas competências sejam clarificadas para os indivíduos
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que, de fato, tornarão suas empresas capazes de competir em um mercado globalizado. É
nesse sentido que o conceito precisa também ser estendido ao nível de grupos.
Conforme Ruas (2005), é comum a afirmação de que as competências organizacionais
devem ser apropriadas por todas as áreas e todas as pessoas da empresa. Entretanto, na
prática, embora essas competências possam estar efetivamente presentes em toda as áreas da
empresa, são apropriadas nelas de forma desigual, na medida em que certos tipos de
competências têm mais afinidade e relevância com determinadas funções da organização do
que outras. Apesar da relevância deste nível, pesquisas realizadas pelo autor mencionado não
constataram ainda iniciativas referentes a esta configuração da noção de competências.
Possivelmente a carência de ações nesse âmbito decorra das dificuldades para identificar e
caracterizar os recursos que compõem esse tipo de competências coletivas.
Definidas as competências organizacionais e de grupo, é chegado o momento de se
estabelecer competências individuais. Se até então o objetivo era traduzir o plano estratégico
em termos de necessidades organizacionais e de grupos/ unidades, neste momento, a
finalidade é identificar conjuntos de capacidades individuais que permitam a emergência de
resultados entre os níveis da organização. Segundo Dutra (2001), as competências
organizacionais somente são concretizadas pelo fato de as pessoas colocarem em prática, de
forma contextualizada, suas habilidades e conhecimentos.
Neste nível de análise, talvez estimulado pelo acalorado debate acerca da temática de
competência travado entre as duas escolas de pensamento, são várias as formas que o mundo
do trabalho têm compreendido o conceito em foco, s saber: i. competência de tarefas:
associadas às descrições de tarefas e atividades, como as que constituem as descrições de
cargo, essa definição tem como prerrogativa reduzir a variabilidade do desempenho humano
nas organizações; ii. competência de resultado: mais raro do que a forma anterior, este tipo de
competência atenta para a habilidade de gerar um resultado; iii. competência de output: difere
da competência de resultado, pois não interessa a habilidade do indivíduo em gerar produtos,
mas, sim, nos reais produtos que este entrega para a organização; iv. competência de CHA:
tradicionalmente associada ao conceito de qualificação, esta definição de competência
contempla conjuntos de conhecimentos, habilidades e atitudes; v. competência
diferenciadoras do desempenho superior: geralmente este formato de competência baseia-se
na capacidade do indivíduo em se destacar, pelo sucesso, em suas atividades e; vi.
competência híbrida: formada pela combinação dos formatos de competência apresentados
anteriormente (McLangam, 1997).
Apesar das possibilidades apresentadas, é possível concluir, em vista às recentes
definições do conceito de competência, que o termo refere-se tanto a conjuntos de
conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para que o indivíduo deve desempenhe bem
suas atividades, como à capacidade de mobilizar ou canalizar inteligentemente estes aspectos
(CHA) objetivando o sucesso em sua tarefa. A partir desse reconhecimento que se torna
fundamental a vinculação entre a competência individual e os objetivos organizacionais. É
sobre essa necessidade, e a partir da aplicação do conceito de competência nos níveis de
análise organizacional, de grupos e individual, que, na seção seguinte, propõe-se uma reflexão
acerca das práticas tradicionais de LNT.
REPENSANDO O LNT
Como observado, a prática de LNT, apesar das prescrições teóricas e metodológicas,
tem concentrado seus esforços, sobremaneira, em análises de tarefas e individuais,
desconsiderando, parcial ou totalmente, aspectos contextuais capazes de determinarem os
resultados de ações educacionais. Mas somente levar em consideração os aspectos ambientais
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– tecno-estruturais ou psicossociais – capazes de aumentar a probabilidade de que os novos
conhecimentos e habilidades sejam transferidos para o local de trabalho não bastará para que
os programas de T&D sejam realmente bem sucedidos a ponto de contribuírem na promoção
do desempenho e da efetividade organizacional. É preciso também, e principalmente, que as
competências individuais enfocadas nas ações educacionais estejam alinhadas com o negócio
da organização.
Mas esse alinhamento, entre o negócio organizacional e as competências individuais,
consiste em uma tarefa um tanto complexa, haja vista algumas particularidades inerentes aos
tradicionais processos de LNT, a saber: i. o conceito de competência tradicionalmente
utilizado contempla unicamente os recursos necessários (CHA) à execução de determinadas
tarefas ou atividades e; ii. as prescrições teórico-metodológicas assumem as definições de
cargo, posto de trabalho ou papel ocupacional como ponto de partida para definição das
necessidades a serem diagnosticadas. A discussão desses dois tópicos constitui-se no objeto
da presente seção.
Em relação ao conceito de competência tradicionalmente adotado no processo de
LNT, composto por conjuntos, por natureza individuais, de conhecimentos, habilidades e
atitudes, pode ser observado, então, que se aproxima dos conceitos propostos e disseminados
pela corrente estadunidense de competência. Mas vale lembrar que esta forma de se
compreender o conceito de competência, do mesmo modo que as prescrições teórico-
metodológicas acerca do processo de diagnóstico de necessidades de treinamento, emergiu em
um contexto, conforme relatado por Ruas (2005), marcado, sobremaneira, pelo emprego
formal, atividades previsíveis e forte base sindical.
Neste cenário, em em face da baixa influência de cenários externos – político,
econômico, social, etc. – sobre os contextos de trabalho , os processos organizacionais, então
bem previsíveis, podiam ser facilmente controlados por indivíduos capacitados ou
qualificados. A preocupação de se criar ambientes de aprendizagem contínua, haja vista então
a pequena freqüência de processos de mudanças e transformação organizacional, ainda não
havia sido estabelecida, de forma que o conceito de competência como conjuntos de CHA
mantinha-se válido. É nesse cenário que surgem também as primeiras, e talvez as mais aceitas
até hoje em dia, prescrições acerca do processo de LNT, baseadas, assim, nas noções de
competências associadas à de qualificação.
Se por um lado o conceito de competência, em decorrência da instalação de um
cenário turbulento, caracterizado, principalmente, pela baixa previsibilidade dos negócios e
atividade organizacionais, parece ter evoluído desde seu surgimento – o reflexo dessa
evolução pode ser observado nas propostas de definição de competências da escola francesa e
inglesa e, mais recentemente, nos conceitos híbridos de competência adotados, ente outros,
por pesquisadores brasileiros -, por outro, o processo de LNT parece não ter acompanhado
tais modificações, permanecendo assim embasado nos conjuntos de CHA.
Alguém poderia então questionar se a definição utilizada no processo de LNT, de fato,
não deveria ser a apresentada, haja vista seu principal interesse – o de subsidiar a formulação
das condições e das estratégias adequadas de qualificação profissional. Como acontecido com
o conceito de competência ao longo das últimas décadas, sugere-se, então, não o abandono da
utilização dos conjuntos de conhecimentos, habilidades e atitudes, mas, sim, a inclusão dos
conceitos de resultado ou otuput, tais como relatados por McLangan (1997). A idéia então,
formulada com o intuito de propiciar a aproximação do diagnóstico de necessidades de
treinamento ao negócio das organizações, é de que o levantamento dos conhecimentos,
habilidades e atitudes estejam vinculados, ou melhor, decorram das demandas organizacionais
estipuladas, em termos de outputs tangíveis e claramente definidos. Mas então surge a questão
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sobre como, em um processo de LNT, estender o conceito de competência como CHA para o
de resultado ou otuput.
Apesar de não ser essa a proposta do artigo, algumas considerações sobre o assunto.
Como apresentado, o conceito de competência, da forma como ele for entendido, é por
natureza multinível. Para que as ações e políticas de recursos humanos possam devidamente
atender às necessidades individuais e organizacionais é preciso que as competências sejam
trabalhadas no nível organizacional, de grupos e individual. E é justamente onde a prática e a
pesquisa sobre o assunto são lacunosos – segundo Ruas (2005), ainda não há evidências que
comprovem o desenvolvimento de competências no nível de grupos – que se pretende agir.
Assim, após a realização da análise organizacional, sugere-se a definição dos outputs a
partir dos quais os conhecimentos, habilidades e atitudes serão mapeados. Se estabelecer
conjuntos de outputs no nível organizacional não é adequado, pois esses não serão capazes de
reconhecer as particularidades de todos os processos de trabalhos desenvolvidos pelos
indivíduos, por outro, defini-los no nível individual de análise também não é, uma vez que a
diversidade emergida de otuputs impossibilitaria toda e qualquer tomada de decisão sobre
ações educacionais com vistas à promoção do desempenho ou da efetividade organizacional.
Dessa forma, recomenda-se que os conjuntos de outputs sejam definidos no nível de grupos.
Com isso, torna-se viável o estabelecimento de ações de T&D que promovam o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes individuais necessários para que
determinados produtos ou serviços, vinculados aos planos de ações e metas de cada unidade,
área ou departamento, sejam adequadamente gerados ou prestados. A Figura 1 ilustra a
comparação entre a prática vigente de LNT e a proposta no presente artigo.
Fatores Tecno-Estruturais
X nível organizacional Fatores Psicossociais
Conhecimentos Conhecimentos
Habilidades nível individual Habilidades
Atitudes Atitudes
Figura 1. Comparação entre prática vigente e sugerida de LNT.
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Realizada essa análise, passa-se à definição dos outputs demandados pela organização
a cada umas de suas áreas, departamentos ou unidades de negócio. Trata-se da análise de
tarefas, modificada, a qual será discutida em seguida. A idéia é que o planejamento
estratégico organizacional seja contextualizado, em termos de produtos e serviços, a partir dos
principais processos e atividades neste nível de análise – de grupos. Determinados os
principais outputs, a partir desses, são então definidos os CHAs necessários. Cumpridas essas
etapas, chega então o momento de realizar a análise individual requerida para o sucesso do
processo de LNT.
Quanto à análise de tarefas, sua discussão vai de encontro ao fato de as principais
prescrições teórico-metodológicas assumirem as definições de cargo, posto de trabalho ou
papel ocupacional como ponto de partida para definição das necessidades a serem
diagnosticadas. A partir deste momento então, passa-se ao debate do segundo tópico proposto
no início da presente seção.
Conforme já discutido, geralmente as análises de tarefas, em um processo de
diagnóstico de necessidades, assumem como ponto de partida na definição dos CHA as
atividades contempladas em cargos, postos de trabalho ou papéis ocupacionais. O problema
de tal procedimento, se não transparente à época em que as primeiras prescrições sobre o
assunto foram elaboradas, atualmente, é que cada vez mais as atividades e tarefas tornam-se
complexas, exigindo dos indivíduos diversas outras competências até então não previstas nas
formais descrições de cargos. Como enfatizado por Dutra (2004), há praticamente duas
décadas já podia ser observado um distanciamento entre as concepções dos cargos e postos de
trabalho e aquilo que, de fato, as pessoas faziam em prol de suas organizações. É nesse
sentido que o autor referido propõe a expressão espaço ocupacional, para se referir, a partir da
ruptura constatada, a um conjunto de atribuições e responsabilidades individuais dinâmicas,
delimitadas pelas exigências organizacionais e pela capacidade das pessoas de atendê-las
prontamente.
A apropriação, pela prática de LNT, do conceito proposto, então, torna-se essencial
não somente em face da dificuldade de as prescrições teóricas e, principalmente, as
metodológicas reconhecerem a ampliação do leque de competências requeridas atualmente
pelos funcionários de uma organização. Mas, essencialmente, pela urgência de que os
programas de T&D passem a contribuir para a promoção do desempenho e da efetividade
organizacional. Conforme Cooke (2001), essa urgência decorre do fato de, em uma visão
globalizada da economia que direciona os olhares dos gestores para estratégias de curtíssimo-
prazo, algumas organizações estarem paulatinamente substituindo ações de T&D por
estratégias alternativas, como o outsourcing. A pressão organizacional pela efetividade de
seus subsistemas torna insuficiente a mera demonstração da ocorrência de aprendizagem ou
de transferência de treinamento para o trabalho (Burrow & Berardinelli, 2003).
Nesse sentido, de tornar a ferramenta de LNT uma importante estratégia na promoção
do desempenho ou da efetividade organizacional, é que o conceito então de espaço
ocupacional pode ser de grande utilidade. Como observado, o nível principal de análise
levado em consideração em um diagnóstico de necessidades é o individual, de forma que as
competências extraídas em uma análise de tarefas, articuladas unicamente, assim, ao posto ou
cargo que as pessoas ocupam, caso bem desenvolvidas, somente são capazes de permitir a
observação de efeitos das ações de T&D também no nível individual, em termos de reações,
aprendizagem e, na melhor das hipóteses, de melhorias dos desempenhos individuais. Se o
diagnóstico de necessidades não for capaz de reconhecer a ampliação do espaço ocupacional
dos indivíduos em uma organização, então, pode ser que os treinamentos jamais contribuam
para a geração de resultados organizacionais.
12
No caso específico do diagnóstico de necessidades, e tendo em vista o objetivo de que
os programas educacionais promovam efeitos no nível organizacional, a observação da
ampliação do espaço ocupacional associa-se, essencialmente, à noção de transversalidade de
transversalidade de competências individuais. Essa expressão implica, assim, na necessidade
de se reconhecer a interdependência das competências dos colaboradores de uma organização.
Não reconhecer essa interdependência implica, assim, na crença na suposição de que os
efeitos dos comportamentos individuais no trabalho emergem para gerar resultados em níveis
mais elevados. Entretanto, pouco se sabe sobre como os treinamentos, com objetivos
centrados nos individuais, geram resultados em níveis mais elevados (Kozlowski et al, 2000).
Caso essa crença continue a ser aceita, conforme os autores asseveram, corre-se o risco de se
negligenciar a influência de fatores contextuais na eficácia de treinamentos. E assim, a prática
de LNT continuará a basear-se somente em resultados de análises de tarefas e individuais e,
conseqüentemente, a propiciar o planejamento de ações de T&D desvinculadas dos reais
negócios da organização.
CONCLUSÃO
O presente artigo, conforme proposto em seu início, tinha como objetivo principal
promover a reflexão acerca das práticas vigentes de diagnóstico de necessidades de
treinamento. Como observado ao longo da primeira seção, a situação atual do uso da
ferramenta de LNT, apesar das orientações teóricas, quando muito, tende a ser problemática.
Primeiro, porque tendem a desconsiderar o ambiente no qual os indivíduos, após terem
participado das ações educacionais promovidas, serão inseridos, elevando, assim, as chances
de que sequer as pessoas apliquem em suas atividades seus novos conhecimentos e
habilidades. Se a observação de efeitos do treinamento, então, torna-se improvável, o que
dizer então da contribuição dos programas de T&D para geração de desempenho
organizacional. Segundo, pois as práticas de LNT ainda enfatizam a necessidade de se
considerar descrições formais de atividades e responsabilidades individuais, que não mais são
capazes de reconhecer devidamente as diferenças na forma como os indivíduos atendem às
demandas e exigências organizacionais.
Foi a partir dessas duas considerações que o artigo em questão procurou estimular o
debate acerca das necessidades de se repensar, principalmente em termos metodológicos, o
processo de diagnóstico de necessidades de treinamento. Nesse ínterim, após breve elucidação
da temática de competência, importante pelo seu caráter multinível, algumas propostas, com o
intuito de tornar o diagnóstico de necessidades uma ferramenta estratégica, foram então
apresentadas.
Entre os principais pontos dessa proposta, foram discutidas duas necessidades. Uma,
de se reconhecer a ampliação do espaço ocupacional dos indivíduos em suas organizações,
abandonando assim as descrições de cargos e postos de trabalho como ponto de partida do
processo de diagnóstico. Outra, de se promover a investigação acerca de competências
individuais transversais, de forma a permitir a emergência de efeitos de T&D em níveis mais
elevados de análise.
Por fim, apesar das sugestões elucidadas, vale novamente ressaltar que o presente
artigo não tinha como pretensão definir novas metodologias para a realização de um
diagnóstico de necessidades de treinamento alinhado com a estratégia organizacional, mas,
sim, de promover uma discussão sobre as práticas vigentes de LNT. Desta forma, espera-se
que profissionais e pesquisadores, após o debate eliciado, busquem contribuir para o
desenvolvimento de metodologias de diagnósticos de necessidades que, de fato, contribuam
para o planejamento de ações de T&D que visem elevar o desempenho organizacional e,
13
conseqüentemente, garantir o status estratégico alcançado atualmente pela área responsável
pelo desenvolvimento humano nas organizações.
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15
Treinamento
Esta seção tem como objetivos apresentar e discutir aspectos relevantes e práticos sobre o treinamento para os profissionais de
saúde. A educação e o treinamento continuado para o profissional de saúde devem propiciar a interface entre a pesquisa e a prática,
ou seja, favorecer uma prática baseada na melhor informação ou na melhor evidência. Adicionalmente, os profissionais devem
demonstrar um pensamento crítico situacional e capacidade de resolução de problemas combinando competências relacionadas ao
comportamento/atitude e habilidades técnico-científicas.
longo prazo podem ser avaliados em dois níveis: reação resultados de treinamento, realizamos uma comparação
e aprendizagem como imediato e comportamento no dos resultados obtidos no treinamento com os resultados
cargo e resultado como efeitos a longo prazo. Hamblin esperados no planejamento, iniciando pelo nível 1 (rea-
adaptou o modelo de Kirkpatrick, dividindo resultado ção) até chegar ao nível 5 (valor final)(3).
em outros dois níveis: mudança organizacional e valor
final(3,5,6)(Figura 1).
Nível 1: Avaliação de reação
Nível 1 A avaliação de reação é o primeiro nível do modelo
Reação
de avaliação de treinamento de Kirkpatrick e mensu-
ra a opinião ou a satisfação dos participantes sobre
diversos aspectos do evento de treinamento, forne-
Nível 2 cendo indicadores qualitativos mensuráveis. Esse
Aprendizagem nível é considerado o resultado mais superficial do
treinamento(5-6).
A reação deve ser medida em todos os programas
Nível 3
Comportamento no cargo
de treinamento, pois o participante percebe que os trei-
nadores se importam com sua satisfação com o treina-
mento, aceitando sugestões para melhorá-lo.
A reação dos participantes ao treinamento tem in-
Nível 4
Mudanças na organização fluência sobre futuros programas. Reações negativas ao
treinamento influenciam negativamente o nível 2 (apren-
dizagem), mas o inverso nem sempre é verdadeiro; reação
positiva ao treinamento não garante o aprendizado(7).
Nível 5
Valor final A avaliação de reação tem como foco avaliar a apli-
cabilidade do treinamento, o desempenho do instru-
Figura 1. Modelo de avaliação treinamento Kirkpatrick/Hamblin tor, a qualidade do plano de treinamento e o suporte
ao treinamento. Os instrumentos para a coleta desses
Considerando o raciocínio do modelo do Kirkpatrick, dados podem ser por meio de questionários com ques-
é importante ressaltar que, durante a fase de planejamen- tões fechadas e abertas ou entrevistas estruturadas.
to de treinamento, a lógica é o resultado esperado em Um estudo mostrou que questionários de reação
cada nível de avaliação (Figura 2), iniciando pelo nível 5 não bastam nas avaliações de treinamento, pois não de-
(valor final) até chegar ao nível 1 (reação). Ao avaliar os terminam o quanto esses eventos afetam o desempenho
Treinamento
Objetivos de Efeitos no
comportamento no cargo Comparar comportamento no cargo
dos participantes no trabalho e se esse desempenho in- produzir resultados; é o método mais utilizado nos sis-
dividual afeta a organização(8). temas de treinamento e desenvolvimento(4,10).
Os instrumentos indicados para a obtenção de re-
sultados de aprendizado são: questionários, testes, lis-
Nível 2: Avaliação de aprendizagem tas de verificação, roteiros observacionais e entrevistas
O segundo nível de avaliação é a aprendizagem, que estruturadas.
tem como objetivo verificar se o que foi ensinado foi Ao avaliar a aprendizagem, independentemente do
aprendido. O aprendizado está pautado na obtenção de instrumento de coleta, é importante ter clareza do obje-
conhecimento, habilidade e atitude (CHA)(5-6). tivo de aprendizado, pois este determinará a forma para
Algumas etapas compõem o processo de aprendiza- coletar esses dados. A mensuração deve ser exatamen-
gem (Figura 3)(3). te o desempenho descrito no objetivo, portanto, deve
pertencer ao mesmo domínio deste (cognitivo, afetivo
Aprendizado ou psicomotor) e ao mesmo nível de complexidade (no
domínio cognitivo), de internalização (domínio afetivo)
Impacto do treinamento no trabalho ou de automatização (domínio psicomotor)(3).
Treinamento teórico e prático: manuseio de cardioversor/desfibrilador Zoll® e alterações clínicas – 2008 5,19 9,03 74
Treinamento presencial/exame físico – 2008 4,35 7 61
Hemocultura e cuidados com acesso venoso central – 2009 6,6 9 36
Cuidados ao paciente em VNI – 2009 8 9,4 18
Atendimento básico de urgência/emergência no Centro de Simulação Realística – 2008 5,1 6,3 24
Capacitação avançada no atendimento ao paciente neurológico do Programa Einstein de Neurologia no 5 9 80
Centro de Simulação Realística – 2008
Código laranja – atendimento de emergências e urgências de transeuntes – 2009 7,18 9,53 33
VNI: ventilação não-invasiva.
Tabela 3. Resultado de adesão a higiene das mãos: SCIH (2008 e 2009) necessidade do apoio e do investimento institucional.
% de adesão a higiene das mãos Adicionalmente, é necessário investir em profissionais
Treinamento (Jul-Set) (Jul-Set) de treinamento que realizam a análise critica dos méto-
2008 2009 dos de avaliação de resultado, assim como dos métodos
Higiene das mãos 53,2 74,2 e estratégias educacionais que apresentam os melhores
resultados institucionais.
Tabela 4. Resultado de taxa de infecção relacionado à CVC: SCIH (2008)
Taxa de infecção relacionado a CVC REFERÊNCIAS
Treinamento Pré-treinamento Pós-treinamento
(Mai/2008) (Out/2008) 1. Chiavenato I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como
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Infecção em diálise 8,3 1
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Úlcera de pressão 39-83.
2,4 1,9
(e-learning) 5. Kirkpatrick DL, Kirkpatrick JD. Transformando conhecimento em
comportamento: use o modelo dos quatro níveis para melhorar seu
desempenho. São Paulo: Futura; 2006.
Tabela 6. Resultado de incapacidade por doenças osteomusculares: SSMA 6. Kirkpatrick DL. Evaluation of training. In: Craig RL, editor. Training and
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0,31 0,22
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