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Aprendizagem e métodos activos 1

Ana Paula Matusse 03-03-2020


Baseia-se na forma de desenvolver o processo de
aprender utilizando experiências reais ou
simuladas, com capacidade para solucionar com
sucesso tarefas essenciais da prática profissional
em diferentes contextos.

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Nesta abordagem os métodos activos serão
designados metodologias activas de ensino-
Aprendizagem pela sua abrangência.

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A mudança de paradigma educacional forçou ao ensino a mudança de
abordagem sobre aprendizagem, pois:
 a produção de conhecimento é extremamente veloz, tornando provisórias as
verdades construídas no saber-fazer científico;
 a reflexão sobre a inserção do profissional de saúde no contexto actual;
 a inequívoca influência dos meios de comunicação na construção/formatação do
homem/profissional;
 a configuração de uma nova modalidade de organização - as sociedades de
controle - o que torna necessária a adoção de uma postura crítica sobre a
inscrição do sujeito no mundo.

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Nos cursos de saúde é pertinente que o projecto político pedagógico seja centrado
no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como facilitador e
mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante,
articulando ensino, pesquisa e extensão, esta última, especialmente por meio da
assistência.

Para um curso da área de saúde é imprescindível utilizar metodologias activas e


critérios para acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do
próprio curso, bem como desenvolver instrumentos que verifiquem a estrutura, os
processos e os resultados sem ferir o que se encontra plasmado na lei do ensino
superior

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Características da Pedagogia Andragogia
Aprendizagem

Professor é o centro das acções, A aprendizagem adquire uma


Relação Professor/Aluno decide o que ensinar, como característica mais centrada no
ensinar e avalia a aprendizagem aluno, na independência e na
auto-gestão da aprendizagem.

Crianças (ou adultos) devem Pessoas aprendem o que


Razões da Aprendizagem aprender o que a sociedade espera realmente precisam saber
que saibam (seguindo um currículo (aprendizagem para a aplicação
padronizado) prática na vida diária).

O ensino é didáctico, padronizado A experiência é rica fonte de


Experiência do Aluno e a experiência do aluno tem pouco aprendizagem, através da
valor discussão e da solução de
problemas em grupo.

Aprendizagem por assunto ou Aprendizagem baseada em


Orientação da Aprendizagem matéria problemas, exigindo ampla gama
de conhecimentos para se
chegar à solução
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DEWEY – A experiência educativa é reflexiva, resultando em novos
conhecimentos.

PIAGET – Quando uma pessoa entra em contacto com um novo conhecimento,


há naquele momento um desequilíbrio e surge a necessidade de voltar ao
equilíbrio.

BARROWS – Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP):


 Ativação do CONHECIMENTO PRÉVIO facilita sua compreensão e recordação;

 A ESTRUTURAÇÃO do conhecimento e o MODO como ocorreu FAVORECE a

retomada posterior;

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 A ELABORAÇÃO feita durante o aprendizado facilita o ARMAZENAMENTO e a
RECUPERAÇÃO das informações;

 PISTAS CONTEXTUAIS ativam o conhecimento e o tornam disponível;

 A MOTIVAÇÃO GENUÍNA é essencial para aprender.

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Em toda aprendizagem é realizada uma experiência emocional:

 FREUD – a educação transmite uma moral que julga o sujeito.

 BION – o pensar é o desenvolvimento forçado sobre o psiquismo

 O processo de aprendizagem causa certa ANGÚSTIA, pois implica no reconhecimento

de IGNORÂNCIA, LIMITAÇÕES, FALHAS;

 Essa experiência passa por TRANSFORMAÇÕES e é INTEGRADA à personalidade;

 Mas pode ser EVITADA, evadida por fuga, arrogância ou estupidez;

 PROBLEMAS EMOCIONAIS podem dificultar, inibir, impedir ou eliminar


conhecimentos.
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 Visa uma prática de educação libertadora, na formação de um profissional activo e
apto a APRENDER A APRENDER.
 Segundo Fernandes et al., o aprender a aprender na formação dos profissionais de
saúde deve compreender o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a
conviver e o aprender a ser, garantindo a integralidade da atenção à saúde com
qualidade, eficiência e capacidade de resolver problemas reais.
 As metodologias activas estão alicerçadas num princípio teórico significativo: a
autonomia, algo explícito na invocação de Paulo Freire.
 A educação contemporânea deve pressupor um discente capaz de autogerir ou
autogovernar seu processo de formação. Autonomia
 O ensinar exige respeito à autonomia e à dignidade de cada sujeito, especialmente
no âmago de uma abordagem progressiva, alicerce para uma educação que leva em
consideração o indivíduo como um ser que constrói a sua própria história.

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 Relação dialéctica entre os sujeitos envolvidos – docentes e discentes – se
reconhecendo mutuamente.
 Não deve haver docência sem discência, na medida em que as duas se
explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças, não se reduzem à condição de
objecto um do outro.
 A actividade desenvolvida com o propósito de ensinar deve ser apreciada por
todos aqueles que dela participam.
 Nessa perspectiva, a produção de novos conhecimentos exige a convicção de
que a mudança é possível, o exercício da curiosidade, da intuição, da emoção e
da responsabilização, além da capacidade crítica de observar e perseguir o
objecto para confrontar, questionar, conhecer, actuar e “re-conhecê-lo”.

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Construção
dos
Métodos

Metodologia Metodologia
Tradicional Activa

Aulas
Expositivas Problematização ABP/PBL TBL
Magistrais

Grupos de Grupo
Grandes Grupos
Problemati- de
Grupos Tutoriais
zação Discussão
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 Preparação – dois momentos:
 Orientação colectiva - sessão conjunta da turma;
 Preparação do seminário pelo grupo.

 Desenvolvimento - apresentação e discussão do tema


por meio de técnicas de exposição oral, debate em
grupos e discussão.
 Apreciação final - avaliar o trabalho realizado por
todos os envolvidos, através de comentários gerais,
sugestão de novos estudos e atribuição de conceitos
(pode-se inclusive usar uma ficha de avaliação).

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 Observar as lâminas histológicas  identificar estruturas já conhecidas 

buscar as desconhecidas, utilizando material didáctico de apoio;

 Discussão da teoria com os professores da disciplina, utilizando os


conhecimentos levantados anteriormente, de acordo com as estruturas
reconhecidas nas lâminas.

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 formação de pequenos grupos (oito componentes)

 apresentação dos casos clínicos

 elaboração de questões de aprendizagem nos pequenos

grupos
 apresentação e selecção das questões no grande grupo

 busca na literatura

 elaboração de respostas no pequeno grupo

 discussão e fecho no grande grupo

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 Construtivista – se basear em aprendizagem significativa;

 Colaborativo – favorecer a construção do conhecimento em grupo;

 Interdisciplinar – proporcionar atividades integradas a outras disciplinas;

 Contextualizado – permitir que o educando entenda a aplicação deste conhecimento na realidade;

 Reflexivo – fortalecer os princípios da ética e de valores morais;

 Crítico – estimular o educando a buscar aprofundamento de modo a entender as limitações das


informações que chegam até ele;

 Investigativo – despertar a curiosidade e a autonomia, possibilitando ao educando a oportunidade de


aprender a aprender;

 Humanista – ser preocupado e integrado ao contexto social;

 Motivador – trabalhar e valorizar a emoção;

 Desafiador – estimular o estudante a buscar soluções.

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 Organizado através de DISCIPLINAS, DIFICULTA ao estudante a INTEGRAÇÃO

dos CONTEÚDOS, o que lhes gera insatisfação e INSEGURANÇA;

 Os professores relataram que os ALUNOS NÃO são bem PREPARADOS para

atender à comunidade pelo ensino ser realizado dentro do hospital;

 O ENSINO está mais VOLTADO para a CURA e REABILITAÇÃO, e menos para

a atenção primária.

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 A INTEGRAÇÃO dos conhecimentos é FACILITADA;

 O currículo INTEGRADO proporciona aos professores maior ENVOLVIMENTO

com a INSTITUIÇÃO;

 O PROJECTO PEDAGÓGICO contextualizado e voltado para as necessidades

de saúde da população FAVORECE o trabalho do estudante na comunidade;

 Os ESTUDANTES ADQUIREM melhores habilidades clínicas e na solução de

problemas.

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 Qualquer estratégia de inovação deve levar em conta suas práticas de

avaliação, integrá-las à reflexão, para transformá-las.

 A avaliação precisa ser, antes de tudo, processual e formativa para a

inclusão, autonomia, diálogo e reflexões colectivas, na busca de respostas e


caminhos para os problemas detectados.

 Não punir, nem estigmatizar, mas oferecer diretrizes para se tomar decisões

e definir prioridades.

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Adaptado da apresentação do Prof. Dr.
Carlos Alberto Lazarini da Faculdade de
Medicina de Marília – Famema: Brasil

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Obrigada pela atenção!
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