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Interdisciplinaridade e Transversalidade

A Abordagem Transversal ao
Currículo e o Papel do Professor no
Processo de ensino-aprendizagem

Ana Paula Matusse

Vº Simpósio sobre Estudos Curriculares


Tópicos a Serem Abordados
• Nota Introdutória
• Definição de conceitos-chave
• Metodologia
• Análise e Discussão
• Considerações finais
Nota Introdutória
• Os temas transversais fazem parte das inovações introduzidas no
currículo do ensino secundário.

• O MEC e INDE (2007), ao introduzir os temas transversais no currículo tinha


como um dos principais objectivos estabelecer uma ligação com a vida
real.

• Pela sua extensão e pertinência, MEC e INDE (2007; p. 33) definiu os


seguintes temas como transversais: (i) género e equidade, (ii) saúde
sexual e reprodutiva (ITS, HIV/SIDA), (iii) saúde e nutrição, (iv) prevenção
e combate ao álcool, tabaco e outras drogas, (v) ambiente e uso
sustentável dos recursos naturais, (vi) desastres naturais (cheias, seca,
ciclone, sismo), (vii) segurança rodoviária, (viii) preservação do
património cultural e (ix) identidade cultural e moçambicanidade.
Definição de Conceitos-chave
• O currículo corresponde a um plano de estudos, ou a um
programa, muito estruturado e organizado na base de objectivos,
conteúdos e actividades e de acordo com a natureza das
disciplinas (Pacheco: 2001).
• Temas Transversais são conjuntos de conteúdos educativos e eixos
condutores da actividade escolar que não estando ligados a
nenhuma matéria particular, podem se considerar que são
comuns a todas, de forma que, mais do que criar novas disciplinas,
acha-se conveniente que o seu tratamento seja transversal num
currículo global da escola (Yus: 1998).
Metodologia
Abordagem mista: Qualitativa e quantitativa

Escola Secundária Josina Machel

1º Ciclo: 8ª, 9ª e 10ª classe

Instrumentos e Técnicas: Observação das aulas, Inquéritos e Entrevistas

8 Professores e 246 alunos


Análise e Discussão
Papel do Professor na Abordagem dos Temas Transversais

Abordagem trazida por Figueiró (2000)

• A formação e postura do professor determina, muitas vezes, a viabilidade da abordagem dos temas
transversais na sala de aulas;

• Mizukami (1998) identificou oito tipos de competências que se espera que um professor deva ter
quando se pretende introduzir temas transversais no currículo:
1. Planificador central do currículo e do ensino.
2. Ser a figura central do processo ensino-aprendizagem.
3. Avaliador do progresso do aluno e observador dos eventos da sala de aula.
4. Educador do desenvolvimento pessoal de cada aluno.
5. Ser agente do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional.
6. Conhecer profundamente as áreas de conhecimento e dos temas transversais.
7. Ser educador de estudantes diversos.
8. Participar do projecto educativo da escola.
Análise e Discussão
Abordagem trazida com base na pesquisa efectuada

Dos 246 alunos, 122 afirmam não ser pertinente


Necessidade e pertinência da abordagem do a abordagem da SSR (HIV/SIDA) nas aulas de
HIV/SIDA nas aulas de Português
140
português, pois em caso de dúvida eles
120
procuram um Gabinete de Aconselhamento e
100
Testagem Voluntária (Estes gabinetes já foram
80
descontinuados tendo sido substituídos por
60
Unidades de Aconselhamento e Testagem em
40
Saúde (UATS), estes são mais abrangentes, pois
20
fazem testagens para HIV e rastreiam outras
0
patologias).
Sim, doença sem Sim, cresce num. Não é algo do Não. Posso ir a um
cura Infectados meu interesse GATV
Análise e Discussão
• 23,6% dos alunos afirmam que o professor
Importância que o professor dá aos temas
transversais não dá tanta importância, mas com esta
140 afirmação pode-se subentender que o nível
de importância não é o desejado;
120

100 • 22,4% consideram que o professor dá o


80
suficiente, portanto, nem muito, nem pouco,
apenas na medida certa – a nota a tomar
60
aqui é que os alunos falam da
40
transversalidade no geral e não
especificamente da SSR;
20

0 • 54% dos alunos asseguram que os seus


Nem tanto o suficiente Simpl/não dá
professores não dão nenhuma importância.
Considerações Finais
• O estudo mostrou que:
– na falta da formação, os grupos de disciplina podem, sempre, trocar
informações, a fim de melhorar o processo de ensino-aprendizagem e
beneficiar o agente mais interessado deste processo – o aluno.
– não existe muita interacção professor-aluno, no que concerne a aquisição e
assimilação de novos conhecimentos directamente relacionados aos temas
transversais.
– como meio de aplicação dos temas transversais em sala de aulas, os
professores poderiam criar jogos, para roubar a concentração dos alunos e
despertar o interesse dos mesmos.
– há necessidade de criação de um instrumento de avaliação qualitativa para
que o mesmo pudesse medir o grau de percepção dos alunos em relação aos
temas transversais, na falta de um instrumento único.
Referências Bibliográficas
• MEC e INDE (2007). Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) – Documento Orientador: objectivos, política, estrutura, plano de
estudos e estratégias de implementação. Moçambique: Imprensa Universitária, UEM.
• Pacheco, J. A. (2001). Currículo: Teoria e Praxis (2ª ed). Porto: Porto Editora.
• Silva, T.T. (2000). Teorias do Currículo. Uma introdução. Porto: Porto Editora
• Libâneo, J. C. (1990). Didática. São Paulo: Cortez.
• Yus, R. (1998). Temas transversais: em busca de uma nova escola. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: Artmed.
• Busquets, M. D. et al (1997). Temas transversais em educação. São Paulo: Ática.
• Busquets, M. D. (2000). Temas Transversais em Educação: bases para uma formação integral. São Paulo: Ática.
• Anastasiou, L. G. C. e Alves, L. P. (2004). Estratégias de ensinagem. In: Anastasiou, L. G. C. e Alves, L. P. (Orgs.). Processos de ensinagem na
universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3ª ed. Joinville: Univille.
• Marion, J. C.; Marion, A. L. C. (2006) Metodologias de ensino na área de negócios. Para cursos de administração, gestão, contabilidade e
MBA. São Paulo: Atlas.
• Petrucci, V. B. C.; Batiston, R. R. (2006). Estratégias de ensino e avaliação de aprendizagem em contabilidade. In: Peleias, I. R. (Org.)
Didática do ensino da contabilidade. São Paulo: Saraiva.
• Aires, L. (2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. Lisboa: Universidade Aberta.
• Figueiró, M. N. D. A Viabilidade dos Temas Transversais à luz da questão do trabalho docente. Rev. de Psicologia Social e Institucional, v.
2, n. 1, Junho/2000

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