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→ Alterações de comportamento.
→ Queixas somáticas.
→ Alterações psicológicas e de humor.
→ Queda no desempenho escolar.
→ Afastamento das pessoas e medo do inesperado.
São todos sinais e sintomas que, isolados ou combinados, são característicos e muito
comuns em crianças e adolescentes vitimizados.
A observação e discriminação destes sinais são fundamentais para o diagnóstico e para o
encaminhamento mais adequado.
“Transgeracionalidade da violência”: padrões de comportamento violento que se repetem de geração em
geração, ou seja, estudos demonstram que os agressores de hoje foram crianças e/ou adolescentes vítimas
de violência.
Condição preocupante, pois, se esta situação perdurar, as vítimas de violência hoje também serão
perpetuadores e perpetradores de violência amanhã, reforçando o ciclo da violência neste núcleo familiar.
Nota-se também o alto consumo de álcool e drogas entre os responsáveis pelo ciclo da violência nos
núcleos familiares.
→ Tipos de violência
Violência física: atos violentos com uso da força física de forma intencional a ferir a criança e/ou o
adolescente.
Violência sexual: todo ato ou jogo sexual (hetero ou homossexual) cujo agressor está em estágio de
desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a vítima. Para ser considerado violência, não é necessário
que haja relação sexual de fato – produção de fotos e vídeos, manipulação de genitais e até prostituição
infantil são formas de violência sexual.
Negligência e maus tratos: omissões dos pais e/ou responsáveis em prover as necessidades básicas para
o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e/ou adolescente. Um exemplo é não dar comida e
remédio corretamente, não agasalhar a criança no frio e até mesmo a omissão em levá-la à escola.
Violência psicológica: rejeição, depreciação, discriminação, humilhação – todas condições utilizadas para
atender às necessidades psíquicas dos adultos. É o tipo de violência que não deixa marcas, mas talvez seja
também a mais devastadora de todas.
ADOÇÃO
Adoção sempre foi vista como forma de manutenção da família ou para perpetuar o culto ancestral
doméstico.
No passado, a adoção tinha como objetivo suprir as necessidades de casais inférteis, que nem sempre
buscavam o bem-estar da criança adotada. Adoção clássica: busca o melhor interesse do adotante. Adoção
moderna: busca garantir o direito a toda criança de crescer e ser educada em uma família.
Brasil – abandono de crianças faz parte de sua história.
Período colonial e imperial – crianças legítimas e ilegítimas, porém indesejadas – eram abandonadas em
locais públicos. Estas crianças eram chamadas de “enjeitadas” ou “expostas” – Roda dos Expostos:
abandono anônimo de bebês – existiram até a década de 1950.
A antiga legislação brasileira (Código Civil de 1916 e Código de Menores de 1927) não facilitava os
processos de adoção – eram excessivamente rígidos e burocráticos.
Com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 (Lei 8.069/90) – a adoção tornou-
se um processo simples e irrevogável, e, ainda, será obrigatoriamente deferido quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundamentar-se em motivos legítimos.
ECA (Brasil, 1990) – determina que o Poder Judiciário cuidará de todas as providências e procedimentos
referentes à adoção e contará com uma equipe interprofissional para atuar nas diversas etapas do processo.
Todo pretendente à adoção participa de um processo avaliativo – este estudo tem uma proposta profilática
– interrogando seu desejo e considerando as singularidades da intenção de adotar.
O discurso do pretendente revela seu funcionamento psíquico – encenando o desejo manifesto e o desejo
inconsciente na proposta de adotar.
Quando os pretendentes observam-se sendo avaliados, podem sentir-se incomodados e obrigados a
responder pautados nas convenções sociais – menos espontâneos.
No decorrer da avaliação, esta postura pode se modificar – cede lugar a um contato mais franco e autêntico.
É prudente que se realizem várias entrevistas com os pretendentes – individuais e em conjunto –, é preciso
saber o que cada um pensa e o que o casal pensa.
Casais com filhos – estes também precisam ser ouvidos em relação ao processo, assim como a família
extensa. Quando se adota uma criança, é sempre uma família que a adota. Adoção Estágio de convivência
Importante etapa para se conhecer a adaptação da criança com os novos pais e vice-versa.
Também é imprescindível saber de que forma os adotantes conseguem integrar aquela criança à condição
de filho e agora membro integrante e permanente neste núcleo familiar.
Uma vez que a adoção tem caráter irrevogável, não se pode correr o risco de a criança voltar a viver em
vulnerabilidade ou viver em um ambiente permeado por violência.
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO
Quando as pessoas não se comunicam de forma adequada, surgem os conflitos e as pessoas participantes
desta situação sentem-se ameaçadas e temerosas em relação ao futuro.
O conflito é o conjunto de propósitos, métodos ou condutas divergentes, oposto de congruência. É algo
inerente à vida e por meio dele a evolução se processa.
A comunicação pode colocar algumas armadilhas e, para evitá-las, é preciso que se criem condições para
o diálogo.
É comum que os litigantes precisem de um interlocutor para que a conversa flua de forma natural e eficaz
– e, para isso, podem lançar mão de um mediador, conciliador ou negociador. Esses facilitadores da
comunicação passam a fazer parte do problema a ser discutido, do diálogo e da solução.
Este é um método cooperativo e seu objetivo é colocar fim ao conflito e não há interesse em buscar ou
identificar razões ocultas que levaram ao conflito e outras questões pessoais dos envolvidos.
O mediador atua para promover a solução do conflito por meio do diálogo e do reajustamento das opiniões
das partes envolvidas. O mediador ajuda as pessoas a aceitarem o diferente e observarem o outro de igual
para igual.
A mediação busca o resgate da comunicação e a solução do conflito vem naturalmente em consequência
do próprio diálogo.
A mediação busca cooperação e colaboração entre os litigantes, sem privilegiar o lado adversarial da
disputa.
A técnica da mediação caracteriza-se por fortalecer a capacidade do diálogo, visando a uma solução
negociada dos conflitos e reconhece que as emoções são parte tanto do problema quanto da solução e, por
isso, devem ser clareadas e resolvidas, facilitando a negociação das opções mais adequadas.
Estas práticas alternativas de resolução de conflitos estão sendo cada vez mais utilizadas pelo judiciário
na intenção de “desafogar” o próprio sistema e sempre de uma forma mais célere e apropriada.