Você está na página 1de 9

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 309.469 - SP (2013/0064265-4)

RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO


AGRAVANTE : AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
ADVOGADOS : CÍNTIA PAPASSONI MORAES E OUTRO(S)
MARIA AMELIA SARAIVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : IVONETE AYRES STROJNOWSKI - ESPÓLIO
REPR. POR : STEPHAN AYRES STROJNOWSKI - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADOS : JOSÉ FREDERICO CIMINO MANSSUR E OUTRO(S)
JOSÉ MANSSUR
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


CONTRATAÇÃO DE SEGURO DE VIDA. DOENÇA
PREEXISTENTE. MÁ-FÉ DO SEGURADO. REEXAME DE PROVAS.
SÚMULA 7/STJ. INVIÁVEL A ANÁLISE DE QUESTÃO
CONSTITUCIONAL EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL (CF, ARTS.
102, III, E 105, III). PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. Se a seguradora, em contrato típico de adesão, aceita a proposta e firma
com o proponente contrato de seguro sem lhe exigir atestado de saúde ou
submetê-lo a exames, a fim de verificar sua real condição física, deve
suportar o risco do negócio, notadamente quando fica comprovado que este
não agiu de má-fé.
2. A alteração de tal entendimento lançado no acórdão recorrido, de que o
segurado agiu de má-fé por ocasião da contratação do seguro de vida,
demandaria necessariamente novo exame do acervo fático-probatório dos
autos, providência que encontra óbice no enunciado da Súmula 7/STJ.
3. A suposta contrariedade ao art. 5º, LV e LVI, da CF/88 consiste em
matéria a ser apreciada na suprema instância, pois não é viável a análise de
matéria constitucional nesta via recursal, haja vista que tal providência
implicaria usurpação da competência atribuída ao eg. Supremo Tribunal
Federal (CF, art. 102). Precedentes.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas,
decide a Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e
Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luis
Felipe Salomão.
Brasília, 07 de agosto de 2014(Data do Julgamento)

MINISTRO RAUL ARAÚJO


Relator

Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 1 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 309.469 - SP (2013/0064265-4)

RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO


AGRAVANTE : AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
ADVOGADOS : CÍNTIA PAPASSONI MORAES E OUTRO(S)
MARIA AMELIA SARAIVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : IVONETE AYRES STROJNOWSKI - ESPÓLIO
REPR. POR : STEPHAN AYRES STROJNOWSKI - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADOS : JOSÉ FREDERICO CIMINO MANSSUR E OUTRO(S)
JOSÉ MANSSUR

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO RAUL ARAÚJO: Trata-se de agravo regimental


interposto por AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS contra decisão monocrática desta
Relatoria que negou provimento ao agravo em recurso especial pelos seguintes fundamentos: I) o
aresto impugnado foi proferido em consonância com o entendimento firmado nesta Corte, de que a
seguradora não se desobriga do dever de indenizar, mesmo que o sinistro tenha decorrido de doença
preexistente, ao tempo da celebração do contrato, se não realizado exame médico prévio,
notadamente quando fica comprado que o segurado não agiu de má-fé; II) o Tribunal de origem,
com base no exame dos documentos carreados aos autos, afirmou que o segurado não procedeu de
má-fé, por ocasião da contratação do seguro, de modo que a alteração de tal entendimento encontra
óbice na Súmula 7/STJ.

A agravante alega, em síntese, que a decisão agravada contraria o princípio da ampla


defesa, insculpido no art. 5º, LV e LVI, da Constituição Federal de 1988.

Afirma que pretende, tão somente, a aplicação dos arts. 1.443 e 1.444 do Código
Civil de 1916 ao presente caso, de modo que a discussão que se pretende é exclusivamente de
direito.
É o relatório.

Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 309.469 - SP (2013/0064265-4)

RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO


AGRAVANTE : AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
ADVOGADOS : CÍNTIA PAPASSONI MORAES E OUTRO(S)
MARIA AMELIA SARAIVA E OUTRO(S)
AGRAVADO : IVONETE AYRES STROJNOWSKI - ESPÓLIO
REPR. POR : STEPHAN AYRES STROJNOWSKI - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADOS : JOSÉ FREDERICO CIMINO MANSSUR E OUTRO(S)
JOSÉ MANSSUR

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO RAUL ARAÚJO (Relator): Em que pese a


argumentação tecida nas razões recursais, não merece êxito a insurgência, devendo ser mantida a
decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Consoante a jurisprudência pacificada neste Pretório, a seguradora não se desobriga


do dever de indenizar, mesmo que o sinistro tenha decorrido de doença preexistente, ao tempo da
celebração do contrato, caso não realizado exame médico prévio. Com efeito, se a empresa de
seguros, em contrato típico de adesão, aceita a proposta e firma com o proponente contrato de
seguro sem lhe exigir atestado de saúde ou submetê-lo a exames, a fim de verificar sua real
condição física, deve suportar o risco do negócio, notadamente quando fica comprado que este não
agiu de má-fé.

A corroborar esse entendimento, confiram-se os seguintes precedentes:

"AGRAVO INTERNO. SEGURO. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA.


VIDA. CONTRATAÇÃO. EXAMES CLÍNICOS PRÉVIOS. AUSÊNCIA.
ALEGAÇÃO. MOLÉSTIA PREEXISTENTE. DESCABIMENTO.
AFERIÇÃO. MÁ-FÉ. SEGURADO. SÚMULA 7/STJ.
I - 'O pedido de pagamento de indenização à seguradora suspende o
prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão.'
(Súmula 229/STJ)
II - Consoante entendimento pacífico, se a seguradora não exigiu
exames médicos previamente à contratação, não pode eximir-se do
pagamento da indenização sob a alegativa de que houve omissão de
informações pelo segurado.
(...)"
(AgRg no REsp 612.836/MG, Relator o Ministro PAULO FURTADO -
Desembargador convocado do TJ/BA -, DJe de 11/11/2009)

"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO


ESPECIAL. SEGURO. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. DOENÇA
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 3 de 4
Superior Tribunal de Justiça
PREEXISTENTE. AUSÊNCIA DE EXAMES. OMISSÃO DO
SEGURADO. INEXISTÊNCIA. REEXAME DE PROVA.
INADMISSIBILIDADE.
I - Consoante entendimento desta Corte, a seguradora que não exigiu
exames médicos previamente à contratação não pode eximir-se do
pagamento da indenização, sob a alegação de que houve omissão de
informações pelo segurado.
(...)"
(AgRg no Ag 1.062.383/RS, Relator o Ministro SIDNEI BENETI, DJe de
15/10/2008)

"RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - SEGURO DE


VIDA - ÓBITO - NÃO PAGAMENTO DO SEGURO PELA
SEGURADORA - ALEGAÇÃO DE DOENÇA PREEXISTENTE -
AUSÊNCIA DE EXAME CLÍNICO PRÉVIO - DEVER DE INDENIZAR -
DANOS MATERIAIS E MORAIS - CONFIGURAÇÃO - REEXAME DE
PROVAS - SÚMULA 07/STJ - JUROS MORATÓRIOS -
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL - TERMO INICIAL - CITAÇÃO -
DANOS MORAIS - CORREÇÃO MONETÁRIA - INCIDÊNCIA A
PARTIR DO MOMENTO DA FIXAÇÃO DO SEU QUANTUM -
EXCESSIVIDADE DA CONDENAÇÃO - REDUÇÃO - NECESSIDADE.
(...)
2 - A teor do entendimento desta Corte, a seguradora não pode
esquivar-se do dever de indenizar alegando que o segurado omitiu
informações sobre seu estado de saúde quando não lhe foi exigido
exames clínicos prévios, como ocorre in casu. Precedentes."
(REsp 811.617/AL, Relator o Ministro JORGE SCARTEZZINI, DJ de
19/3/2007)

Na hipótese dos autos, verifica-se que a Corte de origem, com base no exame dos
documentos carreados aos autos, afirmou que o segurado, por ocasião da contratação do seguro,
não procedeu de má-fé, o que foi expressamente consignado no acórdão recorrido:

"Com o falecimento do segurado em 1º de março de 2005, a apelante


encaminhou a documentação necessária para o recebimento da
indenização, sendo negada a cobertura ao evento, sob a alegação de
que omitiu, no momento da contratação, doença preexistente
consistente no acidente vascular cerebral (AVC).
Com efeito, a seguradora cingiu-se a negar o pagamento alegando
que, à época da celebração do contrato, o segurado já possuía
doenças preexistentes, que não informou à segurada, violando a
cláusula que exige, para a contratação do seguro, 'estar em plena
atividade de trabalho e em perfeitas condições de saúde'.
Diante da negativa da seguradora ré, a demandante ingressou com a
ação de execução, tendo como título a apólice de seguros, resultando
na presente ação de embargos à execução.
Não obstante o pedido formulado em inicial, a embargante se limitou a
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 4 de 4
Superior Tribunal de Justiça
justificar que não teria realizado o pagamento em razão das doenças
preexistentes do segurado.
Vale assinalar, inicialmente, que aos contratos de seguro aplicam-se
as disposições da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
visto que seguradora e segurado enquadram-se, respectivamente, nos
perfis de fornecedor e consumidor. Ademais, o próprio texto legal
inclui em seu âmbito de incidência, de maneira expressa as operações
securitárias:
“Art. 3º (...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.”
Conforme se observa da certidão de óbito (fl. 32), a causa da morte do
segurado foi insuficiência respiratória, pneumonia aspirativa,
bronco-aspiração, AVC (acidente vascular cerebral) e HAS
(hipertensão arterial sistêmica).
Diante de todos os documentos acostados na inicial conclui-se que
apesar de o segurado ter conhecimento do acidente vascular cerebral
ocorrido em 24 de março de 2002, ou seja, mais de dois anos antes da
contratação do seguro e que, mesmo após período afastado não o
impediu de retornar as suas atividades laborais normalmente, não
implicou em má-fé quando da contratação do seguro.
O laudo pericial acostado aos autos (fls. 204/211) confirma o retorno
do segurado a plena e regular condição de trabalho e, ainda mais,
sobre o questionamento da seguradora se “existe correlação entre o
AVC sofrido pelo segurado e a doença de que era portador, ou seja,
hipertensão arterial sistêmica” a resposta foi no sentido de que “não
há elementos técnicos que possam inferir esta correlação, embora a
HAs seja um dos fatores de risco”.
Além disso, a versão de que teria sido enganada pelo segurado que,
agindo se má-fé, teria prestado informações incorretas ao contratar
não possuem fundamento.
Ao aceitar a proposta de seguro com base simplesmente na
declaração de saúde do proponente, prescindiu de qualquer exame
médico prévio, providência que revelaria o real estado de saúde do
consumidor à época da contratação. Ao contrário, acatou as
informações inscritas no documento como verdadeiras, assumindo o
risco.
A despeito disso, deixou de constar nos autos dos presentes embargos
até mesmo a declaração de saúde para verificação do preenchimento
por parte do segurado.
Desta feita, não pode a apelada, tendo recebido as parcelas
referentes ao prêmio, ao ocorrer o sinistro previsto na apólice,
esquivar-se do que se obrigou por força do pactuado.
Mesmo que verdadeira a versão trazida pela seguradora de que o
segurado teria realizado o contrato sem noticiar as doenças
preexistentes , não teria ela, uma empresa de grande porte no ramo de
seguros, atuado com boa-fé contratual, pois assumiu o risco de
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 5 de 4
Superior Tribunal de Justiça
segurar pessoa sem antes realizar os devidos exames para
comprovação de eventual doença preexistente.
É certo, neste sentido, que cabia à seguradora ter produzido a prova
acerca da má-fé do segurado ou do conhecimento prévio acerca do
agravamento de sua saúde, até mesmo pelo que dispõe a legislação
protetiva do Consumidor, absolutamente aplicável a casos desta
natureza, especialmente no que concerne à inversão do ônus da
prova.
Vale ressaltar que a moléstia sofrida pelo contratante, com notícia de
ciência em 2002, não desagua necessariamente no óbito, porquanto
permitiu o retorno ao exercício de atividades normais, inclusive
laborais.
Era dever da seguradora, ademais, diligenciar a respeito do estado de
saúde previamente à contratação, pois de seu interesse certificar-se de
que não assumiria riscos maiores do que os que pretendia cobrir,
oriundos de doença preexistente.
Com efeito, o autor contava com 54 anos quando da contratação do
seguro, e deveria a seguradora, caso pretendesse assegurar-se da
inexistência de qualquer moléstia que pudesse acometer o consumidor,
submeter-lhe a exames.
Assim, a má-fé do segurado não ficou comprovada, não devendo ser
presumida a má-fé como claramente o fez o Julgador de Primeiro
Grau, diferentemente da boa-fé que é sempre presumida , a má-fé deve
ser suficientemente demonstrada, o que não restou demonstrada nestes
autos."
(e-STJ, fls. 305/308, grifou-se)

Nesse contexto, a alteração de tal entendimento lançado no acórdão recorrido


demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório contido nos autos,
providência que encontra óbice no enunciado da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça.

A propósito, vejam-se os seguintes precedentes:

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. SEGURO DE SAÚDE. MÁ-FÉ DO SEGURADO POR
OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. REEXAME DE
PROVAS. SÚMULA 7 DO STJ.
1. A agravante não trouxe qualquer argumento capaz de infirmar a
decisão que pretende ver reformada, razão pela qual entende-se que
ela há de ser mantida na íntegra.
2. Agravo regimental a que se nega provimento."
(AgRg no Ag 740.008/SP, Rel. Min. CARLOS FERNANDO
MATHIAS - Juiz federal convocado do TRF 1ª Região -, QUARTA
TURMA, DJe de 15/9/2008)

"AGRAVO INTERNO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. SEGURO DE VIDA.


DOENÇA PREEXISTENTE. CIÊNCIA DO SEGURADO. MÁ-FÉ
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 6 de 4
Superior Tribunal de Justiça
RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME DE
FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.
I - A discussão quanto ao reconhecimento da má-fé do segurado ao
fornecer intencionalmente informações inverídicas e incompletas à
seguradora demanda o reexame de matéria fática, circunstância
obstada pelo enunciado 7 da Súmula desta Corte.
II - Agravo improvido."
(AgRg no Ag 897.366/RS, Relator o Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, DJe de 24/3/2008)

No tocante à alegada contrariedade ao art. 5º, LV e LVI, da Carta Magna, trata-se


de questão a ser apreciada pela instância suprema, haja vista que é inviável a análise de matéria
constitucional nesta via recursal, de modo que tal providência implicaria usurpação da competência
atribuída àquela egrégia Corte (CF, art. 102). A corroborar esse entendimento:

"PROCESSO-CIVIL E ADMINISTRATIVO - PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - IMPLANTAÇÃO DO
PLANO REAL - MERA INDICAÇÃO DE ARTIGO - DEFICIÊNCIA NA
FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO - DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO - ART.
535 DO CPC - ALEGAÇÃO GENÉRICA - PRESCRIÇÃO DE FUNDO
DE DIREITO - NÃO-OCORRÊNCIA - SÚMULA 85/STJ - CRITÉRIO DE
CONVERSÃO DO CRUZEIRO REAL PARA O REAL FIXADO PELO
BACEN - ACÓRDÃO QUE CONSIDEROU ILEGAL A ADOÇÃO DE
VALOR DIVERSO DA PARIDADE DE CR$ 2.750,00 POR UM REAL -
ENTENDIMENTO EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO DO
STJ.
Omissis.
2. A apreciação de suposta violação a preceitos constitucionais não é
possível na via especial, nem a guisa de prequestionamento, porquanto
matéria reservada, pela Carta Magna, ao Supremo Tribunal Federal.
(...)
Recurso especial conhecido em parte e improvido." (REsp 769.233/RS,
Relator Ministro HUMBERTO MARTINS, DJ de 1º/9/2006)

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PENHORABILIDADE DO BEM DE


FAMÍLIA. MATÉRIA EFETIVAMENTE DECIDIDA NO SANEADOR.
PRECLUSÃO. PREQUESTIONAMENTO DE QUESTÃO
CONSTITUCIONAL. DESCABIMENTO.
(...)
2. Não cabe a esta Corte o exame de questões constitucionais
suscitadas em sede de embargos de declaração, com escopo de
prequestioná-las para eventual interposição de recurso
extraordinário.
3. Embargos declaratórios rejeitados.” (EDcl no REsp 254.236/SP,
Relator o Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe
de 8.6.2010)
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 7 de 4
Superior Tribunal de Justiça

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO
INTERNO - AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU
OBSCURIDADE – EMBARGOS REJEITADOS.
Omissis.
III - Refoge à competência do Superior Tribunal de Justiça apreciar
suposta ofensa a dispositivos constitucionais, ainda que para fins de
prequestionamento, sob pena de invasão da competência do Supremo
Tribunal Federal.
(...)
V - Terceiros Embargos de Declaração rejeitados, com imposição de
multa e determinação de baixa imediata dos autos à origem.” (EDcl nos
EDcl nos EDcl no AgRg no Ag 1.023.956/BA, Relator o Ministro SIDNEI
BENETI, DJe de 1º.7.2010)

Diante do exposto, nega-se provimento ao agravo regimental.

É o voto.

Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 8 de 4
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2013/0064265-4 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 309.469 / SP

Números Origem: 10742005 5830020050681195 68119 91494898020088260000

EM MESA JULGADO: 07/08/2014

Relator
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. LUCIANO MARIZ MAIA
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI

AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
ADVOGADOS : MARIA HELENA GURGEL PRADO E OUTRO(S)
MARCELO TANCREDI
AGRAVADO : IVONETE AYRES STROJNOWSKI - ESPÓLIO
REPR. POR : STEPHAN AYRES STROJNOWSKI - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADOS : JOSÉ MANSSUR
JOSÉ FREDERICO CIMINO MANSSUR E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Seguro

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
ADVOGADOS : MARIA AMELIA SARAIVA E OUTRO(S)
CÍNTIA PAPASSONI MORAES E OUTRO(S)
AGRAVADO : IVONETE AYRES STROJNOWSKI - ESPÓLIO
REPR. POR : STEPHAN AYRES STROJNOWSKI - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADOS : JOSÉ MANSSUR
JOSÉ FREDERICO CIMINO MANSSUR E OUTRO(S)

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.
Documento: 1335850 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/08/2014 Página 9 de 4

Você também pode gostar