Gestão Pública Contemporânea 2022-2

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DISCIPLINA
Gestão Pública Contemporânea
2022-2
Professores: Humberto Falcão Martins

João Paulo Mota
SLIDES DO BLOCO 3 - aulas 5 (30/09) e 6 (01/10)
Mestrado Profissional em Administração Pública – Disciplina Gestão Pública Contemporânea - Professores Humberto Falcão Martins e João Paulo Mota
A Cadeia de Governança: os elementos
da nova governança pública
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RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
QUALIDADE E
CAPACIDADE DESEMPENHO VALOR PÚBLICO
INSTITUCIONAL
INOVAÇÃO
Colaboração
• atividade conjunta ¹
apartado, autônomo,
isolado, fragmentado Ação conjunta
• cooperar (criar valor “fazer com”
comum e distribuí-lo de
forma justa) ¹ competir
• consensual, volitivo, Voluntária Cooperativa
desejado, deliberado ¹ “vamos “nosso
combinar” objetivo”
hierárquico,
mandatório, coercitivo,
imposto
A governança colaborativa é a
governança em rede
“(...) conjunto de
Em Redes multi-
processos e estruturas;
institucionais e formais ou informais;
parcerias entre parceiros
institucionais ou
indivíduos; orientados
estrategicamente de
forma convergente e
Colaboração/
integração Interação com a interdependente para a
sociedade em rede
intraorganizacional geração de valor
público ou privado.”
(Martins, Wegner, Souza, Drummond e
Oriol, 2022)
Problema público complexo
Redes são conjuntos de nós e suas relações
Algumas categorias de rede
• Redes sociais – objetivos comuns são episódicos:

relacionamentos de nível pessoal para solução de problemas,
informações, inovação, capital social e desempenho.
• Comunidades de prática – confiança mútua e

compartilhamento de conhecimento numa área específica para
resolver problemas comuns e apoiar uns aos outros na busca
de respostas.
• Redes Formais – grupos

correlacionados de várias
organizações, estabelecidos de
acordo com um propósito ou
necessidade específica.
A nova ciência das redes
• Six degrees of separation (48’).mp4
(legendado) -
https://www.youtube.com/watch?v=OfVvJ8
biIdE
Redes representam uma nova forma
de pensamento sistêmico
Simplicidade organizada Complexidade desorganizada Complexidade organizada

Gestaltica, Cibernética, Sistemas complexos, Nova ciência das redes:
Teoria geral de sistemas “Teoria do caos” interdependência; limites e
conexões críticas; padrões,
propriedades comuns
Parcerias:
agentes e tipos de colaboração
AÇÃO
Parcerias:
Voluntariado
Público-Privado
Mutirões
Público-Público
Engajamento cívico
Privado-Privado
Arenas e mecanismos
institucionalizados de
Democracia participativa
representação de interesses
Orçamento participativo
(Conselhos, comitês, fóruns
etc.)
DECISÃO
INDIVÍDUO ORGANIZAÇÃO
Martins, H. 2020
Parcerias
• São regimes colaborativos Problemas Públicos

bilaterais ou multipartes com
distintos graus de formalização
para execução conjunta de ações Público- •Convênios
•Consórcios
na direção de propósitos pré- Público •Governos-Organismos Internacionais
estabelecidos
• Parceria é fazer com; prestação Público- •Governos com ONGs
de serviços é fazer para privado •Governos com empresas (PPP e outras)
• A parceria enseja um espaço

decisório
Privado- •ONG-ONG
•ONG-Empresa
Privado •Empresa-Empresa
•Empresa-Organismo Internacional
A sociedade em rede
• Hiperconexão
• Comunicação autônoma
• Economia colaborativa
• Ativismo sócio-político
• Contra-poder
ATIVISMO SÓCIO-POLÍTICO: REDES DE INDIGNAÇÃO
E ESPERANÇA
Indivíduos Emoções Reações Mudanças
INDIVIDUAL – LOCAL
(VIZINHANÇA)
Ansiedade Medo Indignação Raiva Entusiasmo Ação Esperança
Apoio de milhões Da ação à deliberação.

Poucos reclamando Centenas/milhares de
(redes sociais + ocupação Da deliberação ao projeto.
(indivíduo/grupo) adeptos (identificação)
das ruas) Do projeto à nova ação.
TUNÍSIA MUNDO ÁRABE ISRAEL BRASIL

GLOBAL
EUROPA ESTADOS UNIDOS (OCCUPY)

ISLÂNDIA Espanha, Grécia, Portugal, 2011 –
Grã-Bretanha, Itália... 951 cidades – 82 países
Governos + Elites financeiras + Redes de poder

Querem manter o
DESENCADEADOR
status quó Causadores (gerenciamento equivocado)

PRINCIPAL
Crises econômicas/políticas
Se indignam, Quem paga (perda de bem-estar, direitos etc.)

querem mudanças
Cidadãos
Redes sociais em junho de 2013 no Brasil
13/06 17/06
Fonte: Sérgio Amadeu, Univ. ABC
Protestos em junho de 2013 no Brasil
Panelaço de março de 2015
13/03/2016
FINANCIAL TIMES: Twitter snapshots show Venezuela’s
government isolated from its people
How isolated is
Venezuela’s government
from the people it
supposedly represents?
Very isolated indeed,
according to a study
commissioned by beyond
brics from Marco
Ruediger and coleagues
at FGV DAPP, the
department of public
policy analysis at the
Fundação Getulio Vargas
in Rio de Janeiro.
Fake news: o caso Marielle
Uma revolução colaborativa: novos
conceitos e novas práticas
Rank Brasil Brasil OCDE AL
Conexões sociais 0,55 0,65
2020_ISD_data_clubs_and_associations 53/112 0,55 0,65
Engajamento civíl 0,94 0,73
2020_ISD_data_civic_activism 5/104 0,94 0,73
Capital social 0,62 0,83 0,65
2020_BM-WGI_Voice and Accountability: Estimate 80/191 0,62 0,83 0,65
Qualidade da democracia 0,75 0,85 0,69
2018_Polity5_polity5 - Total 65/157 0,9 0,95 0,82
2021_EIU-DI_World Democratic Index - Overall Score 47/165 0,69 0,81 0,6
2021_GII-proxy_Political and operational stability* 74/132 0,66 0,8 0,66
Controle da corrupção 0,33 0,71 0,42
2020_BM-WGI_Control of Corruption: Estimate 102/189 0,37 0,73 0,46
2021_CPI-Transparência_Corruption Perceptions Index 96/178 0,35 0,72 0,43
2021_WJP-RoL_Factor 2: Absence of Corruption 79/137 0,28 0,68 0,38
Ambiente de negócios 0,59 0,86 0,58
2020_BM-BUS_Global: Ease of doing business score 125/189 0,59 0,86 0,58
Confiança no governo 0,41 0,39 0,44
2019_OCDE-BF_Trust in Government - Percentage 20/35 0,41 0,39 0,44
Índice de Colaboratividade 0,60 0,72 0,56
Dinâmica colaborativa
Descoberta
Definição
Deliberação Dinâmica Colaborativa
Determinação
Liderança Engajamento
com
Incentivos para
Conjuntas
princípios
colaborar
Ações
geram Impactos Adaptação
Interdependência
Incerteza Direcionadores Capacidade
de atuação
conjunta
Motivação
Compartilhada
Confiança mútua
Entendimento mútuo
Legitimidade interna
Comprometimento
compartilhado
Impactos
Arranjos institucionais/procedimentais
Liderança
Conhecimento Criação de valor público
Cultura organizacional Aprimoramento da colaboração
Recursos
Colaborarquias “Não são arranjos caóticos ou desprovidos de processos
estruturados... a gestão colaborárquica é ao mesmo tempo similar e
autogeridas diferente da gestão de hierárquica” (Agranoff, 2007, p.123-4)
HIERARQUIAS REDES
• Padronização • Heterogeneidade morfológica (variedade de requisito)
• Verticalização fragmentária • Integração horizontal e transversalidade
• Comando, controle, coordenação, subordinação, • Cooperação, participação colaborativa, animação,
manipulação mobilização, articulação, solidariedade e negociação
• Estabilidade, rigidez e inércia • Instabilidade, flexibilidade e dinamismo
• Especialização • Multifuncionalidade e redundância
• Regulamentação e impessoalidade • CONFIANÇA Regras básicas + informalidade humanizada
• Dependência e centralização • Autonomia, descentralização e interdependência
• Hierarquia • Democracia
• Autoridade do cargo • Liderança
• Reducionismo • Visão sistêmica
• Comunicação de cima para baixo e reservas de • Comunicação multidirecional e compartilhamento de
informações informações
• Opacidade • Transparência, escuta
• Responsabilização individual • Coresponsabilidade
• Redução de custos de produção • Redução de custos de transação
• Aprendizado de circuito simples e aplicação do • Aprendizado de circuito duplo, apropriação e
conhecimento (imposição de estilos, culturas e desenvolvimento de capacidades (geração de
técnicas) conhecimento baseado no intercâmbio de estilos, culturas
e técnicas)
O Estado-Rede
... “compartilhamento da autoridade (a capacidade institucional de impor
uma decisão) no âmbito de uma rede de instituições. Uma rede, por
definição, não possui centro, senão nós, de diferentes dimenções e com
relações inter-nodais que são frequentemente assimétricas. Mas, em
termos finais, todos os nós são necessários para a existencia da rede. Asim,
o estado-nação se articula cotidianamente na tomada de decisões com
instituições supra-nacionais de distintos tipos e em distintos âmbitos […].
Mas, também funcionam nessa mesma rede instituições regionais e locais
[e....], cada vez mais, organizações não governamentais (ou neo-
governamentais, porque fundamentalmente trabalhan com e a partir dos
governos) se conectam com esta rede inter-institucional, feita tanto de
negociação como de decisão, de compromisso quanto de autoridade, de
informação quanto de estratégia. Este tipo de estado parece ser o mais
adequado para processar a complexidade crescente de relações entre o
global, o nacional e o local, a economia, a sociedade e a política, na era da
informação.”
(Manuel Castells, Hacia el estado red, Barcelona, 1998)
O Estado-Rede: qual será o padrão
predominante?
• Um mix cambiável destas (e outras?) soluções
Representação
de interesses
Universalismo de Governos Parcerias

procedimentos Co-produção
Poder de polícia
Problema
Empresas Público ONGs
Complexo Participação,
consulta,
referendo
Sociedade Protesto
AGLOMERADOS Rejeição,
AUTO-ORGANIZADOS Reversão
Colaboração espontânea
Arranjo de governança do Programa
Bolsa Família
Fonte: “GOVERNANÇA E COORDENAÇÃO EM ARRANJOS MULTINÍVEL DE POLÍTICAS PÚBLICAS

TRANSVERSAIS: ASSISTÊNCIA SOCIAL, EDUCAÇÃO E SAÚDE NO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA”.
RODRIGO LOFRANO ALVES DOS SANTOS. Dissertação de Mestrado EBAPE/FGV.
Modelos híbridos

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Problema público complexo

• Redes sociais – objetivos comuns são episódicos:

• Comunidades de prática – confiança mútua e

• Redes Formais – grupos

Simplicidade organizada Complexidade desorganizada Complexidade organizada

• São regimes colaborativos Problemas Públicos

• A parceria enseja um espaço

Ansiedade Medo Indignação Raiva Entusiasmo Ação Esperança

Apoio de milhões Da ação à deliberação.

TUNÍSIA MUNDO ÁRABE ISRAEL BRASIL

EUROPA ESTADOS UNIDOS (OCCUPY)

Governos + Elites financeiras + Redes de poder

status quó Causadores (gerenciamento equivocado)

Se indignam, Quem paga (perda de bem-estar, direitos etc.)

Universalismo de Governos Parcerias

Fonte: “GOVERNANÇA E COORDENAÇÃO EM ARRANJOS MULTINÍVEL DE POLÍTICAS PÚBLICAS

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