Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA

50ª VARA DO TRABAHO DE JOÃO PESSOA/PB

Autos do Processo n°.: 98.765

FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA., já devidamente qualificada, por seu


advogado com endereço profissional..., nos autos da reclamação trabalhista movida por
ESTELA, vem perante V. Exª, nos termos do art. 847 da CLT c/c art. 343 do CPC apresentar

CONTESTAÇÃO (COM RECONVENÇÃO)

Com base nos fatos e fundamentos que passa a expor:

DAS PRELIMINARES

. Da Incompetência Absoluta da Justiça do Trabalho para a Condenação


Penal do art. 49 da CLT

A Reclamante pleiteia a condenação dos sócios da Reclamada sob a


alegação de que tinham praticado o crime tipificado no art. 49 da CLT.
Nos termos do art. 114, IX da CRFB/88, compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não
abrangendo penalidade criminal.
Assim, nos termos da fundamentação supra o pedido de aplicação de
penalidade criminal contra os sócios da empresa Reclamada deve ser
afastado, ante a incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar tal
matéria.

DO MÉRITO

D A PREJUDICIAL DE MÉRITO

. Da Prescrição Quinquenal

Para que seja declarado prescrito todo e qualquer suposto direito


anterior a 27/02/2013, conforme o Art. 7°, inciso XXIX, da CRFB/88, ou o Art.
11, da CLT ou a Súmula 308, inciso I do TST.

I - DOS FATOS

Estela foi floricultora na empresa em questão de 25/10/2012 a


29/12/2017 e ganhava mensalmente o valor correspondente a dois salários
mínimos.
A sociedade empresária menciona que, assim que foi cientificada do
aviso prévio, Estela teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada
com a atitude do empregador. A situação chegou a tal ponto que a segurança
terceirizada precisou ser chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la
até a porta a saída. Contudo, quando deixava o portão principal, Estela
começou a correr, pegou uma pedra do chão e arremessou violentamente
contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa
informa que gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota
fiscal, além de apresentar a guia da RAIS comprovando possuir 7 empregados,
os contracheques da autora e o documento assinado pela empregada
autorizando o desconto do plano de saúde.

. II – DOS FUNDAMENTOS

. Do Pedido de Adicional de Penosidade

O pedido de adicional de penosidade é indevido, haja vista a ausência


de regulamentação, estando previsto apenas no art. 7°, XXIII da CRFB/88.

. Do Pedido de Horas Extras

O Reclamante acredita fazer jus a horas extras, entretanto, tanto a


jornada laboral diária como a semanal não excederam ao limite previsto na
constituição, razão pela qual não há que se falar em pagamento de horas
extras (art. 7°, XIII da CRFB/88 c/c art. 58 da CLT).

. Do Pedido de Pagamento da Multa do art. 477, §8° da CLT

A condenação ao pagamento da multa do art. 477 é indevida, tendo em


vista que o pagamento das verbas devidas foi feito no prazo legal, observando
o prazo do parágrafo 6° do referido artigo.

. Dos Descontos Relativos ao Plano de Saúde

A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano


de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento
autorizando a subtração mensal.
Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento
autorizando o desconto de plano de saúde, conforme se comprova no
documento anexo.
A Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos salarias
efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do
empregado, p para ser integrado em planos de assistência médico-hospitalar, o
que não afronta o disposto no ART. 482 da CLT, salvo se ficar demonstrada a
existência de coação ou de outro defeito que vice o ato jurídico, não sendo este
o caso.
Assim, competia a Reclamante comprovar que a existência de vício de
vontade, nos termos do art. 818, da CLT, o que não ocorreu.

. DA RECONVENÇÃO
A Reclamante ao tomar ciência que seria dispensada teve uma reação
violenta, gritando e dizendo-se injustiçada, sendo necessário que a segurança
da empresa Reclamada a contivesse e acompanhasse até a porta de saída.
Quando deixava o prédio, a Reclamante arremessou uma pedra contra a
vidraça do prédio, vindo a quebrar um dos vidros. Diante do ocorrido, a
empresa teve que trocar o vidro quebrado que custou R$ 300,00, conforme
nota fiscal ora anexada.
Conforme disposto no art. 1 86 do CC/02, aquele que por ação, violar o
direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito. Já o art. 927 do mesmo
diploma legal, assegura que, aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Sendo assim, a Reclamante deverá ressarcir a Reclamada no valor
gasto para a troca da vidraça.

JURISPRUDÊNCIA

TRT- 1 28/02/2016 – Pág 1778 – Judiciário – Tribunal Regional do trabalho


da 1° Região

Diários Oficiais. 28/02/2016. Tribunal Regional do Trabalho da 1° Região

Classe: AÇÃO TRABALHSTA – RITO ORDINÁRIO (985) RECLAMANTE:


JORGE EDUARDO ESTEVES DA SILVA RECLAMADO: BRADESCO VIDA E
PREVIDENCIA S.A. e outros SENTENÇA PJe-JT RELATÓRIO Trata-se de
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ajuizada por JORGE EDUARDO ESTEVES DA
SIVA – CPF: 052.472.707-46 contra BRADESCO VIDA E PREDIDENCIA S.A
(1° reclamada) e BRADESCO AS – CNPJ: 60.746.948/ 0001-12 (2°
reclamada), postulando reconhecimento de vínculo e consectários e de
RECONVENÇÃO TRABALHISTA dos réus contra o autor...

DOUTRINA

Conforme definição de Fredie Didier junior, reconvenção é a demanda do réu


contra o autor no mesmo processo em que está sendo demandado. É o contra-
ataque que enseja o processamento simultâneo da ação principal e da Ação
reconvencional, a fim de que o juiz resolva as duas lides na mesma sentença.
Tratando-se de um a modalidade de resposta em que o réu demanda em face
do autor, na mesma relação jurídico processual.
a natureza jurídica da reconvenção é de uma Ação autônoma.
O código de Processo Civil disciplina a reconvenção no ART 343 do CPC/15
Autor Fredie Didier Junior

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a V. EXª:

1) seja acolhida a preliminar de incompetência absoluta da Justiça do


Trabalho para apreciação e condenação criminal.

2) seja pronunciada a prescrição quinquenal dos créditos pleiteados


pela Reclamante anteriores a 27/02/2013;
3) a improcedência dos pedidos da Reclamante, ante a falta de
fundamentação que lhes dê sustento;

4) a procedência do pedido da reconvenção, para que a Reclamante


seja condenada ao pagamento de R$ 300,00 pelos danos materiais
ocasionados à empresa Reclamada;

5) a intimação da Reclamante para apresentar resposta à reconvenção;

6) a procedência do pedido de condenação da Reclamante ao


pagamento dos honorários sucumbenciais

IV – DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas na


amplitude do Artigo 369 e seguintes do CPC, especialmente a prova de
natureza documental, documental superveniente e depoimento pessoal da
Reclamante.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Local e Data

Advogado(a)

OAB/UF

Você também pode gostar