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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - FORO CENTRAL DE CURITIBA
19ª VARA CÍVEL DE CURITIBA - PROJUDI
Rua Mateus Leme, 1142 - 8º andar - Centro Cívico - Curitiba/PR - CEP: 80.530-010 - Fone: (41)3254-7176
Processo: 0029450-52.2009.8.16.0001
Classe Processual: Execução de Título Extrajudicial
Assunto Principal: Espécies de Contratos
Valor da Causa: R$52.834,67
Exequente(s): BANCO BRADESCO S/A
Executado(s): EDITORA PARADIDÁTICA LTDA
JOSÉ ABILA FILHO
MARCUS VINICIUS ABILA
1.1. À Secretaria para que cumpra conforme requerido pela parte exequente.
6. Ainda, tendo em vista o convênio celebrado entre o CNJ - Conselho Nacional de Justiça e o
Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, o qual criou o Cadastro Nacional de Indisponibilidades de Bens -
CNIB, que realiza o rastreamento de todos os bens que o atingido pela indisponibilidade possui em território
nacional, evitando a dilapidação do patrimônio, constituindo-se, ademais, em importante ferramenta na
efetividade da execução, defiro o pedido formulado pelo exequente, para declarar a indisponibilidade dos bens
dos executados, devendo a Secretaria registrar a indisponibilidade por meio de acesso ao portal CNIB (www.
indisponibilidade.org.br).
7. Quanto à realização de pesquisas junto ao sistema SREI, indefiro o pleito, haja vista que os
respectivos resultados já seriam alcançados pelas buscas nos sistemas retro apontados.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Da própria denominação dessa ferramenta se constata que se trata dainvestigaçãopatrimonial
erecuperação de ativosque estariam sendo sonegados dos credores, mediante ocultação simples do seu
patrimônio ou de alguma outra forma fraudando os credores ou “lavando” dinheiro de origem ilícita mediante a
identificação de vínculos com outras pessoas físicas ou jurídicas.
Importante consignar que o sistema SNIPER não promove o bloqueio de recursos ou de bens,
apenas identifica eventuais vínculos com terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, e na hipótese positiva
desencadeará, obrigatoriamente, a abertura de contraditório e ampla defesa, nos próprios autos ou em autos
apartados, com a oitiva das partes e dos possíveis terceiros identificados.
Por tais razões deve o exequente comprovar minimamente que o(a,s) executado(a,s) está(ão)
envolvido(a,s) em alguma dessas situações a fim de viabilizar a utilização do SNIPER.
Fora das hipóteses acima referidas,o que não se vislumbra nos presentes autos,deve-se utilizar
as vias regulares como o SISBAJUD, INFOJUD e RENAJUD que são ferramentas muito eficientes na
identificação e bloqueio ou penhora de ativos e alcançam a imensa maioria dos devedores.
Ademais, destaca-se que o acesso ao sistema SNIPER, até o momento, é atribuído apenas a
Juízes de Direito, de forma intransferível, não se permitindo, portanto, delegar a utilização dessa ferramenta a
outros servidores, nem à assessoria do Juízo providência que é aguardada pelos magistrados, de forma
idêntica ao que ocorre com o SISBAJUD, RENAJUD e INFOJUD.
Ora, não se pode atribuir ao Juiz de Direito a realização de diligências administrativas tendentes
à localização de bens e/ou valores para satisfação do crédito da parte, atividades tipicamente cartoriais, eis
que exerce atividade eminentemente jurisdicional na prolação de despachos, decisões, sentenças e realização
de audiências, caracterizando-se dessa forma verdadeiro desvio de função. Entendimento diverso certamente
comprometerá a atividade fim da Magistratura.
Por tais razões INDEFIRO o pedido do mov. 174.1 pelo qual a parte exequente pleiteia a
utilização da ferramenta SNIPER sem qualquer fundamentação minimamente razoável.
9. Por derradeiro, condiciono a análise de expedição de ofício ao BACEN aos resultados das
diligências anteriormente deferidas.
Juíza de Direito