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Conselho Nacional de Justiça

PJe - Processo Judicial Eletrônico

10/03/2023

Número: 0005417-89.2022.2.00.0000
Classe: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
Órgão julgador colegiado: Plenário
Órgão julgador: Corregedoria
Última distribuição : 26/08/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Pena Privativa de Liberdade
Objeto do processo: CNJ - Providências - Expedição - Certidão - Cópias - Mandados de Prisão.
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
LEVI ADRIANI FELICIO (REQUERENTE) THAINA RODRIGUES LEITE (ADVOGADO)
BRUNO HENRIQUE DE MOURA (ADVOGADO)
VINICIUS ANDRE DE SOUSA (ADVOGADO)
OCTAVIO AUGUSTO DA SILVA ORZARI (ADVOGADO)
PEDRO MACHADO DE ALMEIDA CASTRO (ADVOGADO)
DEPARTAMENTO DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO
DO SISTEMA CARCERÁRIO - DMF (REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
49100 23/10/2022 22:28 Decisão Decisão
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Conselho Nacional de Justiça

Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0005417-89.2022.2.00.0000


Requerente: LEVI ADRIANI FELICIO
Requerido: DEPARTAMENTO DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO SISTEMA
CARCERÁRIO - DMF

RECURSO ADMINISTRATIVO. PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS.


DEPARTAMENTO DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO
SISTEMA CARCERÁRIO – DMF. PETIÇÃO SEM CONTEÚDO
RECURSAL. NECESSIDADE DE ELEMENTOS MÍNIMOS PARA
APRECIAÇÃO. RICNJ, ART. 25, INCISO IX, E ART. 115, § 2º.
ARQUIVAMENTO SUMÁRIO. MANUTENÇÃO.

DECISÃO

1. Cuida-se de Recurso Administrativo interposto por LEVI ADRIANI FELÍCIO


contra decisão monocrática, proferida em 20.09.2022, em que determinei o arquivamento
sumário do presente Pedido de Providências, face ao entendimento de que, nos termos
da Resolução n. 417/2021 do CNJ, as informações constantes do BNMP 3.0 deverão ser
solicitadas, exclusiva e diretamente, ao órgão judiciário responsável pela expedição e
registro da ordem de prisão e atos subsequentes.
Alega que,

a. não se sabe qual autoridade judicial considerou Levi Adriani


Felício foragido no passado, razão pela qual demandaria o protocolo
de petição perante todas as instâncias e varas do Judiciário
brasileiro, seja estadual ou federal, o que é inimaginável quando se
tem um órgão responsável por manter todos esses dados
registrados – BNMP/CNJ;
b. não se busca corrigir vício algum de ilegalidade ou nulidade nas
decisões proferidas pelas instâncias ordinárias. Em verdade, busca-
se comprovar que as declarações apresentadas pelo Ministério
Público, órgão independente e que não está atrelado ao Judiciário,
são falsas e precisam ser rebatidas, o que somente é possível com o
acesso às certidões;
c. o direito de certidão é constitucional e deve ser garantido ao
Recorrente, uma vez que o seu único objetivo é realizar a defesa de
seus direitos e esclarecer situações de interesse pessoal, conforme
previsão do art. 5º, inciso XXXIII, alínea “b”, da CRFB/1988

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Esclarece, por fim, que houve a interpretação errônea da Resolução nº


417/2021, pois, na sua visão, caberia ao DMF/CNJ registrar e armazenar as informações
que pretende ter acesso.
Destarte, requer:

a. que seja reformada a decisão de arquivamento sumário do pedido


de providências proferida pelo Conselheiro Relator, de modo que
Levi Adriani Felício tenha respeitado os seus direitos fundamentais
de acesso à informação e de expedição de certidões, ambos
previstos, respectivamente, no art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV, alínea
“b”, da CRFB/1988; e
b. que o pedido de providências seja analisado e julgado
procedente, de modo que o DMF/CNJ retifique o ato ilegal praticado
e, assim, conceda acesso ao Recorrente (i) às cópias de todos os
mandados de prisão já expedidos em seu desfavor, juntamente com
as datas de expedição e de cumprimento, e (ii) às certidões
comprobatórias de que ele nunca frustrou qualquer tentativa do
Judiciário em localizá-lo para cumprimento dos mandados de prisão
em aberto.

É o relatório. Decido.

2. Nos termos do § 2º do art. 115 do Regimento Interno do CNJ “O recurso


será apresentado, por petição fundamentada, ao prolator da decisão atacada (...)”.

Desse modo, nota-se que o Recurso Administrativo interposto não possui os


requisitos necessários para ser submetido a julgamento pelo Plenário do Conselho
Nacional de Justiça, uma vez que na petição apresentada pelo recorrente não constam as
razões pelas quais a decisão de arquivamento deve ser reformada.

A petição não contém impugnação específica, limitando-se a reproduzir as


mesmas razões trazidas na peça de ingresso.

Destarte, pelo princípio da dialeticidade, caberia ao recorrente impugnar as


razões da decisão, demonstrando, motivadamente, eventuais vícios ou razões de
reforma, o que não ocorreu in casu.

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Sendo assim, o recurso está em desacordo com o princípio da dialeticidade e


com teor do art. 115, § 2º, do RICNJ.

Nesse sentido:

RECURSO ADMINISTRATIVO. REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO


DE PRAZO. RAZÕES DISSOCIADAS. RECURSO
ADMINISTRATIVO NÃO CONHECIDO. 1. O princípio da
dialeticidade exige que as razões recursais estejam associadas à
decisão recorrida e ataquem, motivadamente, seus fundamentos, o
que não acontece no caso. 2. Recurso administrativo não conhecido.
(CNJ - RA – Recurso Administrativo em REP -Representação por
Excesso de Prazo - 0001236-79.2021.2.00.0000 - Rel. MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA - 87ª Sessão Virtual - j. 28/05/2021).

3. Pelo exposto, indefiro monocraticamente o Recurso Administrativo, nos


termos do art. 25, inciso IX, do RICNJ.
Arquive-se.
Intime-se.

Brasília, data registrada no sistema.

Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO


Corregedor Nacional de Justiça

F16/F17

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