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PROJUDI - Recurso: 0009842-51.2021.8.16.0000 - Ref. mov. 7.

1 - Assinado digitalmente por Ruy Cunha Sobrinho:1900


25/02/2021: NÃO CONHECIDO O RECURSO DE PARTE. Arq: DECISÃO MONOCRÁTICA

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ6SH 2FWXC WKM6V HB2LA


ESTADO DO PARANÁ

AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0009842-51.2021.8.16.0000, DA


COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – FORO
REGIONAL DE ARAUCÁRIA – 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE
ARAUCÁRIA
RELATOR: DES. RUY CUNHA SOBRINHO
AGRAVANTE: HERCULANO DE ALBUQUERQUE IGLESIAS
AGRAVADO: MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO


FISCAL. NÃO CONHECIMENTO. VALOR DA
CAUSA INFERIOR A 50 ORTN’S. INTELIGÊNCIA
DO ART. 34 DA LEI 6.380/80. METODOLOGIA DO
CÁLCULO. CORREÇÃO PELO IPCA-E A PARTIR
DE JANEIRO/2001. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO DE
ORIGEM.
Recurso não conhecido.

Vistos.

1. Cuida-se de Agravo de Instrumento


interposto por Herculano de Albuquerque Iglesias, em face de decisão
interlocutória, proferida nos autos de Execução Fiscal n° 0003257-
64.2005.8.16.0025, que indeferiu os pedidos de nulidade de citação, por
conta da validade da citação de pessoa jurídica, quando recebida por
pessoa que se identifica como sua representante legal e desnecessidade de
inclusão dos demais proprietários no polo passivo, pois diante da
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25/02/2021: NÃO CONHECIDO O RECURSO DE PARTE. Arq: DECISÃO MONOCRÁTICA

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1ªCCív. / TJPR Agravo de Instrumento n° 0009842-51.2021.8.16.0000 fl. 2

responsabilidade solidária a exigência do tributo pode se efetivar contra


qualquer dos proprietários (mov. 91.1).
2. Por sua vez, para reforma do decidido, a
parte agravante pleiteia o reconhecimento nulidade da citação e de
consequência a inclusão do agravante no polo passivo, bem como para que
as legítimas coproprietárias sejam incluídas no polo passivo para responder
pelo débito tributário
É o breve relatório.

DECIDO, com fundamento no artigo 932, III do


CPC, por se tratar de recurso manifestamente inadmissível.
Dispõe o Art. 34 da Lei 6830/80 que “ Das sentenças
de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos
infringentes e de declaração. ”,
Em que pese o Art. 34 da LEF, relate sobre
sentenças proferidas na primeira instância, é necessário realizar a extensão
da aplicação para recurso interposto sobre decisão interlocutória.
Pois, a partir da interpretação do referido
dispositivo é possível averiguar que o legislador buscou impedir o duplo grau
de jurisdição em Execuções Fiscais de valor reduzido, com o objetivo de dar
efetividade e celeridade às execuções de menor complexidade.
Não obstante o recorrido não tenha caráter de
sentença, mas sim de decisão interlocutória, as disposições do Art. 34 da
LEF se aplicam ao caso, pois efetua-se uma aplicação teleológica da norma,
e não literal. Mesmo que o referido dispositivo não tenha restringido
pontualmente o cabimento de recurso contra decisões interlocutórias,
mostra-se lógico estender o valor de alçada para julgamentos sem caráter
de sentença, pois em verdade a legislação processual impôs um valor
mínimo para o ingresso ao segundo grau de jurisdição, mesmo porque não
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tem nenhum sentido lógico não se admitir o recurso por valor de alçada
quando se trata de apelação e permitir que as partes fiquem recorrendo de
decisões interlocutórias em execuções de baixo valor, especialmente em
casos onde a discussão também é de mérito.
Nessa mesma linha, Humberto Theodoro Júnior1
também reconhece que não cabe Agravo de Instrumento em decisões
interlocutórias com o valor da ação inferior à 50 ORTN:
“(...)

Se, para evitar a preclusão maior, que é a coisa julgada,


não se permite a interposição da apelação, como meio de
provocar o duplo grau de jurisdição voluntário, não teria
sentido permitir-se o agravo de instrumento para reexame
de meras questões incidentes verificadas transitoriamente
no curso das causas de alçada.

A mens legis foi acelerar a tramitação do executivo fiscal de


pequeno valor, fazendo-o encerrar, no primeiro grau de
jurisdição, reduzindo, ao mesmo tempo, o afluxo de
pequenas causas aos tribunais superiores, para minorar a
constante e excessiva sobrecarga de tarefas a cargo
dessas cortes superiores.

Seria contrariar esse desiderato permitir que a instância


recursal viesse a ser assediada por agravos de instrumento
relativos a processos que não são de sua competência para
o reexame final da solução de mérito. Mesmo porque é
intuitivo que não há de haver uma uniformidade na
competência para os diversos recursos relativos a um
mesmo processo, mesmo quando o cotejo se faz entre
recursos voluntários e recursos oficiais.

Eis por que, a meu entender, não cabe agravo de


instrumento das decisões interlocutórias das causas de
alçada. Se, porém, o juiz cometer alguma ilegalidade ou
tumulto processual, claro é que a parte lesada poderá

1
JUNIOR, Humberto Theodoro. Lei de execução fiscal. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p 193
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utilizar-se do mandado de segurança ou da correição


parcial, conforme o caso.

(...)

Aliás, é uma questão de pura lógica: onde não se permite o


maior, que é a apelação, há de se interditar, também e
necessariamente, o menor, que é o agravo de instrumento."

Esse é o entendimento jurisprudencial do tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL.


VALOR DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO INDICADO NA
CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA INFERIOR OU IGUAL A 50
ORTNS. INADMISSIBILIDADE DA INTERPOSIÇÃO DE
AGRAVO PARA IMPUGNAR DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA. CAUSAS DE ALÇADA. ART. 34 DA
LEF. É assente o entendimento da jurisprudência
deste Tribunal, com respaldo em doutrina de nomeada,
quanto à inadmissibilidade do manejo de agravo de
instrumento para impugnar interlocutória proferida em
execução fiscal de valor igual ou inferior a 50 (cinquenta)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs.
Aplicação extensiva da norma do art. 34 da LEF, cuja “ratio
essendi” está em “promover uma tramitação mais célere nas
ações de execução fiscal com valores menos expressivos,
admitindo-se apenas embargos infringentes e de declaração
a serem conhecidos e julgados pelo juízo prolator da
sentença, e vedando-se a interposição de recurso ordinário”
(“ut” ementa do REsp 1.168.625/MG, julgado pela colenda
Primeira Seção do STJ sob a sistemática dos recursos
repetitivos prevista no art. 543-C do CPC/1973). RECURSO
NÃO CONHECIDO.(Agravo de Instrumento, Nº
70080617707, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado
em: 25-04-2019)
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA. APLICAÇÃO DO ART. 34 DA LEF.
INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA. ALEGAÇÃO DE
OMISSÃO REJEITADA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
DESACOLHIDOS.(Embargos de Declaração, Nº
70075385088, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em:
26-10-2017)

Corroborando com o acima exposto, confira-se


decisão do Superior Tribunal de Justiça no qual se entendeu pelo não
conhecimento do Agravo de Instrumento pela aplicação do art.34 da LEF em
decisão interlocutória:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO


FISCAL. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 50 ORTNS.
ALÇADA. RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO.
APLICAÇÃO. 1. A execução judicial para cobrança da
Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e respectivas autarquias é regida pela Lei n.
6.830/1980 e, subsidiariamente, pelo Código de Processo
Civil, conforme dispõe o art. 1º da referida Lei de Execução
Fiscal. 2. O art. 34 da LEF estabelece o valor de alçada
para eventual acesso ao segundo grau de jurisdição no
montante de 50 (cinquenta) Obrigações Reajustáveis do
Tesouro Nacional – ORTNs. 3. Em interpretação sistemática
do regramento legal, conclui-se pelo não cabimento do
agravo de instrumento contra decisões interlocutórias na
hipótese de a execução fiscal não alcançar o valor de
alçada do art. 34 da Lei n. 6.830/1980, conforme antigo
entendimento jurisprudencial sedimentado na Súmula 259
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do exTFR. (STJ, T1, RESP 1.743.062/SC, Rel. Min. Gurgel


de Faria, DJ 21/08/2018)

Pois bem, em execuções fiscais com valor igual


ou inferior a 50 ORTN’S é admitida somente a oposição de Embargos
Infringentes ou Embargos de declaração, em que a competência é do
próprio Juiz da causa.
Confira-se a redação da regra citada:

§ 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com


documentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez)
dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada.
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias,
serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte)
dias, os rejeitará ou reformará a sentença.

Nesse sentido já se manifestou esta corte:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL.


CONDENAÇÃO DO MUNICÍPIO ÀS CUSTAS
PROCESSUAIS. PEDIDO DE REDUÇÃO PELA METADE
(50%). ART. 23, LEI ESTADUAL Nº 6.149/40. NÃO
CABIMENTO. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 50 ORTN’S
NA DATA DO AJUIZAMENTO. INTERPRETAÇÃO
SISTEMÁTICA. ART. 34, LEI 6.830/80. PRECEDENTES
DESTE TRIBUNAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. ART. 932, III, CPC. AGRAVO NÃO
CONHECIDO”(TJPR - 2ª C.Cível - 0022986-
63.2019.8.16.0000 - Pontal do Paraná - Rel.: Stewalt
Camargo Filho - J. 23.05.2019) – grifos.

“Desse modo, incide o art. 34 da LEF, que dispõe que ‘das


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sentenças de primeira instância proferidas em execuções de


valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão
embargos infringentes e de declaração.’ Apesar do referido
dispositivo tratar sobre sentenças, não seria razoável
permitir interposição de Agravos de Instrumento e não de
Apelações. O extinto Tribunal Federal de Recursos, já tinha
editado súmula nº 259, prevendo que ‘Não cabe agravo de
instrumento em causa sujeita à alçada de que trata a Lei
6.825/1980, salvo se versar sobre o valor da causa ou
admissibilidade de recurso.’ Assim, feita uma interpretação
sistemática do dispositivo, é possível concluir que o
legislador pretendeu proibir o duplo grau de jurisdição nas
execuções de pequeno valor, para dar maior celeridade ao
feito, de modo que não seria lógico permitir seu ingresso
para rever decisões interlocutórias” (Decisão Monocrática nº
22661- 88.2019.8.16.0000, rel. Des. Vicente Del Prete
Misurelli, j. 20/05/2019).

Processual civil. Execução fiscal. Decisão monocrática.


Agravo de instrumento julgado manifestamente
inadmissível, a teor do que disciplina o artigo 932, inciso III,
do CPC/15. Decisão interlocutória proferida em Execução
fiscal. Valor de alçada inferior a 50 ORTN. Art. 34 da LEF.
Interpretação sistemática do ordenamento jurídico em vigor.
Art. 5º da LINDB. Legislação processual. Valor mínimo para
acesso ao segundo grau de jurisdição. Precedentes desta
Corte e do STJ (REsp 1743062/SC). Ausência de violação
ao art. 1.015 do CPC e ao art. 22, I da CF. Agravo interno
não provido.
(TJPR – 1ª C. Cível – 0022390-79.2019.8.16.0000 –
Prudentópolis – Rel: Desembargador Salvatore Antonio
Astuti - J. 13/08/2019)
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A propósito, este é o entendimento jurisprudencial


de outros tribunais:

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. RECURSO.
CABIMENTO DE EMBARGOS INFRINGENTES. ART. 34
DA LEF. NÃO CABIMENTO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO NO CASO CONCRETO. NÃO
CONHECIMENTO. - Não é cabível apelação para atacar a
sentença que decide execução fiscal ou embargos à
execução fiscal de valor inferior a 50 ORTN. No mesmo
norte, conforme a jurisprudência majoritária deste Tribunal
de Justiça, não é cabível agravo de instrumento para atacar
decisão interlocutória proferida nesses feitos. Precedentes. -
Se o legislador, visando conferir celeridade àquelas
execuções fiscais de menor valor, limitou o acesso recursal
aos Tribunais, por meio da apelação, em relação a
sentenças proferidas nesses feitos, é evidente que não faria
qualquer sentido permitir a interposição de agravo de
instrumento no que se refere às decisões interlocutórias. A
própria análise do mérito da ação está limitada, na via
recursal, à interposição dos embargos infringentes previstos
no art. 34 da LEF, de modo que seria um contrassenso
permitir que, a cada pronunciamento no decorrer do feito
pudesse a parte recorrer ao Tribunal, que, ao final, não
poderá, de qualquer modo, decidir do mérito, acerca da
extinção ou não da execução. AGRAVO INTERNO
DESPROVIDO.(Agravo Interno, Nº 70081777534, Vigésima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Marilene Bonzanini, Julgado em: 15-08-2019)[0]

E ainda de minha relatoria:


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AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. NÃO


CONHECIMENTO. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 50
ORTN’S. INTELIGÊNCIA DO ART. 34 DA LEI 6.380/80.
METODOLOGIA DO CÁLCULO. CORREÇÃO PELO IPCA-
E A PARTIR DE JANEIRO/2001. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO
DE
ORIGEM.Recurso não conhecido.
(TJPR - 1ª C.Cível - 0023314-90.2019.8.16.0000 - Pontal do
Paraná - Rel.: Desembargador Ruy Cunha Sobrinho - J.
23.05.2019)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. NÃO


CONHECIMENTO. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 50
ORTN’S. INTELIGÊNCIA DO ART. 34 DA LEI 6.380/80.
METODOLOGIA DO CÁLCULO. CORREÇÃO PELO IPCA-
E A PARTIR DE JANEIRO/2001. DEVOLUÇÃO AO JUÍZO
DE
ORIGEM.Recurso não conhecido.
(TJPR - 1ª C.Cível - 0011843-77.2019.8.16.0000 - Curiúva -
Rel.: Desembargador Ruy Cunha Sobrinho - J. 14.05.2019)

Confiram-se, ainda, as seguintes decisões


monocráticas: Agravo de Instrumento n. 0017361-48.2019.8.16.0000,
Relator: Vicente Del Prete Misurelli, Órgão Julgador: 1ª Câmara Cível,
Data do Julgamento: 14/06/2019; Agravo de Instrumento nº 0012636-
16.2019.8.16.0000, Relator: Fernando César Zeni, Órgão Julgador: 1ª
Câmara Cível, Data Julgamento: 26/06/2019; Agravo de Instrumento n.
0014416-88.2019.8.16.0000, Relator: Silvio Dias, Órgão Julgador: 2ª
Câmara Cível, Data do Julgamento: 01/07/2019; Agravo de Instrumento n.
0024595-81.2019.8.16.0000, Relator: Salvatore Antonio Astuti, Órgão
Julgador: 1ª Câmara Cível, Data do Julgamento: 15/08/2019; Agravo de
Instrumento 0026526-22.2019.8.16.0000, Relator Rubens Oliveira
Fontoura, Órgão Julgador: 1ª Câmara Cível, Data do Julgamento
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05/08/2019 ; Agravo de Instrumento 0017393-53.2019.8.16.0000 Relator


Vicente Del Prete Misurelli, Órgão Julgador: 1ª Câmara Cível, Data do
Julgamento 12/08/2019 ; Agravo de Instrumento 0023073-19.2019.8.16.0000
Relator Salvatore Antonio Astuti, Órgão Julgador: 1ª Câmara Cível, Data
do julgamento 18/06/2019

Por fim, recentíssimo julgado do STJ a respeito do


tema:

TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO


ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
EXECUÇÃO FISCAL. CAUSA DE ALÇADA. RECURSO
ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ART. 34
DA LEI 6.830/1980. CONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA PELO STF NO ARE 637.975-RG/MG -
TEMA 408/STF. EXECUÇÃO FISCAL DE VALOR IGUAL
OU INFERIOR A 50 ORTNs. SENTENÇA
EXTINTIVA.RECURSOS CABÍVEIS. EMBARGOS
INFRINGENTES E DE DECLARAÇÃO.
EXCEÇÃO.RECURSO EXTRAORDINÁRIO (SÚMULA
640/STF). MANDADO DE SEGURANÇA.SUCEDÂNEO
RECURSAL. NÃO CABIMENTO. SÚMULA 267/STF.
AGRAVO INTERNO DO MUNICÍPIO DE LEME/SP A QUE
SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Primeira Seção do STJ, ao
julgar o RMS 53.720/SP e o RMS 54.712/SP, pelo rito do
Incidente de Assunção de Competência (IAC), firmou a tese
de que não é cabível mandado de segurança contra decisão
proferida em execução fiscal no contexto do art. 34 da Lei
6.830/80 (Tema IAC 3/STJ, Rel.Min. SÉRGIO KUKINA, DJe
20.5.2019).2. Agravo Interno da MUNICÍPIO DE LEME/SP a
que se nega provimento.(AgInt no RMS 57.251/SP, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 11/11/2019, DJe 19/11/2019)
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Pois bem, considerando a necessidade de se


atualizar o valor mencionado, e que em janeiro de 2001, 50 ORTN equivalia
a R$328,27, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou
entendimento no sentido de que o valor atribuído à execução fiscal deve ser
atualizado pelo IPCA-E, para se obter o valor das 50 ORTN’s na data do
ajuizamento da ação.
Confira-se:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO
CPC. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. VALOR DE
ALÇADA. CABIMENTO DE APELAÇÃO NOS CASOS EM QUE
O VALOR DA CAUSA EXCEDE 50 ORTN'S. ART. 34 DA LEI
N.º 6.830/80 (LEF). 50 ORTN = 50 OTN = 308,50 BTN =
308,50 UFIR = R$ 328,27, EM DEZ/2000. PRECEDENTES.
CORREÇÃO PELO IPCA-E A PARTIR DE JAN/2001.
1. O recurso de apelação é cabível nas execuções fiscais nas
hipóteses em que o seu valor excede, na data da propositura
da ação, 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional - ORTN, à luz do disposto no artigo 34, da Lei n.º
6.830, de 22 de setembro de 1980.
2. A ratio essendi da norma é promover uma tramitação mais
célere nas ações de execução fiscal com valores menos
expressivos, admitindo-se apenas embargos infringentes e de
declaração a serem conhecidos e julgados pelo juízo prolator
da sentença, e vedando-se a interposição de recurso ordinário.
3. Essa Corte consolidou o sentido de que "com a extinção da
ORTN, o valor de alçada deve ser encontrado a partir da
interpretação da norma que extinguiu um índice e o substituiu
por outro, mantendo-se a paridade das unidades de referência,
sem efetuar a conversão para moeda corrente, para evitar a
perda do valor aquisitivo", de sorte que "50 ORTN = 50 OTN =
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308,50 BTN = 308,50 UFIR = R$ 328,27 (trezentos e vinte e


oito reais e vinte e sete centavos) a partir de janeiro/2001,
quando foi extinta a UFIR e desindexada a economia". (REsp
607.930/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julgado em 06/04/2004, DJ 17/05/2004 p. 206)
4. Precedentes jurisprudenciais: AgRg no Ag 965.535/PR, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado
em 02/10/2008, DJe 06/11/2008; AgRg no Ag 952.119/PR, Rel.
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em
19/02/2008, DJ 28/02/2008 p. 1; REsp 602.179/SC, Rel.
Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em
07/03/2006, DJ 27/03/2006 p. 161.
5. Outrossim, há de se considerar que a jurisprudência do
Egrégio STJ manifestou-se no sentido de que "extinta a UFIR
pela Medida Provisória nº 1.973/67, de 26.10.2000, convertida
na Lei 10.552/2002, o índice substitutivo utilizado para a
atualização monetária dos créditos do contribuinte para com a
Fazenda passa a ser o IPCA-E, divulgado pelo IBGE, na forma
da resolução 242/2001 do Conselho da Justiça Federal". (REsp
761.319/RS, Rel. Ministro Luiz
Fux, Primeira Turma, julgado em 07/03/2006, DJ 20/03/2006 p.
208)
6. A doutrina do tema corrobora esse entendimento,
assentando que "tem-se utilizado o IPCA-E a partir de então
pois servia de parâmetro para a fixação da UFIR. Não há como
aplicar a SELIC, pois esta abrange tanto correção como juros".
(PAUSEN, Leandro. ÁVILA, René Bergmann. SLIWKA, Ingrid
Schroder. Direito Processual Tributário. 5.ª ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado editora,
2009, p. 404)
7. Dessa sorte, mutatis mutandis, adota-se como valor de
alçada para o cabimento de apelação em sede de execução
fiscal o valor de R$ 328,27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte
e sete centavos), corrigido pelo IPCA-E a partir de janeiro de
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2001, valor esse que deve ser observado à data da propositura


da execução.
8. In casu, a demanda executiva fiscal, objetivando a cobrança
de R$ 720,80 (setecentos e vinte reais e oitenta centavos), foi
ajuizada em dezembro de 2005. O Novo Manual de Cálculos
da Justiça Federal, (disponível em ), indica que o índice de
correção, pelo IPCA-E, a ser adotado no período entre
jan/2001 e dez/2005 é de 1,5908716293. Assim, R$ 328,27
(trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos), com a
aplicação do referido índice de atualização, conclui-se que o
valor de alçada para as execuções fiscais ajuizadas em
dezembro/2005 era de R$ 522,24 (quinhentos e vinte e dois
reais e vinte a quatro centavos), de sorte que o valor da
execução ultrapassa o valor de alçada disposto no artigo 34, da
Lei n.º 6.830/80, sendo cabível, a fortiori, a interposição da
apelação.
9. Recurso especial conhecido e provido. Acórdão submetido
ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1168625/MG, 1ª Seção, DJ 01/07/2010).

No caso em exame, trata-se de execução fiscal


visando impedir à cobrança de débito tributário no importe de R$ 279,84.
Ocorre que, procedendo às atualizações
necessárias conclui-se que na data do ajuizamento da demanda, em
novembro de 2005, o valor de alçada equivalia a R$ 495,46, portanto, o
valor da causa dada à execução fiscal é inferior aos 50 ORTNS, sendo
inadequada a utilização do recurso de Agravo de Instrumento a esta
Instância, nos termos do caput do art. 34 da Lei 6830/80.
Portanto, os autos devem ser restituídos ao
primeiro grau, não cabendo nenhum reexame da questão por esta Corte.

DECISÃO
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Diante do exposto, com fundamento no art. 932,


III do CPC, não conheço do recurso e determino o retorno dos autos ao
Juízo de origem.
Intimem-se e, transcorridos os prazos recursais,
baixem.

Curitiba, 24 de fevereiro de 2021.

Des. Ruy Cunha Sobrinho


Relator

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