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Aula 6 Liberdade provisória

2. Leitura do caso concreto: Alberto e Benedito foram presos em


flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na
posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, que haviam acabado
de furtar. O veículo quando da subtração, encontrava-se
estacionado regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado
de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os
fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo
pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de
ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. A cópia do Auto
de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara Criminal da
Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. Elaborar
na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA DA CAPITAL,

Obs: como o problema faz menção à Vara, tivemos que citá-la.


Atenção para competência. Após a instituição das audiências de
custódia, normalmente a petição com pedido de LP é endereçada ao
juiz da custódia.

ALBERTO (nome completo), nacionalidade, estado civil, profissão,


portador da cédula de identidade n. ____, inscrito no CPF/MF sob o n.
____, residente e domiciliado no endereço, na comarca de ____, por seu
advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
requerer a concessão de

LIBERDADE PROVISÓRIA

com fulcro no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal, bem como
nos artigos 310, III, e 321, ambos do Código de Processo Penal, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:
Como ainda não há um processo, a qualificação do requerente é necessária.

I. DOS FATOS

No dia ____, o requerente foi preso em flagrante pela prática, em tese, do


crime de furto qualificado (artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal),
encontrando-se, no momento, recolhido do 4º Distrito Policial da Capital.

A autoridade policial que presidiu o Auto de Prisão em flagrante não


arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos os acusados ao
cárcere.

Estes são os fatos.

Basta um breve resumo do problema.

II. DO DIREITO

a) DA LIBERDADE PROVISÓRIA (ART.321, CPP)

Em que pesem os fatos descritos no APF, o requerente tem direito ao a


liberdade provisória sem fiança, ou cumulada com algumas das medidas
previstas nos incisos do art. 319 do CPP.

Destarte, é possível in casu o arbitramento de fiança uma vez que o


requerente não se enquadra nas situações dos artigos 323 e 324 do
Código de Processo Penal, que excluem a possibilidade de concessão de
fiança.

Cumpre salientar que, além da fiança, poderá ser concedida cumulada


com a liberdade provisória alguma das medidas previstas no rol do art.
319, do CPP.
b) DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A PRISÃO
PREVENTIVA

Requisitos da preventiva (próxima aula)

Como já falado, não ficou demonstrada a existência dos requisitos da


prisão preventiva (artigo 312 do Código de Processo Penal), razão pela
qual a concessão de liberdade provisória é a medida que se faz imperiosa.

De fato, está presente o fumus comissi delicti que consiste na prova da


existência do crime e indícios suficientes de autoria.

Contudo, não está previsto não está previsto o requisito do periculum


libertatis, consistente no risco causado pela liberdade do acusado que se
exterioriza pela possibilidade de fuga a frustração da função punitiva,
assim também como os graves prejuízos em razão da possibilidade de
frustração da colheita da prova.

c) DO PEDIDO

Ex positis, requer seja deferido o pedido de liberdade provisória,


decretado-se as medidas cautelares do art. 319 do CPP, conforme entenda
necessária V. Excia, e expedindo-se o respectivo alvará de soltura em favor
do requerente, como medida de justiça.

Não é necessário abrir o tópico do pedido.


Se quiser, pode fazer como no exemplo acima, em que o pedido vem como
conclusão do tópico do direito.

Termos em que,

Pede deferimento.

Capital, data.

Advogado,
OAB/____ n. ____.

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