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A Constituição de 1891
– Fez do Brasil uma república presidencialista federalista, tendo como base os Estados Unidos da América;
– Três poderes independentes (Executivo, Legislativo, Judiciário), acabando com o Poder Moderador e outras instituições monárqui-
cas, como o Senado Vitalício;
– Estabeleceu maior autonomia para os estados (antes chamados de províncias), que agora poderiam ter suas próprias constituições,
desde que não contrariassem a Constituição Federal;
– Voto universal masculino para maiores de 21 anos. Mulheres, padres e soldados não votavam. O voto era descoberto, ou seja, não
secreto, o que facilitará sua manipulação;
– Consolidou a separação entre a Igreja e o Estado;
– Foi um governo contraditório, inclusive considerado por muitos de caráter ilegal. A Constituição defendia novas eleições presidenci-
ais caso houvesse término do mandato antes de dois anos, o que havia ocorrido com a renúncia de Deodoro. Floriano, vice-presidente, argu-
mentou que essa medida só seria válida se o presidente tivesse sido eleito por voto direto, e Deodoro havia sido eleito de forma indireta;
– Governo forte e centralizador;
– Estímulo à indústria com a abertura de linhas de crédito;
– Enfrentou a Segunda Revolta da Armada e a Revolução Federalista no Sul;
– Medidas populares, como redução de aluguéis, do preço da carne e da construção de moradias para os desabrigados da Revolta da
Armada, fizeram com que Floriano se tornasse o símbolo dos republicanos mais radicais (jacobinos), que passariam a utilizar o nome floria-
nismo para identificar os ideais desse grupo.
As Revoltas da Armada
– A marinha brasileira, de tendências monarquistas, nã o estava de acordo com as medidas do exército no início do período
republicano, se sentindo desprestigiada na Repú blica, e mostrou seu descontentamento através de duas importantes re-
voltas:
– A Primeira Revolta da Armada, liderada por Custó dio de Melo, ocorreu em novembro 1891, no Rio de Janeiro, e foi contra
o fechamento do Congresso por Deodoro da Fonseca, exigindo sua renú ncia e ameaçando bombardear a capital.
– Contrá ria à posse de Floriano Peixoto, considerada ilegal, a marinha, liderada por Saldanha da Gama e Custó dio de Melo
(desejoso do cargo de presidente), bombardeou o Rio de Janeiro na chamada Segunda Revolta da Armada, entre 1893 e
1894. Derrotados, alguns oficiais ainda continuaram a luta contra o governo central, prestando ajuda na Revoluçã o Fede-
ralista no Sul.
A Revolução Federalista no Sul (1893-1895)
– Conflito entre o Partido Federalista, liderado por Gaspar Silveira Martins, cujos defensores eram chamados de Maragatos, contra a
forte centralização e perpetuação do poder por Júlio de Castilhos, presidente do Rio Grande do Sul e membro do Partido Republicano Rio-
grandense. Os defensores de Castilho eram chamados de Pica-Paus e simpatizantes do positivismo.
– Os federalistas recebiam apoio da marinha brasileira, que continuou a Revolta da Armada pelo sul do país, aumentando a gravidade
da disputa. Floriano Peixoto, aliado de Júlio de Castilhos, enviou tropas para retomar o controle da situação, obtendo fundamental vitória na
cidade de Desterro, que passou a se chamar Florianópolis. Os Maragatos foram derrotados pelo exército e pelos Pica-paus, em 1895.
A política do Café-com-Leite
– Política de controle de nível federal, aplicada na República Oligárquica (1894-1930) pelas poderosas oligarquias de São Paulo e Mi-
nas Gerais. Essas oligarquias escolhiam o presidente da República alternadamente. Como esses poderosos tinham o controle das eleições
através das fraudes e do Coronelismo, os candidatos escolhidos teriam praticamente vitória certa.
– Apenas em dois momentos houve a quebra da política do Café-com-Leite. Em 1910, com a eleição do militar Hermes da Fonseca,
que praticou a Política das Salvações contra as oligarquias que estavam no poder, e em 1929, quando a oligarquia paulista não respeitou a vez
de Minas Gerais escolher o candidato, por causa da grande crise capitalista. Seria, porém, um erro grave reduzirmos a política brasileira do
período a apenas articulações entre esses dois estados.
Depois de três expediçõ es fracassadas, o Arraial foi arrasado por uma quarta expediçã o militar, formada de apro-
ximadamente quatorze mil homens e comandada pelo general Artur Oscar.
Revolta da Vacina (1904)
Falta de planejamento urbano na cidade do Rio de Janeiro.
Falta de esgoto, á gua encanada, coleta precá ria de lixo e falta de moradia adequada (cortiços superpovoados) fazia
da cidade um foco de doenças (febre amarela, peste bubô nica, varíola, tuberculose, malá ria, tifo, có lera e etc.).
Tentando fugir do apelido de “soneca”, o presidente Rodrigues Alves estabeleceu como meta do seu mandato
a modernizaçã o e o saneamento da capital do Brasil (a exemplo de Paris no séc. XIX).
A reforma urbana incluía, também, uma série de leis, proibindo, por exemplo, ordenhar vacas na rua, mendigar,
cuspir no bonde e acumular lixo no quintal.
Oswaldo Cruz foi nomeado diretor de saú de.
Plenos poderes para enfrentar as epidemias.
Brigadas mata-mosquitos.
O governo começou a comprar ratos mortos pelo povo.
– Criou-se o cargo de comprador de ratos, pagando 300 mil réis por animal.
– O governo passou a exigir atestado de vacinaçã o para viagem, casamento, alistamento militar, matrícula em
escolas pú blicas, hospedagem em hotéis, admissã o em emprego pú blico e etc.
- Trabalho infantil.
- Os trabalhadores nã o tinham direito a tratamento médico, nã o tinham seguro para acidentes de trabalho
ou qualquer outro auxílio dos empregadores;
- Lutar por melhores condiçõ es de trabalho, como jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal re-
munerado, proibiçã o do trabalho infantil e aumento de salá rios;
- Foi iniciada por anarquistas que trabalhavam em fá bricas têxteis da Mooca, do Ipiranga e se estendeu para
outros segmentos fabris;
- A paralisaçã o foi violentamente reprimida pela polícia. Houve invasã o de sindicatos e residências, e o anar-
quista José Martinez foi assassinado pela polícia;
- Embora o movimento tenha fracassado, aconteceram algumas conquistas importantes, como aumento de
20% no salá rio dos trabalhadores e a promessa de fiscalizaçã o das instalaçõ es fabris e do trabalho de mu-
lheres e crianças.
Envolveu uma vasta á rea entre o Paraná e Santa Catarina, conhecida como Contestado, por ser disputada
pelos dois Estados.
- Á rea concedida à empresa estadunidense Brazil Railway Company, para a construçã o de parte da fer-
rovia que ligava Porto Alegre a Sã o Paulo;
- Expulsã o de indígenas e camponeses que moravam na regiã o;
- Formaçã o de uma massa de desterrados (excluídos em nome da modernizaçã o);
- Apó s a conclusã o das obras, a empresa Southern BrazilLumber&Colonization decidiu explorar a ma-
deira da regiã o e demitiu boa parte dos operá rios (8 mil trabalhadores);
- Ambas as empresas pertenciam ao norte-americano Percival Farquhar;
- Expulsã o de agricultores locais e proprietá rios.
Em 1912, os prejudicados pela empresa estadunidense se uniram a um líder messiâ nico, o beato José Ma-
ria.
- José Maria se dizia escolhido por Deus para construir, na Terra, a monarquia celeste.
- A crítica à Repú blica feita em Canudos e no Contestado mostra que, para a populaçã o pobre, a mu-
dança de regime nã o trouxe nenhuma melhoria; ao contrá rio, até gerou mais dificuldades e misérias,
como resultado do fortalecimento do poder dos coronéis.
Assim como Canudos, a Guerra do Contestado também foi um movimento messiâ nico. E temendo um epi-
só dio parecido com Canudos, o governo federal enviou tropas para expulsar os sertanejos.
José Maria morreu no confronto, porém os seus seguidores continuaram mobilizados, gerando diversas ba-
talhas, até serem definitivamente derrotados pelas tropas do governo.
- Em setembro de 1914, lutavam no Contestado 7 mil soldados do Exército (80% de todo o Exército na-
cional).
- Em outubro de 1916, os governos de Santa Catarina e Paraná assinaram um acordo de limites, pondo
fim ao Contestado.
TENENTISMO
O tenentismo foi um movimento social de cará ter político-militar que ocorreu no Brasil nas décadas de 1920 e
1930, período conhecido como Repú blica das Oligarquias. Contou, principalmente, com a participaçã o de jovens
tenentes do exército.
Este movimento contestava a açã o política e social dos governos representantes das oligarquias cafeeiras (Coro-
nelismo). Embora tivessem uma posiçã o conservadora e autoritá ria, os tenentes defendiam reformas políticas e
sociais.
Queriam a moralidade política no país e combatiam a corrupçã o.
Defendiam como pautas importantes:
Fim do voto de cabresto (sistema de votaçã o baseado em violência e fraudes que só beneficiava os coronéis). Esse
nome surgiu como referência ao cabresto, que é uma correia que serve para prender a montaria pela cabeça.
Reforma no sistema educacional pú blico do país;
Mudança no sistema de voto de aberto para secreto.
COLUNA PRESTES
O movimento tenentista se pulverizou por algumas regiõ es do Brasil e voltou a se organizar com o surgimento da
Coluna Prestes.
Coluna Prestes – grupo com ideais tenentistas – decidiu mudar sua forma de atuaçã o e conscientizar as pessoas do
interior do Brasil contra o Coronelismo.
O grupo era liderado por Luís Carlos Prestes e, juntos, percorreram mais de 18 mil km do territó rio brasileiro.
Pauta: Melhorias sociais, voto secreto, conscientizaçã o política.
O movimento ganhou força e notoriedade e começou a incomodar as grandes oligarquias. Forças do governo cen-
tral começaram a perseguir a Coluna Prestes, que acabou sendo desfeita.
A Coluna deixou de existir e muitos de seus membros acabaram fugindo para outro país.
REVOLUÇÃO DE 1930
Momento de grandes rupturas na sociedade brasileira. Marca o início da Era Vargas.
EXERCÍCIOS
1- (Enem/2019) A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado
da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se
valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987
(adaptado).
A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava:
a) a alta de preços.
b) a política clientelista.
c) as reformas urbanas.
d) o arbítrio governamental.
2- O estopim que deu início à Revolta Armada, que levou ao fim da Primeira República, foi:
a) Revolta da Chibata
b) Guerra do Contestado
c) Guerra de Canudos
d) Revolta Paulista de 1924
4- A conhecida política do café com leite era uma política de revezamento do candidato à presidência de acordo com
as oligarquias de dois estados brasileiros. Esses estados eram:
O início da República no Brasil foi descrito, desde sua fundação, como uma “proclamação”. No entanto, cada vez mais,
os historiadores preferem o termo “golpe de Estado”, pois:
a) A repú blica foi implantada por grupos apoiados por forças internacionais.
b) Nã o houve participaçã o popular e foi dirigido contra um governo constitucional.
c) A intençã o primeira era derrubar o gabinete do visconde Ouro Preto e nã o proclamar um novo regime.
d) Foi realizada durante a madrugada e nã o à luz do dia.
7- As revoltas de Canudo e Contestado, durante a República Velha, apesar de acontecerem em pontos distantes da
geografia nacional, são semelhantes em suas causas. Assinale a alternativa correta que expressa esta coincidência:
a) Tanto Canudos, na Bahia, quanto Contestado, no sul, lutavam pela derrubada no regime republicano.
b) Ambas as revoltas foram causadas por pessoas que se sentiam excluídas da Repú blica e que nã o notaram melhorias em
suas condiçõ es de vida.
c) Tratou-se de um levante organizado por ex-escravos que pediam equiparaçã o de direitos civis com os brancos.
d) Os dois acontecimentos foram capitaneados por militares que insuflaram a populaçã o pobre contra a Repú blica recém-
instaurada.
8- A Semana de Arte de São Paulo, em 1922, provocou uma inflexão nas artes do Brasil, porque:
a) O Brasil segue a postura de neutralidade dos Estados Unidos, porém muda de opiniã o quando este é atacado pelos alemã es.
b) O governo brasileiro prefere nã o contrariar a numerosa colô nia germâ nica no sul do país e se declara neutro, contudo opta
pela beligerâ ncia quando navios mercantes sã o atacados pelos submarinos alemã es.
c) O Brasil prefere a neutralidade seguindo as recomendaçõ es dos chanceleres da América. No entanto, entra na guerra ao ver
suas á guas territoriais ameaçadas com a proximidade da Marinha alemã .
d) O país escolhe a neutralidade por causa dos negó cios que mantinha com a Alemanha, mas declara a guerra quando esta
afunda navios brasileiros.
10- "Trata-se de uma estratégia muito usada em hábitos políticos coronelistas, em que, por exemplo, os eleitores
trocavam seu voto por um favor, como um bem material (sapatos, roupas, chapéus etc.) ou algum tipo de serviço
(atendimento médico, remédios, verba para enterro, matrícula em escola, bolsa de estudos etc.)."
O trecho acima descreve uma prática eleitoral da República Velha denominada:
a) Voto secreto
b) Voto de cabresto
c) Voto censitá rio
d) Voto aberto
GABARITO
1-D
2-C
3-A
4-B
5-D
6-B
7-B
8-A
9-D
10- B