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História do Brasil I - 3ª Série

A República da Espada

Prof. Marco Pires


História do Brasil I – 3ª Série - Prof. Marco Pires

A República da Espada

Fatores que contribuíram para a crise da Monarquia:

Questão Escravista: a abolição sem indenização descontentou os


latifundiários, deixando a Monarquia ainda mais isolada.

Questão Militar: a Guerra do Paraguai fortalece o Exército,que, influenciado


pelo “positivismo” (“Ordem e Progresso”), passa a se opor à Monarquia, sendo o “braço
armado” do “Golpe Republicano”.

Questão Religiosa: bispos aplicaram a “Bula Syllabus” (proibia a presença de


maçons nas igrejas), sendo presos a mando de D. Pedro II, que perde o apoio de mais um
segmento importante da sociedade.
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A República da Espada

E o povo?

“O povo assistiu bestializado” - Aristides Lobo

“O Brasil não tem povo, tem público” - Lima Barreto

A exclusão popular explica a grande quantidade de revoltas rurais e


urbanas na 1ª República
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A República da Espada

A) O Governo Provisório de Deodoro (1889/91) medidas:

• Expulsão da família imperial.

• Grande naturalização de estrangeiros: o novo regime buscava apoios e o


“branqueamento” da sociedade.

• Anulação dos mandatos legislativos e governo por decretos.

• O Encilhamento: breve período no qual o então ministro da Fazenda, Rui Barbosa,


promoveu uma tentativa fracassada de industrialização do Brasil através da grande
emissão de moeda (“emissionismo”), mas que resultou em inflação galopante,
especulação bolsista, golpes de empresários que abriram empresas fantasmas,
endividamento externo (já que o governo federal, como fiador, assumiu os
pagamentos dos bancos privados do Brasil junto aos bancos externos), falências etc.
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A República da Espada
A) O Governo Provisório de Deodoro (1889/91) - medidas -
continuação:
• Constituição de 1891:
 República: Estados Unidos do Brasil (até 1967).
 Federalismo.
 Laicização.
 Três Poderes.
 Eleições diretas.
 Pluripartidarismo estadual.
 Legislativo Federal Bicameral (Câmara e Senado).
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A República da Espada

A) Governo Provisório de Deodoro (1889/91)


Constituição de 1891 (continuação)
Reforma eleitoral (voto “universal” substituía o censitário: mas excluía
analfabetos e mulheres, menores de 21 anos, soldados e cabos, padres,
estrangeiros, mendigos etc.). Além disso, o voto era descoberto (não secreto;
favorecia o voto de cabresto e os currais eleitorais, as eleições de “bico de pena”,
as fraudes, a coação e o clientelismo. Dessa forma, nunca mais do que 3% da
população votava, e, mesmo assim, as eleições eram organizadas pelo próprio
Legislativo, pela Comissão Verificadora dos Poderes, que homologava os boletins
eleitorais daqueles eleitos e ligados aos oligarquias estaduais dominantes,
promovendo a “degola” (impugnação = anulação) dos eleitos pela oposição.
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A) Governo Provisório de Deodoro (1889/91)


A República precisava de novos símbolos:
 Nova bandeira.

 letra para o antigo hino.

 Novos nomes de ruas e logradouros.

 inúmeras estátuas em homenagem aos “heróis republicanos”.

 Tiradentes, o símbolo maior do novo regime, o “Cristo Cívico”.


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B) Governo Constitucional de Deodoro (1891)
• Deodoro foi eleito indiretamente para um mandato de 4 anos pela Assembleia Constituinte
(a maioria dos latifundiários apoiava a chapa de Prudente de Moraes e Floriano Peixoto),
mas como Deodoro pressionou o Congresso ameaçando não aceita o resultado caso não
fosse ele o eleito, os deputados o elegeram, mas sabiam que ele dependeria da aprovação
do Legislativo para governar.

• Como Deodoro não tinha o apoio da maioria do Legislativo (em sua maioria latifundiários),
suas medidas eram recusadas, ou não eram votadas por deputados que se retiravam do
plenário e não davam “quórum” para as votações, Deodoro acusa os políticos (“casacas”) de
corruptos, tenta fechar o Congresso e declarar estado de sítio (que dá superpoderes para o
Executivo fazer leis, prender, mudar a economia etc.) e governar como ditador. Porém,
isolado e sem apoios (do povo, das elites rurais, de parte da Marinha e do Exército, renuncia.
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C) O Governo de Floriano Peixoto (1891/94):
Floriano assume, mas em vez de convocar novas eleições (já que Deodoro não havia completado metade do
mandato, ou seja, dois anos), decide cumprir todo o restante do mandato, gerando uma crise de confiança e
instabilidades ao longo de todo seu governo, que se tornou cada vez mais autoritário, perseguindo seus
opositores:
 A 2ª Revolta da Armada (1893): a 1ª Revolta da Marinha havia ocorrido contra Deodoro e sua pretensão de
decretar um Estado de sítio e se transformar em ditador. A 2ª ocorreu devido ao continuísmo de Floriano no
cargo de presidente, frustrando as ambições do almirante Custódio de Melo, que defendia a renúncia de
Floriano, a convocação de novas eleições, pretendendo se candidatar ao cargo.
Os revoltosos tomaram o controle de alguns navios na Baía de guanabara, atacaram fortificações e
atiraram contra a cidade. Floriano, até então malvisto pelos políticos oligárquicos, obteve apoio da Câmara
(temiam ameaças à República recém implantada), dos EUA (que se comprometeu a vender navios para o
governo) e de navios estrangeiros na baia de Guanabara).
A possibilidade de Floriano bloquear a saída dos revoltosos da baía e o objetivo de Floriano evitar
novos bombardeios à capital levaram a um acordo, permitindo a saída dos revoltosos, que se dirigiram ao
sul, se juntando à Revolução Federalista.
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A República da Espada
 O “jacobinismo” florianista: os oficiais militares positivistas e leais à Floriano, não tinham qualquer
semelhança com os jacobinos de esquerda da Revolução Frances. Receberam esse apelido apenas porque eram
radicais e perseguiam todos aqueles que se opunham ou criticavam o governo. Assim, agrediam jornalistas e
empastelavam jornais, perseguiram e até assassinaram críticos do governo, o que mantinha o governo de
Floriano sob permanente instabilidade.
 A Revolução Federalista (1893 – RS): foi uma espécie de “guerra civil gaúcha”, entre facções rivais da elite
pecuarista: o Partido Republicano (pica paus) , chefiado por Júlio de Mesquita, se mantinha no poder através de
fraudes e violências, levando os pecuaristas da região da fronteira com o Uruguai e o Partido Federalista
(maragatos), a eles ligado, a pegar em armas visando a conquista do poder à força.
O movimento acabou ganhando dimensão nacional, seja porque poderia gerar novas revoltas estaduais contra
o governo de Floriano (que apoiou os Republicanos, enquanto os Revoltosos da Armada apoiaram os
federalistas), ameaçando a República recém implantada; seja pela violência (cerca de 7 mil mortos, muitos dos
quais com o pescoço ou a cabeça cortadas). Os federalistas acabaram derrotados.

O governo de Floriano chegou ao fim e o Marechal de Ferro aceitou o resultado das eleições, entregou o poder
às oligarquias rurais (Prudente de Moraes), sem maiores problemas.

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