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História do Brasil II

3ª Série

A República Oligárquica
(1894/1930)

Prof. Marco Pires


3ª Série do Ensino Médio – Prof. Marco Pires
História do Brasil II - A República Oligárquica

Na Primeira República, ou República “Velha”, o período da República


Oligárquica compreendia os anos de 1894/1930, marcado por uma
sucessão de governos civis dominados pelas oligarquias rurais.
Politicamente, vigorava:

 Em termos Federais, a “Política do Café com leite”:


revezamento de SP e MG na Presidência, legitimada pela
Comissão Verificadora (eleitoral).
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Em termos estaduais, a “Política dos Governadores”: os


governadores só se elegiam com o apoio de SP e MG,
apoiando a Presidência, numa troca de favores.

Também era chamada por Campos Sales, seu


idealizador, de “Política dos Estados”.
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História do Brasil II - A República Oligárquica

Em termos municipais, o “Coronelismo”: os “coronéis”


nos municípios, através de fraudes , clientelismo (troca de
votos por favores) e coação (ameaças), elegiam-se prefeitos
e obtinham votos para os governadores e candidatos à
presidência, reproduzindo a prática da troca de favores.
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Convênio de Taubaté (1906):


/

Economicamente, prevaleceu o estabelecia o protecionismo ao café, pelo qual o


governo comprava todo o excedente de café não exportado, formando estoques
reguladores, para evitar a queda dos preços.
Tal política resultou em diversas distorções:
 Superprodução de café.
 Excessiva dependência do país a um só produto (chegou a representar 80% das
nossas exportações), que além de tudo é supérfluo.
 Endividamento externo.
 Redução da produção de alimentos para consumo interno e inflação.
 Descapitalização dos Estados não cafeicultores em benefício do Sudeste etc.
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História do Brasil II - A República Oligárquica

Política econômica de Campos Sales


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Adotou o “Funding Loan”: um empréstimo consolidado negociado


com a Inglaterra, pelo qual o Brasil obtinha novo empréstimo (aporte de
capital ), realizando uma moratória (adiamento) negociada da nossa dívida (por
três anos, não pagaríamos nada, após três anos pagaríamos juros sobre o total,
e, após 13 anos, pagaríamos juros e amortizações, ou seja, as parcelas). Sendo
assim, o Brasil obtinha prazos maiores, mas também juros maiores.
O governo, que até então consumia a maior parte de seu orçamento com
o “serviço da dívida” resultante do fracassado “encilhamento” (pagamentos de
juros e amortizações), obteve mais recursos para priorizar a agricultura e
beneficiar as oligarquias.
Mas, por outro lado, “rolava” a dívida para os futuros governos pagarem.
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Política econômica de Campos Sales


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Política Deflacionária de Joaquim Murtinho: cafeicultor,


defendia a “vocação agrária” do Brasil, abandonando todos os incentivos do
Estado par a indústria.
 Paralelamente, adotou duras e impopulares medidas de combate à inflação
(de caráter “monetarista” ou “ortodoxo”), que até forçaram a queda dos preços,
mas às custas do empobrecimento ainda maior da sociedade, que já vivia na
pobreza extrema: aumento de impostos e dos juros, corte nos gastos públicos,
paralisação de obras, redução de salários etc., que resultaram no baixo
crescimento, na recessão, no aumento do desemprego etc.
O café, porém, se beneficiava com a a desvalorização da nossa moeda,
favorecendo as exportações.
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Economicamente ainda,
Durante a 1a Guerra Mundial, reduziram-se as exportações de café, ficando o país
sem capitais para importar bens industriais, o que conduziu a um surto “industrial de
“substituição de importações”: ênfase à indústria de bens de consumo não duráveis
(têxteis e roupas, alimentos e bebidas, calçados etc.).
Adotou-se um protecionismo alfandegário moderado, incentivo à importação de
máquinas mesmo usadas e obsoletas, que iniciassem a industrialização, ocorrendo a
transferência momentânea de recursos do café para a indústria.
Paralelamente, crescem a imigração e os movimentos sociais de inspiração
anarquista, que culminaram com a greve geral de 1917 e reivindicações por melhores
salários, leis trabalhistas, naturalização, fim das deportações e da lei Adolfo Gordo (que
permitia a extradição de estrangeiros), maior liberdade para a imprensa operária etc.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Revolta de Canudos (1894/97)


Causas e Aspectos Gerais:

 Injusta estrutura fundiária do país.


 Visto como movimento de caráter “messiânico” e “sebastianista”, utilizou a
religiosidade tida como como instrumento de união entre os sertanejos
excluídos.
 Antônio Conselheiro criou uma comunidade rural igualitária.
 O movimento foi acusado falsamente de “monarquista” (pela imprensa e
militares, que pretendiam recuperar a credibilidade perante o país, se
apresentando como “salvadores da pátria”), e de abrigar bandidos (“cangaço”).
 As secas recorrentes em fins do século XIX agravam os descontentamentos.
 Por fim, o coronelismo, também foi um dos fatores do movimento.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Revolta de Canudos (1894/97)


O Movimento:
 Iniciou-se quando Antônio Conselheiro, com um grupo de seguidores,
rasgou cartazes do recém implantado governo republicano, que
anunciavam um novo sistema de impostos, episódio denunciado pelo
padre local ao governo da Bahia.

 A repressão foi apoiada pelos latifundiários (perdiam de mão de obra e


eleitores, e temiam novas invasões), militares (queriam se apresentar
como “salvadores da pátria” ou da monarquia, supostamente ameaçadas)
e Igreja (temia a proliferação de beatos a difusão de formas de
“catolicismo híbrido”, “rústico” fora do seu controle).
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Revolta de Canudos (1894/97)


Resultados:
 Após ter vencido três expedições oficiais (uma da Bahia e duas
federais), a 4ª expedição dizimou quase todos os que se encontravam no
Arraial de Belo Monte (segundo diferentes versões, algo entre 8 e 20 mil
pessoas).

 Ao fim do movimento uma rebelião de militares resultou na tentativa de


assassinato do presidente (“Prudente Demais”), sendo sufocada, o que
levou à perseguição definitiva aos militares radicais “jacobinistas”, e ao
afastamento dos militares das ambições de poder, só voltando à cena
política pelos movimentos “tenentistas” da década de 1920.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Revolta de Canudos (1894/97)


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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Revolta de Canudos (1894/97)


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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Guerra do “Contestado” (1912/16)


 A região do extremo oeste, disputada pelo PR e SC, havia sido
valorizada pela construção por uma ferrovia (Brazil Railway), pelo
milionário americano, Percival Farquhar, que obteve terras de 15Km de
cada lado de toda a extensão da ferrovia, promovendo também a
exploração de madeiras (araucária) em terras também ricas em erva
mate (Southern Brazil Lumber & Colonization Company).

 O “monge” José Maria, curandeiro e líder “messiânico”, morto na


primeira incursão da polícia do Paraná, havia criado comunidades
(“quadrados santos” e “fontes santas”), em oposição às desapropriações
feitas pela ferrovia, bem aos latifundiários do PR e SC que desejavam as
valorizadas terras locais.
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Guerra do “Contestado” (1912/16)


 José Maria prometia a própria ressurreição e a de todos que o
seguissem, tendo ganhado fama por supostamente curar doentes,
inclusive o filho de uma grande autoridade, tendo recusado alto valor
oferecido a ele como recompensa.
 Os “pelados” resistiram mesmo após a morte de José Maria, sob a
liderança da adolescente Maria da Rosa (“menina virgem”) e do menino
Joaquim (“menino Deus”)
 Cerca de 9 mil soldados (80% dos contingentes do Exército) foram
enviados à região, sendo usados até aviões na localização dos redutos
de revoltosos, sendo mortos entre 8 e 15 mil pessoas.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Guerra do “Contestado” (1912/16)


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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Guerra do “Contestado” (1912/16)

Ex-soldado desertor e condenado por


estupro, de nome Miguel Lucena de
Imagem de João Boaventura., que liderou a revolta
Maria D’Agostini com o nome de José Maria de
Santo Agostinho
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Cangaço

 Também conhecido como “Banditismo Social” (já que alguns


bandos distribuíam parte dos roubos às cidades e fazendas
para os sertanejos), se estendeu pela caatinga entre a Bahia e
o Ceará, entre fins do século XIX até a década de 1940.

 Também são formas de reação armada ao latifúndio e ao


coronelismo, apesar do individualismo de suas ações e de não
contestarem a estrutura rural do nordeste (alguns bandos se
aliaram a coronéis contra seus rivais).
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Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Cangaço
 Apesar das violências praticadas, contaram com alguma simpatia
popular, seja por desafiarem os poderes constituídos, a vida de
aventuras, as riqueza acumuladas e ao registro ou exaltação de seus
feitos pela literatura de cordel.

 O mítico Lampião foi morto em emboscada em 1938, em Angicos (SE).


Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo.
Seu companheiro, Corisco (“o diabo louro”) foi morto em 1940.

 O encerramento do ciclo do Cangaço demonstra o enfraquecimento do


poder regional dos coronéis e o fortalecimento do poder central na “Era
Vargas”
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História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Cangaço
 Apesar das violências praticadas, contaram com alguma simpatia
popular, seja por desafiarem os poderes constituídos, a vida de
aventuras, as riqueza acumuladas e ao registro ou exaltação de seus
feitos pela literatura de cordel.

 O mítico Lampião foi morto em emboscada em 1938, em Angicos (SE).


Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo.
Seu companheiro, Corisco (“o diabo louro”) foi morto em 1940.

 O encerramento do ciclo do Cangaço demonstra o enfraquecimento do


poder regional dos coronéis e o fortalecimento do poder central na “Era
Vargas”
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História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Rurais

Cangaço

Lampião e Maria Bonita

Cabeças decapitadas do bando de Lampião


3ª Série do Ensino Médio – Prof. Marco Pires
História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Revolta da Vacina (1904)


 Contexto de remoção de cerca de 600 cortiços e cerca de 20 mil
pessoas para a construção da Avenida Central (Rio Branco), sob
inspiração do lema “O RJ civiliza-se”, quando reformas urbanas (“Bota
Abaixo”) pretendiam substituir a “cidade febril”, marcada por epidemias de
febre amarela, cólera e varíola, por uma “Paris Tropical”.

 Tais reformas, de inspiração francesa (Biblioteca Nacional, Teatro


Municipal, Tribunal de Justiça, expansão do porto e armazéns por toda a
av. Rodrigues Alves, extensão do canal do mangue até a av. Francisco
Bicalho etc.), também visavam promover a marginalização socioespacial
da pobreza, expulsando-a para os subúrbios, onde as rebeliões seriam
mais facilmente reprimidas.
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História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Revolta da Vacina (1904)


 As remoções, porém, levaram à intensa “favelização”, inicialmente do
Morro da Favela (Providência), e dos diversos morros em torno da
chamada Cidade Nova (a partir do Campo de Santana), até pelo preço das
passagens de bondes e a necessidade de estar perto do centro e dos
locais de trabalho.

 O início das revoltas ocorre após a decretação da vacinação obrigatória


contra a varíola, determinada pelo sanitarista Osvaldo Cruz e aprovada
pela Câmara (feita violentamente, sem esclarecimentos etc.), gerando o
levantamento de barricadas e a destruição de bondes, resultando por mais
de um mês em cerca de 30 mortos e 100 feridos, na região da chamada
“Pequena África”, sendo a vacinação suspensa.
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História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Revolta da Vacina (1904)


3ª Série do Ensino Médio – Prof. Marco Pires
História do Brasil II - A República Oligárquica
Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Revolta da Chibatada (1910)

 Sob a liderança do marinheiro negro, João Cândido (“Almirante


Negro”), um motim a bordo de quatro navios na Baía de Guanabara
exigia o fim dos castigos físicos (chicotadas, “bolos” com palmatória...),
melhor tratamento, melhores soldos e anistia, com aparente influência
da revolta do Encouraçado Potemkin, na Rússia (1905).

 Hermes da Fonseca, em início de governo, atendeu às


reivindicações, mas logo traiu os rebelados (em novembro anistia e em
dezembro massacre dos revoltosos), seguindo-se dezenas de mortos e
o envio para trabalhos forçados na Amazônia de alguns elementos.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Movimento Operário Anarquista


 Apesar da incipiente industrialização, um proletariado sem direitos
surgia no Brasil, especialmente após a 1ª Guerra.

 As primeiras associações “mutualistas” surgiram ainda no século XIX:


recolhiam mensalidades, ajudando doentes, demitidos, viúvas e órfãos
etc., sendo o embrião dos futuros sindicatos e sob forte influencia
anarquista e presença de imigrantes.

 Em 1857 ocorreu uma greve de tipógrafos; em 1880, de ferroviários e


estivadores; em 1907, uma lei autorizou a criação de sindicatos, mas
estes só eram reconhecidos quando se tratavam de categorias fortes
como transportes e carga.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Movimento Operário Anarquista


 “Agitadores” eram mandados para prisões e trabalhos forçados na
Amazônia, e, se estrangeiros, podiam ser deportados com base na lei
Adolfo Gordo (1908).

 Com a 1ª Guerra, a carestia, o sucesso da Revolução Russa etc.,


ocorre a Greve Geral de 1917 em SP, e até 1920, o grevismo se espalha
pelo país, com reivindicações jornadas de 8h e outras leis trabalhistas,
liberdade sindical e de imprensa operária, fim das deportações (fim da lei
Adolfo Gordo) etc.

Apesar disso. A visão predominante era de que “a questão social é


caso de polícia” (Washington Luís), ou seja, tratada com repressão.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Movimento Operário Anarquista


 O Estado e empresariado também procuravam doutrinar os
trabalhadores para a obediência e disciplina, contando com o apoio da
Igreja, todos defendendo a “colaboração entre as classes”. O filho de
Hermes da Fonseca, inclusive criou “sindicatos amarelos” (1912),
obedientes ao Estado e aos patrões.

 A Repressão violenta contra os anarquistas, a vitória da Revolução


Russa e a fundação do PCB (1922 – Niterói), enfraqueceram o
anarquismo e tornaram o comunismo a principal ideologia de referência
do movimento sindical.
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Movimentos Sociais na 1ª República - Urbanos

Movimento Operário Anarquista


 Além das diferenças de visões entre anarquistas e comunistas, o PCB acabou
defendendo posições irrealistas, segundo as quais o Brasil era um país feudal e sob
domínio imperialista, que deveria passar primeiro por uma revolução burguesa para
depois lutar pelo socialismo.

 Até por imposição da URSS, viu em Vargas e na Revolução de 30 essa suposta


revolução burguesa, contribuindo para um certo imobilismo dos trabalhadores. Fora
isso, o PCB era ilegal e atuava na clandestinidade, mas nunca foi um partido de
massa, reunindo pouco mais de mil militantes.

 Mesmo assim, criou uma fachada legal, o BOC (Bloco Operário Camponês),
elegendo dois deputados federais. Já na era Vargas, era a entidades por trás da ANL
(Aliança Nacional Libertadora), que congregou mais de cem mil simpatizantes com
propostas antifascistas e nacionalistas.
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Movimento Operário Anarquista


 Além das diferenças de visões entre anarquistas e comunistas, o PCB acabou
defendendo posições irrealistas, segundo as quais o Brasil era um país feudal e sob
domínio imperialista, que deveria passar primeiro por uma revolução burguesa para
depois lutar pelo socialismo.

 Até por imposição da URSS, viu em Vargas e na Revolução de 30 essa suposta


revolução burguesa, contribuindo para um certo imobilismo dos trabalhadores. Fora
isso, o PCB era ilegal e atuava na clandestinidade, mas nunca foi um partido de
massa, reunindo pouco mais de mil militantes.

 Mesmo assim, criou uma fachada legal, o BOC (Bloco Operário Camponês),
elegendo dois deputados federais. Já na era Vargas, era a entidades por trás da ANL
(Aliança Nacional Libertadora), que congregou mais de cem mil simpatizantes com
propostas antifascistas e nacionalistas.
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Revolta da Chibatada (1910)

Sob a liderança do marinheiro negro, João Cândido” (“Almirante


Negro”), um motim a bordo de quatro navios na Baia de Guanabara
exigia o fim dos castigos físicos (chicotadas, “bolos” com
palmatória...), melhor tratamento, melhores soldos e anistia, com
aparente influência da revolta do Encouraçado Potenkin, na Rússia
(1905).

Hermes da Fonseca, em início de governo, atendeu às


reivindicações, mas logo traiu os rebelados (em novembro anistia, em
dezembro,massacre), seguindo-se dezenas de mortos e o envio para
trabalhos forçados na Amazônia de alguns elementos.

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