A República Velha, ou "República do Café com Leite", consolidou um modelo político dominado por oligarquias estaduais, principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Esse período ficou conhecido pela alternância de presidentes ligados aos interesses do café e da pecuária, simbolizando o poder das elites agrárias.
Movimentos sociais, como a Revolta da Vacina
e a Revolta da Chibata, refletiram a insatisfação popular com as condições de vida e o autoritarismo político. A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial reforçou sua busca por um papel mais ativo no cenário internacional, mas também trouxe desafios econômicos.
A crise econômica e social culminou na
Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Esse evento marcou o fim da República Velha, abrindo caminho para uma era de transformações políticas e econômicas.
A República Velha, que abrangeu o período de
1889 a 1930, foi marcada por uma série de eventos e características distintas que moldaram a trajetória política e social do Brasil na virada do século XIX para o XX. Vamos explorar alguns dos aspectos mais significativos desse período.
1. Política do Café com Leite:
A República Velha ficou conhecida pela alternância de poder entre São Paulo (representando o café) e Minas Gerais (representando o leite), conhecida como "Política do Café com Leite". Essa dinâmica de revezamento na presidência entre oligarquias desses dois estados ilustrava a concentração de poder nas mãos de elites agrárias. 2. Oligarquias e Coronelismo: As oligarquias agrárias detinham grande poder político e econômico. O coronelismo, prática em que líderes locais, chamados coronéis, exerciam forte influência política em seus domínios, foi uma característica marcante desse período. Isso resultava em um controle regionalizado, muitas vezes através de práticas clientelistas. 3. Movimentos Sociais: A República Velha enfrentou diversos movimentos sociais que expressavam insatisfações e demandas populares. A Revolta da Vacina (1904), por exemplo, foi uma resposta à obrigatoriedade da vacinação contra a varíola no Rio de Janeiro. A Revolta da Chibata (1910) foi liderada por marinheiros contra os castigos físicos na Marinha. 4. Café e Exportação: A economia brasileira durante esse período era fortemente centrada na produção de café, que representava uma grande fatia das exportações. Isso gerou um surto de prosperidade econômica nas áreas cafeicultoras, mas também criou uma grande dependência em relação ao mercado internacional. 5. Crise da Borracha e Ciclo do Açúcar: Além do café, outros produtos também foram relevantes. A extração da borracha na região norte foi um setor econômico vital, mas sofreu uma crise com a concorrência internacional. No Nordeste, o ciclo do açúcar passou por uma tentativa de revitalização, embora tenha perdido a importância econômica que teve nos séculos anteriores. 6. Guerra de Canudos: A Guerra de Canudos (1896-1897) foi um conflito marcante. Liderada por Antônio Conselheiro, uma comunidade no sertão nordestino resistiu contra a marginalização e as mudanças trazidas pela República. O conflito foi brutal e terminou com a destruição de Canudos. 7. Revolta da Armada e Tenentismo: A Revolta da Armada (1893) e o movimento tenentista nas décadas seguintes refletiram as insatisfações com o sistema político oligárquico. Os tenentes, jovens oficiais militares, questionavam a corrupção, a falta de representatividade e buscavam reformas. 8. Constituição de 1891: A primeira Constituição republicana foi promulgada em 1891, estabelecendo a forma federativa de governo, a separação dos poderes e os direitos individuais. No entanto, o sistema político favorecia as oligarquias e excluía grande parte da população do processo político. 9. A Crise da República Velha: A crescente insatisfação popular, somada à crise econômica e às mudanças no cenário internacional, levou ao declínio do modelo político da República Velha. As contradições e desigualdades geradas por esse sistema contribuíram para a eclosão da Revolução de 1930, que marcou o fim desse período e o início da Era Vargas.