1
Devido ao descaso e passividade com que o povo
E.E.E.M. RAMIRO O. R. DE CASTRO
DIRETORA: IRACEMA QUEIROZ
HISTÓRIA.
PROFº. RAIMUNDO CORPES
ALUNO(A):__________________________________
TURMA: __________________.
DATA: _______/_______/_______.
A República no Brasil foi implantada em 15 de
novembro de 1889, dividindo-se em três partes: a República
Velha (1889 a 1930); a República Nova ou Era Vargas
(1930 a 1945); e a República Contemporânea (1946 aos
dias atuais).
A república Velha divide-se em duas fases: a República
da Espada (1889 a 1894), e a República das Oligarquias
Agrárias ou dos Fazendeiros ou do Café-com-Leite (1894 a
1930). A primeira teve como presidentes representantes dos
militares. A segunda teve como presidentes civis,
representantes dos grandes proprietários de terra produtores
de café.
O regime republicano implantado no Brasil foi resultado
de um golpe que teve os militares com o auxílio dos civis.
Estes últimos representados pelos grandes proprietários de
terra, produtores de café do chamado Oeste Paulista.
Quanto à participação popular, o movimento não teve
participação direta do povo, o qual assistiu tudo de forma
passiva, “bestializado” como já dizia um determinado
historiador. Para se ter uma ideia dessa passividade pode-se
dizer que o povo dormiu no dia 14 de novembro de 1889,
vendo ainda existir o Império. Entretanto, quando acordou no
dia seguinte, estava implantada a República.
O descaso com a participação popular na forma de
governo republicano mostrou-se mais uma vez evidente, à
medida que no dia 16 de novembro, os representantes dos
grupos militares e civis reuniram-se, novamente sem
representantes do povo, e escolheram o governo provisório
para o Brasil: o marechal Deodoro da Fonseca.
GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA
foi tratado durante a implantação do regime republicano,
alguns historiadores adotaram a ideia do republicano
Aristides Lobo, que diz que o povo assistiu
“bestializado” a implantação da República. Por outro
lado, outros historiadores costumam a identificar a
implantação da república com a ideia de que a mesma
se resumiu a uma “quartelada”, visto acreditarem que
foram os militares os principais responsáveis pela
instauração do regime republicano no Brasil.
Com a escolha de Deodoro para o governo
provisório, houve uma discordância entre os militares e
os civis, em relação à forma que o regime republicano
deveria assumir: um regime republicano centralizado, no
caso dos primeiros, ou um regime republicano
federativo, no caso dos segundos.
A diferença entre as duas formas de regimes
republicanos acima mencionados, reside no fato de que
no regime republicano com o governo centralizado,
os Estados praticamente perdem a sua autonomia para
tomarem as suas decisões políticas e econômicas. Ao
contrário, no regime federativo, os Estados teriam
plena autonomia para tomarem as suas decisões. Ora,
para os civis era interessante à implantação da segunda
forma, pois assim eles teriam liberdade para criarem
uma política que viesse a valorizar o café, tendo em
vista que quem dominava o poder político dos Estados
eram os grandes proprietários de terra, principalmente
os produtores de café.
O governo provisório do Marechal Deodoro da
Fonseca durou até a promulgação da primeira
Constituição republicana para o Brasil (24/02/1891),
todavia, nesse governo ocorreram os seguintes
acontecimentos:
 Tentou transformar os estrangeiros, residentes no
Brasil, em cidadãos brasileiros. Episódio que ficou
conhecido como “a grande naturalização”.
 decretou a separação entre a Igreja e o Estado, haja
vista que durante o período imperial a Igreja era
submissa ao poder do Estado, não podendo tomar
suas decisões sem a aprovação do imperador. Essa
submissão era garantida pela Lei do Padroado.
 Nomeou interventores militares para os Estados.

 Foi criada a bandeira republicana com o lema “Ordem e
Progresso”.
 A sede do governo Federal passou a se chamar Distrito
Federal.
 Promulgou a primeira Constituição republicana: a
Constituição de 1891.
 Instaurou uma crise financeira chamada de Encilhamento.
A CRISE DO ENCILHAMENTO
Essa crise foi provocada pela política econômica do
ministro da fazenda de Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa,
que pretendia desenvolver o potencial industrial do Brasil,
além de promover a sua independência econômica.
Para que sua política econômica viesse a ter êxito, Rui
Barbosa começou a emitir moedas sem o chamado lastro-
ouro (quantidade de ouro que o governo deve depositar no
banco central para garantir o valor das moedas emitidas).
Como consequência da emissão de moedas sem lastro-
ouro, houve o aumento do custo de vida da população, uma
vez que a moeda havia ficado desvalorizada e os preços das
coisas subiram assustadoramente, além do que aumentou a
inflação.
A política emissionista de Rui Barbosa provocou uma
grande especulação na bolsa de valores. Como rui Barbosa
pretendia desenvolver o potencial industrial do Brasil, ele
começou a incentivar a criação de empresas, as quais ele
reconhecia e legalizava. Entretanto, várias delas não existiam
de fato, apenas em nome, caracterizando as chamadas
“empresas fantasmas”. Embora não existissem, as ações
das empresas eram vendidas a altos preços na bolsa de
valores, fazendo a fortuna de alguns e a ruína de outros.
A essa especulação na bolsa de valores, provocada
pela política econômica emissionista de Rui Barbosa, dá-se o
nome de crise do encilhamento.
GOVERNO DE DEODORO DA FONSECA
Após a aprovação da Constituição de 1891, em 25 de
fevereiro de 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito Presidente
indiretamente pelo Congresso Nacional, tendo Floriano
Peixoto como vice.
Concorreram nessas eleições os seguintes candidatos:
o representante dos militares Deodoro da Fonseca e o
representante dos civis Prudente de Moraes.
2
Prudente de Moraes era apoiado por grande
parte do Congresso Nacional. Entretanto, frente à
ameaça dos militares que prometiam promoverem uma
intervenção na presidência, caso fosse eleito o civil, os
membros do Congresso optaram por eleger Deodoro.
Na presidência Deodoro sofreu forte oposição
por parte dos membros do Congresso, o que o levou
a dissolver o mesmo. Essa atitude só veio aumentar as
críticas e oposição ao seu governo por parte dos
congressistas, que buscando o auxílio dos militares
antideodoristas da marinha e do exército, sob a
liderança do almirante Custódio de Melo, começaram
a tentar promover a queda do presidente. Isto acabou
acontecendo quando o dito almirante ameaçou
bombardear a cidade do Rio de Janeiro
Diante da ameaçado bombardeio ao Rio de
Janeiro e a explosão de uma guerra civil, Deodoro da
Fonseca renunciou, em 23 de novembro de 1891,
entregando a presidência a seu vice Floriano Peixoto.
Estava então mais do que nunca evidente um dos
principais problemas que até hoje atingem o Brasil: a
luta pelo poder entre os grupos mais favorecidos da
sociedade.
O GOVERNO DE FLORIANO PEIXOTO (1891-1894)
Floriano Peixoto assumiu a presidência do Brasil,
ainda no ano de1891. Todavia, era sua obrigação,
determinada pela Constituição, convocar novas
eleições, uma vez que o presidente, de quem era vice,
não havia passado dois anos no cargo. Porém, não foi
isso que aconteceu.
Floriano permaneceu na presidência, pois havia
conquistado a simpatia dos antideodoristas, á medida
que suspendeu a dissolução do Congresso
Nacional.
No entanto, não deixaram de correr oposições ao
seu governo, como: a revolta do forte de Santa Cruz e
Lages; um manifesto de 13 generais; a Revolução
Federalista: e a Revolta da Armada.
No caso do forte de Santa Cruz e Lages, Floriano,
Peixoto mandou fuzilar o lider da revolta. Em relação ao
manifesto de 13 generais, acabaram sendo expulsos do
exército.

Quanto à Revolução Federalista, representou um
conflito pelo poder no Rio Grande do Sul entre Federalistas
(antigos Liberais ou “maragatos”, liderados por Silveira
Martins e Gumercindo Saraiva) e Republicanos (“pica-paus”,
liderados por Júlio de Castilho).
A Revolta da Armada, constituiu a rebelião de uma
ala da Marinha sob a liderança do Almirante Custódio de
Melo para exigir o comprimento da Constituição para tanto,
ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro.
O resultado dessas duas rebeliões ao governo de
Floriano Peixoto foi o massacre aos rebeldes, pois o dito
presidente mandou fuzilar a maioria dos envolvidos.
A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS AGRÁRIAS OU DOS
CORONÉIS OU DO CAFÉ-COM-LEITE.
O CORONELISMO
Passados alguns anos após a proclamação da
república no Brasil, era comum ouvir alguns republicanos
pronunciarem a seguinte frase: “esta não é a Republica dos
meus sonhos”. Isto se deve ao fato de que muitos
republicanos estavam insatisfeitos com o novo regime, pois
os poderosos continuaram no comando do poder em
detrimento da maior parte da população que era excluída do
campo político, econômico e jurídico, este último
principalmente no que se refere ao voto.
É certo que a partir da constituição de1891 o voto
deixava de ser censitário (baseado na renda), passando a
ser universal, onde todo cidadão poderia votar, desde que
fosse brasileiro, do sexo masculino e maior de 21anos.
Aumentaram-se as possibilidades do povo participar
das eleições. Porém o mesmo não tinha direito de escolher
seus representantes livremente. Os poderosos continuaram
controlando as eleições e o voto da maioria dos eleitores.
O controle das eleições e do voto por parte dos
poderosos só era possível porque a maior parte dos eleitores
vivia no meio rural, onde dominavam os grandes
proprietários de terra conhecidos por coronéis.
Ao sistema de dominação política, controle das
eleições e dos votos por parte dos coronéis, no período da
República Velha, dá-se o nome de coronelismo e, ao voto
controlado pelo coronel, dá-se o nome de voto de cabresto.
3
O coronelismo era caracterizado pelo
clientelismo (política baseada na “troca de favores”
entre os políticos e seus eleitores), pois o coronel
assumia uma postura de padrinho que fornecia tudo aos
amigos e afilhados, adquirindo prestígio e um grande
poder político.
O poder de um coronel dependia do número de
votos que ele controlava. Assim, nem todos os coronéis
possuíam o mesmo poder, existindo o grande e o
pequeno coronel, os quais tendiam a disputar o poder e
o controle das eleições. Nessa luta pelo poder, eram
comuns as rivalidades, lutas e assassinatos de coronéis.
Os assassinatos eram realizados na maioria das
vezes por bandos armados conhecidos como jagunços
ou cangaceiros, que eram contratados pelos coronéis
para assassinarem adversários e forçarem camponeses
a votarem nos parentes e protegidos de determinados
coronéis.
Os coronéis que davam proteção aos bandos
armados para executarem seus trabalhos criminosos
eram chamados de “coiteiros” e as forças da lei que
perseguiam os jagunços eram conhecidas como
“volantes”.
Obs1.: O cangaço não questionava o coronelismo,
nem a grande propriedade ou as instituições existentes,
não era um movimento revolucionário. Os jagunços
queriam apenas melhoria de vida, conquistar prestígio e
riqueza, possuir boas roupas e fazendas, embora
fossem vítimas de uma sociedade injusta, da
concentração de terra, da seca e do abuso de poder dos
grandes proprietários.
O GOVERNO DE PRUDENTE DE MORAES (1894-
1898)
Prudente de Moraes foi o primeiro presidente civil
do Brasil, iniciando, na República, o domínio político dos
fazendeiros ou das oligarquias agrárias.
No início do seu governo o Brasil atravessava uma
crise socioeconômica agravada por agitações de jovens
militares florianistas. Estes florianistas fizeram um motim
na escola militar, mas foram reprimidos.

Prudente prometeu uma época de paz; entretanto, o
seu governo foi extremamente violento, principalmente com
as camadas sociais mais pobres do sertão do Brasil, que
lutavam contra: a miséria e o latifúndio, o abuso de poder
dos grandes proprietários, as secas e outras injustiças
sociais.
A GUERRA DE CANUDOS (1896-1897)
Por volta de 1893, um beato de nome Antônio Vicente
Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, originário de
Quixeramobim, no Ceará, começou a reunir na localidade de
Belo Monte, no interior da Bahia, as margens do rio Vaza-
Barris, milhares de fiéis num povoado chamado de Arraial
de Canudos.
Antônio Conselheiro prometia para os sertanejos
miseráveis e esfomeados a salvação e uma vida melhor.
Diante disso, o arraial cresceu rapidamente, pois os
sertanejos acreditavam que o arraial era o lugar da salvação
no mundo, a terra prometida, onde havia um rio subterrâneo
de leite e as beiradas feitas de cuscuz. Acreditavam que o
arraial seria governado por uma divindade, durante um
milênio a qual os orientariam a respeito do Juízo Final.
Por volta de 1896 já congregava entre 20 e 30 mil
habitantes. Em Canudos os sertanejos tinham agora terra,
produziam em liberdade, repartiam a colheita entre si,
estando livres da exploração dos latifundiários e da igreja. A
segurança do reduto era mantida por ex-jagunços e ex-
cangaceiros.
A religião de Antônio Conselheiro com preocupações
milenaristas (crença no reinado de uma divindade durante
um milênio) e escatológicas (a respeito do fim do mundo ou
da humanidade) os mantinha na esperança de dias
melhores.
A igreja oficial perdia seus fiéis e o dizimo e os
latifundiários que perdiam a sua mão-de-obra praticamente
gratuita e o controle sobre o voto. Diante disso, padres e
coronéis faziam pressões sobre o governador da Bahia para
destruir canudos. Iniciaria a partir de então um confronto de
miseráveis e esfomeados camponeses nordestinos
(sertanejos) contra as forças legais. Os camponeses queriam
apenas terra para plantar, colher, além de liberdade em
relação a exploração que sofriam por parte dos coronéis e a
Igreja.
4
O governo baiano enviou duas expedições
militares que foram vencidas pelos homens de
Conselheiro. Uma terceira expedição com
aproximadamente 1300 homens também foi derrotada e
seu comandante, o coronel Moreira César foi morto.
As constantes derrotas militares explicam-se pelo
fato de a maioria dos soldados não conhecerem a
região das caatingas, tão familiares aos habitantes do
arraial de Canudos. Além disso, os homens de
Conselheiro lutavam pela sobrevivência e pela salvação
da alma, pois acreditavam que esta era uma “guerra
santa” e que o Reino do Céu era a única compensação
para os que nela morressem.
O então presidente da República, Prudente de
Moraes, enfrentou fortes oposições de grupos
florianistas no Rio de Janeiro. A oposição acusavam o
presidente de fraco na repressão ao movimento,
taxado por eles de monarquista. Foi então organizada
uma nova expedição militar com aproximadamente
7.000 soldados arregimentados em vários estados
brasileiros, sob o comando do general Artur Oscar.
Após intenso bombardeio de canhões, o arraial
não resistiu e caiu. No dia 5 de outubro de 1897,
Canudos foi destruído e sua população massacrada.
As tropas oficiais não fizeram prisioneiros, pois não
sobrou ninguém a não ser uma criança e um idoso.
Obs.: Durante o governo de Prudente, o Barão do
Rio Branco resolveu uma questão diplomática com a
Argentina. Foi à questão do território das Palmas ou
das missões, território disputado pelo Brasil e
Argentina. Serviu como árbitro o presidente Cleveland,
dos Estados Unidos, que deu ganho de causa ao Brasil.
O GOVERNO DE CAMPOS SALES (1898-1902)
Ao assumir o governo, em 1898, Campos Sales
deparou-se com uma tremenda dívida externa que
assolava o Brasil, consequência ainda da crise do
Encilhamento. Para tentar liquidar a dívida, o presidente
estabeleceu um acordo com banqueiros ingleses, no
qual ele ganhou um prazo de 63 anos para quitar a
referida dívida, além de ganhar mais empréstimos. A
este acordo dá-se o nome de Funding-Loan.

No acordo assinado com os credores, o presidente se
comprometia também a criar uma política de combate a
inflação, o que foi feito por Joaquim Murtinho, provocando
uma amenização da inflação e a desvalorização em que se
encontrava a moeda brasileira.
No governo de Campos Sales foi criada a Política dos
Governadores (1900), que consistia na troca de favores
entre as oligarquias estaduais e o governo federal. Essa
troca ocorria da seguinte forma: as oligarquias que
governavam os Estados dariam apoio ao presidente da
República e em troca o mesmo reconhecia a vitória dos
deputados federais representantes das oligarquias estaduais.
A Política dos Governadores foi responsável pela
exclusão de grupos políticos que controlavam os Estados
com uma importância reduzida na economia brasileira. Esses
grupos formaram as chamadas oligarquias dissidentes
(oligarquias que eram excluídas da participação política por
não serem produtoras de café) que irão lutar mais tarde pelo
fim do monopólio presidencial por paulistas e mineiros,
através da chamada Política do Café-com-Leite que
consistia no revezamento na presidência entre os políticos de
São Paulo (maior produtor de café) e Minas Gerais (maior
produtora do leite e seus derivados).
A Política do Café-com-Leite garantiu a supremacia da
produção cafeeira nas exportações brasileiras até o governo
de Getúlio Vargas, em 1930.
Obs.: No governo de Campos Sales foi definido o rio
Oiapoque como fronteira entre Brasil e a Guiana Francesa,
após o Barão do Rio Branco ter ganho as negociações da
chamada Questão do Amapá.
GOVERNO DE RODRIGUES ALVES (1902-1906)
O governo de Rodrigues Alves foi marcado pela
modernização e urbanização da cidade do Rio de Janeiro
aos moldes da politica urbanista haussmanniana exercida
pelo prefeito de Paris Georges Haussmann.
No Rio de Janeiro o encarregado de executar tal
politica foi o prefeito Pereira Passos dedicou-se a realizar o
alargamento das ruas, a construção de praças e avenidas,
boulevard, destruição de cortiços, bem como a criação de
novos bairros, como o de Copacabana, na Zona Sul.
5
Junto com a modernização do Rio de Janeiro
veio a necessidade de implantar uma política de
saneamento básico, de forma a garantir a saúde
pública, sobretudo, através do combate a doenças como
a varíola, a peste bubônica e a febre amarela. Nessa
política teve papel ativo Oswaldo Cruz, médico e
responsável pela Diretoria de Saúde Pública do Rio de
Janeiro.
Em 9 de novembro de 1904, Rodrigues Alves
decretou que seria obrigatória a vacinação contra a
varíola. A campanha de vacinação era comandada por
Oswaldo Cruz. O anúncio do decreto provocou
protestos que se acirraram, transformando-se em
rebeliões quando houve a invasão das casas por
agentes de saúde encarregados de matar ratos,
mosquitos e até mesmo vacinar quem se recusasse.
Essas rebeliões ficaram conhecidas como a Revolta da
Vacina.
Apesar de contar com uma grande participação
popular, as rebeliões foram facilmente contidas pelas
forças do governo, no entanto, o uso da vacina deixou
de ser obrigatório, tornando-se facultativo.
A Revolta da Vacina, uma rebelião popular para
não ser submetida à obrigatoriedade da vacina,
representou, ainda que chefiado por pessoas que
pretendiam apenas alcançar o poder, como Lauro
Sodré, um movimento contra:
a) Uma política de modernização que garantiria
apenas o bem-estar da elite, desalojando os moradores
dos cortiços e banindo-os da região central do Rio de
Janeiro;
b) A violação dos corpos de uma população que
não possuindo nenhum tipo de assistência, era
submetida a condições miseráveis.
No governo de Rodrigues Alves foi assinado o
Tratado de Petrópolis (1903), através do qual a
província boliviana do Acre passou a pertencer ao
Brasil. Todavia, esse tratado não foi assinado de graça.
O Brasil teve que pagar 2 milhões de libras esterlinas,
além de se comprometer a construir a Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, a “estrada da morte”, como ficou
conhecida, a qual daria a Bolívia uma saída para o
oceano Atlântico.

No final de seu governo, Rodrigues Alves, os
governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
reuniram-se na cidade paulista de Taubaté, onde foi
assinado o Convênio de Taubaté (política econômica de
valorização do café e de defesa dos cafeicultores com a
ajuda do governo que seria obrigado a comprar e estocar o
excedente do café que não fosse vendido).
Apesar de Rodrigues Alves ser um fazendeiro e
cafeicultor paulista, acabou não aceitando colocar em prática
as decisões previstas no acordo.
GOVERNO DE AFONSO PENA (1906-1909)
Primeiro presidente mineiro, o lema de seu governo era
“governar é povoar”. Dessa forma, ele começou a incentivar
a vinda de imigrantes para o Brasil.
O governo de Afonso pena também foi o marco inicial
da chamada Política do Café-com-Leite, pois a partir de
então, começaram a se revezar no domínio do cenário
político nacional os políticos paulistas e mineiros.
Uma vez sendo comprometido com os interesses do
café- com- leite, Afonso Pena começou a colocar em prática
as determinações do Convênio de Taubaté colocando em
pratica a Política de Valorização do Café, que previa entre
outras coisas a compra e armazenamento do excedente do
café. Essa política teve um efeito positivo para a produção
cafeeira, porém negativo para outros setores da economia
brasileira, pois só favorecia os cafeicultores.
Eleito em 1906, Afonso Pena deveria governar até
1910, porém não foi possível, pois faleceu em 1909, sendo
substituído pelo vice Nilo Peçanha.
GOVERNO DE NILO PEÇANHA (1909-1910)
O governo de Nilo Peçanha não apresentou grandes
turbulências, nem um lema de governo. Entretanto, foi
marcado pela expansão das comunicações, interligando o
Brasil de Norte a Sul, bem como pela demarcação de
fronteiras.
O principal responsável pela expansão da comunicação
e pela demarcação de fronteiras durante esse governo foi
Cândido Mariano da Silva Rondon, que percorreu os sertões
do Brasil, erguendo com sua comissão, milhares de postes
telegráficos.
6
No final do governo de Nilo Peçanha houve a
chamada Campanha Civilista, onde o candidato da
oposição Rui Barbosa fazia uma campanha
antimilitarista, exigindo a moralização das eleições e o
voto secreto. Como candidato da situação, fazia
concorrência o baiano Rui Barbosa, o militar Hermes da
Fonseca que acabou sendo eleito.
Obs.: Durante as eleições presidenciais houve o
rompimento das relações Café-com-Leite, uma vez que
são Paulo e Minas gerais não chegaram a um consenso
na escolha do candidato que substituiria Nilo Peçanha.
GOVERNO DE HERMES DA FONSECA (1910-1914)
Nesse governo foi criada a Política das
salvações, que previa a substituição dos velhos
governadores dos estados por novos que seriam
nomeados pelo presidente. Essa política acabou
gerando algumas revoltas e lutas armadas, a exemplo
da: Revolta de Padre Cícero Romão Batista; Revolta da
Chibata e a Guerra do Contestado.
A Revolta de Padre Cícero aconteceu no Ceará
devido à oligarquia cearense não aceitar a retirada da
família Accioli do cargo de governo. Dessa forma,
aliado a outros coronéis e alguns sertanejos, o dito
padre fez o presidente repor os Acciolis no governo.
Note-se ai que o famoso padre Cícero, constituía um
membro das classes mais abastadas do país e,
sobretudo, representava e tinha status de um grande
coronel.
A Revolta da Chibata ocorreu no Rio de Janeiro,
Quando os marinheiros de vários navios ancorados na
baía de Guanabara rebelaram-se contra seus baixos
salários e os castigos corporais a que eram submetidos.
Rebelados os marinheiros sob o comando do almirante
negro João Cândido, assumiram o controle do
encouraçado Minas Gerais e outros barcos, e exigindo
ao presidente a anistia geral aos sublevados e
atendimento das suas reivindicações. Caso isso não
ocorresse, eles bombardeariam a cidade. A estratégia
do presidente foi aceitar parcialmente as reivindicações
dos revoltosos para acalmar os ânimos.

Após a calmaria, Hermes da Fonseca mandou prender
os principais lideres da revolta. Alguns foram deportados
para o norte do país e para a ilha das cobras.
A Guerra do Contestado ocorreu nas fronteiras dos
estados do Paraná e Santa Catarina, e foi liderada por dois
beatos: João Maria, e após a sua morte, José Maria. Nessa
revolta, camponeses esfomeados e miseráveis lutavam
contra os coronéis para ter acesso a terra. Os camponeses
venceram algumas expedições militares enviadas pelo
governo, até serem derrotados por um general conhecido
como Setembrino de Carvalho.
Obs. 1: Para iniciarem a revolta do Contestado, os
camponeses utilizaram-se de um sinal: a exploração
realizada pela empresa estrangeira norte americana
Farquhar ou Brazil Railway Company.
Obs. 2: A guerra do contestado assemelha-se a guerra
de Canudos e a Revolta de Padre Cícero, à medida que
esses movimentos sociais foram liderados por beatos e,
portanto, imbuídos de uma extrema religiosidade.
Obs. 3: A Guerra de Canudos e a do Contestado
tornaram-se semelhantes, devido lutarem pela posse da
terra, e contra a miséria e exploração que assolava a
população rural das regiões Nordeste e Sul, que assim como
as demais regiões, eram extremamente controladas por
oligarquias.
Obs. 4: Os grandes proprietários de terra, os coronéis,
tinham o interesse de destruir o arraial de canudos, porque
estavam perdendo mão-de-obra em seus latifúndios para
camponeses que só queriam ter acesso a terra para
poderem efetuar sua produção e levar uma vida mais digna.
Obs. 4: A Igreja Católica também tinha interesse na
destruição do arraial, pois estava perdendo fiéis, e
consequentemente o dízimo.
GOVERNO DE VENCESLAU BRÁS (1914-1918)
No governo de Venceslau Brás o Brasil participou, ao
lado dos aliados (EUA, França e Inglaterra), da Primeira
Guerra Mundial, haja vista que o período da mesma acabou
coincidindo com o seu governo.
7
O Brasil entrou na guerra em 1917, após a
Alemanha ter afundado quatro navios brasileiros
(Paraná, Tijuca, Lapa e Macau), nas proximidades do
litoral da França. A partir de então, o Brasil enviou para
a Europa: médicos, aviadores, além de mantimentos e
matérias-primas.
A guerra acabou provocando a redução das
importações e o crescimento das exportações
brasileiras. Com a redução das importações, passou-se
a incentivar o aumento da produção, iniciando, ainda
que de forma paulatina, o processo de industrialização
brasileira, através da substituição de importações.
Além da ocorrência da Primeira Guerra Mundial e
a substituição de importações, podemos apontar outros
fatores que contribuíram para o processo de
industrialização do Brasil, como:
 O investimento dos cafeicultores do Sudeste em
ferrovias, portos, bancos e sociedades comerciais.
Esses investimentos propiciaram a criação de
empregos e, ainda a aquisição de máquinas;
 O aumento da população urbana provocado pelo
êxodo rural e pela imigração;
 O conhecimento e as técnicas manuais que
possuíam os imigrantes o que lhes davam condições
de se tornarem operários, artesãos e industriais.
O crescimento industrial brasileiro, até o final da
Segunda Guerra mundial, mostrou-se lento, devido a
estagnação na aplicação de capitais na produtividade
industrial e no uso de energia elétrica, o que acarretou
um lento desenvolvimento das exportações e
importações, a redução das rendas e dos salários não
permitia o crescimento do mercado consumidor.
Junto com o desenvolvimento industrial veio um
maior crescimento da urbanização no Sudeste e Sul do
país e o fortalecimento das camadas urbanas, como a
burguesia industrial, a classe média e o operariado.
Estas classes, que se sentiam prejudicadas pela política
econômica do governo, começaram a fazer pressões
contra o domínio das oligarquias.
A burguesia industrial, prejudicada com a política
de apoio exclusivo ao café, reivindicava uma política de
proteção à indústria brasileira. Para que os seus
produtos pudessem competir com os estrangeiros no
mercado consumidor.

A classe média urbana lutava contra a Política dos
Governadores e contra o Coronelismo, haja vista que esses
dois elementos impossibilitavam que os membros da classe
média viessem a vencer as eleições. Dessa forma,
reivindicava reformas eleitorais, o voto secreto, a
moralização das eleições e, sobretudo, a participação no
poder.
Os operários, na maioria estrangeiros, não lutavam
pelo poder político, reivindicavam: melhorias em suas
condições de vida e trabalho, haja vista que, nessa época
não havia salário mínimo; assistência médica adequada;
mulheres e menores de idade trabalhavam até mesmo no
período noturno; a jornada de trabalho chegava até 12 horas
por dia. Por tudo isso os operários se organizaram
promovendo diversas greves, entre as quais se destacam: a
da cidade de Mooca, em 1917, em São Paulo e as de 1919 e
1920, no Rio de Janeiro e São Paulo.
O TENENTISMO
Na década de 20 do século XX, uma grande parcela da
oficialidade do exército, composta por tenentes e capitães,
começou a pegar em armas contra as oligarquias e a cúpula
militar subordinada a elas. O movimento de militares
rebeldes para exigia: a moralização na política de República
Velha, principalmente no que se refere as eleições; o voto
secreto; e o reconhecimento dos candidatos vitoriosos. Esse
movimento de militares rebeldes ficou conhecido como
Tenentismo e os seus participantes como tenentes.
GOVERNO DE EPITÁCIO PESSOA (1918-1922)
Em 1918 havia sido realizado um pleito eleitoral para
escolha do substituto de Hermes da Fonseca. O vitorioso foi
Rodrigues Alves que morreu antes de tomar posse. Com sua
morte assumiu o vice Delfim Moreira, que convocou novas
eleições, como previa a Constituição. As novas eleições
ocorreram em 1919, e delas saiu vitorioso Epitácio Pessoa
que fora eleito com o apoio de São Paulo e Minas Gerais,
reiniciando a política do café-com-leite.
Durante o governo de cargo Epitácio ocorreram as
seguintes realizações:
 O inicio uma política de combate às secas do Nordeste,
construindo açudes e estradas.
8
 A fundação da primeira universidade do Brasil, a
Universidade do Rio de Janeiro (1920)
 A Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de
São Paulo em 1922, o qual representou um
movimento de artistas e intelectuais brasileiros que
procuravam criar uma cultura genuinamente
brasileira, que não estivesse submetida à cultura
estrangeira, principalmente a europeia. No evento
havia dois grupos de artistas e intelectuais:
1- Movimento Pau-Brasil/Antropofágico: propunham
uma literatura vinculada a um nacionalismo consciente e
crítico da realidade brasileira, a partir de uma
redescoberta do Brasil.
2- Movimento Verde-Amarelo/escola da Anta:
propunham uma literatura ligada a um nacionalismo
primitivista, ufanista, identificado com o fascismo,
evoluindo para o Integralismo. Idolatria do tupi e tendo a
anta como símbolo nacional.
Em 1922 foram realizadas novas eleições para
presidente do Brasil, onde participaram como
candidatos o mineiro Artur Bernardes, candidato “café-
com-leite”, e Nilo Peçanha, da oposição formada pelo
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e
Pernambuco.
A campanha eleitoral transcorria pacificamente
até que o jornal carioca, “O Correio da Manhã”,
publicou cartas contendo injurias ao exército, como as
expressões “canalhas” e “anarquizadores”, as quais
eram dirigidas principalmente à pessoa do marechal
Hermes da Fonseca.
A autoria das cartas foi atribuída, pela oposição, a
Artur Bernardes. Assim, a juventude militar, tenentes e
capitães que faziam parte do Clube Militar presidido por
Hermes da Fonseca resolveram reagir contra as injúrias
e a corrupção política, e por isso o Clube foi fechado e
seus representantes presos, aumentando ainda mais a
revolta dos militares.
Revoltados, alguns oficiais comandados por
Euclides da Fonseca, filho de Hermes da Fonseca,
organizaram um movimento tenentista que atacou o
quartel general do exército e tomou o forte de
Copacabana. Essa rebelião ficou conhecida como “A
Revolta do Forte de Copacabana”.

Ajudado pela ala fiel do exército, Epitácio Pessoa
reagiu contra os revoltosos e bombardeou o forte que eles
haviam tomado, provocando a rendição de alguns oficiais.
Entretanto, 17 e mais um civil que não aceitaram a rendição
começaram a sair do forte no dia 07 de julho, partindo para a
luta contra as forças do governo, nas areias de Copacabana,
porém foram derrotados, sendo que de 16 dos 18 revoltosos
do Forte de Copacabana morreram, sobrevivendo os
tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Esse episódio
ficou conhecido como “Os 18 do Forte”.
Com a derrota dos militares contrários a eleição de
Arthur Bernardes, este acabou ganhando as eleições, mas
provocou o aumento das pressões e rebeliões por parte dos
tenentes.
GOVERNO DE ARTUR BERNARDES (1922-1926)
Artur Bernardes assumiu a presidência num clima de
profundas agitações político-sociais, provocadas pelo
movimento tenentista, pelas oligarquias dissidentes e os
movimentos operários. Para conter os ânimos dos
manifestantes o governo executou as seguintes medidas:
 Montou um rígido esquema policial para controlar os
movimentos operários;
 Criou a Lei de Imprensa que censurava os jornais;
 Cumpriu o seu governo quase que totalmente sob estado
de sítio (quando o governo exerce sua função com
plenos poderes suspendendo temporariamente os direitos
e as garantias individuais).
No entanto, essas medidas não impediram que os
tenentes organizassem revoltas, como: a Revolta Tenentista
Paulista de 1924 e a Coluna Prestes.
Liderada pelo general Isidoro Dias Lopes a Revolta
Tenentista Paulista iniciou em 5 de julho de 1924, dia em
que completava o segundo aniversário da Revolta do Forte
de Copacabana.
Após alguns combates violentos nos bairros de São
Paulo, o governo paulista foi obrigado a fugir, mas o governo
federal enviou reforços, obrigando os rebeldes a se retirarem
para o interior, onde continuaram lutando até que, as
proximidades da Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, os
paulistas juntaram-se com outra coluna militar que vinha do
Rio Grande do Sul, onde lutava contra as forças leais a Artur
Bernardes.
9
Da união a coluna tenentista paulista e da
coluna tenentista gaúcha, originou-se a Coluna
Prestes, composta por aproximadamente 1800 homens,
tendo como principal líder o capitão Luís Carlos
prestes, o “cavaleiro da esperança”.
A Coluna prestes percorreu 24.000 km pelo
interior, combatendo as forças leais ao presidente e
tentando conquistar apoio popular pela “moralização
da Republica Velha”, principalmente no que se refere
ao combate ao coronelismo e a implantação do voto
secreto. Sem o apoio popular, os componentes da
coluna acabaram pedindo exilio na Bolívia, em 1927, já
no governo de Washington Luís.
GOVERNO DE WASHINGTON LUÍS (1926-1930)
Washington Luís nasceu em Macaé, Rio de
Janeiro, mas era considerado um paulista, pois fez sua
carreira política em São Paulo, através do PRP (Partido
Republicano Paulista).
O lema de seu governo era “governar é abrir
estradas”, pois ele acreditava que estas trariam o
desenvolvimento ao país. Dessa forma, em seu
mandato foram criadas rodovias importantes, como a
Rio-São Paulo e a Rio-Petrópolis.
A Crise superprodução nos EUA, em 1929, além
de provocar a quebra na bolsa de valores de Nova
Iorque lançou o mundo capitalista numa grande
depressão, pois os norte-americanos deixaram de
fazer empréstimos a outros países, passando a cobrar
as dívidas que os mesmos tinham com eles. Por outro
lado, os norte-americanos deixaram de importar
gêneros de outros países, provocando a crise de suas
economias, caso em que o Brasil se inseria.
Em 1929 a produção de café brasileira
correspondia ao dobro do que era exportado. Com o
aparecimento da crise de superprodução nos EUA, o
número de exportações de café diminuiu ainda mais,
devido os norte-americanos serem os principais
compradores do café brasileiro. Com isso aqui no Brasil
também houve uma crise de super produção que levava
paulatinamente os cafeicultores, que há anos
dominavam o cenário político brasileiro, a ruína.

Percebendo a situação desesperadora em que se
encontravam, os cafeicultores passaram a pressionar o
governo para ordenar ao Banco do Brasil a comprar o
excedente de café, através de financiamentos e emissões de
moedas. Como o presidente estava preocupado com a
estabilização financeira do país, recusou-se a atender ao
pedido dos cafeicultores, o que deixou os mesmos
arruinados financeiramente, além de diminuir seus poderes e
influencia no cenário político brasileiro.
A crise financeira das oligarquias produtoras de café,
somada as pressões, contestações e queixas de diferentes
grupos sociais, como a camada média urbana e as
oligarquias dissidentes, acabariam derrubando os
cafeicultores do poder em 1930.
AS ELEIÇÕES DE 1929 E O FIM DA REPÚBLICA VELHA
Em 1930 terminaria o mandato de Washington Luís.
Assim. Em 1929 começaram as campanhas eleitorais para a
escolha de seu sucessor. De acordo com a Política do Café-
com-Leite, os estados de São Paulo e Minas Gerais
deveriam fazer um revezamento no poder. Ora um
presidente seria paulista, ora seria um mineiro.
Desse modo, esperava-se que o sucessor de
Washington Luís fosse um mineiro, haja vista que ele era um
representante de São Paulo. Esperava-se também que o
presidente apoiasse o candidato representante de Minas,
porém isso acabou não acontecendo.
Nas eleições participavam como principais candidatos
ao cargo de Presidente: Antônio Carlos, mineiro, e Júlio
Prestes, paulista. Washington Luís deveria apoiar o primeiro,
mas preferiu apoiar o paulista, o que provocou o
descontentamento do Estado de Minas Gerais que
consequentemente rompeu as relações com São Paulo
(política do café-com-leite). Minas Gerais procurou se aliar ao
Rio Grande do Sul e a Paraíba. Esses três Estados formaram
um grupo de oposição, chamado Aliança Liberal, o qual
lançou como candidato a presidente opositor a Júlio Prestes
o gaúcho Getúlio Dornelles Vargas e para vice o paraibano
João Pessoa.
Júlio prestes venceu as eleiçoes com uma
porcentagem esmagadora de votos (60%), demonstrando o
poder que as oligarquias tinham de controlar as eleições.
10
Derrotados, os aliancistas esperavam um
momento oportuno para tomar o poder. Este acabou
acontecendo no momento em que o vice de Vargas foi
assassinado pelo advogado João Dantas, em Recife
(26/07/1930), por questões pessoais e oriundas da
politica interna a Paraíba.
Utilizando o pretexto de que João pessoa foi
assassinado pelos partidários do governo, as
oligarquias dissidentes de Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e da Paraíba, com o apoio dos tenentes,
organizaram um “movimento revolucionário” que deveria
marchar até o Rio de Janeiro para depor o presidente.
O movimento começou no Rio Grande do Sul em
3 de outubro, sob a liderança de Góes monteiro. No dia
seguinte o nordeste também se mobilizou sob a
liderança de Juarez Távora.
Diante da possibilidade de ocorrer uma violenta
guerra civil que colocaria em risco todo o país, os
superiores da marinha e do exército se reuniram
formando uma junta militar que depôs do poder
Washington Luís. Essa Junta Militar ficou conhecida
como Junta Pacificadora.
Em 3 de novembro de1930, a junta Pacificadora
entregou o poder a Getúlio Vargas, marcando o fim da
república Velha.
Obs.: Alguns historiadores defendem a ideia de
que o ocorrido em 1930 foi uma Revolução, pois foram
destruídas as velhas instituições políticas da República
Velha. Por outro lado, outros historiadores defendem a
ideia de que o ocorrido em 1930 foi apenas um
movimento, pois as velhas oligarquias permaneceram
no poder, uma vez que Vargas era representante da
oligarquia dissidente do Rio Grande do Sul, de Minas
gerais e da Paraíba.