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A República Velha: República da Espada + República das Oligarquias (1889 – 1930)

A República Velha, período entre 1889 e 1930 é dividida em dois momentos distintos:

- A República da Espada (1889 a 1894): período no qual os militares lideraram o país politicamente. Primeiro com Deodoro da
Fonseca (1889 a 1891) e na seqüência Floriano Peixoto (1891 a 1894);

- A República das Oligarquias ( 1894 a 1930): os grandes coronéis e donos de fazenda eram tidos como “chefes políticos”, exercendo
grande influência nas decisões políticas do país. Com isso, as oligarquias dos estados de São Paulo e Minas Gerais comandaram as
eleições durante muitos anos.
A imagem ao lado retrata o
momento em que Deodoro da
Fonseca, acompanhado por
membros do exército,
proclama a República no
pátio do palácio Imperial.

Você sabia que essa foi a primeira bandeira da República? Ela


foi adotada de forma provisória e só ficou hasteada por cinco
dias.

http://historiaporimagem.blogspot.com/2011/11/primeira-bandeira-do-brasil-
republica.html
http://agorasougestor.blogspot.com/2011/08/republica-velha.html

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A República da Espada (1889 a 1894)

Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição da República, de inspiração liberal-democrática e que tinha como pontos
principais:
- na divisão e independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
- o regime federativo presidencialista;
- voto universal masculino não-secreto, com exceção dos mendigos, analfabetos, soldados e religiosos;
- igualdade jurídica dos cidadãos;
- separação entre o Estado e a Igreja;
- autonomia dos estados.

O governo propôs uma política econômica direcionada para o modelo industrial. Na época, o ministro da economia de Deodoro da Fonseca,
ministro Rui Barbosa, incentivou a abertura de novas empresas, a emissão de moedas e o protecionismo alfandegário.
No entanto, essas medidas não alcançaram o sucesso almejado, provocando uma das maiores crises financeiras enfrentadas pelo Brasil: A Crise
do Encilhamento. Os bancos começaram a emitir quantidades de dinheiro maiores do que o necessário; isso acabou resultando em uma grande
inflação, muitas empresas foram à falência, o preço de algumas ações caíram e a moeda nacional (libra) foi desvalorizada.
E meio ao cenário de crise, e sem apoio para governar, Deodoro da Fonseca, fechou o Congresso Nacional, prendeu líderes da oposição e
decretou estado de sítio, na sequencia renunciou e entregou o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto que assumiu o cargo apoiado de uma forte
ala militar. Porém, a nova Constituição afirmava que deveria existir uma nova eleição caso o cargo de presidente ou de vice ficassem vagos. Floriano
ignorou a lei e a oposição passou a acusar ele de se manter no poder ilegalmente.
Em resposta, o almirante Custódio de Melo ordenou que os navios atracados na baía da Guanabara apontassem os canhões para a cidade,
exigindo a reabertura do Congresso.
Em 13 de setembro de 1893, os navios sob o poder dessa revolta abriram fogo contra a cidade do Rio de Janeiro. Até março do ano seguinte os
conflitos se desenvolveram com a resposta terrestre dada pelas fortalezas e exércitos que defendiam o mandato florianista, tal movimento ficou
conhecido como Revolta da Armada.

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Alguns dos participantes da revolta, ainda tentando resistir às tropas governamentais, abriram novas frentes de batalha na região sul. Esse novo
foco de resistência apareceu graças aos participantes da Revolução Federalista (1893 a 1895) que ocorria no Rio Grande do Sul.
Tal revolução pode ser resumida como uma briga entre as duas facções políticas do estado, de uma lado Júlio de Castilhos que era membro
do Partido Republicano Rio-grandense (PRR) e defendia o governo e o estabelecimento de Floriano Peixoto no comando do país, seus opositores
formavam o Partido Federalista (maragatos) liderados por Silveira Martins, contrário da centralização política.
O governo acabou sufocando esses dois levantes com apoio das classes médias e dos cafeicultores paulistas; em homenagem a vitória do governo
federal a cidade de DESTERRO, foi renomeada como Florianópolis, “cidade de Floriano”.

República das Oligarquias (1894/1930)

A partir de 1894, com a eleição do primeiro presidente civil, Prudente de Morais, teve início o processo de transformação da “República da Espada”
em “República Oligárquica”. Nesse momento da República Velha, os mineiros (grandes produtores de leite e com o maior colégio eleitoral do
país) e paulistas (produtores e exportadores de café) disputavam o cenário político do país. Com a expressa alternância de poderes, a forma de
governo ficou popularmente conhecida como Política do Café com Leite.
Tal alternância no poder federal só era possível devido a existência de um mecanismo conhecido como “política dos governadores”, criada
durante o governo de Campos Sales e que estruturou o funcionamento de toda a política brasileira durante o período da República Velha. Sua
atuação foi responsável por consolidar uma aliança entre Executivo e Legislativo ao longo da República Velha.
Nessa política, o Governo Federal dava seu apoio para a oligarquia mais poderosa de cada estado como forma de reduzir as disputas locais
entre diferentes oligarquias. Em troca do apoio, as oligarquias tinham como dever eleger deputados e orientá-los a apoiar as pautas do Executivo
no Legislativo.
Na base desse “pacto” político entre oligarquias estava o controle político e social, a nível local, exercido pela figura do “coronel”. O
fenômeno do coronelismo garantia a perpetuação das oligarquias por causa do estabelecimento das relações de favor e dependência com a
população. O voto, que era aberto, era encarado como moeda de troca, e não como um direito democrático do cidadão, “voto do cabresto”.
Desta forma havia o completo controle do “curral eleitoral”, sendo que a via autoritária dos coronéis estava ligada ao fator violência, causando medo
nos trabalhadores ou a preocupação de perderem suas fontes de sustento.

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Os coronéis exerciam o seu poder e faziam seus acordos com os governadores em troca de mais poder e prestígio. Os governadores, por
sua vez, ao apoiarem os coronéis em seus poderes locais ganhavam em troca a eleição do candidato escolhido por eles, perfazendo uma
troca de favores completa.

Esquema representativo da política dos governadores.

https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/politica-dos-governadores
aricatura que reflete o “voto do cabresto”
https://escolaeducacao.com.br/voto-de-cabresto/

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O quadro abaixo é um resumo de todo o período da República Velha. Perceba que os temas: Movimentos Sociais e Crise na Primeira
República não estão presentes em nosso texto. Eles serão abordados na sequência de nossos estudos.

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