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Sumário
NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................ 3
Impeachment ....................................................................................................... 41
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NOSSA HISTÓRIA
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CONTEÚDO: HISTÓRIA DA REPÚBLICA
- A República no Brasil
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apoio veio pela maioria elitista, que via no novo governo um meio de recuperar parte
das perdas que teve com a abolição da escravidão .
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O regime republicano brasileiro tem uma história centenária e, ao longo de sua
história apresentou-se diferentes repúblicas, onde cada uma tinha suas próprias
características.
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Assumindo a presidência do Brasil no lugar de Júlio Prestes, eleito com o
apoio do então presidente Washington Luís, Getúlio Vargas dá início ao período
conhecido como Era Vargas.
O Governo Provisório de Marechal Deodoro da Fonseca faz a transição legal,
necessária para o ajuste Nacional aos moldes republicanos. Em 1890, antes mesmo
do lançamento da Constituição é criado o Código Penal, antes do Direito a Ordem,
não se afastando do ideal de República constituída no Positivismo.
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Delfim Moreira da Costa Ribeiro. Já Afonso Augusto Moreira Pena morreu durante
mandato e foi substituído por Nilo Procópio Peçanha.
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Segunda República (1930-1945) - Era Vargas: Governo Provisório e
Constitucional de Vargas (1930-1937) e o Estado Novo (1937-1945)
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Governo Provisório (1930 – 1934)
Uma república nova
Capa da Revista do Globo sobre a vitória da Revolução de 1930. Detalhe: gaúchos amarrando os
seus cavalos no obelisco da Rio Branco.
Fotografia publicada pela revista Paratodos com o título: A Revolução Triumphante. Ao centro:
Miguel Costa, Góis Monteiro e Getúlio Vargas.
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triunfo da Revolução de 1930. Dos principais tenentes de 1930, o único a estar
presente ao ato foi o tenente João Cabanas que aparece nas fotografias do evento.
Esse gesto dos gaúchos foi cantado por Almirante, numa marchinha de Lamartine
Babo chamada O barbado foi-se: "O Rio Grande sem correr o menor risco, amarrou,
por telegrama, o cavalo no obelisco". E a letra dizia ainda: "De sul a norte, todos viram
a intrepidez de um Brasil heroico e forte a raiar no dia 3... A Paraíba terra santa, terra
boa, finalmente está vingada, salve o grande João Pessoa..."Doutor Barbado" foi-se
embora, não volta mais".
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• Autorizou Getúlio a nomear e exonerar, a seu livre critério, interventores para os
governos estaduais, na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930.
• Excluía de apreciação judicial os atos do Governo Provisório e os atos dos
interventores federais nos estados. Assim, nenhum ato e nenhum decreto do
Governo Provisório e dos interventores podia ser contestado na justiça brasileira.
• A atuação dos interventores federais nos estados era disciplinada, no Governo
Provisório, pelo "Código dos Interventores", nome pelo qual ficou conhecido o
decreto nº 20.348,[4] de 29 de agosto de 1931, que instituiu "conselhos consultivos
nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios e estabelece normas, sobre a
administração local".
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Getúlio Vargas nomeando os seus ministros em 3 de novembro de 1930. Em pé, de
óculos: Lindolfo Collor, avô do ex-presidente Fernando Collor.
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governo deposto, foram aposentados compulsoriamente, e o número de ministros
reduzido de quinze para onze. Mesmo na Marinha do Brasil, que não havia combatido
os revolucionários de 1930, houve, por insistência de Getúlio, aposentadorias
forçadas, o que levou o ministro da Marinha, José Isaías de Noronha a pedir
exoneração do seu cargo.
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A recusa de Getúlio de punir os tenentes envolvidos no caso fez com que o ministro
do trabalho Lindolfo Collor, o ministro da justiça Maurício Cardoso e o chefe de polícia
do Rio de Janeiro, João Batista Luzardo pedissem exoneração de seus cargos. João
Neves da Fontoura também rompeu com Getúlio. Batista Luzardo denunciou, em
carta, o envolvimento do Governo Provisório no atentado ao Diário Carioca. Os jornais
do Rio de Janeiro ficaram 2 dias sem circular, em solidariedade ao Diário Carioca.
O general Góes Monteiro, no livro "O General Góes Depõe", assim descreve
as reuniões do "Gabinete Negro": "As discussões eram acesas, principalmente entre
os srs. Oswaldo Aranha e Ari Parreiras. Todas elas estéreis e intermináveis, não raro
entrando madrugada adentro, até depois das 2 horas".
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Getúlio Vargas como presidente, em pintura de 1930.
A grande dificuldade que Getúlio tinha com os tenentes nos estados, além das
rivalidades entre eles, era o despreparo deles para governar. Com poucas exceções
como Juraci Magalhães, os tenentes fizeram administrações ruins, e o desempenho
dos tenentes foi avaliado assim, em fevereiro de 1932, 4 meses antes da eclosão da
Revolução de 1932, pelo tenente João Cabanas, um dos chefes da Revolução de
1924 e revolucionário de 1930, no seu livro "Fariseus da Revolução", que escreveu,
em fevereiro de 1932, pouco antes da Revolução de 1932, sobre o tenente João
Alberto Lins de Barros, que governou São Paulo, entre 1930 e 1931, e sobre os
demais tenentes interventores federais nos estados:
“ João Alberto serve como exemplo: Se, como militar, merece respeito, como homem
público não faz jus ao menor elogio. Colocado, por inexplicáveis manobras e por
circunstâncias ainda não esclarecidas, na chefia do mais importante estado do Brasil,
revelou-se de uma extraordinária, de uma admirável incompetência, criando, em um
só ano de governo, um dos mais trágicos confucionismos de que há memória na vida
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política do Brasil, dando também origem a um grave impasse econômico (déficit de
100.000 contos), e a mais profunda impopularidade contra a "Revolução de Outubro"..
e ter provocado no povo paulista, um estado de alma equívoco e perigoso. Nossa
história não registra outro período de fracasso tão completo como o do “Tenentismo
inexperiente".
Antônio Carlos, chamado por Getúlio, em seu diário, de "a velha raposa",
presidiu a assembleia nacional constituinte de 1933 a 1934, e presidiu a Câmara dos
Deputados de 1934 a 1937. Neste ano Antônio Carlos não conseguiu se reeleger
presidente da Câmara dos Deputados, sendo derrotado pelo candidato apoiado por
Getúlio, Pedro Aleixo. Logo em seguida, com o advento do Estado Novo, Antônio
Carlos abandona a vida pública.
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governo da Bahia e voltou para os quartéis. Carlos de Lima Cavalcanti, líder da
revolução de 1930 em Pernambuco, é deposto do cargo de governador pelo golpe do
Estado Novo, em 1937. Em maio de 1937, Lima Cavalcanti apoiara Antônio Carlos na
sua tentativa de ser reeleito presidente da Câmara dos Deputados.
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os negócios públicos. Deste novo "Gabinete Negro", sabe-se, com certeza,
observando-se o diário de Getúlio, que participavam o general Góis Monteiro e o
coronel João Alberto Lins de Barros.
O caso mais grave foi o de São Paulo, o qual levou os paulistas a uma revolução
contra o Governo Provisório em 1932. Outro caso tenso de disputa pelo poder nos
estados ocorreu em Minas Gerais, e iniciou-se em 5 de setembro de 1933, chamado
de "O caso mineiro", onde houve uma acirrada disputa política, durante 97 dias de
crise política, sobre quem seria o sucessor de Olegário Maciel, que havia falecido no
cargo de governador de Minas Gerais. O vice-presidente de Minas Gerais Pedro
Marques de Almeida, um carlista, havia renunciado, em 1931, para ser prefeito de
Juiz de Fora. Assumiu interinamente o governo mineiro, o secretário do interior
Gustavo Capanema que depois seria ministro da educação e saúde até 1945.
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conseguiu estabilidade política, com a nomeação, por Getúlio, de Manuel Ribas como
interventor federal, sendo que Manuel Ribas governou de 1932 a 1945.
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voto aos mendigos, aos analfabetos, aos menores de 21 anos de idade e aos
praças das forças armadas.
• Em 14 de maio de 1932, pelo decreto 21.402, [14] foram marcadas eleições diretas
e secretas para o dia 3 de maio de 1933, com o objetivo de eleger os membros de
uma Assembleia Nacional Constituinte.
• Ampliou os direitos trabalhistas, consolidando-os pela CLT, instituída mais tarde
em 1943.
• Houve uma tentativa enérgica de cortes de gastos públicos, que fora promessa da
Aliança Liberal, para eliminar o déficit público no orçamento federal. Esta tentativa
que foi muito prejudicada pelos grandes gastos que o Governo Provisório foi
obrigado a realizar por causa das compras dos estoques de café, ordenadas pelo
decreto nº 19.688,[15] de 11 de fevereiro de 1931, o qual foi modificado pelo decreto
nº 20.003,[16] de 16 de maio de 1931, por causa da guerra contra os paulistas em
1932, guerra esta que ocasionou grandes despesas, e, pela "Grande Seca",
ocorrida no nordeste do Brasil, também em 1932, e que ocasionou queda da
arrecadação de impostos e grandes gastos no socorro às vítimas da "Grande
Seca" de 1932.
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• Em 11 de abril de 1931, o decreto nº 19.851 disciplina o ensino superior no
Brasil dando preferência para o ensino superior ministrado em
universidades.[20]
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• Em 10 de julho de 1934, pelo decreto nº 24.643,[35] instituiu o Código das
Águas, que com alterações, ainda está em vigor, segundo a Casa Civil da
Presidência da República.
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com o governo brasileiro desde o advento da república e do casamento civil. O
restabelecimento do ensino religioso nas escolas públicas, em 30 de abril de 1931,
pelo decreto nº 19.941,[41] facilitou esta reconciliação com a Igreja Católica.
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Foi proibido, em 7 de abril de 1933, os juros bancários abusivos, através do
decreto nº 22.626,[47] conhecido como lei da usura, não revogado até hoje. Em 15 de
janeiro de 1934, pelo decreto nº 23.746,[48] é revogado o decreto nº 4.743,[49] de 1923,
que era uma lei sobre crimes de imprensa muito repressiva, chamada de "lei infame",
e são anistiados todos os condenados por aquele decreto. Em 1934, é iniciada a
construção do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. As obras foram
concluídas em 1936.
Logo que decretou o Estado Novo, Getúlio Vargas realizou o anúncio de uma
nova constituição para o Brasil. Conhecida como “Constituição Polaca”, a
Constituição de 1937 reafirmou vários dispositivos que alargaram os poderes
do presidente e acabaram com os partidos políticos que disputavam vagas no
Poder Legislativo. Dessa forma, eram lançadas as bases de sustentação dessa
novaditadura.
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enquanto líder capaz e necessário para se combater a ameaça comunista e
promover o desenvolvimento nacional.
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O breve e bem-sucedido papel das tropas brasileiras na Segunda Guerra
acabou gerando uma contradição: a ditadura de Vargas mandou tropas para
defender a democracia no continente europeu. Mediante essa situação, fortes
pressões se mobilizaram para que o Estado Novo chegasse ao fim. Em 1945,
o governo marcou eleições diretas para presidente no mês de dezembro.
Deposto pelos militares em 30 de outubro daquele mesmo ano, o expresidente
disputou e venceu as eleições como senador pelo Rio Grande do Sul.
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- Criação do BNDES em 1952.
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A ditadura militar no Brasil durou 21 anos, teve 5 mandatos militares e instituiu 16 atos
institucionais – mecanismos legais que se sobrepunham à constituição. Nesse
período houve restrição à liberdade, repressão aos opositores do regime e censura.
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Esse foi um momento de bastante efervescência e polarização política entre a
população. Houve apoio de parte da população para a derrubada do governo –
principalmente dos setores mais conservadores da sociedade e de partes da classe
média. É por esse motivo, inclusive, que muitas vezes o termo ditadura civil-militar é
utilizado.
Neste período o mundo vivia sob a ameaça da Guerra Fria e havia medo de um
suposto “perigo comunista”. Assim, no conflito que começou logo após o final da
Segunda Guerra Mundial e foi responsável pela bipolarização ideológica – em que os
Estados Unidos – defensores do capitalismo – e a União Soviética – defensora do
socialismo – disputavam hegemonia econômica, política e militar no mundo.
Além disso, gravações liberadas pela Casa Branca das conversas entre o
expresidente John Kennedy e o embaixador do Brasil no momento – Lincoln Gordon
– comprovam o envolvimento estadunidense na ditadura militar brasileira.
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O golpe – Inicio da ditadura
Atos institucionais eram decretos e normas, muito utilizados durante a ditadura – eles
davam plenos poderes aos militares e garantiam a sua permanência no poder. Dentre
as principais medidas asseguradas pelo AI 1 estava o fim das eleições diretas, isto é,
a partir desse momento, as eleições para presidente seriam feitas pelo Congresso
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Nacional e não pela população. Nesse mesmo governo, as eleições diretas estaduais
também foram suspensas e em 1967 uma nova Constituição entrou em vigor.
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Costa e Silva e o AI-5
O governo de Costa e Silva (1967-69) foi marcado por muita repressão, violência,
tortura aos opositores do regime e restrição aos direitos políticos e à liberdade de
expressão.
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Médici e o “milagre econômico”
Além disso, o período também ficou conhecido como o “milagre econômico”. Isso
porque algumas medidas econômicas adotadas pelo governo como a restrição ao
crédito, o aumento das tarifas do setor público, a contenção dos salários e direitos
trabalhistas, e a redução da inflação resultaram em taxas de crescimento do PIB
acima de 10% e grandes investimentos em infraestrutura.
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O crescimento da economia somado à euforia após a conquista do tricampeonato
mundial de futebol levou o governo militar a adotar campanhas publicitárias ufanistas,
como “Brasil, ame-o ou deixe-o” ou “Ninguém mais segura esse país”. Você talvez já
tenha ouvido falar delas, não é mesmo?
Esse “milagre”, no entanto, deixou uma dívida externa muito grande para o país –
equivalente hoje a uma dívida no valor de US$ 1,2 trilhão, muito maior que a atual,
cujo valor registrado em 2017 foi de US$ 37,36 bilhões. Isso significa que o “milagre
econômico” gerou na realidade a dependência brasileira por empréstimos externos
nos anos que seguiram.
Em 1971, foi promulgado um decreto-lei que tornava ainda mais rígida a censura à
imprensa, os grupos de esquerda sofriam fortes repressões e foram criadas
instituições para lutar contra eles, como o Departamento de Operações Internas (DOI)
e o Centro de Operação da Defesa Interna (CODI). Estes órgãos eram utilizados
como centros de aprisionamento e tortura e estavam localizados nas principais
cidades do Brasil.
Geisel (1974-79) iniciou seu governo com uma abertura política lenta, gradual e
segura. Na prática, isso significava a transição para um regime democrático,
mantendo os grupos de oposição e movimentos populares excluídos dos processos
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de decisão política. Essa transição também tinha como razão o desgaste das Forças
Armadas após anos de repressão, violência e restrição à liberdade.
Uma polêmica sobre a Lei de Anistia é que ela excluía os guerrilheiros condenados
por atos terroristas, mas incluía os agentes de repressão policial e militar,
responsáveis por violações aos direitos humanos, como torturas e mortes.
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por todos os militares, algumas alas desejavam manter a ordem vigente. Considerado
um ato de terrorismo, militares contrários à abertura explodiram uma bomba num
centro de convenções no Rio de Janeiro durante uma comemoração ao dia do
trabalho, em 1981. Neste caso também não houve investigações ou punições.
Diretas Já!
Manifestações pelas eleições diretas para a presidência da
República no Plenário da Câmara dos Deputados.
Durante a ditadura militar, motivados por ideais socialistas, foram criados grupos
armados de esquerda que acreditavam que outro sistema poderia resolver as
injustiças sociais geradas pelo capitalismo. Esse não foi um movimento exclusivo do
Brasil, as revoluções armadas aconteceram ao longo da história, especialmente
quando “pegar em armas” se mostrava como o único caminho possível para lutar
contra o autoritarismo do regime militar.
Esses grupos agiam na clandestinidade e muitos guerrilheiros afastaram-se da vida
civil para planejar e executar suas ações. Para combater a luta armada, os militares
utilizaram inúmeros recursos jurídicos, políticos e militares. A tortura foi uma das
formas que o Estado utilizou para conseguir informações sobre esses grupos e suas
estratégias e enfraquecer sua atuação.
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É verdade que houve crescimento econômico, porém sem distribuição de renda.
Também é verdade que outras ditaduras na América Latina foram mais violentas do
que aqui. Entretanto, sabe-se que este foi um período de restrição das liberdades de
expressão, e que a violência e a tortura foram utilizadas como a principal forma de
repressão. Apesar de página dura da nossa história, conhecer esse momento político
contribui para o entendimento da nossa sociedade e para prevenir que os valores
democráticos sejam desrespeitados novamente.
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Nova República (1985 até hoje)
Período e significado
A Nova República é um período da História do Brasil que tem início com o final da
Ditadura Militar (1985) até os dias de hoje. Ou seja, este período começa com a saída
do general Figueiredo da presidência do Brasil e a entrada de um civil no cargo, José
Sarney. Esta fase da História do Brasil também é conhecida como Sexta República.
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Esse período da história política brasileira, conhecido como Nova República,
teve em início em 1985 com eleição indireta de Tancredo Neves para
presidente no Colégio Eleitoral. O vice de Tancredo, José Sarney, fora
ligado ao regime militar. Até pouco tempo antes, era presidente da Arena,
partido de sustentação da ditadura, e do PDS, herdeiro daquela legenda.
Assembléia Constituinte
O mandato de Sarney foi extremamente conturbado e ambíguo. Vários
ministros tinham sido aliados da ditadura, assim como o presidente. Na
economia, a crise provocou uma verdadeira convulsão social, com diversas
mobilizações pelo país. Para reprimi-las, Sarney fez uso do arcabouço
autoritário da ditadura, ou seja, dos dispositivos legais que não tinham sido
abolidos com o fim do regime militar.
Do ponto de vista político, seu governo manteve uma relação clientelística
com os parlamentares, negociando cargos, liberando verbas e concedendo
emissoras de rádio e TV em troca de apoio. Assim, o presidente conseguiu
aprovar a polêmica extensão de seu mandato, prorrogado em mais um
ano. O próprio Sarney foi acusado de corrupção por uma CPI.
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Na economia, seu governo foi marcado pela inflação descontrolada, por graves
problemas nas contas públicas, pela moratória ao FMI e por planos que tentaram
resolver os desajustes econômicos. No total, foram 4: Cruzado 1 e 2, Bresser e Verão.
Com eles o Brasil mudou de moeda duas vezes, passando de Cruzeiro para Cruzado
e depois para Cruzado Novo. Apesar de algum sucesso inicial, todos fracassaram.
Em 1987, a inflação era de 20% ao mês.
Impeachment
Em 1989, o Brasil elegeu seu primeiro presidente pelo voto direto depois de quase 30
anos, Fernando Collor de Mello. Em seu curto governo, Collor lançou dois planos
econômicos, mudando a moeda do país para Cruzeiro novamente. No final de 1990,
a inflação acumulada em um ano tinha passado de 1000%. O plano Collor 1 confiscou
os depósitos em poupança acima de 50 mil cruzeiros de todos os brasileiros. Com
seu fracasso, veio o Collor 2, que igualmente não conseguiu controlar os desajustes
econômicos.
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amigos e ministros. Era a chamada “República de Alagoas”, em alusão ao estado de
origem do presidente. Uma CPI foi criada para investigar as denúncias e Collor foi
afastado do cargo. Em dezembro, ele renunciou à Presidência. Mesmo assim, o
Senado votou por seu “impeachment” e pela suspensão de seus direitos políticos.
Plano Real
Com a saída de Collor assumiu o vice Itamar Franco, que fez um curto governo de
coalizão nacional, visando superar a crise política deixada pelo ex-presidente. Itamar
teve sucesso em atrair para o governo quase todas as forças políticas da época,
fazendo uma transição pacífica para seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso.
FHC era ministro da Fazenda quando o Plano Real foi lançado. Foi o primeiro pacote
econômico a produzir resultados efetivos e duradouros desde os anos 1980. Seu
sucesso foi determinante para a vitória de FHC em 1994. O Brasil mudou novamente
de moeda: de Cruzeiro para Cruzeiro Real e depois para Real, que permanece até
hoje. Com a estabilização econômica, o país conseguiu melhorar os indicadores
sociais.
O governo FHC deu continuidade às políticas liberais iniciadas por Collor, com a
privatização de grandes empresas públicas. Em 1997 também foi aprovada a
polêmica emenda da reeleição, que permitiu a FHC disputar mais um mandato,
quando derrotou Luiz Inácio Lula da Silva (era a terceira vez consecutiva que Lula se
candidatava ao cargo e perdia).
Em 2002, Lula foi eleito presidente da República. Seu governo manteve a estabilidade
política e econômica alcançada nos anos anteriores. Com as bases lançadas por
Itamar e FHC, Lula pode aprofundar várias conquistas, ampliando e redirecionamento
programas sociais. Do ponto de vista econômico, o Brasil se beneficiou de um bom
momento internacional, o que lhe permitiu projetar-se como um país importante, com
ativa participação e liderança em fóruns no exterior.
Em seu primeiro mandato, Lula enfrentou uma grave crise política, o chamado
mensalão, com denúncias de corrupção que atingiam seu partido, o PT, e alguns de
seus principais auxiliares. Apesar da crise, foi reeleito e conquistou altos índices de
aprovação pessoal e de governo até o final do mandato. Em 2010, conseguiu fazer a
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sucessora, Dilma Rousseff. Sua vitória, ocorrida no momento em que a Nova
República completava 25 anos, evidenciou a consolidação do regime democrático no
Brasil.
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O parecer da Câmara foi imediatamente enviado ao Senado, que também formou a
sua comissão especial de admissibilidade, cujo relatório foi aprovado por 15 votos
favoráveis e 5 contrários.
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Bibliografia:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
1995.
LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2000.
DEL ROIO, Marcos. Resenha de: SAES, Décio. República do capital: capitalismo e
processo político no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2001, 136 p. São Paulo, Boitempo,
v.1, n. 14, 2002, p. 175-179. Palavras-chave: Capitalismo; Política; Brasil.
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