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HISTÓRIA DO BRASIL

República da Espada
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REPÚBLICA DA ESPADA

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA PRIMEIRA REPÚBLICA

REPÚBLICA DA ESPADA / DOS MARECHAIS (1889-1894)

Ao Marechal Deodoro da Fonseca é atribuída a Proclamação da República


no dia 15 de novembro de 1889. Quando ele sai, em 1891, assume o Mare-
chal Floriano Peixoto, conhecido como o Marechal de Ferro. Deodoro da Fon-
seca tem muitos princípios monarquistas e tanto ele quanto Floriano Peixoto são
conhecidos pela centralização.

O PÓS-PROCLAMAÇÃO

• Golpe organizado por um grupo de militares liderado por Deodoro da Fon-


seca, que se tornou presidente com o Marechal Floriano Peixoto como vice;
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• A representatividade popular não foi alcançada e as elites provinciais pas-


saram a exercer forte influência;
• Paulistas, mineiros e gaúchos defendiam uma postura federalista e um
perfil de representatividade do cidadão (por meio de um presidente eleito
por um congresso);

O declínio do Império se dá por algumas razões e a questão militar é uma


delas. O positivismo defendia uma república estatal, militarizada, que é diferente
do que hoje consideramos democracia ou república. Uma das características é a
centralização e a exclusão do povo, da massa. No processo não há participação
do povo, o que resulta numa pouca simpatia pelo “golpe”, que parece ser uma
característica do Brasil. Não é o povo que escolhe o Marechal Deodoro da Fon-
seca para primeiro Presidente do Brasil.
Quando se fala de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul quanto
a uma postura federalista, esta está relacionada à independência dos Estados
Unidos, uma referência que se dá à autonomia provincial.
O federalismo está associado ao princípio da autonomia e questiona o poder
centralizador que reporta ao 2º Reinado de Dom Pedro II, que, graças ao poder
moderador, governou durante quase 50 anos.
Na Federação o ente é independente e faz parte de um conjunto.
O Marechal Deodoro da Fonseca, até pela sua condição de militar, pensa na
centralização, que resulta em vários choques.
A República da Espada, como é denominado o período desses dois militares,
é um período conturbado porque a República ainda não vingou.
• Clima de rivalidade entre a Marinha, associada ao monarquismo e o Exér-
cito, enaltecido pela Guerra do Paraguai e pela influência no atual governo
republicano;
• Regime positivista (construção da mentalidade do soldado-cidadão, da
maior participação dos militares na sociedade);

“Ordem e Progresso”, lema da bandeira e do positivismo (Ordem: República


forte, disciplinada pelos militares; Progresso: desenvolvimento técnico e o cres-
cimento industrial);
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• Deodoro e Floriano eram contrários ao liberalismo e defendiam um poder


executivo forte, quase uma ditadura republicana;
• O caráter federalista (descentralização republicana) era uma ameaça, por
possibilitar uma futura fragmentação do país;

No final do 2º Reinado, havia vários adeptos da República, mas não foram


esses republicanos que a proclamaram, mas sim os militares, porque, se o fizes-
sem, os militares retomariam o poder e o devolveria a dom Pedro II. Os militares
têm uma ideia republicana positivista, mas não têm capacidade de governar uma
República na qual fossem contrariados. Findo o período da República da Espada,
o poder caiu nas mãos dos republicanos civis, entre eles Prudente de Morais.
• A proclamação aproximou as políticas entre Brasil e EUA;
• Política diplomática brasileira migrou de Londres para Washington;
• Disputa pela riqueza da borracha com os bolivianos;
• Disputa pelo Acre, só resolvida em 1903 com a assinatura do Tratado de
Petrópolis no governo de Rodrigues Alves;
• O Brasil pagou uma indenização de 2,5 milhões de libras pelo reconheci-
mento do Acre pelos bolivianos;

O mundo já está num contexto da segunda fase da Revolução Industrial. Não


se fala mais apenas em carvão e ferro, fala-se em aço, automóveis, pneus de
borracha e na Amazônia existe o látex que gera a borracha. Brasileiros se deslo-
caram para a Bolívia, e são tantos os brasileiros naquele país e a exploração do
látex é tão válida, que o Brasil adquire o território que hoje é o Estado do Acre.

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Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
e Distrito Federal

REPÚBLICA DA ESPADA / DOS MARECHAIS (1889-1894)

GOVERNO DEODORO DA FONSECA (1889-1891)

Deodoro da Fonseca é o responsável pela primeira Constituição republicana.


A anterior, de 1824, estabelecia que o Brasil era uma monarquia hereditária.

CONSTITUIÇÃO DE 1891

• 1ª Constituição republicana, promulgada em 24 de fevereiro de 1891;


• Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, foi o principal redator;
• Influência da Constituição norte-americana (República federativa liberal);
• Estados da federação (antigas províncias) receberam certos direitos;
• Tripartição dos poderes, harmônicos e interdependentes;
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É o fim do poder moderador, que no 1º e 2º reinado era o quarto poder (exe-


cutivo, legislativo e judiciário). Agora os poderes existem para se fiscalizarem
mutuamente e interagirem.
• Bicameralismo (Câmara dos deputados e Senado federal);
• Senador com mandato de 9 anos e deputados com 3 anos, tendo sua quan-
tidade estipulada pela população do Estado;
• O corpo de ministros seria de acordo com a vontade do presidente;
• Validava a separação da Igreja e do Estado (Laicização do Estado);

Deixa de existir no Brasil uma religião oficial.

• Liberdade religiosa e o direito à certidão de casamento;


• Concessão à naturalização aos imigrantes (atração de capitais estrangei-
ros e a permanência de imigrantes diversos, principalmente aqueles favo-
recidos pela liberdade religiosa);
• O café era a base do crescimento industrial nacional, primeiro de tudo,
porque proporcionava o pré-requisito mais elementar de um sistema indus-
trial, a economia monetária.

A REFORMA FINANCEIRA DE RUI BARBOSA (CRISE DO ENCILHA-


MENTO)

Rui Barbosa apela à especulação com investimentos de alto risco, apostas,


incentiva a criação de muitas empresas e a grande produção de moeda, que
acaba gerando uma desvalorização da mesma. Por administrar mal, surgem
várias empresas “fantasmas”, mais ou menos o que viria a acontecer na crise de
1929.
Encilhamento é uma palavra associada a corridas de cavalos, a apostas, por-
tanto, uma aposta de lucratividade e não uma certeza.
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Estimulo à concessão de crédito e emissão de papel moeda; intuito de incen-


tivar o desenvolvimento econômico nacional. Problemas:
• Muito dinheiro no mercado sem um correspondente crescimento econô-
mico;
• Os cafeicultores sentiam-se ameaçados pela política que beneficiava indus-
triais e novos investidores;
• Desvalorização da moeda e surgimento de empresas fantasmas;
• Crise econômica, inflação e falências múltiplas;

Quando, no 2º Reinado, o Barão de Mauá tentou industrializar o país, a elite


cafeeira começou a boicotar porque o crescimento de riqueza já não estava
ligado à terra, mas sim às indústrias e a um comércio diferente do que era pra-
ticado na cafeicultura. Dom Pedro II abandonou o Barão de Mauá que, sem a
ajuda do governo, faliu. Novamente há um boicote dos fazendeiros, temerários
com esse crescimento urbano e industrial que lhes tiraria a condição de elite pri-
vilegiada.

• Regime autoritarista, prezando pela redução da autonomia dos estados,


evitando uma possível fragmentação territorial;
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• As divergências com as oposições partidárias ao governo, fez Deodoro


fechar o Congresso, contrariando a Constituição de 1891;
• 1ª Revolta da Armada em 1891: Marinha insatisfeita com sua condição
política e militar inferiorizada em relação ao Exército e ao Governo;
• Um clima de divergências entre opositores florianistas nas forças armadas
e o Governo Geral, favoreceram a renúncia de Deodoro em 1891;

GOVERNO FLORIANO PEIXOTO (MARECHAL DE FERRO) (1891-1894)

• Não se identificava com o liberalismo e a descentralização;


• Governo forte com apoio da juventude militar e seu desejo de estabilização;
• Reabriu o Congresso e tomou medidas que beneficiaram os cafeicultores,
com a ajuda do partido republicano paulista;
• Postura paternalista, com obras públicas que favoreciam a geração de
empregos ao povo;
• Tentou conciliar interesses, sem romper com o conservadorismo inicial;
• A 2ª Revolta da Armada (1893-1894): manteve a mesma postura do
governo de Deodoro, pressionando Floriano a renunciar, deixando a presi-
dência para o Almirante Custódio de Melo;
• A revolta não teve êxito, justamente pelo apoio de grupos expressivos da
sociedade, fruto da política de conciliações.

A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (1893-1895)

• Partido Republicano Rio-Grandense (Júlio de Castilhos);


• Baseava-se em ideias positivistas, compactuava com o governo de Flo-
riano e era amparado pelas novas elites;
• Partido Federalista do Rio Grande do Sul (Gaspar da Silveira Martins);
• Almejavam um governo parlamentar, com autonomia estatual e eram ampa-
rados pelas antigas elites do império;
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• O conflito civil entre Castilhistas (ou pica-paus) e Gasparistas (maragatos)


gerou instabilidade no governo de Floriano, principalmente após a união
entre federalistas e os revoltosos da armada.

Gumercindo Saraiva (centro): um dos líderes da Revolução Federalista

No dia 15 de novembro de 1894, Prudente de Moraes assumiu a presidência


da república, e Floriano saiu da vida pública por livre e espontânea vontade.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. O lema "Ordem e Progresso" inscrito na bandeira do Brasil, associa-se aos:


a. monarquistas.
b. abolicionistas.
c. positivistas.
d. regressistas.
e. socialistas.

2. A política financeira, conhecida como encilhamento, foi proposta pelo Ministro:


a. Campos Sales
b. Quintino Bocaiúva
c. Benjamim Constant
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d. Rui Barbosa
e. Aristides Lobo

3. Com a instalação da República no Brasil, algumas mudanças fundamentais


aconteceram. Entre elas, destacam-se:
a. a militarização do poder político e a universalização da cidadania.
b. a descentralização do poder político e um regime presidencialista forte.
c. um poder executivo frágil e a criação de forças públicas estaduais.
d. a aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos e a instituição do voto
secreto.
e. a fundação do Banco do Brasil e a descentralização do poder político.

Comentário
a) Na instalação da República não houve a participação do povo.
b) Embora os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto fossem
centralizadores, não conseguiram evitar que surgissem forças regionais,
como o Partido Republicano do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de São
Paulo. Por mais que o regime presidencialista fosse forte, houve um incentivo
à autonomia em outros.

GABARITO

1. c
2. d
3. b

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.
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