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Capitulo I
Capitulo II
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Capitulo I
1 CABANAGEM – 1835 – 1840
• JANEIRO DE 1835
“A coluna de Antonio Vinagre, com uma ação relâmpago, ocupou o Quartel dos Corpos de
Caçadores e de Artilharia; vários soldados, que nele se encontravam, aderiram ao movimento e
se uniram aos revolucionários, confraternizando com eles. As colunas de Aranha, Geraldo e
Angelim ocuparam o Palácio do Governo sem resistência da guarda. Foram à cadeia publica e
libertaram presos políticos, da capital e do interior. Vários oficiais portugueses, encontrados
armados no caminho, caíram mortos pelas armas. Lobo de Souza cercado pelos cabanos andava
como louco. Domingos Onça deu-lhe um tiro com mão tão certeira que o prostou sem proferir
uma só palavra!
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Com a posse do arsenal de guerra, os cabanos depois de apenas quatro horas alcançaram, pela
eficiência organizacional, o controle completo de Belém. No mastro do Forte do Castelo, no
Palácio e no arsenal, era içada (levantada) a flâmula (bandeira) vermelha, distintivo da luta
popular contra o despotismo” (In P. di Paolo).
• FEVEREIRO DE 1835
Após a vitória na capital, foi necessário organizar o governo. Os cabanos foram
a Fortaleza da Barra libertar os presos políticos, entre os quais Félix Malcher. O
governo cabano foi formado e dirigido por Malcher, iniciando-se o 1º governo cabano.
Mas, em consequência do seu autoritarismo, Malcher foi logo deposto. Os lideres
cabanos alegaram, dessa vez, um deles como presidente Francisco Pedro Vinagre.
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Imagem 03: Francisco Pedro Vinagre, segundo presidente cabano
Fonte: www.Google.com.br, 2015.
“E, vendo que a sua posição cada vez mais se agravava na capital, perdida a esperança de ser-
lhe entregue o governo da província, resolveu voltar a Cametá e lá fazer reconhecer a sua
autoridade perante a câmara municipal” (Di Paolo).
“O cabano legitimado por uma revolução, e o legal que não tinha legitimidade e estava apenas
apoiado na força militar da esquadra da Marinha Imperial” (Ítala B. da Silveira).
• JULHO DE 1835
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Esse déspota, caros patrícios, em menos de três dias, tem mandado prender mais de trezentos
paraenses, arrastados pelas ruas da cidade, espadeirados38, fuzilados e carregados de pesadas
cadeias, nos porões dos navios de guerra, no numero de presos conta-se o corajoso e ilustre Sr.
Francisco Pedro Vinagre, que lhe entregou a presidência e outros muitos cidadãos
conspícuos39 comprometidos na revolução” (In: P. di Paolo).
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3)O que fez Ângelo Custódio ao ser impedido de tomar posse, em Belém, no mês de fevereiro?
4)Qual foi o ponto de vista de Eduardo Angelim sobre a atuação de Manoel Jorge Rodrigues?
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36 Efusão: derramamento.
37 Patrício: conterrâneo, compatriota, que nasce na mesma terra.
38 Espadeirados: atravessados por espadas.
39 Conpíscuo: notável, ilustre.
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Imagem 04: Ataque cabano ao trem de guerra de Vigia (antigo deposito de armamento) pintura de
Gerson Pinto, 1991.
Fonte: História do Pará, Estante da Amazônia, p.103, 1997.
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interna entre os cabanos. Havia também, a situação indefinida dos escravos. Por
exemplo: como seria feito o reconhecimento pela participação deles? Era possível
libertá-los? Como deveriam ser libertados? Essas situações contribuíram
decisivamente, para o enfraquecimento do governo.
O ultimo mês do governo de Angelim foi marcado pelo bloqueio militar do
novo Presidente da Província o General Soares de Andréia, com 18 navios de guerra.
Angelim teve que proclamar a retirada dos cabanos.
O General Andréia dispôs de mais de 2.000 homens para impor o poder legal.
Nenhuma força organizada se opôs a ele: os principais líderes intelectuais eram
eliminados e os lideres populares estavam refugiados no interior, no sertão. O clero e
os militares estavam todos do lado da legalidade.
Apesar de tudo, foram necessários quatro anos para que o General Andréia
destruísse, um por um, os que tantas vezes o ameaçaram: os cabanos e também todas as
pessoas do seu meio social, mulheres, idosos, que constituíam a classe social dos pobres.
O General governou violentamente. Todos os meios eram usados para destruir
os inimigos da classe alta, que ele defendia.
No ano de 1838, foi criado por Andréia o Corpo de Trabalhadores, com o
objetivo de suprir a escassa mão-de-obra e sufocar de imediato o movimento cabano.
Era uma estratégia repressiva.
Depois de tantos anos de luta, o povo estava exausto. Assim, quando, em 1840,
o novo presidente da Província, Bernardo de Souza Franco, paraense de nascimento,
ofereceu aos cabanos enfraquecidos uma anistia (perdão), 4.000 cabanos aceitaram.
O ultimo grupo cabano entregou as armas a 25 de março de 1840, em Maués,
cidade do atual Estado do Amazonas.
É o fim da cabanagem. O governo legalista venceu pelo terror.
30.000 mortos, ou seja, a quinta parte do total da população que na época era de
cerca de 150.000 habitantes.
A cabanagem causou até extinção de muitos povoados, freguesias e vilas
habitadas por tapuios e mestiços.
Certamente que na cabanagem, não foi somente uma revolta de caráter popular,
mas sim, uma luta política e desejo de poder, influenciada por uma aristocracia que
desejava tal idéia de independência nos ideais revolucionários do século XVIII,
estudantes, militares, fazendeiros etc.
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Se bem que a maioria usada nessas lutas foram os menores, os pobres escravos,
mestiços, índios e brasileiros entre si, tanto é que o nome do movimento foi carregado
em cima dos ombros dos pobres e não dos políticos, intelectuais e fazendeiros.
O nome cabanagem deriva das moradias em que os pobres caboclos e índios da
região viviam, em estado de miséria e pobreza, suas casas de palha e pau a pique
chamavam-se cabanas, o que caracterizou e nomeou tal revolução, que sacudiu todo o
Estado.
Imagem 06: Moradia típica da Amazônia, em que residia a maioria dos cabanos
Fonte: www.Google.com.br, 2015.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2)A partir da entrada do General Soares de Andréia, como ficou a situação do governo
Cabano? Explique.
CAPITULO II
O CENÁRIO AMAZÔNICO DE 1850 ATÉ 1975
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1 AS NOVAS DIVISÕES TERRITORIAIS DO PARÁ
1.1 A INDEPENDÊNCIA DO AMAZONAS
A Cabanagem sem duvida foi um fato marcante na vida e História da parte
humana da Amazônia em especial o Estado do Pará. Pois a idéia da revolução requeria
vida, assistência, liberdade e melhor atenção da esfera governamental a uma população
pobre, sofrida e esquecida. É nesse momento que se inicia a partilha do tão grande
Estado do Grão Pará.
E surtiu efeito, com o fim da revolução cabana, no ano de 1850, começaram as
novas divisões territoriais na Amazônia. Para melhor o Governo imperial administrá-
la; frisando que a origem da região Norte, está no Estado do Pará a partir da Fundação
de Belém em 1616, como foi abordado anteriormente. Inicia-se o processo geográfico
com a independência do Amazonas, na época quando era a Capitania do Rio Negro o
Estado manteve-se fiel ao governo imperial e não aderiu à revolta. Como espécie de
recompensa, o Amazonas se tornou uma província autônoma em 1850, separando-se
definitivamente do Pará. Com autonomia, a capital voltou para esta última, Capitania
do Rio Negro, renomeada como “Manaus” em 1856.
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Capitania que lhe fora confiada. Assim que atendeu as necessidades das demarcações
requeridas pelo Tratado de Madri (1750), em 1753 incursionou sobre a povoação
espanhola de Santa Rosa Velha, na margem direita do Guaporé, e ali fez instalar um
pequeno posto de vigilância (uma "guarda"), sem modificar o nome do local para evitar
protestos dos vizinhos espanhóis. Mais tarde, diante da solicitação do governador de
Santa Cruz de la Sierra para a imediata evacuação do posto, Rolim de Moura
transformou a antiga Guarda em um forte, sob a invocação de Nossa Senhora da
Conceição (Presídio de Nossa Senhora da Conceição 1759).
Com o declínio da mineração, e a Independência do Brasil, a região perdeu
importância econômica até que, ao final do século XIX, com o auge da exploração da
borracha, passou a receber imigrantes nordestinos para o trabalho nos seringais
amazônicos. Houve então a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em
virtude da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903).
A partir de então se deu inicio na independência do território Guaporé, atual
Estado de Rondônia, este nome Rondônia que surgiu posteriormente, foi em
homenagem a Marechal Rondon, que muito trabalhou neste território em suas políticas
indigenistas a favor dos índios.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2.1 A BORRACHA
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mundial pela borracha aumentou e a exploração da borracha da Amazônia cresceu
junto com esse aumento da procura.
O grande crescimento populacional se deu após 1900. Isto porque as
dificuldades tecnológicas para industrialização da borracha foram resolvidas e ela
passou a ser utilizada em todo o mundo. Quando se inventou o processo de
vulcanização40 da borracha, ela pode servir para mil e uma finalidades, pneus de
bicicletas, carros e caminhões, capas de sapatos, material para hospital, como luvas e
tubos etc.
As bolas de borracha que hoje são comuns antes faziam muito sucesso, porque
batiam no chão e saltavam para cima, parecendo desafiar a lei da gravidade. Isto tudo
era novidade na Europa e Estados Unidos, lembrando que algumas tribos indígenas da
Amazônia conheciam a borracha natural e sabiam fazer bolas de borracha feitas
artesanalmente.
O Brasil se tornou o maior produtor mundial de borracha natural. A floresta
amazônica era rica em seringueiras, que estavam espalhadas especialmente pelas terras
do Acre, Amazonas e Pará. (na época não existia ainda borracha sintética).
Datam dessa época da borracha belas e grandes construções, que foram feitas ou
ampliadas com os lucros e exportação do produto. É o caso do Teatro da Paz em
Belém, em que data de 1878, mais foi ampliado no final do século e o Teatro Amazonas
em Manaus, recebiam artistas famosos do mundo europeu, que vinham se apresentar
na Amazônia.
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40 Vulcanização: submeter a borracha a uma elevada temperatura, com enxofre, a fim de torná-la
insensível ao calor, ao frio, impermeável e elástica.
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Imagem 07: Teatro Amazonas, em Manaus construído no auge da borracha
Fonte: Google, 2013.
Observe na tabela abaixo que entre 1900 e 1920 a população da região Norte
dobrou. Estima-se que entre 1900 e 1910 tenham chegado a Amazônia perto de
300.000 nordestinos, então o que se perdeu de vidas na cabanagem, rapidamente se
recuperou muito mais na borracha.
Tabela 05: evolução da população da região Norte (censo demográfico de 1890 a 1960).
Fonte: IBGE – Censos Demográficos de 1890 a 1960.
1890 476.370 Até 1900 a Região Norte era formada pelos Estados do
46% Amazonas e Pará. As áreas do Amapá, Rondônia, Acre,
1900 695.112 Roraima pertenciam a esses Estados.
107% Em 1920 e 1940 já existiam 3 unidades federais na
1920 1.439.052 Região Norte: o Amazonas, Pará e o território do Acre.
2%
1940 1.462.420 Em 1950 e 1960 existiam, então, os dois Estados:
26% Amazonas e Pará e 4 territórios (Rio Branco, que hoje
1950 1.844.655 é Roraima; o território do Acre, o território do Amapá
41% e o território do Guaporé, que depois passou a se
1960 2.601.519 chamar Rondônia). Atualmente os 4 antigos territórios
são Estados.
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Na época, a Malásia era uma colônia inglesa. Os ingleses roubaram mudas
seringueiras da Amazônia, reproduziram-se em estufas aquecidas e plantaram as mudas
na Malásia. A seringueira “hevea brasiliensis” se adaptou bem ao clima da Malásia, em
poucos anos estava produzindo muito mais do que a Amazônia, e por isso pode vender
a borracha por um preço bem mais barato. Por isso Europa e Estados Unidos passaram
a comprar a borracha asiática.
Um fator que também contribuiu para o declínio da borracha amazônica foi o
imenso numero de pragas que atacavam os seringais, então a monocultura41 de
seringueiras na Amazônia não teve sucesso, por que as arvores foram atacadas, isso
tem ocorrido com frequência em varias tentativas de monocultura na Amazônia: a
seringueira foi atacada pela vassoura de bruxa, a pimenta do reino pela fusariose. Como
o clima da região e quente e úmido, ele torna propício o desenvolvimento de fungos e
pragas diversas. Mas quando há uma variedade de espécies plantadas, a floresta
consegue se defender melhor das pragas e fungos.
Quando a Amazônia deixou de ser produtora exclusiva, os europeus e
americanos passaram a comprar de quem vendia mais barato.
Milhares de pessoas ficaram desempregadas na região. Assim sendo entre 1920
e 1940 a população da Amazônia praticamente não cresceu. A exportação da borracha
caiu tanto que em 1930 ela correspondia apenas 1% da exportação mundial. A tabela
abaixo reforça as informações.
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41 Monocultura: mono – um, monocultura significa uma só espécie plantada numa área.
Tabela 06: produção, consumo e preços mundiais da borracha: 1900 – 1919.
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Fonte: História econômica da Amazônia, 1980.
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O TRABALHO DO SERINGUEIRO
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Imagem 09: Mulher trabalhando na defumação nas bolas de látex
Fonte: Wikipédia, 2015.
2.4 O AVIAMENTO
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Sistema de aviamento
Tabela 07: sistema de aviamento
Fonte: Wikipédia, 2015.
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automobilística Ford em Detroit, Estados Unidos e também fornecer borracha na
segunda guerra mundial.
Baseando-se nos conceitos do inglês Henry Wickman, que levou para a
Inglaterra as famosas 70.000 sementes de seringueira da Vila de Boim próximo a
Fordlândia em 1876, Henry Ford acreditava que tal território era o paraíso da
seringueira. E também tais entusiasmos se reforçavam com a teoria do empresário
brasileiro Jorge Dumont Villares que antes de Henry Ford já havia feito plantações de
seringueiras naquelas terras, através de uma concessão de 2 anos cedida pelo
Governador do Pará na época Dionísio Bentes.
“Naquele tempo depois de todas essas teorias sobre o território, que eram terras de Jorge
Dumont Villares, incutiram na cabeça do Henry Ford que lá seria o santuário da seringueira,
ele não pensou duas vezes, veio dos Estados Unidos parou em Belém e de Belém pegou o rio
Tapajós e foi direto naquelas terras” (Cristóvão Senna, 2008). Trecho do Documentário,
Fordlândia, 2008.
“Transfere, para todos os efeitos legais, a Companhia Ford Industrial do Brasil a concessão de
1.000.000 de hectares de terras devolutas dadas por opção a W.L. Reeves Blakeley nos
municípios de Itaituba e Aveiro e a de parte da concessão de terras nos mesmos municípios
dadas a Jorge Dumont Villares e transferido aquele. Dionísio Bentes.” (LIRA, p. 40, 2014).
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De todos esses 1 milhão de hectares é derrubado 10 por cento, para as
instalações da Companhia Ford Industrial do Brasil, a Companhia Ford inicialmente
leva toda a estrutura da cidade em dois navios o Lake Ormoc e Lake Farge. O processo
de instalação da cidade moderna nos padrões americanos em plena Amazônia foi de
1927 a 1934.
Muitos caboclos, nordestinos e até imigrantes deslocaram-se para Fordlândia,
pois ali havia uma esperança de uma nova vida, funcionários eram selecionados
rigorosamente e depois admitidos para o trabalho, a estrutura que havia em Fordlândia
era muito moderna para época, lá havia coisas que não existia em nenhuma capital
brasileira, modernas máquinas, hospital, escola e moradias de boa qualidade tudo para
dar conforto e segurança a seus funcionários.
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Em todas as regiões do Brasil, aliciadores tratavam de convencer trabalhadores
a se alistar como soldados da borracha para auxiliar na vitória aliada. Dizia-se que “na
Amazônia se junta dinheiro com rodo”. Os velhos mitos do eldorado amazônico
voltavam a ganhar força no imaginário popular, agora considerado o paraíso verde, a
terra da fartura, onde a seca não tinha vez.
O contrato de trabalho, que não devia repetir os abusos do sistema de
aviamento assinado entre seringalista e soldado da borracha, quase nunca foi
respeitado. A não ser para assegurar os direitos dos seringalistas. Todas as tentativas
de implantação de um novo regime de trabalho, como o fornecimento de suprimentos
direto aos seringueiros, fracassaram diante da pressão e poderio das casas aviadoras e
dos seringalistas, que continuavam dominando o processo da produção de borracha na
Amazônia.
O crescimento da produção de borracha na Amazônia nesse período foi
infinitamente menor do que o esperado, tão logo a guerra chegou ao fim, a se apressar
em cancelar todos os acordos referentes à produção de borracha amazônica. Era o fim
da Batalha da Borracha, mas não da guerra travada por seus soldados. Muitos soldados
da borracha que estavam dentro dos seringais não foram avisados do fim da guerra e
continuaram explorados pelo governo brasileiro, e analisando se perdeu muito mais
homens nos seringais do que na própria guerra.
Imagem 12: Cartazes do tempo da 2ª guerra mundial, que serviam para induzir soldados da
borracha a trabalharem nos seringais
Fonte: Wikipédia, 2013.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2)Que monumentos importantes hoje para região foram construídos com os lucros da borracha?
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4)Analise a tabela 6 e diga em que ano a produção de toneladas da borracha asiática
ultrapassou a produção da borracha amazônica? Descreva todos os dados.
8)Que razoes levaram Henry Ford a implantar o seringal nas antigas terras de Jorge Dumont
Villares?
A maior parte das terras da região Amazônica pertencia a União e aos Estados,
sendo portanto terras publicas, não eram terras particulares. Assim sendo, essas terras
podiam ser ocupadas pelas populações locais ou por quem viesse de fora, desde os
tempos coloniais, sem disputa e conflito.
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A Amazônia não estava ligada por estradas ao resto do Brasil, já que a primeira
estrada era a Belém-Brasília, foi aberta em piçarra em 1961. Mesmo aquelas poucas
terras que possuíam documento como sendo propriedades privadas, elas tinham um
preço de mercado muito baixo. O fato de não estarem ligadas ao restante do Brasil não
valorizava muito essas terras para venda.
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Imagem 13: Rodovia Transamazônica
Fonte: Wikipédia, 2013.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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4 Referencias
BRAGA, Theodoro. Apostilas de História do Pará. Belém: imprensa oficial do Estado, 1915.
DI PAOLO, Pasquale. Cabanagem: a Revolução Popular da Amazônia (2ª ed.) Belém: Cejup,
1986.
LIRA, Rísia Conceição Silva, O Príncipe dorme, a bela é historia: a memória textual,
iconográfica e cartográfica de Fordlândia. Belém: 2014.
SILVEIRA, Ítala Bezerra da. Cabanagem: uma luta perdida...Belém; Secult. 1994.
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