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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ


HISTÓRIA DA POLÍCIA

1908

“A farda não
é uma
veste, que se despe com facilidade e até com indiferença, mas outra pele,
que adere à própria alma, irreversivelmente para sempre”. (Alexander
Ivanovich Lebed. General Russo).

Maj. PM RR Jair Aurélio Santos Dias Antunes


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2016

POLÍCIA.

Aristóteles já dizia: Ubi societas ibi jus, onde houver sociedade haverá o
direito. A convivência entre os homens provocou o surgimento da sociedade, que
pode ser definida de maneira simples como todo complexo de relações do ser
humano com seus semelhantes.

O SURGIMENTO DA POLÍCIA

A Polícia surgiu quando os primeiros aglomerados humanos começaram a


se formar na face da terra.
Vivendo isolado, o homem agia livremente, sem limitação alguma a seus
atos. A sua natureza, entretanto, o levou a viver em sociedade. Com isso, surgiu,
inevitavelmente, o choque de interesses dessa vida em comum.
Como o aumento da raça humana tornou necessário disciplinar a vida de
cada um, de forma a satisfazer, num conjunto harmônico, as necessidades
comuns e os interesses individuais.
A disciplina, ou o conjunto de normas é o que se chama de Direito. Para
tutelar esse Direito, as sociedades organizadas criaram o Estado, repudiando a
justiça pelas próprias mãos.
O Estado passou a administrar a justiça e, com o desenvolvimento da
civilização, ampliou seu campo de atividades, conservando como função principal
à manutenção da ordem, a segurança e preservação dos bens sociais.
A instituição encarregada desse exercício chama-se Polícia, que se
tornou imprescindível em qualquer forma de governo monárquico, democrático ou
ditatorial.
Na Grécia Antiga, Platão considerava a Polícia como uma magistratura,
sem a qual nenhuma República poderia subsistir.
O Faraó Menés III, do Egito das Pirâmides, há milênios afirmou que a
Polícia era o principal e o maior bem do povo.
“Polícia é instituição sem a qual o homem não pode viver em sociedade”, afirmou
Vilegas Amorim. O professor Valdemar Gomes de Castro diz que “Polícia é
instituição destinada a assegurar a ordem pública interna, através da proteção
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dos bens jurídicos tutelados pelo Estado, prevenindo e reprimindo crimes e


atividade anti-sociais”.
Conforme o criminólogo norte-americano Tannenbaum, o crime é eterno
como a Humanidade, por ser fruto do instinto da agressividade, transformada em
violência. Logo o crime é contemporâneo das primeiras formas de vida grupal do
ser humano.
Igualmente eterno têm sido o combate e a repulsa ao crime, o que, de
alguma forma, encerra contradição, posto que, isolado e só, o homem não pode
viver, mas convivendo, isto é, vivendo em comum, agride-se, mutila-se, mata-se.
"Las histórias e liendas mas antiguas de los mas variados pueblos comezam por
hablarnos de homicidios, robos, corrupcions." (Huascar Cajias, Criminologia).
Uma das mais recuadas formas de repressão ao crime, foi a da Vingança
Privada que, ao correr dos milênios, buscou outras menos desumanas - Talião,
Composicio, castigos corporais e, finalmente, penas capitais e presídios. Estes,
os da Idade Média, foram qualificados, por Howard, de soturnos, tétricos e
lúgubres.
Extremamente deísta, o homem daqueles primórdios buscava na
Demonologia explicação para aquela sua ferocidade homicida, e nas mãos dos
chefes das tribos, clãs e das nações indígenas, era enfeixado o poder supremo do
julgamento e sentença do ofensor delinquente.
Foucault, em uma de suas obras, escreve sobre a criminalidade, esse
grave problema que a sociedade humana e as autoridades sempre tiveram que
enfrentar. Ainda aborda os métodos e meios coercitivos e punitivos adotados pelo
poder público na repressão da delinquência.

POLÍCIA
Em termos gerais, polícia é a atividade de vigiar, policiar. Muitos governos
tem uma instituição policial para aplicação de leis. Por extensão, o termo "polícia"
é também utilizado para designar as corporações e as pessoas que têm como
principal função o exercício daquela atividade.
Hoje em dia, o termo "polícia" está normalmente associado aos serviços e
agentes do estado nos quais o mesmo delega a autoridade para o exercício dos
seus poderes de polícia, dentro de um limite definido de responsabilidade legal,
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territorial ou funcional. Normalmente, aos agentes de autoridade policial é


concedido um poder para o uso da força no âmbito do cumprimento de leis.
A polícia é frequentemente associada a uma atividade civil, desempenhada
por agentes e corporações civis. No entanto, isso nem sempre acontece.
Exemplos flagrantes são polícias militares e as gendarmarias - segundo o
conceito internacional. Ambos os tipos são corporações militares, sendo o
primeiro tipo responsável por uma atividade militar de polícia (policiamento interno
das forças armadas) e o segundo tipo por uma atividade civil de polícia
(policiamento da população civil).
Apesar de ser normalmente associada exclusivamente à atividade de
aplicação da lei, a atividade policial é bastante mais abrangente. Para além da
preservação da lei e da ordem, a polícia pode incluir outras atividades como
o socorro em situações de acidente ou catástrofe, o planeamento urbano,
a educação de menores e até a assistência social
As designações das corporações policiais podem variar bastante e incluir
ou não o vocábulo "polícia". Designações alternativas incluem os termos "força
espautori" (autoridade), "patrulha", "força pública" e "força de segurança". Os seus
membros podem ser designados por termos como "polícias", "policiais",
"agentes", "brigadianos" (sul do Brasil), "guardas", "bófias" (como em Portugal) ou
"patrulheiros". Alguns países têm designações peculiares para as suas
corporações e agentes de polícia. Nos EUA, os agentes das polícias urbanas,
rurais e estaduais são normalmente designados, respetivamente, "police officers"
(oficiais de polícia), "sheriffs" (xerifes) e "troopers" (tropeiro, trooper é uma
variante de "troop", significando "tropa"). Na antiga União Soviética, a polícia era
designada "мили́ция" [militsiya] (milícia), denominação ainda mantida em alguns
dos países da Europa de Leste. No Reino Unido, os agentes policiais são
genericamente designados "constables" (condestáveis), sendo, por extensão,
algumas corporações de polícia designadas "constabularies".

Etimologia
A palavra "polícia" tem origem no vocábulo latino "politia", que, por sua vez,
resultou da latinização da palavra grega "πολιτεία" [politeia], esta derivada de
"πόλις" [polis] que significa "cidade". Tanto "politia" como "πολιτεία" significavam
"governo de uma cidade", "cidadania", "administração pública" ou "política civil".
Na Grécia antiga, o termo "πολισσόος" [polissoos] ("πόλις" [polis] + σῴζω [sōizō],
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significando "eu guardo uma cidade") referia-se a uma pessoa encarregue da


guarda urbana.

Polícia na História

China antiga
A aplicação da lei na antiga China era realizada por "prefeitos". Estes
consistiam em funcionários do governo, que reportavam a autoridades superiores
como os governadores, os quais, por sua vez, eram nomeados pelo Imperador ou
outro chefe do respectivo estado. Os prefeitos superintendiam na administração
civil da respetiva prefeitura, sendo alguns deles responsáveis pela realização de
investigação criminal nas suas jurisdições, com uma função semelhante às dos
modernos agentes de polícia judiciária. Tal como os modernos agentes policiais
respondem perante os juízes, os prefeitos respondiam perante
os magistrados locais. Subordinados a cada prefeito, funcionavam subprefeitos,
que os auxiliavam na aplicação da lei.
O sistema de prefeituras desenvolveu-se em ambos os reinos de Chu e Jin,
durante o Período das Primaveras e Outonos (771 a 403 a.C.). Em Jin,
espalhados por todo o estado, existiam dúzias de prefeitos, cada qual dispondo
de uma autoridade limitada e cumprindo uma comissão de serviço durante um
período de tempo igualmente limitado. Posteriormente, o conceito do sistema de
prefeituras viria a alargar-se a outros estados da região, como a Coreia e o Japão.
O sistema de aplicação da lei na antiga China era também
consideravelmente progressista para a época, permitindo, por exemplo, que
mulheres exercessem o cargo de prefeitas.
Grécia antiga
Na Grécia antiga, os magistrados usavam escravos de propriedade do
estado como agentes de polícia. Em Atenas, existia um corpo especial de polícia,
composto por 300 escravos citas - conhecidos por "ῥαβδοῦχοι" [pabloucoi]
(portadores de varas) - que era empregue na manutenção da ordem pública em
reuniões populares e em distúrbios, bem em outras funções policiais como eram o
caso das detenções de criminosos e na guarda dos presos. A investigação
criminal e outras tarefas associadas à polícia moderna eram desempenhadas
pelos próprios cidadãos.
Império Romano
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Na maior parte do Império Romano, a segurança pública era assegurada


pelo Exército e não por uma polícia dedicada. As autoridades municipais também
contratavam vigilantes para complementar a segurança. A investigação criminal
estava a cargo de magistrados tais como os procuradores e os questores. Não
existia o conceito de acusação pública, tendo que ser a própria vítima de um
crime ou a sua família a encarregar-se da acusação.
Durante o reinado do Imperador Augusto (época em que a capital do
Império tinha atingido quase um milhão de habitantes), a cidade de Roma foi
dividida em 14 regiões (regiones), cada qual era protegida por sete coortes de
vigilância (cohortes vigilum), sendo cada uma das quais composta por
1000 vigiles (vigilantes). Os vigiles atuavam como bombeiros e guardas
nocturnos, com funções que incluíam a detenção de ladrões e a captura de
escravos fugidos. Eram apoiados pelas coortes urbanas (cohortes urbanae) que
funcionavam como forças de intervenção antidistúrbios, e mesmo - quando
necessário - pela Guarda Pretoriana.
Espanha medieval
Em vários reinos da Espanha medieval, especialmente no de Leão e
Castela, a manutenção da paz estava a cargo de associações de indivíduos
armados, conhecidas por "hermandades", que se viriam a dar origem ao primeiro
corpo policial nacional moderno. Uma vez que os reis espanhóis, muitas vezes,
não conseguiam oferecer uma proteção adequada às suas populações, no século
XII começaram a nascer ligas protetoras locais dedicadas ao combate contra o
banditismo e outra criminosidade rural, bem como contra o desrespeito das leis e
garantias locais por certos membros da nobreza. Além disso, dedicavam-se
ocasionalmente a apoiar certos candidatos ao trono.
Estas organizações surgiram inicialmente a título temporário, mas
acabaram por se tornar em instituições permanentes. O primeiro caso registado
da formação de uma hermandadade ocorreu quando as vilas e os camponeses do
Norte de Espanha se uniram para policiar os caminhos de Santiago e proteger os
peregrinos que se deslocavam a Santiago de Compostela.
Estas alianças foram frequentes durante a Idade Média, sendo formadas
por combinações de vilas e dedicadas à proteção das estradas que as uniam,
ocasionalmente estendendo o seu âmbito para fins políticos. Entre as mais
poderosas, estava a Liga dos Portos Bascos e Castelhanos do Norte e
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a Hermandad de las Marismas (formada porToledo, Talavera de la Reina e Vila-


real).
Um dos primeiros atos do governo dos Reis Católicos Fernando e Isabel foi
o de criar um eficiente e centralizado corpo de polícia sob a forma da Santa
Hermandade. A Santa Hermandade - a primeira corporação de polícia nacional
moderna - foi criada a partir da adaptação de uma hermandade já existente com a
função de polícia geral, sendo composta por agentes nomeados pela própria, aos
quais foram concedidos amplos poderes de jurisdição sumária, mesmo em casos
de importância capital. As hermandades originais continuaram a funcionar como
pequenas polícias locais, até à sua extinção em 1835.
França
Tiveram origem na França dois tipos de corporações policiais que viriam a
servir de exemplo a corpos do mesmo tipo em inúmeros países do mundo: a
gendarmaria e a polícia urbana.
A gendarmaria tem as suas origens em dois corpos policiais existentes
desde a Idade Média. Durante a Idade Média, existiam dois oficiais-mores
do Reino da França com funções policiais: o maréchal de France (marechal de
França) e o connétable de France (condestável de França). O marechal de
França exercia a sua autoridade - por intermédio de um preboste - através de um
corpo de polícia militar designado "maréchaussée" (Marechalato). Por sua vez, o
condestável de França exercia as suas funções policiais através da connétablie,
organizada como um corpo militar em 1337. No reinado de Francisco I (1515-
1547) a maréchaussée foi fundida com a connétablie, dando origem à connétablie
et maréchaussée de France, abreviadamente conhecida como "maréchaussée".
Na Revolução Francesa, os comandantes da maréchaussée tomaram,
geralmente, o partido revolucionário. Como tal, a corporação foi mantida, mas o
seu título - associado à monarquia - foi alterado para "gendarmerie nationale"
(Gendarmaria Nacional) em fevereiro de 1791. O seu pessoal e as suas funções
mantiveram-se inalteradas, mas, a partir de então passou a ter um estatuto
totalmente militar.
O primeiro corpo de polícia urbana, organizado segundo um modelo
moderno, foi criado durante o reinado de Luís XIV, em 1667, para policiar Paris,
na época a maior cidade da Europa. O édito real - registado pelo Parlamento de
Paris a 15 de março daquele ano - criou o cargo de lieutenant général de
police (tenente-general de Polícia), ao qual competia dirigir a nova polícia de Paris
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e definia a função de polícia como a de "assegurar a paz e a tranquilidade pública


e privada dos indivíduos, livrar a cidade do que possa vir a causar distúrbios,
procurar a abundância e garantir que cada um e todos possam viver de acordo
com o seu estatuto e deveres". Este cargo foi inicialmente preenchido por Gabriel
Nicolas de la Reynie, o qual dispunha - sob a sua autoridade - de
44 commissaires de police (comissários de polícia). Em 1709, estes comissários
passaram a ser auxiliados por inspecteurs de police (inspetores de polícia). A
cidade de Paris foi dividida em distritos policiais, cada qual a cargo de um
comissário de polícia, assistido por um número, cada vez maior, de funcionários.
O sistema policial de Paris foi estendido ao resto da França, por édito real de
outubro de 1699, resultando na criação de tenentes-generais de polícia em todas
as grandes cidades francesas. O cargo de tenente-general de Polícia de Paris foi
transformado, por Napoleão Bonaparte a 17 de fevereiro de 1800, no de prefeito
de Polícia. A 12 de março de 1829, subordinados à Prefeitura de Polícia, foram
criados os sergents de ville (sargentos de cidade), talvez os primeiros agentes
policiais civis uniformizados do mundo.
Ilhas Britânicas
O desenvolvimento de corpos policiais segundo um modelo moderno foi
mais lento nas Ilhas Britânicas do que na maioria das restantes regiões europeias.
Durante o período anglo-saxão, desenvolveu-se um sistema
de reeves (magistrados locais, representantes da Coroa) que se encarregavam da
segurança pública e da aplicação da lei. O reeve de cada shire (condado
administrativo da Inglaterra) denominava-se "shire-reeve", designação que
acabou por se transformar em "sheriff" (xerife). Subordinados aos xerifes, existiam
os constables (condestáveis), cada qual responsável por assegurar o
policiamento de uma "centena" (um grupo de 100 pessoas). Por sua vez, cada
"centena" organizava-se em dez tithing (grupos de dez pessoas), cujos
integrantes eram responsáveis por se policiarem uns aos outros e por levarem a
julgamento qualquer seu integrante que infrigisse a lei. Este sistema policial
continuou e desenvolveu-se depois da invasão normanda.
A primeira corporação com a designação de "polícia" nas Ilhas Britânicas
foi a Marine Police (Polícia Marinha), criada em 1798, com a função de proteger
as mercadorias no Porto de Londres. No entanto, muitas forças policiais britânicas
continuaram a ser oficialmente conhecidas como "constabulary", designação
derivada de "constable", o título tradicional dos agentes policiais britânicos.
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Em 1800, foi criada a City of Glasgow Police (Polícia da Cidade de Glasgow), o


primeiro corpo de polícia urbana da Grã-Bretanha.
Na Irlanda, em 1822 foi criado o Irish Constabulary (mais tarde "Royal Irish
Constabulary"), encarregue essencialmente do policiamento rural. Ao contrário
das outras polícias britânicas, o Irish Constabulary foi constituído como uma
espécie de gendarmaria, uma vez que era uma corporação armada com uma
organização de tipo paramilitar.
A 29 de setembro de 1829, por proposta de Robert Peel, secretário de
Estado dos Negócios Domésticos do Reino Unido, foi criada a Metropolitan
Police (Polícia Metropolitana) de Londres, que viria promover o papel da polícia
como um dissuador contra o crime urbano e as desordens públicas. A Polícia
Metropolitana de Londres acabou por servir de modelo para inúmeras outras
corporações policiais, sobretudo do mundo anglo-saxónico, mas também de
outros países.
Portugal e Brasil
Para a história da polícia de Portugal e Brasil é fundamental falar da
criação, em 1760, da Intendência-Geral da Polícia da Corte e do Reino, sob a
dependência da Secretaria de Estado dos Negócios Interiores do Reino, que foi o
órgão central de polícia do Reino de Portugal. No Brasil, pelo Alvará de 10 de
maio de 1808, logo após a chegada da família real portuguesa, foi criada
a Intendência-Geral da Polícia da Corte e do Estado do Brasil.
Ramos da polícia
Hoje em dia, segundo a natureza da atuação, na maioria dos países, a
polícia é dividida funcionalmente em dois grandes ramos: polícia preventiva e
polícia judiciária. Basicamente, o primeiro ramo destina-se a atuar antes do crime
ou outra infração à lei ocorrer, e o segundo destina-se a atuar depois da
ocorrência.
A divisão funcional entre polícia preventiva e polícia judiciária não implica uma
igual divisão em termos organizativos. Assim, uma determinada corporação
policial pode desempenhar ambas as funções, sendo considerada como polícia
de ciclo completo. Por outro lado, tanto a função de polícia preventiva como de
polícia judiciária podem estar repartidas por diversos corpos policiais distintos.

Polícia preventiva
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A polícia preventiva constitui o ramo da polícia encarregado de prevenir a


infração à lei, através do patrulhamento ostensivo e da resposta a situações de
emergência ou outros incidentes. Este ramo também é conhecido por termos
como "polícia administrativa", "polícia uniformizada", "polícia de segurança" ou
"polícia de ordem".
Na maioria dos casos, os membros da polícia preventiva prestam
serviço uniformizados de modo a serem facilmente identificados como tal pelo
público. Em termos de número de efetivos, a polícia preventiva constitui
normalmente o grosso dos serviços policiais de um país.
Polícia judiciária
A polícia judiciária destina-se essencialmente a investigar os crimes depois
dos mesmos ocorrerem, com o objetivo de descobrir os culpados e levá-los à
justiça. Normalmente, atua depois de uma atuação inicial por parte da polícia
preventiva, a qual é geralmente encarregue de realizar a primeira resposta a um
incidente. Este ramo policial é também referido como "polícia de investigação
criminal".
Ao contrário dos membros da polícia preventiva, os agentes da Polícia
Judiciária não atuam normalmente uniformizados, mas somente usam distintivos
policiais e roupas que não caracterizam serviço policial, uma vez que, dada a
natureza do trabalho de investigação, é conveniente uma atuação discreta e
pouco intimidante.
A polícia judiciária está muitas vezes incumbida de funções de recolha de
informações, o que implica muitas vezes a atuação de agentes infiltrados, que
escondem a sua identidade policial.

Tipos especiais de polícia

Polícia militar
A polícia militar ou preboste constitui um serviço das forças
armadas encarregue do seu policiamento interno. Conforme o país e a
organização das suas forças armadas, a polícia militar assume tanto funções de
polícia preventiva como de polícia judiciária, com jurisdição limitada ao pessoal e
às instalações militares. Em situações de guerra ou de grave emergência, a
polícia militar pode também alargar a sua jurisdição à população civil.
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O termo "polícia militar", muitas vezes, é usado num sentido mais lato,
abrangendo também as gendarmarias, as quais têm um estatuto militar, mas são
responsáveis pelo policiamento da população civil (nalguns casos, tendo também
funções de polícia interna das forças armadas). Inclusive, no Brasil, ao contrário
da prática internacional, o termo "polícia militar" refere-se apenas aos corpos
policiais estaduais do tipo gendarmaria com funções limitadas ao policiamento da
população civil.
Gendarmaria
Uma gendarmaria é uma força de segurança de natureza militar,
encarregada da realização de funções de polícia no âmbito da população civil.
Ocasionalmente, as gendarmarias podem também exercer funções polícia âmbito
interno das forças armadas (polícia militar) de um país, sobretudo nos teatros de
operações do estrangeiro.
Polícia política
Uma polícia política constitui uma corporação policial encarregue combater
os inimigos de um partido ou grupo político que ocupe o poder num país. Uma
polícia política não se destina a combater o crime "convencional", mas sim o crime
político, no qual são normalmente integradas as atividades de dissidência e
oposição ao poder político instituído. Dadas as suas características, normalmente
só existem nos regimes totalitários. A designação "polícia política" como título
oficial é raramente utilizada, sendo mais comum o uso de eufemismos como
"polícia de segurança do estado", "polícia de informações" ou "polícia de defesa
social".
Polícia científica
A polícia científica ou polícia técnica constituiu normalmente um
departamento polícial associado à polícia judiciária, especializado em obter
provas periciais, por meio da análise técnica e científica de vestígios produzidos e
deixados durante a prática de delitos. Normalmente é composta por cientistas ou
por pessoal com uma elevada especialidade técnica.
Polícia de choque
A polícia de choque constitui normalmente uma unidade de polícia
preventiva especializada no controlo de multidões e na dispersão de
manifestações violentas. Pode também atuar em outras situações de especial
violência onde é necessária a utilização da força policial num escalão superior ao
convencional.
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As unidades de polícia de choque são frequentemente designadas


alternativamente como "polícia de intervenção" ou "polícia antimotim".
Polícia secreta
Uma polícia secreta é um corpo policial responsável pela recolha de
informações e pela realização de investigações com vista a garantir a segurança
do estado contra as ameaças de subversão, de terrorismo, de espionagem e
de sabotagem. Nos regimes totalitários, as funções de polícia secreta confundem-
se com as de polícia política e incluem a repressão de elementos politicamente
antagónicos ao partido ou grupo que ocupa o poder. No entanto, também existem
polícias secretas nos países democráticos, as quais não atuam normalmente no
plano político, excepto no que toca à defesa do estado de direito democrático.
As polícias secretas são também referidas como "polícias de segurança do
estado", "polícias de informações", "polícias especiais" ou "polícias preventivas".
Polícia de operações especiais
Uma força de operações especiais policiais é uma unidade especial de
polícia treinada e equipada para a realização de operações de alto risco. Entre
essas operações estão o resgate de reféns, o combate ao terrorismo e o
enfrentamento de criminosos altamente armados.
Entre as forças de operações especiais da polícia podem incluir-se também
unidades especializadas em desativação de engenhos explosivos, em
descontaminação NBQR, em proteção pessoal e em cinotecnia.
Polícia de trânsito
A polícia de trânsito ou polícia rodoviária é uma corporação ou unidade
policial especializada no controlo do trânsito e no policiamento das estradas.
Entre as funções especializadas que lhes estão normalmente atribuídas incluem-
se a investigação de acidentes, a fiscalização das condições de circulação dos
veículos automóveis, a resposta a emergências, a aplicação da lei nas estradas, o
reporte de anomalias técnicas nas estradas e o ordenamento do tráfego
rodoviário.
Polícia religiosa
Uma polícia religiosa é uma corporação policial responsável pela garantia
da aplicação das leis religiosas de um país, sobretudo no que diz respeito aos
usos e costumes. Polícias deste tipo, normalmente, apenas existem em estados
de natureza teocrática. Hoje em dia, existem polícias religiosas sobretudo em
alguns países islâmicos que se regem pela lei da charia.
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Polícia de fronteira
É uma polícia que atua na fronteira de um país que é especializado no
controle de tráfego de pessoas e veículos na alfândega
Brasil
No Brasil, são os seguintes os órgãos policiais:
Polícia Militar - forças de segurança de cada uma das unidades federativas que
têm por função primordial a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública
nos Estados brasileiros e no Distrito Federal.
O termo preservação da ordem pública deve ser visto de forma abrangente, já
que engloba uma série de ações de segurança pública que são desenvolvidas
pelas polícias militares.
Polícia das Forças Armadas, incluindo
Polícia do Exército - Constituída de unidades de infantaria às quais compete
assegurar o respeito à Lei, ordens, bem como o cumprimento dos regulamentos
militares,
Polícia da Aeronáutica - Integra os Batalhões de Infantaria da Aeronáutica
Especiais (BINFAE) e possui as mesmas atribuições da Polícia do Exército no
âmbito da Força Aérea Brasileira,
Companhia de Polícia do Batalhão Naval - Exerce as mesmas atribuições das
organizações policiais do Exército e da Força Aérea no âmbito da Marinha de
Guerra.
Polícia Civil - cabe à Polícia Civil dos Estados, também, responsável pela
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
atuar como polícia judiciária, praticar atos de auxílio ao Poder Judiciário na
aplicação da Lei e desenvolver ações de inteligência policial.
Polícia Federal - destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em
lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos
públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
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IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.


Polícia Rodoviária Federal - tem como principal função combater os crimes
nas rodovias e estradas federais do Brasil.
Polícia Ferroviária Federal - destina-se ao patrulhamento ostensivo
das ferrovias federais.
Polícia Legislativa Federal - designação única para dois órgãos policiais
distintos que atendem às Casas do Legislativo Federal, ou seja, ao Senado
Federal e à Câmara dos Deputados.
Polícia do Senado Federal - órgão policial do Senado Federal

Polícia da Câmara dos Deputados - órgão policial da Câmara dos Deputados, .


Guardas municipais - São corporações civís uniformizadas, subordinadas ao
Executivo Municipal e destinadas à proteção dos bens, serviços e instalações
municipais, (prédios, ruas, praças, parques, pessoas, etc) conforme dispuser a lei
(Art.144 § 8º, da Constituição Federal). Após a regulamentação do Art.144 § 8º;
pela promulgação da lei Federal 1.3022/2014, tornou-se a primeira instituição
policial responsável legalmente pelo policiamento preventivo e proteção dos
direitos humanos fundamentais ( no Art. 3º, em seus incisos I,II e III).
Polícia científica- São órgãos estaduais presentes na maioria dos estados
brasileiros e especializados na produção de provas técnicas (ou provas periciais),
por meio da análise científica de vestígios produzidos e deixados durante a
prática de delitos.

Polícia Militar do Brasil


No Brasil, as Polícias Militares estaduais são as 27 forças de segurança
pública que têm por função a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública,
com exclusividade no policiamento ostensivo, no âmbito dos estados (e do Distrito
Federal). Subordinam-se administrativamente aos governadores e são, para fins
de organização, forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro, e integram o
sistema de segurança pública e defesa social do Brasil, ficando subordinadas às
Secretarias de Estado da Segurança em nível operacional. São custeadas por
cada estado-membro e, no caso do Distrito Federal, pela União.
Seus integrantes são denominados militares estaduais, assim como os membros
dos Corpos de Bombeiros Militares, sendo, dessa forma subordinados, quando
em serviço, à Justiça Militar estadual.
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Origens
Até o início do século XIX não existiam instituições policiais militarizadas
em Portugal (o Brasil ainda era apenas uma colônia), e a Coroa Portuguesa fazia
uso de unidades do exército quando necessário. A primeira corporação com
essas características foi a Guarda Real de Polícia de Lisboa, criada
pelo Príncipe Regente D. João em 1801; tomando-se por modelo a Gendarmaria
Nacional (em francês: Gendarmerie Nationale) da França, instituída em 1791.
O conceito de uma gendarmaria nacional surgiu após a Revolução
Francesa, em consequência da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
na qual se prescrevia que a segurança era um dos direitos naturais e
imprescindíveis; contrapondo-se à concepção vigente, de uma força de segurança
voltada unicamente aos interesses do Estado e dos governantes.
Com a vinda da Família Real para o Brasil, a Guarda Real de Polícia
permaneceu em Portugal; sendo criada outra equivalente no Rio de Janeiro, com
a denominação de Divisão Militar da Guarda Real de Polícia do Rio de
Janeiro, em 13 de maio de1809.
A legislação imperial registra a criação de outros Corpos Policiais
nas províncias. Em 1811 em Minas Gerais, 1818 no Pará, em1820 no Maranhão,
e em 1825 na Bahia e em Pernambuco.
O “Corpo” de Minas não era um corpo de tropas (unidade militar), mas
apenas um pequeno grupamento com vinte policiais, possivelmente não
militarizados. Os Corpos de Polícia do Pará e do Maranhão pertenciam a uma
região com administração independente; não sendo encontradas mais
informações sobre suas estruturas. Os Corpos Policiais da Bahia e de
Pernambuco eram realmente tropas militarizadas, pois consta no documento de
criação que deveriam ser constituídos com estados maiores, companhias
de infantaria, e de cavalaria; e que seus uniformes seriam semelhantes ao usado
pelo Corpo de Polícia da Corte.
Com a abdicação de D. Pedro I em abril de 1831, a Regência realizou uma
grande reformulação nas forças armadas brasileiras. As Milícias e as
Ordenanças foram extintas, e substituídas por uma Guarda Nacional. A Guarda
Real da Polícia do Rio de Janeiro foi também extinta, e em seu lugar foi
autorizado a formação de um Corpo de Guardas Municipais Voluntários; sendo
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igualmente permitido às províncias criarem corporações assemelhadas, caso


julgassem necessário.
Tudo isso devido ao temor de sublevações armadas e a subversão dos
poderes constituídos. Até mesmo o Exército Imperial (antiga designação do
Exército Brasileiro) esteve sob ameaça de desmobilização, pois se acreditava que
instituições de defesa formadas por cidadãos comuns seriam mais confiáveis que
tropas profissionais.
Forças Policiais das Províncias
Com a morte de D. Pedro I em 1834, afastou-se em definitivo o receio de
um possível retorno do antigo monarca, e o temido realinhamento com Portugal.
Ocorrendo-se então, a rejeição e o afastamento dos extremismos, e efetivando-se
uma reforma constitucional; na qual sobreveio uma relativa descentralização
político-administrativa, sendo instituídos Corpos Legislativos nas províncias. Com
esse redirecionamento político, o Legislativo é que passou a fixar, anualmente, e
sobre informação do Presidente da Província, as forças policiais respectivas. As
Guardas Municipais foram lentamente desativadas (algumas permaneceram até
a Guerra do Paraguai) e transformadas ou substituídas por Corpos Policiais. A
mudança não foi apenas uma troca de denominação, mas de fato uma completa
reestruturação do aparato policial existente.
Guarda Municipal Corpo Policial

Subordinado ao Presidente da
Subordinada ao juiz de paz, Província,
e este ao Ministro da Justiça. e indiretamente ao Ministério da
Guerra.

Jurisdição restrita aos distritos de paz. Jurisdição sobre toda a Província.

Proibida de se reunir, sob pena de


ser punida por reunião ilícita Tropa aquartelada.
(conspiração).

Formação militar modelada no


Formação paramilitar.
Exército.

Efetivo cadastrado, principalmente Efetivo recrutado voluntariamente,


pelas paróquias do município. ou forçado, nos momentos de crise.

O guarda municipal possuía outra A ocupação era profissionalizante, e o


17

ocupação efetivo
principal, e não deveria receber tarefas podia ser destacado,
que o temporariamente ou em
distanciasse muito de sua residência. definitivo, para qualquer região da
Província.

O guarda somente recebia pagamento


quando O efetivo era assalariado às expensas
mobilizado por mais de três dias da Província.
consecutivos de serviço.

Pela formação e estrutura, os corpos policiais são os que mais se


aproximam das atuais policiais militares; legítimos antecessores, com as quais
possuem ligação direta e ininterrupta. Durante e após a Guerra do Paraguai, os
Corpos Policiais por muito pouco não sofreram completa extinção, inicialmente
por falta de efetivos, enviados para a guerra como parte dos Voluntários da pátria,
e posteriormente pela carência de recursos financeiros. Entretanto, foi justamente
a guerra que lhes deu uma relativa homogeneidade nacional, fortaleceu o espírito
de corpo, e estabeleceu os fortes vínculos com o Exército que duram até os dias
de hoje.

República

Batalhão de Infantaria - 1938 PMPR.


Com a Proclamação da República foi acrescentada a
designação Militar aos CPs, os quais passaram a denominarem-se Corpos
Militares de Polícia.
18

Em 1891 foi promulgada a Constituição Republicana, que inspirada


na federalista estadunidense, passou a dar grande autonomia aos Estados
(denominação dada às antigas Províncias do Império).
Pela nova Constituição os Corpos Militares de Polícia deveriam
subordinarem-se aos Estados, administrados de forma autônoma e independente;
os quais passaram então a receber diversificadas nomenclaturas regionais
(Batalhão de Polícia, Regimento de Segurança, Brigada Militar, etc.).
Os Estados mais ricos investiram em suas corporações, transformando-as
progressivamente em pequenos exércitos regionais, com o objetivo de
impressionar os adversários, e também de afastar a possibilidade de intervenções
federais no Estado. Nesse momento, acirradas pelas divergências da política, as
polícias militares afastaram-se entre si, cada uma estabelecendo suas próprias
particularidades.
Em 1915, as dificuldades apresentadas no Conflito do Contestado (1913) e
a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914), despertaram no Exército a urgente
necessidade de uma reformulação nas forças armadas brasileiras. Nesse ano a
legislação federal passou a permitir que as forças militarizadas dos Estados
pudessem ser incorporadas ao Exército Brasileiro, em caso de mobilização
nacional.
Em 1917 a Brigada Policial e o Corpo de Bombeiros da Capital
Federal tornaram-se oficialmente Reservas do Exército; condição essa a seguir
estendida aos Estados. A aceitação desse acordo isentava o efetivo da Força
Estadual do serviço militar obrigatório, implantado em 1916. Entretanto, a
negação implicava o não reconhecimento dos postos e graduações pelo governo
federal, podendo os oficiais e sargentos ser convocados como simples soldados.
A partir desse momento ocorreu uma reaproximação das corporações, passando
a existir uma progressiva padronização de uniformes, armas e equipamentos.
Após as Revoluções de 1930 e de 1932 as corporações praticamente fundiram-se
num mesmo modelo.
Pós-guerra
Com a queda do governo ditatorial de Getúlio Vargas, as polícias militares
retornaram ao completo controle dos Estados. A denominação Polícia Militar
oficializou-se e difundiu-se após a Segunda Guerra Mundial, devido à divulgação
e prestígio do termo ao final do conflito.
19

A partir dessa época foi dado um novo direcionamento no emprego das


polícias militares, sendo diversificadas suas atividades e criados novos serviços
especializados; progressivamente foram desenvolvendo a configuração que
possuem atualmente.
Até então elas atuavam como autênticas gendarmarias, exercendo
principalmente a segurança de prédios públicos e fornecendo destacamentos
policiais ao interior dos estados. Em diversos centros urbanos, porém, o
policiamento ordinário era realizado pelas Guardas Civis, segmentos
uniformizados das Polícias Civis estaduais.
Essa sobreposição não agradou a todos, e a cidade de São Paulo, por
exemplo, teve de ser dividida entre a Guarda Civil e a Força Pública (antiga
denominação da PMESP), com a primeira cuidando das regiões mais centrais e
urbanas, e a segunda das partes mais periféricas e rurais.
Novas modificações foram inseridas com instituição do Governo Militar de
1964. Em 1967 foi criada a Inspetoria Geral das Polícias Militares(IGPM)
subordinada ao Exército. O policiamento fardado passou a ser considerado
exclusividade das polícias militares, e foram extintas as guardas civis e outras
organizações similares, com seus efetivos transferidos para as corporações
militares ou mantidos nas civis, desempenhando outras funções, de acordo com a
conveniência dos governadores.
Na década de setenta ocorreu um aumento na resistência ao Governo
Militar, e a maioria das polícias militares sofreu intervenções, tendo sido
nomeados oficiais do Exército para comandá-las. Nessa época novamente
ocorreu uma homogeneização, na qual foi regulamentada, e até se tentou
estabelecer um uniforme padronizado para todo país, bem como os regulamentos
disciplinares e organização administrativa bem próxima à utilizada pelo Exército.
Atualidade
Com o fim do Governo Militar na década de oitenta, as polícias militares
voltaram-se para o objetivo de recompor suas próprias identidades, fortemente
marcadas pela imagem da repressão dos dois longos períodos de regime de
exceção (de 1930 a 1945, e de 1964 a 1988). Passou-se a investir numa
reaproximação com a sociedade; tentando-se recuperar antigas modalidades de
policiamentos, e desenvolver outras novas.
Atualmente dois programas têm merecido especial atenção nas polícias
militares.
20

Policiamento Comunitário
Polícia comunitária é uma filosofia e uma estratégia organizacional que
proporciona uma parceria entre a população e a polícia. Baseia-se no princípio de
que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar,
priorizar e resolver problemas como crimes, drogas, medos, desordens físicas,
morais e até mesmo a decadência do ambiente. Com o objetivo de melhorar a
qualidade geral de vida de todos, o policiamento comunitário baseia-se na
premissa de que os problemas sociais terão soluções cada vez mais efetivas, na
medida em que haja a participação de todos na sua identificação, análise e
discussão.
PROERD
Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, que tem por
base o D.A.R.E. (Drug Abuse Resistance Education), criado pela Professora Ruth
Rich, em conjunto com o Departamento de Polícia da cidade de Los Angeles,
EUA, em 1983.
No Brasil o programa chegou em 1992 através da Polícia Militar do Rio de
Janeiro; sendo que desde 2002 se encontra em aplicação em todas as polícias
militares do país. O Programa é pedagogicamente estruturado em lições,
ministradas obrigatoriamente por um policial militar fardado. Além da sua
presença física em sala de aula como educador social, propicia um forte elo de
ligação na comunidade escolar em que atua, estabelecendo uma sólida base de
apoio no trinômio: Polícia Militar, Escola e Família.
Estrutura Operacional
As polícias militares estão estruturadas operacionalmente de maneia
similar ao Exército, organizadas em comandos
intermediários, batalhões, companhias e pelotões. Os batalhões são baseados
nos grandes centros urbanos, e suas companhias e pelotões são distribuídos de
acordo com a densidade populacional nas cidades circunvizinhas.
Normalmente os pelotões são também subdivididos
em destacamentos ou postos de policiamento. A polícia montada está organizada
em regimentos, divididos em esquadrões e pelotões.

Em escala decrescente, a estrutura operacional se subordina da seguinte forma:


● Comando de Policiamento de Área (CPA) ou Região de Polícia Militar
(RPM);
21

● Batalhão de Polícia Militar (BPM);


● Companhia de Polícia Militar (Cia PM);
● Pelotão de Polícia Militar (Pel PM);
● Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) ou de Polícia Militar (DPM);
● Posto de Policiamento Comunitário (PPC) ou Base de Policiamento
Comunitário (BPC).
Existem ainda outras denominações intermediárias, tais com: Grupamentos
Especiais, Guarnições e também Companhias Independentes de Polícia Militar
(CIPM ou Cia PM Ind) que estão no mesmo nível de autonomia administrativa dos
batalhões; tendo, entretanto, efetivo e áreas de policiamento menores.

Uniformes
As forças armadas brasileiras herdaram muitas das tradições militares
portuguesas, e durante o período do Império e parte do da República, com
poucas exceções, as polícias militares utilizaram uniformes azuis (azul ferrete).
Em 1903 o Exército Brasileiro adotou o uniforme cáqui; sendo então
copiado pelas PMs.
Em 1934 o Ministério da Guerra determinou, obrigatoriamente, a cor cáqui
para todas as forças de reserva militar (PMs e Tiros de Guerra). Após a Segunda
Guerra Mundial as polícias militares adquiriram autonomia para escolher as cores
de seus próprios uniformes, entretanto, a maioria optou por permanecer com o
cáqui.
Durante o regime militar, em 1976, a IGPM sugeriu que as PMs adotassem
a cor azul petróleo (a cor do fardamento da Polícia Militar do Distrito Federal). Por
esse motivo algumas PMs mudaram seus uniformes. Atualmente a cor cáqui, com
variações para o bege, e a cor azul, com variações do cinza ao azul escuro, são
as principais cores dos uniformes das polícias militares brasileiras.

● Polícias militares com uniformes cáqui:


BMRS, PMAC, PMAL, PMBA, PMCE, PMGO, PMMG, PMPB, PMPR, PMPE, PM
PI, PMSC, e PMTO.

● Polícias militares com uniformes azuis:


PMAP, PMAM, PMDF, PMES, PMMA, PMMS, PMMT, PMPA, PMERJ, PMRN, P
MRO, PMRR, PMSE, e PMESP.
22

Observação: Isso se aplica somente aos uniformes de serviço. Os fardamentos de


gala, passeio, cerimoniais e outros possuem características próprias em cada
uma das corporações.

Emblema Oficial das Polícias Militares

Datas de criação das Polícias Militares

● 9 de junho de 1775 – Polícia Militar do Estado de Minas Gerais – PMMG


23

● 13 de maio de 1809 – Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e a


Polícia Militar do Distrito Federal – PMERJ/PMDF

● 25 de setembro de 1818 – Polícia Militar do Estado do Pará – PMPA

● 17 de fevereiro de 1825 – Polícia Militar do Estado da Bahia – PMBA

● 11 de junho de 1825 – Polícia Militar do Estado de Pernambuco – PMPE


24

● 15 de dezembro de 1831 – Polícia Militar do Estado de São Paulo –


PMESP

● 3 de fevereiro de 1832 – Polícia Militar do Estado de Alagoas – PMAL

● 3 de fevereiro de 1832 – Polícia Militar do Estado da Paraíba – PMPB


25

● 28 de fevereiro de 1835 – Polícia Militar do Estado de Sergipe – PMSE

● 6 de abril de 1835 – Polícia Militar do Estado do Espírito Santo – PMES

● 5 de maio de 1835 – Polícia Militar do Estado de Santa Catarina – PMSC

● 24 de maio de 1835 – Polícia Militar do Estado do Ceará – PMCE


26

● 25 de junho de 1835 – Polícia Militar do Estado do Piauí – PMPI

● 5 de Setembro de 1835 – Polícia Militar do Estado do Mato Grosso –


PMMT

● 17 de junho de 1836 – Polícia Militar do Estado do Maranhão – PMMA


27

● 4 de novembro de 1836 – Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte


– PMRN

● 4 de abril de 1837 – Polícia Militar do Estado do Amazonas – PMAM

● 18 de novembro de 1837 – Brigada Militar do Rio Grande do Sul – BMRS


28

● 10 de agosto de 1854 – Polícia Militar do Estado do Paraná – PMPR

● 28 de julho de 1858 – Polícia Militar do Estado de Goiás – PMGO

● 25 de maio de 1916 – Polícia Militar do Estado do Acre – PMAC


29

● 21 de setembro de 1943 – Polícia Militar do Estado do Amapá – PMAP

● 21 de novembro de 1944 – Polícia Militar do Estado de Roraima – PMRR

1966 Polícia Militar do Distrito Federal

● 26 de novembro de 1975 – Polícia Militar do Estado de Rondônia – PMRO


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● 11 de outubro de 1977 – Polícia Militar do Estado do Mato Grosso do Sul –


PMMS

● 1º de janeiro de 1989 – Polícia Militar do Estado do Tocantins – PMTO

● 2004 Força Nacional de Segurança Pública – FNSP


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ESTADO DO PARANÁ
POLÍCIA MILITAR
ESTADO-MAIOR
1ª SEÇÃO
_________________________________________________________________
PORTARIA DO COMANDO-GERAL Nº 704, DE 28 DE MAIO DE 2008
Cria a Bandeira da PMPR
O Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Paraná, no uso das
atribuições que lhe confere o art. 4º da Lei nº 6.774, de 8 de janeiro de 1976 (Lei
de Organização Básica), resolve:
Art. 1º Fica criada a Bandeira da PMPR, símbolo destinado a caracterizá-la nas
missões desempenhadas.
§ 1º A Bandeira institucional, de forma retangular, terá quatorze módulos de
largura por vinte de comprimento, sendo talhada de blau (azul), apresentando, ao
centro, o Brasão institucional em cores contornado com ramos vegetais em ouro
cruzantes em ponta e, inferiormente, listel de ouro com a data 10 de agosto de
1854 em sinople (preto).
§ 2º O uso da Bandeira observará o seguinte:
I - hasteamento em mastro em todas as unidades nas datas festivas (17 de
maio e 10 de agosto);
II - guardada no gabinete do comandante, chefe ou diretor, em local
apropriado, juntamente com outras Bandeiras e estandartes;
III - conduzida por tropa a pé, a cavalo ou em viatura, por ocasião de
solenidades e demais atos oficiais.
§ 3º A Bandeira da PMPR, quando hasteada juntamente com a Bandeira
Nacional ou com ela conduzida, ocupará a posição à esquerda desta.
§ 4º Na panóplia, a Bandeira institucional será fixada à esquerda da Bandeira
Nacional, a qual terá à direita a Bandeira do Estado do Paraná.
§ 5º O modelo de Bandeira institucional é o constante no anexo.
Art. 2º Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
Coronel QOPM Anselmo José de Oliveira, Comandante-Geral.

ANEXO
Azul: zelo, lealdade, caridade, justiça, beleza e boa reputação.
● De joias; safira ,
32

● De corpos celestiais; Júpiter.


Azul – Cor tradicional das grandes divindades, relacionada com a sabedoria
divina desde o Neolítico. Simboliza a profundidade imaterial e o frio. Está
associado aos introvertidos, à inteligência e às emoções profundas. É a cor do
infinito, dos sonhos e do maravilhoso. Representa sabedoria, amizade,
fidelidade, serenidade, sossego, verdade eterna, descanso e imortalidade.

A ORIGEM DO SÍMBOLO DAS POLÍCIAS MILITARES BRASILEIRAS


Pistolas Cruzadas
Por: Galdino Neto, Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo e
estudioso da medalhística militar.

Hoje em dia, quem vê a imagem de duas pistolas cruzadas nas golas dos
Policiais Militares brasileiros não faz ideia de sua origem.
Todo o Policial Militar, isto em todo o Brasil, logo que entra na Instituição, entre
tantos termos e coisas novas, é apresentado a um símbolo cujo nome soa um
33

tanto estranho no início: são conhecidas como “as bucaneiras da gola”. Há quem
o chame de “os bucaneiros da gola” ou simplesmente “os bucaneiros”.
Trata-se de uma insígnia que vai se tornar muito familiar com o passar do
tempo. São as duas pistolas antigas, símbolo adotado no Brasil para designar
Polícia Militar, seja como parte das Forças Armadas, seja como Força Militar
Estadual.

A arma:
As pistolas que aparecem no símbolo não são pistolas quaisquer. Elas têm
nome e sobrenome.
As Harpers Ferry Modelo 1806, calibre .54, de pederneira, fabricadas no
Arsenal do Exército dos EUA foram um avanço em termos de tecnologia.
As diversas partes desse modelo de arma eram padronizadas e, portanto,
intercambiáveis, agilizando sua manutenção.
Foi a arma de porte padrão do Exército dos EUA por muitos anos.

Os primeiros a adotar as pistolas cruzadas como insígnia de Polícia Militar


foram os Estados Unidos da América em 1923.
De fato, ela foi a quarta variação de símbolo para a Military Police.
34

O desenho inicial consistia de dois cassetetes cruzados uma vez que era a
arma básica dos MP (Military Police), porém, era freqüentemente confundido com
os canhões cruzados da arma de artilharia.
A proposta seguinte eram as maças cruzadas, os cassetetes da era
medieval, porém, reclamava-se que eles eram parecidos com amassadores de
batatas. Um novo símbolo teve que ser criado.
A terceira proposta eram as pistolas automáticas Colt .45 M1911, cruzadas,
mas, novamente, a confusão com outra imagem, dessa vez a aparência de
esquadros de carpintaria cruzados, determinou um novo desenho.
Afinal, concordou-se com o desenho das pistolas Harpers Ferry e elas foram
adotadas.
A ordem foi assinada pelo Chefe do Estado Maior à época, o General John J.
Pershing em 1923, tornando-se o símbolo Oficial de Polícia Militar dos EUA.
Como veremos a seguir, o termo “pistolas bucaneiras” não é correto, uma
vez que o modelo de pistola usado, surgiu décadas após a atuação dos
bucaneiros na independência norte-americana.

O símbolo no Brasil:
Devido ao fato de ser um símbolo criado nos Estados Unidos da América, há
quem se queixe que ele não tenha correlação conosco para ser adotado como
símbolo para Polícia Militar em nosso país.
A história, contudo, demonstra que os brasileiros têm muita afinidade com
aquele símbolo.
Em 1942, quando o Brasil declarou guerra ao eixo e decidiu mandar tropas
para a Itália, sentiu-se a necessidade da criação de um Corpo de Polícia a fim de
manter a ordem das tropas, fazer a escolta e a guarda de prisioneiros e o serviço
de polícia nas áreas ocupadas.
Como levaria muito tempo para se criar uma força assim, o General
Mascarenhas de Morais, que havia servido em São Paulo, teve a idéia de
35

convocar um contingente de policiais paulistas e incorporá-los à Força


Expedicionária Brasileira – FEB.
Foi então que 78 Military Policemen brasileiros e paulistas foram para a
segunda guerra mundial, sendo o primeiro núcleo do que viria a ser mais
tarde a atual Polícia do Exército brasileiro.
Nossas forças na Itália, contudo, careciam de equipamento e táticas mais
adequadas para enfrentar o inimigo nas condições diferentes do que se havia
encontrado até aquele momento em termos de confronto bélico.
Os Estados Unidos da América, então, forneceram seu armamento,
equipamento e treinamento.
A fim de serem identificados como um exército aliado, o uniforme e insígnias
eram os mesmos dos americanos, razão pela qual a Polícia Militar passou a usar
o símbolo das pistolas cruzadas mantendo-o na volta.
O Coronel PM Telhada, em seu esplendido livro “a Polícia de São Paulo nos
Campos da Itália” descreve essa história em detalhes.
A primeira aparição do símbolo no Brasil foi num boletim do Exército, no qual
é dito que ele deve ser idêntico ao dos EUA, exceto pelo fato de serem
costurados com linha cinza e não amarela como os americanos:

Heráldica:
Quando duas figuras alongadas se cruzam em forma de uma aspa
(formando um "X"), como espadas, lanças, ramos de plantas, etc. se diz que elas
estão "passadas em aspa" ou sautor (ou cruz de Santo André é um símbolo
heráldico na forma de uma cruz diagonal ou letra X. Ela forma a bandeira da
Escócia e a bandeira da Jamaica, e aparece em muitas outras bandeiras, brasões
e selos).
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Pelo regulamento de Uniformes da PMESP, manteve-se a tradição de se


usar o símbolo da mesma forma que se usava na segunda guerra mundial: a
pistola da esquerda estando sobre a da direita.
Deve-se observar que, em heráldica, a esquerda e a direita são definidos
como se a pessoa estivesse usando o símbolo no peito, o que significa que é o
inverso de quem olha para a imagem.

A lenda sobre o símbolo que se mostrou errada:


Os bucaneiros teriam sido recrutados pelos EUA, para sua guerra de
independência contra a Inglaterra.
O acordo rezava que ao término da guerra, os crimes cometidos por eles
seriam perdoados.
Para serem reconhecidos, eles usavam uma bandeira com duas pistolas
cruzadas.
Bucaneiro é outro nome dado aos piratas da região das Antilhas.
O termo bucaneiro vem de buccaneer, que, por sua vez, é derivado de bucan
na língua indígena Arawak da América do norte. É um sistema para se defumar
carne, muito utilizado pelos piratas daquela região. Quem fazia o bucan era,
portanto, bucaneiro ou boucainier, apelido dado pelos franceses.
Ora, se os bucaneiros só existiram até o início do Séc XVIII e as pistolas
Harpers Ferry começaram a ser produzidas no Séc. XIX, é impossível que elas
tenham qualquer relação com os bucaneiros e, portanto, o termo “pistolas
bucaneiras” não passa de uma de tantas lendas que surgem não se sabe de
onde.

UNIFORMES
Historicamente as forças armadas brasileiras herdaram
as tradições militares portuguesas. Da criação, em 1854, até os primeiros anos
da República, a PMPR usou a cor azul ferrete em seus uniformes (coloração dos
fardamentos portugueses inserida pelo Conde de Lippe, em 1764 ). Em 1912 foi
adotada a cor cáqui; a qual por tradição identifica o policial militar no Paraná e
permanece em uso até os dias atuais. Os bombeiros sempre usaram os mesmos
uniformes da PMPR; acrescentando-se seus respectivos distintivos. Atualmente o
Regulamento de Uniformes da Polícia Militar (RUPM) está oficializado pelo
Decreto Estadual 3.568, de 02 de março de 2001.
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Histórico dos uniformes cerimoniais

Usados em grandes solenidades, correspondendo às vestimentas formais civis.

Histórico dos uniformes de serviço

Usados em instrução, serviço e campanha.

Condecorações são honrarias conferidas como recompensa e estímulo


ao mérito pessoal. Na PMPR a concessão de condecorações se faz por ato
do Poder Executivo, mediante proposta de indicação dos Diretores e
Comandantes de Unidade ao Chefe do Estado-Maior; sendo então encaminhadas
à Comissão de Méritos da Diretoria de Pessoal.

Condecorações

Cruz de Combate Sangue Mérito Coronel Policial Militar Humanidade General Coronel Coronel
Sarmento Carneiro Dulcídio João Gualberto
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Capitão Tenente Coronel Coronel Coronel Honra CCB Major Heróis da Cavalaria Medalha da Paz
Rosa Filho João Pinheiro Miranda Dagoberto Rene Fabriciano

Revolução 1930 Revolução 1932 PMPR CCB Banda de Música Banda de Música CPM Guarda Vidas Defesa Civil
150 anos 100 anos 150 anos 50 anos 50 anos
100 anos

Mérito da Fronteira Guardiões do Mérito Veterinário Bravos da Lapa Heróis do Mérito Comunitário Heróis Mérito do Mérito Operações
Palácio Iguaçu Contestado da Rádiopatrulha Trânsito Urbano Especiais

Mérito 5º BPM Mérito 8º BPM Mérito 10º BPM Sentinela do Mérito Patrono Mérito 18º BPM Mérito 22º BPM Mérito BPMRv Mérito Ambiental
Centro-Oeste PMPR

Defensor dos Mérito Social


Direitos Humanos
Comenda PMPR Menção Honrosa
Comenda BPMRv Comenda CCB Comenda BOPE

Disposição nos uniformes


As condecorações são usadas sobre o bolso esquerdo das túnicas e camisas,
dispostas em linha, a partir do centro, conforme as figuras abaixo:

Para os uniformes de gala (1A), solenes (2A) e representação (3A e 3B)


são usadas as medalhas completas.
Com os uniformes de serviço (4A e 4B) somente podem ser usadas as
barretas.
Exceto para os fardamentos dos Cadetes, regidos por regras específicas,
não são usadas condecorações nos demais uniformes, abrigos ou agasalhos.

Caqui (cor)
A palavra caqui (PT) ou cáqui (PT BR) deriva do persa khak que significa
pó, e khaki que significa poeirento, empoeirado ou cor de terra. É utilizada por
vários exércitos do mundo para efeitos de camuflagem.
Atualmente usada como cor da farda da Polícia Militar do Paraná e como
cor do uniforme escoteiro no Brasil.
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Telefone de Emergência
Em todo o Brasil o número do telefone de emergência é único e gratuito.
Para solicitar o auxílio da Polícia Militar basta discar UM (1), NOVE (9), ZERO
(0).com isso fica muito mais fácil chamar ajuda quando se precisa.
Hierarquia
As polícias militares possuem, em regra, a mesma classificação hierárquica
do Exército Brasileiro, com modelos diferenciados de insígnias. Porém, algumas
corporações promoveram a supressão legal de alguns graus hierárquicos.

Modalidades de Policiamento
Aéreo
Com helicópteros:
- Salvamentos e resgate
- Acompanhamento tático e policiamento ostensivo em geral
Com aviões:
- Patrulhamento ambiental
- Transporte de emergência
Ambiental - prevenção e repressão a crimes ambientais
Com cães:
- Combate ao tráfico de drogas (cães farejadores)
- Controle de distúrbios civis
- Resgate de pessoas perdidas, soterradas, etc.
De choque - restabelecimento da ordem social
De guarda - segurança a presídios, consulados, prédios públicos, etc.
Escolar - segurança às escolas e universidades
Escolta - proteção especial a pessoas ou bens
Ferroviário - segurança em trens e estações ferroviárias
Fluvial, lacustre e marítimo - patrulhamento com embarcações
Motorizado - patrulhamento com veículos automóveis e motocicletas
Ostensivo a pé - patrulhamento básico, em geral com o uso de
radiotransmissores
Rodoviário - controle do trânsito em estradas rodoviárias
Turístico - segurança e apoio a turistas
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Montado - destinado principalmente a patrulhamento de parques, áreas rurais,


regiões de acesso restrito, etc.
- Controle de distúrbios civis
De trânsito - policiamento e controle do trânsito urbano e em vias sob
competência estadual
Velado - desuniformizado e descaracterizado, para a preservação da ordem
pública
Patrono Nacional das Polícias Militares

O patrono nacional das polícias militares é Joaquim José da Silva Xavier,


o Tiradentes. Ele nasceu no distrito de Pombal, no atual Estado de Minas Gerais.
Foi Alferes de Milícia, e comandante do destacamento de Dragões na
patrulha do Caminho Novo, estrada que servia como rota de escoamento da
produção mineradora daCapitania das Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro.
Participou do movimento denominado Inconfidência Mineira, e foi executado
em 21 de abril de 1792, data em que se comemora o "Dia da Polícia Militar" no
Brasil (e, em alguns estados, também o da Polícia Civil). Tiradentes é
considerado Patrono Cívico, sendo a data de sua morte, 21 de
abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e
da Liberdade, como Herói Nacional do Brasil.
Missões de paz da ONU
Atualmente existem hoje dezessete missões de paz espalhadas pelo
mundo envolvendo milhares de pessoas; sendo que cerca de cem mil são
militares. E o aumento da demanda nas Nações Unidas pelas operações de paz
veio acompanhada do aumento da sua complexidade e que essas operações se
tornaram mais desafiadoras necessitando de membros mais especializados e
melhor treinados. Como exemplo: o Haiti não tem um exército próprio, cabendo à
Polícia Nacional a função de garantir a segurança não apenas para os civis, mas
também nas fronteiras. Argentina, Chile, Colômbia e México têm enviado
contingentes de policiais para o Haiti.
Efetivo atual (2013) de policiais militares brasileiros em missões de paz da ONU.
MINUSTAH (Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti) - Haiti
● Polícia Militar do Distrito Federal - 03 (duas policiais femininas)
● Polícia Militar de Pernambuco - 01
● Polícia Militar do Estado de Sergipe - 01
41

UNMIS (United Nations Mission in Sudan) - Sudão


● Polícia Militar de Alagoas - 01
● Brigada Militar do Rio Grande do Sul - 01
● Polícia Militar de Santa Catarina - 01
● Polícia Militar do Estado de São Paulo - 02 (duas policiais femininas)
● Polícia Militar do Paraná - 01
UNIOGBIS (United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guinea-Bissau) -
Guiné-Bissau
● Polícia Militar do Paraná - 02
No Brasil o controle sobre a participação de policiais militares e civis em
operações de paz está sob o comando do Ministério da Defesa, mas existe um
projeto que transfere esse controle para a Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp), que é ligada ao Ministério da Justiça.

ACADEMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ

A Academia Policial Militar do Guatupê (APMG) é uma instituição de


ensino superior da Polícia Militar do Paraná (PMPR), responsável por ministrar os
cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização aos policiais militares da
corporação. A Escola Superior de Segurança Pública da Academia Policial Militar
do Guatupê faz parte da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), alterada
pela Lei Estadual nº 17.590, de 12 de junho de 2013 .
Histórico
No período do Império o efetivo era reduzido e eram poucos os cargos de
comando da corporação; sendo estes preenchidos por oficiais comissionados,
oriundos do Exército e da Guarda Nacional.
Pela Lei 679, de 27 de setembro de 1882, registra-se a primeira
regulamentação interna:

“ No preenchimento das vagas de alferes, serão preferidos por seu


procedimento e capacidade os oficiais inferiores (sargento ajudante,
sargento quartel-mestre, primeiro e segundo sargento) do Corpo
Policial, sem prejuízo da faculdade de demitir quaisquer oficiais,
quando for conveniente ao serviço público. ”
42

Em 1908 foi criado o Exame Prático pelo então Comandante-geral, Coronel


João Cândido da Silva Muricy. Esse exame era obrigatório para a promoção dos
oficiais até o posto de major.
Em 1919 foi criada pelo Presidente do Estado, Afonso Camargo, a Escola
da Força Militar para a formação dos oficiais da corporação.
Lei 1.844, de 19 de Março de 1919.
O Congresso Legislativo do Estado do Paraná, decretou e eu sancciono a lei
seguinte:
● Art 1° - É o Governo autorisado a crear uma Escola, na Força Militar, com a
denominação de "Escola da Força Militar", destinada a ministrar às praças
os conhecimentos necessarios ao desempenho das funcções de Official.
§ 1° - A duração do curso da Escola da Força será de 4 annos.
● Art 2° - O ensino na Escola da Força Militar constará de 2 cursos, um
fundamental e outro propriamente militar.
§ único. O curso fundamental constará dos preparatórios necessarios ao
estudo do curso militar.
● Art 3° - Na Escola da Força Militar não será permitida a matrícula de
Officiaes.
● Art 4° - Serão professores, Officiaes da propria Força Militar, o Instructor
Militar, Official do Exercito, e professores Normalistas.
§ único. Os professores Officiaes da Força não terão vantagens de
vencimentos.
● Art 5° - Na Escola da Força Militar, será reservado um certo numero de
vagas à civis uma vez que verifiquem praça por ocasião da matricula.
● Art 6° - O effectivo da Escola da Força Militar será de 30 alumnos.
§ único. Os alumnos farão parte do proprio effectivo da Força Militar.
● Art 7° - Constituída a primeira turma de aspirantes a Official o Governo
poderá fechar a Escola pelo tempo que julgar conveniente.
● Art 8° - O Governo, expedirá o Regulamento necessário, para a execução
desta lei.
O Secretário de Estado dos Negócios do Interior, Justiça e Instrucção Publica,
a faça executar.
Palácio da Presidencia do Estado do Paraná, em 19 de Março de 1919.
Affonso Alves de Camargo
Enéas Marques dos Santos
43

Em 1930, no segundo mandato de Afonso Camargo, foi autorizada a


criação da Escola Profissional Militar, para a preparação de candidatos ao
oficialato da Força Militar do Paraná.
E em 1931, ao ser estabelecido o Plano de Organização da Força Militar, a
Escola passou a constar como Centro de Preparação Militar (CPM); no qual
seriam reunidos os principais cursos realizados na corporação:
● Escola de Preparação de Oficiais (EPO);
● Escola de Aplicação e Revisão (EAR);
● Escola de Sargentos (ES);
● Escola de Cabos (EC);
● Escola de Recrutas (ER);
● E a Escola de Educação Física (EEF).
Entretanto, por motivos financeiros, em julho do mesmo ano o CPM foi
transformado em Companhia Escola, e o único curso que passou a funcionar
ininterruptamente foi o de recrutas. Os demais cursos eram realizados apenas
ocasionalmente, de acordo com as necessidades imediatas da instituição.
Em 1948 que o CPM foi reativado, por iniciativa do Coronel Dagoberto
Dulcídio Pereira, e posto sob o comando do Tenente-coronel José Scheleder.
Em 1954 o CPM passou a denominar-se Centro de Preparação Profissional
(CPP).
Em 1955 o CPP passou a designar-se como Centro de Formação e
Aperfeiçoamento (CFA).
E em 1971 recebeu a atual designação de Academia Policial Militar do
Guatupê.
ETIMOLOGIA E ORIGEM DA DESIGNAÇÃO GUATUPÊ
A etimologia da palavra guatupê (ou guaxupé) é incerta. O vocábulo é de
origem tupi-guarani, sendo-lhe atribuído a significação de "caminho das abelhas"
ou "caminho de guaxe", dentre outras.[12] O termo também designa uma variedade
de abelha nativa, conhecida como Irapuã.
No século XIX toda a região, da Serra do Mar ao Rio Iguaçu, onde
atualmente se situa a APMG, já era conhecida como Colônia Guatupê.
Posteriormente, no local que hoje compreende a Vila São Judas Tadeu, Município
de São José dos Pinhais, foi estabelecida uma ampla fazenda com mais de
44

quinhentos e cinquenta alqueires, a qual recebeu a denominação de Fazenda


Guatupê.
Em 1938, com o falecimento do proprietário desse imóvel, Sr. Thomaz
Carmeliano de Miranda, a fazenda foi confiscada pelo Interventor do Estado,
Manuel Ribas, e repassada aos funcionários do Departamento de Geografia de
Terras e Colonização (DGTC). A família somente foi, parcialmente, indenizada
pelo Governador Moisés Lupion em 1945; sendo então instalada numa parte do
terreno, uma granja para a criação de frangos e produção de ovos, com a
designação de Granja Guatupê.
Com a desativação dessa granja, em 1966, foi no local instalada a
Academia da Polícia Militar do Paraná; a qual herdou a denominação e passou a
ser conhecida como Academia Policial Militar do Guatupê.
Brasões
O primeiro brasão da Escola de Oficiais da PMPR foi o do Centro de
Preparação Profissional (CPP); o qual foi substituído por outro em 1964, do
Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA).
Em 1970 foi criado o brasão da Academia Policial Militar do Guatupê
(APMG), pelo Cadete de 5° ano do CFO, Valter Wiltemburger Pontes. Na
primeira versão desse brasão ainda constava a sigla CFA, que em 1971 acabou
abolida. Em 1996, Valter Wiltemburger Pontes, então coronel e comandante da
APMG, alterou o brasão; substituíndo os paquifes por suportes com leões
rampantes.

1954 1964 1971

Brasão do CPP Brasão do CFA Brasão da APMG


45

1ª versão

1996 2009

Brasão da APMGBrasão da APMG


2ª versão Versão atual

Estrutura
As instalações da APMG encontram-se no Bairro Guatupê, do Município de
São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba; ao lado da BR 277 (km
72, sentido litoral).
Suas instalações constam de:
● Amplo pátio de formaturas com 35.000 metros quadrados;
● Três blocos, com trinta e seis apartamentos em cada um, para quatro ou
seis pessoas;
● Trinta salas de aula, além das seções técnicas especiais;
● Instalações médicas e odontológicas;
● Salão cerimonial;
● Biblioteca;
● Refeitório para seiscentas pessoas;
● Ginásios de esporte, de fisioterapia, de condicionamento, e campos de
futebol, basquete e voleibol;
● Três estandes de tiro (armas longas, armas curtas, e de combate em
edificações);
● Pista de obstáculos;
● Além de uma estação independente para o tratamento de água.
Cursos
Funcionam na APMG os seguintes cursos:
● Curso Superior de Polícia;
● Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais;
46

● Curso de Formação de Oficiais;


● Curso Especial de Oficiais;
● Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos;
● Curso de Formação de Sargentos;
● Curso de Formação de Cabos;
● Curso de Formação de Soldados;
● Assim como diversos cursos de especialização.
Departamentos de Ensino
Os departamentos de ensino foram criados para congregar disciplinas afins
num único departamento tendo como objetivos:
● Produzir material didático-pedagógico de apoio ao ensino e instrução;
● Buscar a constante atualização e implementação de conceitos e
procedimentos;
● Eliminar injustificáveis sobreposições de assuntos em diferentes
disciplinas, num mesmo curso;
● Promover estudos e pesquisas científicas, etc.
Os departamentos possuem, para cada disciplina, material de apoio didático
que pode ser consultado através da Divisão de Ensino da APMG, cuja finalidade é
agilizar e modernizar o ensino ministrado em todos os níveis, que visam formar,
especializar e aperfeiçoar oficiais e praças da Polícia Militar do Paraná.
Escola de Oficiais - EsO
O curso insígnia da APMG é o Curso de Formação de Oficiais (CFO). Até
1951 ele ocorria apenas esporadicamente, e foi somente a partir dessa data que
passou a ser anual e constante, com a designação de Curso de Formação de
Oficiais Combatentes (CFOC).
A primeira turma formou-se no mesmo ano das comemorações do
centenário da Emancipação Política do Paraná (1953). Nessa época o curso
funcionava no Quartel do Comando Geral (QCG), no Bairro Rebouças, Curitiba.
A partir de 1960 o curso passou a ser realizado em um prédio alugado na Avenida
Vicente Machado. E foi somente em 1969 que passou a funcionar na atual
estrutura da APMG, mesmo antes dela ser oficialmente inaugurada em 1971.
Ao ingressar na APMG o Cadete assume o compromisso moral e ético de
defender e cumprir o Código de Honra do Cadete da Polícia Militar do Paraná,
constante do Manual do Cadete, passando a pautar sua vida pessoal e
47

profissional pela verdade, pela honra, pela coragem e pelo cumprimento fiel às
Leis e Normas.
Batalhão EsO
O Corpo de Cadetes é estruturado como um Batalhão de Polícia Militar,
subdividido em companhias. Este Batalhão recebe a denominação de Batalhão
EsO. Como coroamento anual das atividades de ensino e estágios operacionais,
o Batalhão EsO realiza entre os meses de novembro e dezembro a Operação
Academia; na qual os Cadetes participam de todo o planejamento operacional,
logístico, do comando e da execução das ações policiais e bombeiros-militares.
Essa operação é realizada na área de abrangência de um dos Batalhões PM e de
um dos Grupamentos BM da Capital do Estado ou de sua região metropolitana.
Uniforme de Cadete
Até 1954 os alunos do CFO usavam os mesmos uniformes dos oficiais;
sendo apenas acrescentado os respectivos emblemas, insígnias e distintivos.
Para a diferenciação do ano de curso eram usadas barras horizontais sobre um
triângulo azul, similar às divisas dos praças.
O primeiro uniforme exclusivo de cadete foi instituído em 1954. Nesse
uniforme o ano letivo era identificado pela cor do fourragère: verde para o primeiro
ano; amarelo para o segundo; e vermelho para o terceiro. Desde então, todos os
Regulamentos de Uniformes da PMPR preveem fardamentos exclusivos para os
cadetes.
Espadim Tiradentes
Os espadins surgiram na França, no século XVII para servirem como arma
de defesa pessoal pela classe aristocrática ("nenhum cavalheiro está
adequadamente vestido sem sua espada"), como uma opção leve para as
pesadas e desajeitadas espadas de combate. Por esse motivo logo se tornaram
símbolo de status social, pois somente a nobreza podia portar armas
ostensivamente. Como nessa época os oficiais eram escolhidos entre a nobreza,
o espadim permaneceu como uma tradição militar nos uniformes de gala. O
espadim Tiradentes (tecnicamente uma adaga) da Escola de Formação de
Oficiais da PMPR foi regulamentado em 04 de agosto de 1954 e é entregue aos
cadetes no primeiro ano de curso.
48

Na lâmina do espadim está gravado o lema


PRO LEGE VIGILANDA (Para a Vigilância da Lei).
Escola de Praças
No período do Império o treinamento dos recrutas era dado
concomitantemente ao dos veteranos, pois a instrução da tropa era diária e
contínua. No início o recruta só cumpria funções internas (serviços gerais, faxina,
guarda, etc.), e somente passava a cumprir missões externas após ser
considerado apto pelo comando.
Em 1908 foi criada a Escola Regimental da corporação; assumindo a
diretoria o Alferes João Alexandre Busse. O mesmo decreto de criação também
estabeleceu a aplicação de um Exame Prático para a promoção dos sargentos ao
posto de oficial.
Em agosto de 1912 o funcionamento da escola foi prejudicado devido a
mobilização do efetivo pela eclosão do Conflito do Contestado.

Distintivo da Escola Regimental, usado na gola do uniforme, 1930.


Em 1913 foi fundada a Biblioteca do Regimento , adida à Escola
Regimental e com funcionamento das 06:00h às 18:00h.
Cita o Artigo 1º de seu Regulamento Interno :

“ A Biblioteca do Regimento destina-se a ampliar os conhecimentos dos


oficiais e auxiliar o desenvolvimento da instrução dos praças, para cujo
fim se comporá de livros de assuntos militares, históricos-geográficos e ”
49

daqueles que se prestem à boa orientação militar.

Atualmente essa biblioteca conta com doze mil volumes , sem incluir o
acervo da Biblioteca do Museu da Polícia Militar (anexo à APMG) ou outras
bibliotecas da corporação.
Em 1916 a Escola Regimental foi subdividida em dois cursos: ensino
básico, destinado à alfabetização dos recrutas, e ensino militar, destinado à
instrução de infantaria e cavalaria aos novos soldados.
Em agosto de 1918 a Escola passou também a atender o efetivo do Corpo
de Bombeiros.
Em 1924 as aulas foram interrompidas devido a Revolta Paulista, somente
retornando à normalidade em 1927.
Em 1928 a Escola passou a denominar-se Escola Regimental
Comandante Manoel Eufrásio de Assumpção. Uma homenagem ao oficial que
mais tempo permaneceu no comando da corporação (12 Abr 1857 a 08 Fev
1881). Nessa mesma época o curso de alfabetização passou a funcionar após o
final do expediente, das 18:00h às 19:00h.
Em 1930 a Escola Regimental foi incorporada à Escola Profissional Militar.
E em 1931, ao ser estabelecido o Plano de Organização da Força Militar, a
Escola passou a constar como parte do Centro de Preparação Militar (CPM); no
qual seriam reunidos os principais cursos realizados na corporação. Entretanto,
devido as revoluções de 1930 e 1932, as aulas foram suspensas nesse período.
Em 20 abril de 1933 o curso destinado à alfabetização recebeu a
denominação de Escola Coronel Dulcídio, composta pelos professores
normalistas: Antonio Eleodoro da Silva, Adolfo do Nascimento Brito, Orlando
Busnardo, Eras Piloto e Elizia Checchia; atuando como supervisor dos militares o
2º sargento Sebastião Machado Borges. E o curso militar recebeu a designação
de Escola Capitão Busse; tendo como instrutores os capitães Raimundo Almir
Mendes Mourão, José Scheleder e Miguel Balbino Blasi, e os tenentes Renato
Câmara, Lauro Gentil Portugal Tavares, Boleau Wan-Dick da Silva Cidreira,
Manuel Alves do Amaral e Manuel Diniz.
Em 1935 não foram realizados os exames devido a prontidão
desencadeada pela Intentona Comunista, na capital e norte do país.
Em 1940 a escola recebeu a denominação de Escola Elementar da Força
Policial, subdividida em quatro cursos: Curso de Alfabetização, Curso de
50

Educação Física, Curso Técnico (mecânico, marceneiro, ferreiro, tipógrafo, etc.) e


Curso Militar.
A partir da década de 1950 ficou vetado o alistamento de analfabetos na
corporação. E em 1958 o Curso de Alfabetização foi transformado em Ginásio da
Polícia Militar, atual Colégio da Polícia Militar.
Em 1976 a Escola Elementar foi transformada no Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças (CFAP).
E em 2010 o CFAP passou a designar-se Escola de Formação,
Aperfeiçoamento e Especialização de Praças (EsFAEP). Atualmente existem
duas EsFAEPs em atividade: EsFAEP I, em São José dos Pinhais, e EsFAEP II,
em Maringá.
Escolas de Formação, Aperfeiçoamento e Especialização de Praças
As EsFAEPs destinam-se à formação, aperfeiçoamento, especialização, e
atualização do efetivo de praças da PMPR, de outras corporações policiais
militares e bombeiros militares da federação; bem como, quando for o caso, de
oficiais militares federais e civis que trabalhem na área de defesa social.
Destinam-se ainda ao desenvolvimento de estudos e pesquisas técnicas e
científicas no setor de defesa e segurança social.

Denominações:

1) Centro de Preparação Militar


A Lei nº 63, de 20 de fevereiro de 1948, decretada pela Assembléia
Legislativa do Paraná e sancionada pelo governador Moysés Lupion, criou o
CPM. (publicado no Bol do CG nº 41, de 20 Fev 1948)

2) Centro de Preparação Profissional


A Lei nº 1642, de 05 de janeiro de 1954, decretada pela Assembléia
Legislativa do Estado do Paraná e sancionada pelo governador Bento Munhoz da
Rocha Netto, mudou a denominação para CPP. (publicado no Bol do CPP nº 48,
de 27 Fev 1954)
3) Centro de Formação e Aperfeiçoamento
Pela Lei nº 2526, de 09 de dezembro de 1955, decretada pela
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná e sancionada pelo governador
51

Adolpho de Oliveira Franco, passou a ser denominado de CFA. (publicado no Bol


do CG nº 2, de 02 Jan 1956)

4) Academia Policial Militar do Guatupê


Pelo Decreto nº 22.653, de 09 de março de 1971, decretado pela
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná e sancionado pelo governador Paulo
Cruz Pimentel, mudou a denominação para APMG. (publicado no Bol do CG nº
46, de 11 Mar 1971)

Histórico
O Centro de Preparação Militar foi instalado pelo coronel Dagoberto
Dulcídio Pereira, em 1948, quando era comandante-Geral da PMPR.
O primeiro comandante do Centro de Preparação Militar (atual APMG),
foi o Tenente-Coronel José Scheleder, nomeado pelo decreto nº 2162, de 24 de
março de 1948.
A primeira Turma de cadetes que funcionou no CPM a partir de 1951,
denominou-se CFOC – Curso de Formação de Oficiais Combatentes.
A aula inaugural da primeira turma de cadetes da PMPR, foi proferida
pelo major, professor e Dr. Fellipe de Sousa Miranda, numa das salas de aula da
Escola Regimental, às 08:00 horas do dia 1º de março de 1951.
O coronel Antisthenes Miranda de Moraes Sarmento, era o
comandante do CPM, quando do início da primeira turma de cadetes da PMPR,
em 1951.
A primeira turma a formar-se, foi a de 1953, que ficou conhecida como
a Turma “Centenária do Paraná”.
*
O ESPADIM TIRADENTES
O Espadim Tiradentes, arma símbolo do Cadete da Polícia Militar do Estado
do Paraná, recebeu este nome como uma homenagem perene que todas as
milícias do Brasil prestam ao ilustre JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, o
Tiradentes, patrono de todas as Polícias Militares, pelos grandes e relevantes
trabalhos prestados a Nação, pois suas ideias de patriotismo, nacionalismo e
democracia sobrevivem em nossos dias.
52

Quando os exércitos passaram a ser munidos com armas de fogo, as


espadas ficaram de uso restrito aos comandantes como símbolo de suas
responsabilidades na condução de suas tropas.
É na Rússia dos Czares que vamos encontrar a origem do Espadim,
Alexandre III, Comandante do Exército Russo, mandou que o armeiro fabricasse
alguns ESPADINS, pequenas espadas de aço decoradas em marfim e bronze.
Estes espadins representando o cerco vitorioso a Varna (A Batalha de
Varna, a mais importante batalha da Cruzada de Varna; ocorreu no dia 10 de
novembro de 1444 perto de Varna no leste da atual Bulgária, perto da costa da
mesma com o Mar Negro. O exército Otomano liderado pelo sultão Murad II
derrotou as tropas Húngaro-Polacas), traziam um punho encimado pela figura da
deusa mitológica Vitória, segurando grinalda com o monograma do Czar, os quais
eram distribuídos aos Príncipes do Império para que usassem até estarem aptos
a exercer funções de comando).
O Museu do Klemlim em Moscou ainda possui um modelo fabricado
em Zalost, no ano de 1829.
Com o casamento de Nicolau, filho de Alexandre III, com a Princesa
Alex, neta da Rainha Vitória da Inglaterra, o costume de usar o Espadim pelos
jovens aristocráticos, filhos de nobres nas escolas militares, foi introduzido na
Europa, estendendo-se para todas as Academias Militares mantendo-se esta
nobre tradição até nossos dias, nesta cerimônia solene, quando as Academias
recebem novos Cadetes, que passarão a integrar a Polícia Militar.

POLÍCIA MILITAR NAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL

1. Brasil Império

1.1. Constituição de 1824 (outorgada)


A Constituição Política do Império, outorgada a 25 de março de 1824, NÃO
TRATA CLARAMENTE das Corporações que antecederam as Policias Militares.
CAPITULO VIII.
Da Força Militar.
Art. 147. A Força Militar é essencialmente obediente; jamais se poderá reunir,
sem que lhe seja ordenado pela Autoridade legitima.
53

1.2. Carta de lei de 10 de outubro de 1831.


Lei Imperial que cria a Guarda Municipal em 10 de outubro de 1831

LEI – DE 10 DE OUTUBRO DE 1831.


Autoriza a creação de corpos de guardas municipaes voluntarios nesta
cidade e provincias.
A Regencia, em Nome do Imperador o Senhor D. Pedro II, Faz saber a todos
os Subditos do Imperio que a Assembléia Geral Decretou, e Ella Sanccionou a Lei
seguinte:
Art. 1.° O Governo fica autorizado para crear nesta Cidade um Corpo de
guardas municipaes voluntarios a pé e a cavallo, para manter a tranquillidade
publica, e auxiliar a Justiça, com vencimentos estipulados, não excedendo o
numero de seiscentas e quarenta pessoas, e adespeza annual a cento e oitenta
contos de réis.
Art. 2.° Ficam igualmente autorizados os Presidentes em Conselho para
crearem iguaes corpos, quando assim julguem necessario, marcando o numero
de praças proporcionado.
Art. 3.° A organização do corpo, pagamento de cada individuo, a nomeação
e despedida dos Commandantes, as instrucções necessarias para a boa
disciplina, serão feitas provisoriamente pelo Governo, que dará conta na futura
sessão para a approvação da Assembléia Geral.
Art. 4.° Ficam revogadas todas as Leis em contrario.
Manda portanto á todas as Autoridades, a quem o conhecimento, e
execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir, e guardar
tão inteiramente como nella se contém. O Secretario de Estado dos Negócios da
Justiça a faça imprimir, publicar, e correr. Dada no Palácio do Rio de Janeiro aos
dez de Outubro de mil oitocentos trinta e um, décimo da Independência e do
Imperio.
Francisco de Lima e Silva.
José da Costa Carvalho.
João Braulio Moniz.

Diogo Antonio Feijó.


Carta de Lei, pela qual Vossa Magestade Imperial Manda executar o
Decreto da Assembléia Geral, que Houve por bem Sanccionar, sobre a
54

creação nesta Cidade e Provincias de um corpo de guardas municipaes


voluntarios, na fórma acima declarada.
Para Vossa Magestade Imperial vêr.
José Tiburcio Carneiro de Campos, a fez.

Diogo Antonio Feijó.


Registrada nesta Secretaria de Estado dos Negocios da Justiça a fl. 96
do Livro 1.° de Leis. Rio de Janeiro em 15 de Outubro de 1831. – João
Caetano de Almeida França.
Publicada e sellada a presente Lei nesta Secretaria de Estado dos
Negocios da Justiça em 15 de Outubro de 1831. – João Carneiro de Campos.

Portanto: As Províncias organizaram e regulamentaram os Corpos Policiais,


tendo sempre eles a missão de “manter a tranqüilidade publica, e auxiliar a
Justiça”. Em tempos de guerra constituíam linha auxiliar do Exército.

2. Brasil República

2.1. Lei n. 1860 de 4 jan. 1908.


A Lei do Sorteio (oficialmente Lei n. 1860) foi uma polêmica lei em 1906 que
institituia o serviço militar obrigatório e através de sorteio. Os seus defensores
diziam que na época os soldados do exército brasileiro eram, em sua maioria, ex-
trabalhadores braçais de baixas condições. Com a adoção do sorteio militar,
todas as classes sociais passariam a ser recrutadas
A lei que “Regula o alistamento e sorteio militar e reorganiza o Exército” foi
aprovada na Câmara em 4 de janeiro de 1908.
Em seu Art. 32: Auxiliarão as Forças de 3ª linha, os Corpos Estaduais de Polícia
os a disposição organizados militarmente, quando postos a disposição do
Governo Federal pelo Presidente ou Governador do Estado. Uma vez sob as
ordens do Governo Federal, esses corpos serão submetidos às leis e
regulamentos militares da união.

2.2. Decreto nº 11.497 de 23 jan. 1915


Art. 10-......
55

§ 3º - As Forças não pertencentes ao Exército Nacional, que existirem


permanentemente organizados, com quadros efetivos, composição e instrução,
uniforme com os do Exército ativo, poderão ser a ele incorporados no caso de
mobilização e por ocasião das grandes manobras anuais.

2.3. Lei 3.216 de 3 jan. 1917


“Art. 7 – Na forma do Art. 10, § 3º, do Decreto nº 11.497, de 23 jan. 1915, a
Brigada Policial do DF, o Corpo de Bombeiros do DF, as Polícias militarizadas
dos Estados, cujos Governadores estiverem de acordo, passarão a constituir
Forças Auxiliares do Exército Nacional...”.
Era a primeira vez que aparecia num texto legal a expressão em que se
originou a designação de POLÍCIA MILITAR.
Como Força Auxiliar do Exército, as Polícias Militares participaram dos
movimentos revolucionários de 1922 e 1924, participaram do combate a
Coluna Prestes (1924 – 1927).
Em 1930, os Governos do RS, Paraíba e Minas Gerais fizeram aliança
contra o Governo Federal, se colocaram em posição oposta ao Exército, que
defendia o poder constituído do Presidente Washington Luis.
Em 1932, a Revolução Constitucionalista, iniciada em São Paulo, onde
Exército e Força Pública eram aliados a revolução.

2.4. A Constituição de 1934


A Constituição promulgada no ano de 1934 trouxe mais claramente, pela
primeira vez, referências às Polícias Militares.
TÍTULO VI
Da Segurança Nacional
Art 167 - As polícias militares são consideradas reservas do Exército, e gozarão
das mesmas vantagens a este atribuídas, quando mobilizadas ou a serviço da
União.
A presença das Polícias Militares na Constituição de 1934 deveu-se a
importância que tiveram nos movimentos de 1930 e 1932.

2.5. A Constituição de 1937


56

Art 16 - Compete privativamente à União o poder de legislar sobre as seguintes


matérias:
XXVI - organização, instrução, justiça e garantia das forças policiais dos Estados
e sua utilização como reserva do Exército;

2.6. Decreto Lei nº 1.202 de 8 abr.1942


A fixação do efetivo da Polícia Militar era de competência do Governador
do Estado, com aprovação prévia do Presidente da República.

2.7. A Constituição de 1946


Art 183 - As polícias militares instituídas para a segurança interna e a manutenção
da ordem nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, são consideradas,
como Forças Auxiliares, reservas do Exército.
O texto constitucional foi mais abundante, fixando os campos de
atuação dos organismos policiais militares.
Foi acometido às Polícias Militares a competência de manutenção da
Ordem Pública e atuar na segurança interna.

2.8. A Constituição de 1964


Novamente, as PPMM se fizeram sentir de maneira marcante no
movimento revolucionário de 1964. Sua atuação destacada e deflagradora do
processo fez com que o governo emergente do movimento se preocupasse com
os limites de atuação, armamento, organização geral e condições de emprego
dessas Organizações policiais.

2.9. A Constituição de 1967


Art 13 - Os Estados se organizam e se regem pelas Constituições e pelas leis que
adotarem, respeitados, dentre outros princípios estabelecidos nesta Constituição,
os seguintes:
§ 4º - As polícias militares, instituídas para a manutenção da ordem e segurança
interna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, e os corpos de
bombeiros militares são considerados forças auxiliares e reserva do Exército, não
podendo os respectivos integrantes perceber retribuição superior à fixada para o
correspondente posto ou graduação do Exército, absorvidas por ocasião dos
57

futuros aumentos, as diferenças a mais, acaso existentes. (Redação dada pelo


Ato Complementar nº 40, de 1968)

2.9.1. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 1, DE 17 DE OUTUBRO DE 1969


Art. 8º Compete à União:
v) organização, efetivos, instrução, justiça e garantias das polícias militares e
condições gerais de sua convocação, inclusive mobilização.
1) Inovou no fato de as atribuições das Corporações não mais serem
colocadas no capítulo destinado às Forças Armadas, inserindo-as na parte
referente à organização dos Estados.
2) O texto constitucional insere também a competência da União para
legislar sobre os feitos das Polícias Militares. Aparece aí também o Corpo de
Bombeiros.

2.10. Decreto nº 317 de 13 de maio de 1967


Regulou as atividades das Polícias Militares, operacionalizando a forma de
controle das Corporações Policiais Militares:

2.11. A Constituição de 1988


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis
pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
58

Foram Constituições promulgadas, a de 1891, 1934, 1946 e a atual (de 1988).


Foram Constituições outorgadas a de 1824, 1937, 1969. A Constituição
(discutível) de 1967 autoproclamou-se promulgada. O Congresso que a votou
pretendeu ter recebido poderes constituintes do movimento militar de 1964 mas
na verdade não foi promulgada.

DECRETO LEI 667/69


Art 3º Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nos
Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete as Polícias Militares, no
âmbito de suas respectivas jurisdições:
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Fôrças
Armadas e os casos estabelecidos em legislação específica, o policiamento
ostensivo, fardado planejado pelas autoridades policiais competentes, a fim de
assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício
dos poderes constituídos;
a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Fôrças
Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pelas autoridades policiais
competentes a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem
pública e o exercício dos podêres constituídos. (Redação dada pelo Del nº 1072 ,
de 30.12.1969)
b) atuar de maneira preventiva, como fôrça de dissuasão, em locais ou áreas
específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;
c) atuar de maneira regressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o
eventual emprêgo das Fôrças Armadas;
d) atender à convocação do Govêrno Federal, em caso de guerra externa ou para
prevenir ou reprimir grave subversão da ordem ou ameaça de sua irrupção,
subordinando-se ao Comando das Regiões Militares para emprêgo em suas
atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa Territorial.
Art. 3º - Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna
nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias
Militares, no âmbito de suas respectivas jurisdições: (Redação dada pelo
Del nº 2010, de 12.1.1983)
a) executar com exclusividade ressalvas as missões peculiares das Forças
Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade
59

competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem


pública e o exercício dos poderes constituídos; (Redação dada pelo Del nº 2010 ,
de 12.1.1983)
b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas
específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem; (Redação
dada pelo Del nº 2010, de 12.1.1983)
c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o
eventual emprego das Forças Armadas; (Redação dada pelo Del nº 2010, de
12.1.1983)
d) atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso de
guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou
ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em
suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa
Interna e da Defesa Territorial; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 12.1.1983)
e) além dos casos previstos na letra anterior, a Polícia Militar poderá ser
convocada, em seu conjunto, a fim de assegurar à Corporação o nível necessário
de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o cumprimento das
disposições deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento específico.
(Incluída pelo Del nº 2010, de 12.1.1983)
§ 1º - A convocação, de conformidade com a letra e deste artigo, será efetuada
sem prejuízo da competência normal da Polícia Militar de manutenção da ordem
pública e de apoio às autoridades federais nas missões de Defesa Interna, na
forma que dispuser regulamento específico. (Incluído pelo Del nº 2010, de
12.1.1983)
§ 2º - No caso de convocação de acordo com o disposto na letra e deste artigo, a
Polícia Militar ficará sob a supervisão direta do Estado-Maior do Exército, por
intermédio da Inspetoria-Geral das Polícias Militares, e seu Comandante será
nomeado pelo Governo Federal. (Incluído pelo Del nº 2010, de 12.1.1983)
§ 3º - Durante a convocação a que se refere a letra e deste artigo, que não poderá
exceder o prazo máximo de 1 (um) ano, a remuneração dos integrantes da Polícia
Militar e as despesas com a sua administração continuarão a cargo do respectivo
Estado-Membro. (Incluído pelo Del nº 2010, de 12.1.1983).

ETIMOLOGIA DAS GRADUAÇÕES E POSTOS DO EXÉRCITO (1500-2007)


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A nomenclatura das graduações e postos no nosso Exército é de caráter


universal e apresenta pequenas variações. A referida nomenclatura, segundo
raras fontes disponíveis, possui a seguinte etimologia:
Etimologia das graduações
Soldado: Deriva de sal, moeda corrente nas legiões romanas e de onde tem
origem as palavras saldado, salário, soldo, soldado ou pessoa que é paga com
sal. Consta que os legionários romanos recebiam o salário em sal.
Anspeçada: Tem origem no italiano, lancia spezzata (lança quebrada). Referia-se
ao soldado transferido da arma montada para a arma a pé e que ali passava a
possuir status superior ao soldado a pé. Existiu entre nós de 1500 a 1904. Os
nossos anspeçadas eram dispensados da faxina. Só concorriam à escala de
sentinela do portão das Armas e substituíam o cabo.
Cabo: Tem origem no latim “caput”, com o sentido de cabeça, chefe. Existe entre
nós desde 1500 com o título de cabo de Esquadra, até reduzir-se a cabo, na
República. Os grandes generais que se destacaram na História Militar tem sido
chamados ou de cabos de guerra ou de grandes capitães da História Universal.
Assim, Napoleão era chamado carinhosamente por seus soldados de “petit
caporal” ou pequeno cabo.
Furriel: Tem origem no francês “fourrier”, de forragem (fourrage). Era o
encarregado tradicionalmente do forrageamento dos eqüinos. Ela existiu até há
pouco tempo entre nós, sendo substituída pela de 3º sargento, passando a
graduação furriel a designar uma função militar.
Sargento: Deriva do latim “servientes”, com o sentido de auxiliar, tendo originado
os serventes de campo, de armas, de escudeiros e de cavaleiros. Esta graduação
existe entre nós desde 1500 e, com a eliminação da de furriel, nas de 3º, 2º e 1º
sargentos. Ficou célebre nesta graduação o sargento Wolf, herói da FEB.
Sargento-ajudante era o mais antigo dos sargentos .
Cadete: Deriva do baixo latim capitettus, diminutivo de caput. Literalmente seria
um pequeno chefe ou cabeça. Existiu entre nós, com foros de nobreza ou
privilégio de nascimento, de 1757 a 1897. Foi restabelecido em 1931 para
designar a graduação privativa dos alunos da Escola Militar e, desde 1945, da
Academia Militar das Agulhas Negras, sempre com o sentido de companheiro ou
de irmão mais moço dos oficiais, e com arma privativa - o espadim.

Etimologia dos postos


Alferes: Deriva do latim “aquila-feres”, ou o porta-águia, que era o estandarte
distintivo das legiões romanas. O termo passou aos árabes como “alfaris-porta-
estandarte”, de onde teria passado a Portugal e de lá ao Brasil. Ela existiu no
Brasil até 1905, quando deu lugar à denominação “Aspirante-a-oficial”, que veio
no bojo do Regulamento de Ensino de 1905. Com ele também foi extinta a
graduação ou posto de alferes-aluno, criada em 1840 na Escola Militar do Largo
de São Francisco, como estímulo ao mérito intelectual, face ao título de cadete
que traduzia mérito de nascimento. Tornou-se célebre o alferes José Joaquim da
Silva Xavier, o Tiradentes, hoje elevado a Patrono Cívico da Nacionalidade ou do
Brasil.
Tenente: Deriva do latim “tenens” - substituto de outrem e, no caso em tela, do
capitão. Existe entre nós desde o Descobrimento. Tornou-se célebre entre nós o
tenente Antônio João, patrono do Quadro Auxiliar do Exército.
61

Capitão: Deriva do latim, passando ao baixo latim, de caput a “capitanis”, o chefe


ou o que comanda. Sempre existiu entre nós. Nele se imortalizaram Pedro
Teixeira - o conquistador da Amazônia; frei Orlando - patrono do Serviço Religioso
do Exército; Ricardo Kirk - o pioneiro e mártir brasileiro da aviação militar em
operações de combate, herói do Contestado, e Tertuliano Potiguara – herói do
Contestado e em San Quentin (França), na 1ª Guerra Mundial.
Major: Deriva de maior. Na Colônia, correspondeu ao posto de Sargento-Mór
(Sargento-Maior), ou o auxiliar mais graduado do coronel e seu substituto. Se
celebrizaram como sargentos maiores Antônio Dias Cardoso - atual patrono das
Forças Especiais do Exército e Rafael Pinto Bandeira - conquistador da Fortaleza
de Santa Tecla, em Bagé, e patrono do 8º Esqd C Mec, da 8ª Bda Inf Mtz, ambos
mestres em guerrilhas contra o invasor, respectivamente no Nordeste e no Rio
Grande do Sul. Na Alemanha, o sargento-maior correspondia a uma graduação
de sargento. Conta-se que D. Pedro I ao organizar batalhões com mercenários
europeus, colocou como sargento-maior ou subcomandante de batalhão, um
mercenário alto, forte e imponente que havia sido sargento-maior (sargento) na
Alemanha e lá havia sido açougueiro. Existiu no Exército, no Império, a função de
Vago- Mestre, traduzida do alemão vagoon-meister (encarregado dos
Transportes). E como Vago- Mestre ela figurava nos QOD.
Tenente Coronel: Tem o sentido de substituto do coronel. Ela surgiu no Império.
Imortalizaram-se neste posto: José de Abreu - o anjo da Vitória nas guerras
contra Artigas 1816-21; Francisco Pedro de Abreu, grande guerrilheiro gaúcho
que auxiliou Caxias na Revolução Farroupilha; Vilagran Cabrita - patrono da
Engenharia e Muniz de Aragão, da Veterinária.
Coronel: Deriva do italiano, com o sentido de “colonello” - o Comandante ou
chefe de coluna. No Brasil Colônia, sob influência espanhola, correspondia ao
mestre de campo de tradição romana. Magister militium, o comandante de tropa a
pé e o magister equitum, o comandante de tropa a cavalo. O mestre de campo
tinha o sentido de mestre dos campos ou dos acampamentos. Tornaram-se
célebres nestes postos os restauradores de Pernambuco nas guerra holandesas:
Antônio Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe
Camarão - os dois últimos, honorários. Como os coronéis se tornaram célebres na
Guerra do Paraguai, Emílio Luiz Mallet, patrono da Artilharia e Tibúrcio, então
herói militar e popular, por sua intrepidez.
General: Advém do latim generalis. É o chefe ou comandante-geral. No Brasil
designa o ciclo de oficiais generais. Foi consagrado nesta designação na Guerra
do Paraguai pelos soldados e pelo povo o general Osório, atual patrono da Arma
de Cavalaria do Exército.
Brigadeiro: Origina-se da palavra celta e italiana “briga” (luta, combate). Este
posto existiu até a República quando mudou de denominação para General-de-
Brigada. Consagrou-se como brigadeiro Antônio de Sampaio - o patrono da
Infantaria e Andrade Neves - o Vanguardeiro da Guerra do Paraguai, e como
general de Brigada João Severiano da Fonseca - patrono do Serviço de Saúde.
Marechal de Campo: Posto que existiu na Colônia e no Império, mudando na
República para General de Divisão. Tornou-se célebre como Marechal de Campo
Manoel Deodoro da Fonseca - o proclamador da República, e como General de
Divisão Mascarenhas de Moraes que comandou a FEB, na Itália.
Tenente General: Existiu na Colônia e no Império. Foi substituído na República
pelo posto de General de Exército.
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Fonte: Cel Cláudio Moreira Bento Presidente da AHIMTB e do IHTRGS

Histórico do Corpo de Bombeiros no Brasil


Corpo de Bombeiros no Brasil
No Brasil, a história do Corpo de Bombeiros começa em 1856, no dia 2 de
Julho. O Decreto, assinado pelo Imperador Dom Pedro II, instituiu o Corpo
Provisório de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. Foram reunidas as seções
de Bombeiros que existiam para o serviço de extinção de incêndios na Casa do
Trem (Arsenal de Guerra).

O primeiro serviço contra incêndios era responsável por orientar medidas de


socorro, cabendo a equipe técnica a supervisão dos trabalhos de salvamento e
extinção do fogo. Apesar dos equipamentos utilizados serem rudimentares, a
cidade já não se mobilizava desordenadamente. Aos poucos, ia-se organizando o
núcleo oficial do Corpo de Bombeiros.

Os arsenais deixaram de ser os únicos responsáveis pelos incêndios, embora


contassem com melhores equipamentos e pessoal mais especializado, possuíam
a colaboração da Repartição de Obras Públicas e de funcionários da Casa de
Correção.

Naquela época, o sinal de fogo era dado por tiros de peças do Morro do Castelo,
onde uma bandeira vermelha era içada. Em seguida, o toque era convencionado
do sino da Igreja de São Francisco de Paula, indicando o lugar do sinistro.

Em 1880, a Corporação passou a ter organização militar e, foram concedidos


postos e insígnias aos seus componentes. Com o passar dos anos, equipamentos
mais sofisticados foram fornecidos e viaturas mecânicas passaram a ser
utilizadas.

Atualmente, é no dia 2 de Julho que se comemora o Dia do Bombeiro, que hoje


não só apaga incêndios, mas se responsabiliza pelos atendimentos pré-
hospitalares em caso de trauma, salvamentos em altura e em meio líquido, além
das atividades de busca e defesa civil.
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Histórico no Brasil
O badalar dos sinos anunciava que estava acontecendo um incêndio. Homens,
mulheres e crianças saíam de suas casas, ou de onde estivessem, e corriam do
local onde o fogo destruía algo. Todos juntos, faziam uma enorme fila e do poço
de água mais próximo, passavam baldes de mão em mão, até que eles chegassem ao
local que estava em chamas. Isto acontecia no Brasil até 1856, quando não havia
homens especializados e contratados pelos Estados para o cargo de apagar
incêndios. Não havia o Corpo de Bombeiros. É certo que, naquela época as
ocorrências eram de menor proporção. Não havia as grandes cidades, nem os
grandes edifícios, nem os milhares de carros e motos circulando nas ruas e
causando acidentes e atropelamentos, não havia ocorrências com pós químicos
ou bombas, e, é claro, a população brasileira era muito, muito menor.

Em 1856, mais exatamente, no dia 02 de Julho de 1856, o Imperador Dom Pedro 2º,
vendo a necessidade de ter homens “especiais” para combater o fogo, assinou o
decreto 1.775, que regulamentava o “Serviço de Extinção de Incêndio”. Nascia
assim o “embrião” do Corpo de Bombeiros no Brasil.

Com o passar do tempo, o crescimento do Brasil e de sua população e a divisão


por Estados, o Corpo de Bombeiros passou a ser uma necessidade e foram
criados em todos os Estados do país.

A partir de 1954, por decreto presidencial, o dia 02 de Julho passou a ser o Dia do
Bombeiro, uma justa homenagem a quem arrisca sua vida para salvar a do
próximo.

HISTÓRICO MUNDIAL DO CORPO DE BOMBEIROS


ORIGENS 27 A.C

A origem dos Corpos de Bombeiros remonta à origem do emprego do fogo pelo


homem. Uma das primeiras organizações de combate ao fogo de que se tem
notícia, segundo Care Z. Péterson foi criada na antiga Roma. Augusto, que se
tornou Imperador em 27 A.C., formou um grupo de "vigiles". Esses "vigiles"
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patrulhavam as ruas para impedir incêndios e também para policiar á cidade,


através de patrulhas e vigilantes contra incêndios.

Neste período da história, o fogo era um problema de difícil resolução para os


¨vigílias¨ que contavam com métodos insuficientes para a extinção das chamas.

Entre os povos antigos, os gregos tinham organizado sentinelas noturnos para


vigilância de suas cidades e faziam soar um alarme em caso de incêndio. Em
todas as cidades do Império Romano também estavam regulados estes serviços,
mas como abordamos no início deste capítulo, os bombeiros surgiram por
necessidade, quase sempre depois de um grande incêndio, e foi assim, que
surgiu o primeiro bombeiro, segundo registros históricos, quando a capital do
império Romano, foi devastada por um grande incêndio no ano 22 a.C., e por esta
razão, o Imperador César Augusto, preocupado por este acontecimento, decidiu
na criação do que se pode considerar como o primeiro corpo de Bombeiros, cujos
integrantes se chamavam “vigiles”, responsáveis pela segurança de Roma. Este
corpo serviu até a queda do Império Romano (476 d.C.). Este, é o primeiro corpo
organizado que se conhece na história, dedicado exclusivamente a função de
bombeiro.

Com os séculos, estas organizações evoluíram muito pouco. Durante a Idade


Média se tinha no incêndio um conceito relativo, consideravam um dano
inevitável. A partir do século XVI os artesãos se espalham por toda Europa numa
modesta industrialização. Os incêndios são mais frequentes e se tem
necessidade de combatê-los de forma prática.

Mais tarde, na metade do século XVII o material disponível para combate a


incêndio se reduzia a machados, enxadões, bales, e outras ferramentas. Os
países mais avançados contavam com rudimentares máquinas hidráulicas, que
eram conectadas a poços de vizinhos que enchiam baldes que por sua vez eram
passados de mão em mão, até a linha do fogo.

No século XVIII Van Der Heyden inventa “a bomba de incêndio”, abrindo uma
nova era na luta contra o fogo. O mesmo Van Der Heyden também ganha
notoriedade ao inventar a “mangueira” de combate a incêndios. Estas primeiras
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mangueiras foram fabricadas em couro, e tinham quinze metros de comprimento


com uniões de bronze nas extremidades. O novo sistema põe fim a época dos
baldes e marca o começo de uma nova era no “ataque” aos incêndios, com o
lançamento de jatos de água em várias direções, o que não era possível no
sistema antigo.

A aparição destas bombas de incêndio fez com que se organizasse em París


(França) uma companhia de “sessenta guarda bombas”, uniformizados e pagos
que estavam sujeitos à disciplina militar.

Este foi um dos primeiros Corpos de Bombeiros organizados, nos moldes dos
sistemas atuais, que se tem notícias. Em pouco tempo todas as grandes cidades
do mundo ocidental já possuíam, seja por disposição legal ou por iniciativa das
companhias de seguro, (como por exemplo na Escócia e Inglaterra) serviços de
bombeiros pagos.

Uma das normas mais antigas de proteção contra incêndios foi promulgada no
ano de 872 em Oxford, Inglaterra, estabelecendo um toque de alerta, a partir do
qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo naquele
momento mais tarde, Guilhermo, o Conquistador estabelecia um toque de alerta
geral em toda a Inglaterra, dirigindo tanto a que se apagassem os fogos como as
revoltas no país.

Um fato interessante da história, é que em 1666 na Inglaterra, já haviam Brigadas


de Seguros Contra Incêndios sendo formadas por Companhias de Seguros e que
eram as mesmas que decidiam pelas localizações das Brigadas. Sabe-se muito
pouco a respeito do desenvolvimento das organizações de combate ao fogo na
Europa até o grande incêndio de Londres em, 1666. Esse incêndio destruiu
grande parte da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas. Antes do
incêndio, Londres não dispunha de um sistema organizado de proteção contra o
fogo. Após o incêndio, as companhias de seguro da cidade começaram a formar
brigadas particulares para proteger a propriedade de seus clientes.

Em Boston, depois de um incêndio devastador que destruíu 155 edifícios e um


certo número de barcos, em 1679 houve a fundação do primeiro Departamento
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Profissional Municipal Contra Incêndios na América do Norte. Boston importou da


Inglaterra uma bomba contra incêndios e no Departamento haviam empregados
12 bombeiros e um chefe. Já em 1715, a cidade de Boston já contava com seis
companhias que dispunham de bombas d’água.

Em mesma época também eram organizados nas comunidades de


Massachusetts sistemas de defesa contra o fogo tais como exigências que em
cada casa houvesse disponível cinco latas, (tipo balde). Em caso de incêndio era
dado alarme através dos sinos das Igrejas e os moradores de cada casa
passavam então a organizarem-se em grandes filas, desde o manancial mais
próximo até o sinistro, passando as latas de mão em mão. Aqueles que não
ajudavam eram sancionados com multas de até U$ 10,00 pelo chefe dos
bombeiros.

Com falta de organização e disciplina dos bombeiros ¨voluntários¨, bem como a


resistência à tecnologia que despontava com a introdução de bombas com motor
a vapor, ocasionou a organização dos departamentos profissionais contra
incêndio tendo-se registro que em 1º de Abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, entrou
em serviço uma organização profissional de bombeiros com bombas a vapor em
veículos tracionados por cavalos. Anos mais tarde, também Nova York substituía
os bombeiros voluntários pelos profissionais que utilizavam estas bombas.

As primeiras escolas de bombeiro surgiram em 1889, Boston e em 1914, Nova


York para transformação dos quadros profissionais de maiores e menores
graduações.

Na época da primeira e da Segunda Guerra Mundial os Corpos de Bombeiros


encontravam-se estruturados e atuavam em sistemas de dois turnos. Todavia
face as necessidades muitas vezes seguiam trabalhando para erradicar sinistros
advindos dos bombardeios, com jornada de até 24 horas, passando a tornar-se
comum tal prática, trabalhando mais horas que outras categorias profissionais e
com isso consolidando-se esta situação, a partir de então.

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