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AS VANGUARDAS NO SÉCULO XX

A VANGUARDA HISTÓRICA
• Para Peter Bürger (Teoria da vanguarda) – A vanguarda histórica – O Expressionismo (A
Ponte), o Futurismo, o Dadá, o Neoplasticismo (De Stijl), o Construtivismo e o Surrealismo –
foram além das Vanguardas Estéticas porque foram movimentos que questionaram a
concepção de arte autônoma (Arte pela Arte) e o próprio estatuto social da arte na
sociedade capitalista.

• Os artistas da vanguarda histórica não visavam apenas a criação de uma obra de arte
experimental e inovadora do ponto de vista formal (como na Vanguarda Estética), pois
usaram a arte como pretexto para o questionamento da instituição artística burguesa e do
circuito artístico, desde a produção até a recepção, passando pelo mercado de arte e pela
crítica de arte.

• Os artistas da vanguarda histórica discutiram também a própria categoria “obra”, usando


procedimentos provocativos como o choque, a surpresa, o acaso e a alegoria – para
questionar o ambiente artístico.

• Para Bürger, a alegoria é uma categoria central para explicar as manifestações da


vanguarda histórica, pois aponta para a descontextualização, ou seja, a retirada de um
fragmento de seu contexto habitual e a sua inserção em outro contexto onde ele adquire
novos significados.
• A vanguarda histórica superou o momento de autocontemplação e firmou um momento de
autocrítica da arte. O Dadá, por exemplo, não só critica as escolas que o precederam, mas
critica a arte enquanto instituição, e a trajetória de seu desenvolvimento na sociedade
burguesa.

• A vanguarda histórica questionou o aparato de distribuição da obra de arte e o estatuto da


arte na sociedade burguesa.

• A vanguarda histórica possuía um caráter revolucionário, visando inserir a arte na prática


da vida e transformá-la em um instrumento de construção (utópica) de uma nova ordem
social.

• Entre a primeira e a segunda grande guerra, duas linhas de pensamento e produção em


arte da vanguarda histórica se desenvolveram. De um lado, o Dadá e o Surrealismo
querendo explodir a arte enquanto prática social e de se colocarem numa posição de
combate contra a própria ordem social, e de outro lado, o Neoplasticismo, a Bauhaus e o
Construtivismo/Produtivismo Russo buscando uma integração funcional da arte com o
modo de produção dominante. Se organizaram em torno de um processo produtivo racional,
buscando integrá-lo à ciência e à técnica e contribuir no processo de transformação social.
Expressionismo Alemão (1905-1913/A Ponte – 1919/Nova Secessão – Dresden e em Berlim/Alemanha –
Revista Der Sturm [A tempestade – circulou entre 1910 e 1932]

• Foi uma manifestação da crise existencial em relação ao mundo moderno-industrial. O


Expressionismo Alemão interpretou esse mundo à base de sentimentos e não de sensações. Os
artistas tinham apego à amargura e ao pessimismo, e a uma sensibilidade doentia ou mórbida.
Eles viviam um drama individual diante da sociedade e dos conflitos sociais. Foram atormentados
por problemas religiosos, sexuais, políticos, sociais e morais.

• O movimento tinha um propósito ético, crítico-social e político. Imbuídos da crença que, por meio
arte, poderiam criar um mundo melhor para todos. Eles elaboraram uma ideologia social de largo
alcance, que englobava não apenas a arte, mas também a vida inteira. Parte dos propósitos do
grupo era defender uma maior conexão entre a arte e a vida.

• Na maioria das vezes, o mundo exterior (uso da figuração) foi utilizado para expressar a realidade
interior (sentimentos) do artista. Recusaram o aprendizado tradicional das belas-artes e não
tinham preocupação com a fatura técnica da obra, pois trabalhavam de modo direto e intenso.
Usaram excessivamente a deformação e a fealdade.

• Em relação à arte, estavam unidos mais por aquilo que não apreciavam como o realismo anedótico
e o impressionismo, do que por qualquer programa artístico próprio.
Revista Der Sturm (A tempestade) – circulou entre
1910 e 1932 na Alemanha.
Revista Der Sturm (A tempestade) – circulou entre 1910 e 1932 na Alemanha.
Karl Schmidt-Rottluff – Paisagem em Dangast – 1905 – 70 x 92 cm – óleo/tela
Karl Schmidt-Rottluff – Paisagem em Dangast – 1910 – 77 x 85 cm – óleo/tela
Karl Schmidt-Rottluff – Cristo e a Adúltera – 1918 – xilogravura
Paula Modersohn-Becker –
Retrato de uma jovem, dedos
abertos na frente do peito –
1905 – 41 x 33 cm –
têmpera/tela
Paula Modersohn-Becker –
Criança nua com cegonha –
1906 – 73 x 59 cm –
têmpera/tela
Paula Modersohn-Becker –
Autorretrato com colar de âmbar
– 1906 – 62,2 x 48,2 cm –
óleo/tela
Erich Heckel – Fábrica de tijolos – 1907 – 68 x 86 cm – óleo/tela
Erich Heckel – Retrato de um homem – 1919
– 42 x 32,6 cm – xilogravura colorida
Ernst Ludwig Kirchner –
Autorretrato com modelo –
1910 – 150 x 100,3 cm –
óleo/tela
Ernst Ludwig Kirchner – Seminu
feminino com chapéu – 1911 –
109,9 x 140,3 cm – óleo/tela
Ernst Ludwig Kirchner – Cinco
mulheres na rua – 1913 – 120 x
90 cm – óleo/tela
Ernst Ludwig Kirchner – Cena de rua em
Berlim – 1913 – 121 x 95 cm – óleo/tela
Ernst Ludwig Kirchner – A torre
vermelha em Halle – 1915 – 120 x 90,5
cm – óleo/tela
Oskar Kokoschka – Assassinos,
esperança de mulheres – 1909 – 118
x 76,2 cm – cartaz/litografia
Oskar Kokoschka – A tempestade ou a noiva do vento – 1914 – 181 x 220 cm – óleo/tela
Egon Schiele – Autorretrato com ombro levantado
Egon Schiele – Autorretrato – 1910 – – 1912 – óleo/tela
aquarela/papel
Egon Schiele – Autorretrato duplo – 1915 – aquarela/papel
Egon Schiele – Duas garotas, deitadas entrelaçadas – 1915 – óleo/tela
Egon Schiele – O abraço (amantes II) 1917 – 100 x 70 cm – óleo/tela
Egon Schiele – Mulher com duas crianças – 1917 – 150 x 160 cm – óleo/tela
Egon Schiele – Amizade – 1918 – 80
x 60 cm – óleo/tela
Emil Nolde – Anoitecer – 1916 – 74 x 101 cm – óleo/tela
Emil Nolde – Bailarina – 1917 – 60 x 73 cm – litografia/papel
Otto Müller – Mulheres nuas ao ar livre – c.1920 – 86 x 111 cm – têmpera/aniagem (junco)
Chaim Soutine – Paisagem – c. 1920/21 – 56 x 84 cm – óleo/tela
Chaim Soutine – Menino de hotel –
1925 – 98 x 80,5 cm – óleo/tela
Max Pechstein – O
sofá verde – c. 1910 –
óleo/tela
Max Pechstein – Garota em
um sofá verde com um gato
– 1910 – óleo/tela
Wilhelm Lehmbruck –
Jovem de pé – 1913 – 228
x 78 x 62 cm – bronze
Versão em pedra

Wilhelm Lehmbruck – Mulher ajoelhada – 1911 – 178 x 70 x 138 cm – bronze


Wilhelm Lehmbruck – Jovem sentado –
1918 – 103,5 x 77 x 115 cm – pedra
Ernst Barlach – Homem puxando
a espada – 1911 – 75 x 61 x 28
cm – madeira
Jacob Epstein – Mandril de
rocha – 1913/14 – 70,5 x
44,5 x 58,4 cm – bronze
esculpido
Henri Gaudier-Brzeska –
Dançarino de pedra vermelha –
1913 – 43 x 23 x 23 cm – pedra
Karl Schmidt-Rottluff –
Trabalhador usando um
boné – 1920 – 66 cm -
madeira

Ernst Ludwig Kirchner – Nu masculino (Adão) –


antes de 1923 – 169,6 x 40 x 31 cm – madeira de
choupo colorida de castanho e queimada
Futurismo (1909 – Milão/Itália e 1912 – Paris/França)

• Primeiro manifesto foi publicado no jornal Le Fígaro de Paris, em 22.02.1909, e nele, o poeta
Filippo Marinetti, foi o único signatário. O segundo manifesto, 1910, resultou do encontro do poeta
com os pintores Carlo Carrà, Luigi Russolo, Gino Severini, Umberto Boccioni e Giacomo Balla. A
primeira exposição do grupo realizou-se em Paris, em 1912.

• Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à sociedade industrial. “É mais


belo um ferro elétrico do que uma escultura”. Marinetti levou as ideias do futurismo a toda
Europa influenciando vários artistas. O Futurismo Italiano é o primeiro movimento que se pode,
verdadeiramente, chamar de vanguarda histórica: 1) foi um movimento que investiu um interesse
ideológico na arte; 2) Preparou e anunciou uma transformação radical da cultura e dos
costumes sociais.

• Para os futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparente, e seus aspectos se


interpenetram continuamente devido a nossa visão que é dinâmica e vê vários espaços a um
só tempo, ou vários tempos em um só espaço.
• Nos manifestos aparecem, constantemente, a glorificação do futuro (ciência, tecnologia
industrial) e a negação ao passado (produção artesanal, mundo rural). A exaltação da era
moderna se deu através de temas como a beleza da velocidade, a força mecânica, a eletricidade, a
máquina, ou seja, tudo que fosse dinâmico e representasse o mundo moderno. Essa
representação ou estilização visual aconteceu, no plano formal, através de linhas, planos coloridos e
luminosos tratados geometricamente.

• No plano da tridimensionalidade, usaram a associação de diferentes materiais numa mesma obra:


a montagem (assemblagem).

• No dia 11 de Março de 1915, Balla e Fortunato Depero (1892-1963) publicaram o manifesto


Reconstrução futurista do universo propondo a criação de um estilo futurista mais abstrato,
aplicável à moda, ao mobiliário, à decoração de interiores, em suma, a toda uma nova maneira de
viver.

• A guerra de 1914-1918 precipitou o fim do futurismo. A guerra (“única higiene do mundo”) eliminou
Boccioni em 1916. O restante dos artistas futuristas transferiram-se para estilos e atitudes mais
tradicionais (Retorno à ordem).
Umberto Boccioni – Briga na
galeria – 1910 – 76 x 64 cm –
óleo/tela
Umberto Boccioni – A cidade se levanta – 1910 – 199,3 x 301 cm – óleo/tela
Umberto Boccioni – A rua
entra na casa – 1911 –
100 x 100,6 cm –
óleo/tela
Umberto Boccioni – Estado de espírito n° 1: o adeus – 1911 – 70,5 x 96 cm – óleo/tela
Umberto Boccioni – Estado de espírito n° 2: os que partem – 1911 – 70,5 x 96 cm – óleo/tela
Umberto Boccioni –
Elasticidade – 1912 –
100 x 100 cm –
óleo/tela
Umberto Boccioni –
Dinamismo de um corpo
humano – 1913 – 100 x
100 cm – óleo/tela
Umberto Boccioni – Dinamismo de um ciclista – 1913 – óleo/tela
Umberto Boccioni – A carga dos lanceiros – 1914/15 – 32 x 50 cm – têmpera e colagem/papelão
Umberto Boccioni – Evolução de uma garrafa no espaço – 1912/13 – 38,12 x 60,3 x 32,7 cm – bronze
Umberto Boccioni – Formas únicas
de continuidade no espaço – 1913
– 112,2 x 88,5 x 40 cm – bronze
Umberto Boccioni
– Construção
dinâmica de um
galope: cavalo e
casa – 1914 – 66
x 122 cm –
madeira,
cartolina, metal e
arame
Giacomo Balla – Luz de rua – 1909 –
175 x 120 cm – têmpera/papel/tela
Giacomo Balla – Plasticidade da luz + velocidade – 1913 – 65,5 x 98,5 cm – óleo/papel/tela
Giacomo Balla – Automóvel + velocidade + luz – 1913 – desenho
Giacomo Balla –
Interpretação
irisdiscente n.° 7 –
1913/14 – 77 x 77
cm – óleo/tela
Giacomo Balla – Mercúrio
passa em frente ao sol –
1914 – 120 x 100 cm –
têmpera/papel/tela
Carlo Carrá – Funerais do anarquista Galli – 1911 – 199 x 259 cm – óleo/tela
Carlo Carrá – Manifestação
intervencionista – 1914 –
38,5 x 30 cm – têmpera e
colagem/cartão
Luigi Russolo –
Lembrança de uma noite
– 1911 – 100 x 100 cm –
óleo/tela
Luigi Russolo – Dinamismo de um automóvel – 1912/13 – 106 x 140 cm – óleo/tela
Gino Severini – A dançarina assombrosa –
1911 – 71 x 53 cm – óleo/tela
Gino Severini – Hieróglifo
dinâmico do Bal Tabarin – 1912
– 158 x 153,7 cm – óleo/tela
Gino Severini – Bailarina + mar –
1913 – 103 x 86 cm – óleo/tela
Dadá (1916 – Zurique/Suíça – Berlim/Alemanha)
• Anti-arte: sentimento de saturação cultural, de crise moral e política gerada durante a Primeira
Guerra Mundial. Vontade de escandalizar o espectador com a inclusão de materiais extravagantes e
desprezo por qualquer cânone acadêmico. Despreocupação com a estética estabelecida.
Valorização do irracionalismo (negação da razão e das ciências). Exaltação das contradições.

• O Dadá foi um fenômeno internacional e multidisciplinar, e significou tanto um estado mental ou


modo de vida, quanto um movimento (anti)artístico. Durante e após a Primeira Guerra Mundial,
jovens artistas se agruparam com o intuito de expressar sua indignação contra o conflito e a
sociedade burguesa.

• Eles se voltaram não só contra as instituições políticas e sociais, mas também contra o estatuto da
arte. O termo dadá foi cunhado em Zurique, em 1916. Hugo Ball, Jean Arp, Sophie Tauber e outros
estabeleceram sua base no Cabaret Voltaire, numa região degradada de Zurique. Lá promoviam
exposições e apresentações noturnas de canto, música, dança, teatro de marionetes e recitais.

• Desafiaram o status quo por meio da sátira, da ironia, da zombaria e dos trocadilhos.
• A atividade dadaísta se intensificou após a Primeira Guerra, quando parte de seus membros foram
para Paris/França e outros se dispersaram pela Alemanha. Formou-se o Clube Dadá em
Berlim/Alemanha (John Heartfield, Raoul Hausmann, George Grosz, Hannah Höck) de caráter
político. A colagem e a montagem foram as técnicas preferidas.

• A natureza política do empreendimento dadaísta teve grande destaque. Ao recorrer também à


fotomontagem distorcia-se a “realidade”, transformando a fotografia em uma imagem polêmica.
O grupo Dadá em Colônia/Alemanha (Jean Arp e Max Ernst) teve seu início em 1919. Em
Hanover/Alemanha o Dadá foi representado por Kurt Schwitters.

• Em 1921 em Paris, o Dadá assumiu uma natureza mais literária e teatral, com Cabarés e Festivais. Em
1922, uma disputa interna entre Tristan Tzara, Francis Picabia e André Breton levou à dissolução do
Dadá. Embora dissolvido sua atividade não cessou.

• A influência do Dadá revelou-se fundamental e duradoura. Seu legado mais abrangente e


duradouro foram as atitudes de liberdade, a irreverência e a experimentação.

• A apresentação da arte como ideia, a afirmação de que ela poderia ser feita a partir de qualquer
coisa e o questionamento dos usos e costumes sociais e artísticos que modificaram
irrevogavelmente a trajetória da arte.
Hans Arp – Deposição de
pássaros e borboletas.
Retrato de Tristan Tzara –
1916-17 – 40 x 32,5 x 9,5
cm – madeira pintada
Hans Arp – Relevo –
1920 – 60 x 85 cm –
madeira
Max Ernst – A grande roda ortocromática
que faz amor sob medida – 1919 – 36 x 23
cm – frotagem a lápis sobre blocos de
impressão e bico de pena, aquarela e
guache/papel
Max Ernst – O chapéu faz o homem – 1920 – 33,6 x 43,2 cm – colagem, lápis, nanquim e
aquarela/papel
Max Ernst – Elefante
Celebes – 1921 – 125,5 x
108 cm – óleo/tela
Max Ernst – Pietà ou a revolução a
noite – 1923 – 116 x 88,9 cm –
óleo/tela
Francis Picabia – Garota nascida sem mãe – 1916/17 – guache e pintura metálica/papel
Francis Picabia – Parada amorosa – 1917 –
96,5 x 73,7 cm – óleo/tela
Francis Picabia – O menino
carburador – 1919 – 126,3 x 101,3
cm – óleo/madeira
Francis Picabia – Mesa rastada –
1920 – colagem e texto/papel
Francis Picabia e outros – Olho
cacodílico – 1921 – 148,6 x
117,5 cm – óleo, colagem e
texto/tela
Kurt Schwitters – Merzbild 1A
(médico de doentes mentais) – 1919
– 83 x 50 cm – assemblagem
Kurt Schwitters – O espelho – 1919 – colagem
Kurt Schwitters – Relevo –
1923 – 35,5 x 30 cm – assemblagem
de vários materiais/madeira
Kurt Schwitters – Hanôver Merzbau – 1923/33 – assemblagem (casa do artista em Hanôver)
Kurt Schwitters – Hanôver Merzbau – 1923/33 – assemblagem (casa do artista em Hanôver)
Hannah Höch – Corte com a
faca do doce – c.1919 –
114 x 89,8 cm – colagem
Hannah Höch – A bela garota –
1919/20 – 35 x 29 cm –
colagem/papel
Raoul Haussmann – Tatlin em
sua casa – 1920 – 41 x 28 cm –
fotomontagem
Raoul Haussmann – Dadá cinema –
1920 – 31,7 x 22,5 cm – colagem e
fotomontagem/papel com inscrição a
tinta
Raoul Haussmann – Cabeça
mecânica ( o espírito dos nossos
tempos – 1919/20 – 32,5 x 21 x 20 cm
– madeira, couro, alumínio, latão e
cartão
Primeira feira internacional Dadá – 1920 – Berlim/Alemanha
Marcel Duchamp (1887/1968 – França):
• transferiu a arte do campo estético para o conhecimento artístico, da contemplação à
decifração do enigma. A arte é um não-trabalho intelectual. Pioneiro da Arte Conceitual
com as obras Roda de Bicicleta/1913 e Suportes de Garrafas/1914.

• Introduziu o objeto anônimo industrial no sistema de arte: ready-made ou Já pronto.

• Produziu também a primeira imagem “já prontas”/ready-made (Farmácia) e a primeira


imagem conceitual (Rrose Sélavy). Produziu a primeira pintura-objeto (O grande vidro).
Demonstrou que toda arte pode ser transformada em imagens (Caixa Valise) e teorizou,
plasticamente, a situação humana na sociedade do espetáculo (Sendo Dados: 1) A
Cascata; 2) O gás de Iluminação). Elaborou o primeiro livro de artista (Caixa de 1914) e a
primeira escultura mole (Item dobrável de viagem).

• A atitude de deslocar objetos e imagens “Já prontos” de seu contexto e apresentá-los


como arte, alterou radicalmente as convenções da arte visual: a arte passou a
questionar o estatuto da arte na era moderna.
Marcel Duchamp – A noiva – 1912 – Marcel Duchamp – Nu descendo a escada –
89,5 x 55,3 cm – óleo/tela 1912 – 146 x 89 cm – óleo/tela
Luigi Russolo – Dinamismo de um automóvel
– 1912/13 – 106 x 140 cm – óleo/tela
Pablo Picasso – Ma Jolie Marcel Duchamp – Nu
(mulher com cítara ou violão) descendo a escada – 1912 –
– 1911/12 – 100 x 65,4 cm – 146 x 89 cm – óleo/tela
óleo/tela
André Raffray – A vida ilustrada de Marcel
Duchamp – 1977 – 39,3 x 30,4 cm (alt.) –
guache/papel

Marcel Duchamp – Suporte de garrafas –


1914 (versão 1964) – 59 x 37 cm – ready-
made
Marcel Duchamp – Roda de bicicleta – 1913 Marcel Duchamp – Farmácia – 1914 – 26,2 x 19,3 cm
– 60,2 cm (alt.) – o ready-made – imagem ready-made
Marcel Duchamp – Moedor de chocolate Marcel Duchamp – Rede de cerzidura padrão – 1914 – 148,9 x 197,7
(nº2) – 1914 – 65 x 54 cm – óleo e fios/tela cm – óleo e lápis/tela
Marcel Duchamp – Caixa de 1914 – 1914 – 25 x 18,5 cm – caixa de cartão e fac-símiles
Marcel Duchamp – Item dobrável de viagem – 1916 – 23 cm (alt.) –
ready-made

Marcel Duchamp – Em
antecipação ao braço quebrado
– 1915 – 121,3 cm (alt.) – ready-
made
Marcel Duchamp – Apolinère esmaltado – 1916/17 – 23,5 x 12,5 cm – ready-made
Henri Pierre Roché – Fotografias do
estúdio de Duchamp – 1916/1918
Marcel Duchamp – Fonte –
1917 – revista O homem
cego, volume nº2

Marcel Duchamp – Fonte – 1917/1964 – 60 x 23,5 x


18 cm – ready-made

Capa da revista O homem


cego, volume nº2 – maio de
1917
Francis Picabia – Capa da revista 391 (nº12)
– 1920

Marcel Duchamp – L.H.O.O.Q. – 1919 –


19,7 x 12,4 cm – ready-made
Francis Naumann – Charlie como uma
mulher – 1915 – still do filme Uma mulher
de Charles Chaplin

Man Ray – Duchamp como Rrose


Sélavy – c.1920 –
fotografia/Imagem conceitual
Man Ray – Duchamp como Rrose Sélavy – c.1920 – fotografia/Imagem conceitual
Marcel Duchamp – A noiva despida pelos
seus celibatários, mesmo – 1915/23 – 272,5 x
175,8 cm – óleo, verniz, fio e folha de chumbo,
pó/painéis de vidro/molduras de aço,
alumínio e madeira
Marcel Duchamp, Henri Marceau e
um operário – montagem de O grande
vidro no Museu de Arte da Filadélfia –
07/07/1954

Marcel Duchamp – A noiva despida


pelos seus celibatários, mesmo –
1915/23 – 272,5 x 175,8 cm
Marcel Duchamp – A noiva despida por seus celibatários, mesmo (Caixa
verde) – 1934 – capa, caixa e fac-símiles, contracapa
Marcel Duchamp – Fac-símile da Caixa verde – 1934 –
frente e verso
Fonte – versão de 1917 (perdido) – Fonte – versão de 1963 (Ulf Linde) Suporte de garrafas – versão de
fotografado por A. Stieglitz 1961 – 49,8 x 41 cm

Fonte – versão de 1964 (Arturo


Fonte – versão de 1950 (Sidney Janis)
Shwartz)

Suporte de garrafas – versão de 1964


(Arturo Shwartz) – 59 x 37 cm
Marcel Duchamp – Caixa valise – 1935-41 (versão 1966/71)
Marcel Duchamp – Caixa valise – 1935-41 (versão 1966/71)
Marcel
Duchamp – De
ou para Marcel
Duchamp ou
Rrose Sélavy
(Caixa valise) –
1935-41 – 40,7 x
38,1 x 10,2 cm –
caixa de cartão
com réplicas em
miniaturas,
fotografias e
reproduções a
cores
Marcel Duchamp – De ou para Marcel Duchamp ou Rrose Sélavy (Caixa valise) – 1935-41 – 40,7 x 38,1 x 10,2
cm – caixa de cartão com réplicas em miniaturas, fotografias e reproduções a cores
Marcel Duchamp – De ou para Marcel Duchamp ou Rrose Sélavy (Caixa valise) – 1935-41 – 40,7 x 38,1 x 10,2
cm – caixa de cartão com réplicas em miniaturas, fotografias e reproduções a cores
Marcel Duchamp (concepção) –
Exposição Internacional do
Surrealismo – fotografia de
Denise Bellon – 1938 –
Paris/França
Marcel Duchamp (concepção) – Primeiros Documentos do Surrealismo – fotografia de John Schiff – 1942 – Nova
York/EUA
Marcel Duchamp
(concepção) – Exposição
Internacional do
Surrealismo – 1959 – 24 x
18,3 cm – fotografia de
Roger Van Hecke
Marcel Duchamp – Favor tocar – 1947 – 23,5 x 20,5 cm – peito de espuma
de borracha sobre veludo montado sobre cartão
Marcel Duchamp – Água e gás em todos os andares – 1958 – 15 x 20 cm – ready-made
Marcel Duchamp – Sendo dados: Maria, a queda
d’água e o gás de iluminação – 1947 – desenho

Marcel Duchamp – Sendo dados: 1. A queda d’água, 2. O gás


de iluminação – 1948/49 – 50 x 31 cm – couro pintado sobre
relevo de gesso
Marcel Duchamp – Sendo Dados: 1 A Cascata; 2 O
Gás de Iluminação – 1946-66 – 242,5 x 177,8 x 124,5
cm – Vista frontal – Conjunto multimídia: porta
antiga de madeira e portal de tijolos
e
Vista através da porta. Conjunto multimídia: veludo,
madeira, couro esticado sobre uma moldura de
metal, galhos, alumínio, ferro, vidro, plexiglas,
linóleo, algodão, luz elétrica, lâmpada a gás, motor,
etc.
Denise Browne Hare – Fotografia de Sendo dados visto por trás – Manual de instruções
Marcel Duchamp – Manual de instruções para a montagem de Sendo dados – 1966 – 29,5 x 25 x 4,5 cm – pasta de vinil
com impressões em gelatina e prata, desenhos e anotações manuscritas em grafite e tintas coloridas sobre papel
dentro de folhas plásticas de proteção
Marcel Duchamp – Detalhes selecionados segundo
Courbet (série Os amantes) – 1968 – 42,2 x 25 cm –
gravura/papel

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