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tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião

DIREITO AMBIENTAL19

PRINCÍPIOS

PRINCÍPIOS AMBIENTAIS CONTEÚDO


 É preciso que o ente ambiental faça o poluidor reduzir ou eliminar
os danos ambientais, pois estes normalmente são irreversíveis em
PREVENÇÃO espécie. Este princípio trabalha com o risco certo, pois já há uma
base científica, uma vez que o empreendimento é amplamente
conhecido.
 Se determinado empreendimento puder causar danos ambientais,
contudo inexiste certeza científica quanto aos efetivos danos e sua
extensão, mas há base científica razoável fundada em juízo de
PRECAUÇÃO probabilidade não remoto da sua potencial ocorrência, o
empreendedor deverá ser compelido a adotar medidas de
precaução para elidir ou reduzir os riscos ambientais para a
população (in dubio pro natura). Há risco incerto ou duvidoso.
 Decorre de uma ponderação que deverá ser feita casuisticamente
entre o direito fundamental ao desenvolvimento econômico e o
DESENVOLVIMENTO direito à preservação ambiental. É aquele que atende às
SUSTENTÁVEL necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de
existência digna das gerações futuras. Aplica-se aos recursos
naturais renováveis.
 Deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação
causada por sua atividade impactante, devendo-se agregar esse
POLUIDOR-PAGADOR
valor no custo produtivo da atividade, para evitar que se privatizem
os lucros e se socializem os prejuízos.
 É necessária a criação de benefícios em favor daqueles que
PROTETOR-RECEBEDOR protegem o meio ambiente com o desiderato de fomentar e
premiar essas iniciativas.

19 Por Raul.

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 As pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar pela sua


USUÁRIO-PAGADOR utilização, especialmente com finalidades econômicas, mesmo que
não haja poluição, a exemplo do uso racional da água.
 Tendo em vista que o meio ambiente não conhece fronteiras
políticas, sendo a terra um grande ecossistema, a única forma de
COOPERAÇÃO ENTRE OS
preservá-la é a cooperação entre as nações, mormente por meio
POVOS
dos tratados internacionais, para se ter uma tutela global
ambiental.
 As atuais gerações devem preservar o meio ambiente e adotar
SOLIDARIEDADE políticas ambientais para a presente e as futuras gerações, não
INTERGERACIONAL podendo utilizar os recursos ambientais de maneira irracional de
modo que prive seus descendentes do seu desfrute.
 É dever irrenunciável do Poder Público e da coletividade promover
NATUREZA PÚBLICA DA
a proteção do meio ambiente, por ser bem difuso, indispensável à
PROTEÇÃO AMBIENTAL
vida humana sadia.
 As pessoas têm o direito de participar da formação da decisão
PARTICIPAÇÃO
ambiental, existindo vários instrumentos nesse sentido, como a
COMUNITÁRIA
audiência pública no EIA-RIMA.
 Um dos requisitos para que a propriedade rural alcance a sua
função social é o respeito à legislação ambiental (art. 186, II, da
FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL
CRFB/1988), bem como a propriedade urbana, pois o plano diretor
DA PROPRIEDADE
deverá necessariamente considerar a preservação ambiental, a
exemplo da instituição de áreas verdes.
 Independentemente da demonstração de interesse específico,
qualquer indivíduo terá acesso às informações dos órgãos
INFORMAÇÃO
ambientais, ressalvado o sigilo industrial e preservados os direito
autorais.
 Explicita o dever estatal de editar patrões máximos de poluição a
LIMITE
fim de manter o equilíbrio ambiental.
 Todas as nações são responsáveis pelo controle da poluição e a
RESPONSABILIDADE COMUM,
busca da sustentabilidade, mas os países mais poluidores deverão
MAS DIFERENCIADA
adotar as medidas mais drásticas.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE

 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:


I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da
lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.

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§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei
específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 96, de 2017)

A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA FLORESTAL (LEIS Nº 12.651/2012, 11.428/2006, 11.284/2006 E


REGULAMENTOS)

Lei 12.651/2012
 Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá
aos seguintes princípios:
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das
suas florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da
biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema
climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade
agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa
na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade
OBJETIVO E PRINCÍPIOS
de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional
(ARTIGO 1º,
e internacional de alimentos e bioenergia;
PARÁGRAFO ÚNICO)
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas,
consagrando o compromisso do País com a compatibilização e
harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do
solo e da vegetação;
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas
para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;

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V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o


uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das
florestas e demais formas de vegetação nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a
preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o
desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.
 As florestas são bens de interesse comum a todos os habitantes do país, exercendo-se os direitos
de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente a Lei 12.651/2012
estabelecem. As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de
qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural (art. 2º).
 Unidades de Conservação (UC) – Lei 9.985/00
ESPAÇOS TERRITORIAIS
 Áreas de Preservação Permanente (APP) – Código Florestal
ESPECIALMENTE
 Reserva Legal (RL) – Código Florestal
PROTEGIDOS (ETEP)
 Outros: Quilombos, Terras Indígenas.

Artigo 3º
 Área de Preservação Permanente - APP: área  Reserva Legal: área localizada no interior de
protegida, coberta ou não por vegetação uma propriedade ou posse rural, delimitada
nativa, com a função ambiental de preservar nos termos do art. 12, com a função de
os recursos hídricos, a paisagem, a assegurar o uso econômico de modo
estabilidade geológica e a biodiversidade, sustentável dos recursos naturais do imóvel
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, rural, auxiliar a conservação e a reabilitação
proteger o solo e assegurar o bem-estar das dos processos ecológicos e promover a
populações humanas; conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e a proteção de fauna silvestre e da
#DICA: flora nativa;
 ZONA RURAL
 ZONA URBANA #DICA:
 PODE SER EM ÁREA PÚBLICA OU  ZONA RURAL
PRIVADA
#NÃOCONFUNDA
 Reserva Legal (RL) Precisa ser registrada no Cadastro Ambiental Rural – CAR.
 Área de Preservação Não precisa ser registrada no Cadastro Ambiental Rural – CAR.
Permanente (APP)

Artigo 4º - Das Áreas de Preservação Permanente


o
 Art. 4 Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos
desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas

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natural perene e intermitente, excluídos os naturais, em faixa com largura mínima de:
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto
em largura mínima de: para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de de superfície, cuja faixa marginal será de 50
menos de 10 (dez) metros de largura; (cinquenta) metros;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que
tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros
de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água
que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água
que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água IV - as áreas no entorno das nascentes e dos
artificiais, decorrentes de barramento ou olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
represamento de cursos d’água naturais, na faixa situação topográfica, no raio mínimo de 50
definida na licença ambiental do (cinquenta) metros;
empreendimento;

V - as encostas ou partes destas com declividade VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou


superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) estabilizadoras de mangues;
na linha de maior declive;

VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a
linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções
horizontais;

IX - no topo de morros, montes, montanhas e X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e


serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e oitocentos) metros, qualquer que seja a
inclinação média maior que 25°, as áreas vegetação;
delimitadas a partir da curva de nível
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima da elevação sempre em relação à base,
sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água

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adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do


ponto de sela mais próximo da elevação;
#DICA: Considera o terço superior (divide a
montanha em 3. Conta o terço inferior, o médio e
só o superior é protegido, ou seja, a partir de 2/3
da base).

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta)


metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

 Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social


por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de
vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
III - proteger várzeas;
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
VII - assegurar condições de bem-estar público;
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares.
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.
Intervenção e Supressão de APP (art. 8º)
o
 Art. 8 A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente
somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto
ambiental previstas nesta Lei.
o
§ 1 A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública.
#DICA: RE – DU – NA  Só utilidade pública
Acesso de pessoas e animas em APP (art. 9º)
Art. 9o É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.
Da Área de Reserva Legal (art. 12)
 Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de
Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,
observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos
previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal: II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel cento).
situado em área de florestas;

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b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel


situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado
em área de campos gerais;
#DICA: Não estão sujeitos ou não é exigido RL:
1) Esgoto;
2) Abastecimento de água;
3) Exploração de energia hidráulica;
4) Rodovias e ferrovias
Do Regime de Proteção da Reserva Legal
Art. 17. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do
imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado.
#DICA: Reserva LegAL = RurAL
§ 1o Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente
aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as modalidades previstas no art. 20.
 Manejo sustentável SEM propósito comercial para consumo na propriedade; e
 Manejo sustentável para exploração florestal COM propósito comercial.
#DICA: Logo, pode haver exploração econômica, mas com manejo sustentável.
§ 3o É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reserva Legal desmatada
irregularmente após 22 de julho de 2008.
 Art. 21. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e
sementes, devendo-se observar:
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver;
II - a época de maturação dos frutos e sementes;
III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de
coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes.
 Art. 22. O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito comercial
depende de autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e
orientações:
I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área;
II - assegurar a manutenção da diversidade das espécies;
III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração de
espécies nativas.
Da Exploração Florestal
Art. 31. A exploração de florestas nativas e formações sucessoras, de domínio público ou privado,
ressalvados os casos previstos nos arts. 21, 23 e 24, dependerá de licenciamento pelo órgão
competente do Sisnama, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS
que contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os
variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme.

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A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (LEI Nº 9.985/2000)

LEI 9.985/2000
Conceitos – Artigo 2º
 Unidade de conservação: espaço territorial e  Proteção integral: manutenção dos
seus recursos ambientais, incluindo as águas ecossistemas livres de alterações causadas
jurisdicionais, com características naturais por interferência humana, admitido apenas
relevantes, legalmente instituído pelo Poder o uso indireto dos seus atributos naturais;
Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção;
 Conservação in situ: conservação de  Uso indireto: aquele que não envolve
ecossistemas e habitats naturais e a consumo, coleta, dano ou destruição dos
manutenção e recuperação de populações recursos naturais;
viáveis de espécies em seus meios naturais e, no
caso de espécies domesticadas ou cultivadas,
nos meios onde tenham desenvolvido suas
propriedades características;
 Uso direto: aquele que envolve coleta e uso,  Recuperação: restituição de um ecossistema
comercial ou não, dos recursos naturais; ou de uma população silvestre degradada a
uma condição não degradada, que pode ser
diferente de sua condição original;
 Restauração: restituição de um ecossistema ou  Plano de manejo: documento técnico
de uma população silvestre degradada o mais mediante o qual, com fundamento nos
próximo possível da sua condição original; objetivos gerais de uma unidade de
conservação, se estabelece o seu
zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos
recursos naturais, inclusive a implantação
das estruturas físicas necessárias à gestão da
unidade;
 Zona de amortecimento: o entorno de uma  Corredores ecológicos: porções de
unidade de conservação, onde as atividades ecossistemas naturais ou seminaturais,
humanas estão sujeitas a normas e restrições ligando unidades de conservação, que
específicas, com o propósito de minimizar os possibilitam entre elas o fluxo de genes e o
impactos negativos sobre a unidade; e movimento da biota, facilitando a dispersão
de espécies e a recolonização de áreas

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degradadas, bem como a manutenção de


populações que demandam para sua
sobrevivência áreas com extensão maior do
que aquela das unidades individuais.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC
o
 Art. 3 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo
conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto
nesta Lei.
Objetivos (artigo 4º) Diretrizes (artigo 5º)
I - contribuir para a manutenção da diversidade I - assegurem que no conjunto das unidades de
biológica e dos recursos genéticos no território conservação estejam representadas amostras
nacional e nas águas jurisdicionais; significativas e ecologicamente viáveis das
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no diferentes populações, habitats e ecossistemas
âmbito regional e nacional; do território nacional e das águas jurisdicionais,
III - contribuir para a preservação e a restauração da salvaguardando o patrimônio biológico
diversidade de ecossistemas naturais; existente;
IV - promover o desenvolvimento sustentável a II - assegurem os mecanismos e procedimentos
partir dos recursos naturais; necessários ao envolvimento da sociedade no
V - promover a utilização dos princípios e práticas estabelecimento e na revisão da política
de conservação da natureza no processo de nacional de unidades de conservação;
desenvolvimento; III - assegurem a participação efetiva das
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas populações locais na criação, implantação e
de notável beleza cênica; gestão das unidades de conservação;
VII - proteger as características relevantes de IV - busquem o apoio e a cooperação de
natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, organizações não-governamentais, de
arqueológica, paleontológica e cultural; organizações privadas e pessoas físicas para o
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e desenvolvimento de estudos, pesquisas
edáficos; científicas, práticas de educação ambiental,
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas atividades de lazer e de turismo ecológico,
degradados; monitoramento, manutenção e outras
X - proporcionar meios e incentivos para atividades atividades de gestão das unidades de
de pesquisa científica, estudos e monitoramento conservação;
ambiental; V - incentivem as populações locais e as
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade organizações privadas a estabelecerem e
biológica; administrarem unidades de conservação dentro
XII - favorecer condições e promover a educação e do sistema nacional;
interpretação ambiental, a recreação em contato VI - assegurem, nos casos possíveis, a
com a natureza e o turismo ecológico; sustentabilidade econômica das unidades de
XIII - proteger os recursos naturais necessários à conservação;
subsistência de populações tradicionais, VII - permitam o uso das unidades de

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respeitando e valorizando seu conhecimento e sua conservação para a conservação in situ de


cultura e promovendo-as social e economicamente. populações das variantes genéticas selvagens
dos animais e plantas domesticados e recursos
genéticos silvestres;
VIII - assegurem que o processo de criação e a
gestão das unidades de conservação sejam
feitos de forma integrada com as políticas de
administração das terras e águas circundantes,
considerando as condições e necessidades
sociais e econômicas locais;
IX - considerem as condições e necessidades das
populações locais no desenvolvimento e
adaptação de métodos e técnicas de uso
sustentável dos recursos naturais;
X - garantam às populações tradicionais cuja
subsistência dependa da utilização de recursos
naturais existentes no interior das unidades de
conservação meios de subsistência alternativos
ou a justa indenização pelos recursos perdidos;
XI - garantam uma alocação adequada dos
recursos financeiros necessários para que, uma
vez criadas, as unidades de conservação possam
ser geridas de forma eficaz e atender aos seus
objetivos;
XII - busquem conferir às unidades de
conservação, nos casos possíveis e respeitadas
as conveniências da administração, autonomia
administrativa e financeira; e
XIII - busquem proteger grandes áreas por meio
de um conjunto integrado de unidades de
conservação de diferentes categorias, próximas
ou contíguas, e suas respectivas zonas de
amortecimento e corredores ecológicos,
integrando as diferentes atividades de
preservação da natureza, uso sustentável dos
recursos naturais e restauração e recuperação
dos ecossistemas.

Órgãos do SNUC e atribuições (artigo 6º)


ÓRGÃO SUPERIOR Conselho do Governo

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ÓRGÃO  Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições de


CONSULTIVO E acompanhar a implementação do Sistema;
DELIBERATIVO:

 Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema;


ÓRGÃO CENTRAL:

 Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais


ÓRGÃOS
e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas
EXECUTORES:
de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, nas respectivas esferas de atuação.

ÓRGÃOS
 São os órgãos ou entidades ESTADUAIS.
SECCIONAIS

ÓRGÃOS LOCAIS  São os órgãos e entidades MUNICIPAIS.

Das Categorias das Unidades de Conservação (UC)


Unidades de Proteção Integral – PI Unidades de Uso Sustentável - US
Objetivo: Objetivo:
 Preservar a natureza;  Conservação da natureza;
 Uso indireto.  Uso sustentável.
#DICA: O conceito de conservação é mais amplo e abrange o conceito de preservação.
#SELIGA: Todas as “áreas” e todas as “reservas”, salvo da “reserva biológica” são categorias de UC de
uso sustentável.
Categorias de PI Categorias de US
I - Estação Ecológica (EE); I - Área de Proteção Ambiental (APA);
II - Reserva Biológica (RB); II - Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE);
III - Parque Nacional (PARNA); III - Floresta Nacional (FLONA);
IV - Monumento Natural (MONA); IV - Reserva Extrativista (RESEX);
V - Refúgio de Vida Silvestre (RVS). V - Reserva de Fauna (REFAU);
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável
(RDS); e
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN).
DOMÍNIO E POSSE
PRIVADO PÚBLICO OU PRIVADO PÚBLICO
RPPN MONA EE
RVS RB
APA FLONA

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ARIE RESEX
REFAU
RDS
#SELIGA: Todas as “reservas, salvo da RPPN, são de domínio público.
#SELIGA: Todas as “áreas” podem ser de domínio público ou privado.
 Art. 9o A Estação Ecológica tem como  Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é
objetivo a preservação da natureza e a realização uma área em geral extensa, com um certo grau
de pesquisas científicas. de ocupação humana, dotada de atributos
o
§ 1 A Estação Ecológica é de posse e domínio abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas especialmente importantes para a qualidade de
em seus limites serão desapropriadas, de acordo vida e o bem-estar das populações humanas, e
com o que dispõe a lei. tem como objetivos básicos proteger a
o
§ 2 É proibida a visitação pública, exceto quando diversidade biológica, disciplinar o processo de
com objetivo educacional, de acordo com o que ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
dispuser o Plano de Manejo da unidade ou dos recursos naturais.(Regulamento)
regulamento específico. § 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização por terras públicas ou privadas.
prévia do órgão responsável pela administração da § 2o Respeitados os limites constitucionais,
unidade e está sujeita às condições e restrições por podem ser estabelecidas normas e restrições
este estabelecidas, bem como àquelas previstas para a utilização de uma propriedade privada
em regulamento. localizada em uma Área de Proteção Ambiental.
§ 4o Na Estação Ecológica só podem ser permitidas § 3o As condições para a realização de pesquisa
alterações dos ecossistemas no caso de: científica e visitação pública nas áreas sob
I - medidas que visem a restauração de domínio público serão estabelecidas pelo órgão
ecossistemas modificados; gestor da unidade.
II - manejo de espécies com o fim de preservar a § 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao
diversidade biológica; proprietário estabelecer as condições para
III - coleta de componentes dos ecossistemas com pesquisa e visitação pelo público, observadas as
finalidades científicas; exigências e restrições legais.
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o § 5o A Área de Proteção Ambiental disporá de um
ambiente seja maior do que aquele causado pela Conselho presidido pelo órgão responsável por
simples observação ou pela coleta controlada de sua administração e constituído por
componentes dos ecossistemas, em uma área representantes dos órgãos públicos, de
correspondente a no máximo três por cento da organizações da sociedade civil e da população
extensão total da unidade e até o limite de um mil residente, conforme se dispuser no regulamento
e quinhentos hectares. desta Lei.

#DICA: Preservação + Pesquisa (MÁX. 3% da #DICA: Área em geral EXTENSA, com certo
extensão total e ATÉ o limite de 1500 ha.). grau de ocupação humana. Proteger a

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(Associar a estação de pesquisa) diversidade biológica, disciplinar a


ocupação e assegurar sustentabilidade.

 Art. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo  Art. 16. A Área de Relevante Interesse
a preservação integral da biota e demais Ecológico é uma área em geral de pequena
atributos naturais existentes em seus limites, extensão, com pouca ou nenhuma ocupação
sem interferência humana direta ou humana, com características naturais
modificações ambientais, excetuando-se as extraordinárias ou que abriga exemplares
medidas de recuperação de seus ecossistemas raros da biota regional, e tem como objetivo
alterados e as ações de manejo necessárias manter os ecossistemas naturais de
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, importância regional ou local e regular o uso
a diversidade biológica e os processos admissível dessas áreas, de modo a
ecológicos naturais. compatibilizá-lo com os objetivos de
§ 1o A Reserva Biológica é de posse e domínio conservação da natureza.
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas § 1o A Área de Relevante Interesse Ecológico é
em seus limites serão desapropriadas, de acordo constituída por terras públicas ou privadas.
com o que dispõe a lei. § 2o Respeitados os limites constitucionais,
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto aquela podem ser estabelecidas normas e restrições
com objetivo educacional, de acordo com para a utilização de uma propriedade privada
regulamento específico. localizada em uma Área de Relevante Interesse
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização Ecológico.
prévia do órgão responsável pela administração da
unidade e está sujeita às condições e restrições por
este estabelecidas, bem como àquelas previstas
em regulamento.
#DICA: Preservação Integral da biota (REBio) e #DICA: Área em geral PEQUENA, com pouca ou
demais atributos naturais existentes. nenhuma ocupação. Manter os ecossistemas
raros e regular o uso.
 Art. 11. O Parque Nacional tem como objetivo  Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com
básico a preservação de ecossistemas naturais cobertura florestal de espécies
de grande relevância ecológica e beleza cênica, predominantemente nativas e tem como
possibilitando a realização de pesquisas objetivo básico o uso múltiplo sustentável
científicas e o desenvolvimento de atividades dos recursos florestais e a pesquisa científica,
de educação e interpretação ambiental, de com ênfase em métodos para exploração
recreação em contato com a natureza e de sustentável de florestas
turismo ecológico. nativas.(Regulamento)
o
§ 1 O Parque Nacional é de posse e domínio § 1o A Floresta Nacional é de posse e domínio
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas públicos, sendo que as áreas particulares
em seus limites serão desapropriadas, de acordo incluídas em seus limites devem ser
com o que dispõe a lei. desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.

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§ 2o A visitação pública está sujeita às normas e § 2o Nas Florestas Nacionais é admitida a


restrições estabelecidas no Plano de Manejo da permanência de populações tradicionais que a
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão habitam quando de sua criação, em
responsável por sua administração, e àquelas conformidade com o disposto em regulamento e
previstas em regulamento. no Plano de Manejo da unidade.
§ 3o A pesquisa científica depende de autorização § 3o A visitação pública é permitida, condicionada
prévia do órgão responsável pela administração da às normas estabelecidas para o manejo da
unidade e está sujeita às condições e restrições por unidade pelo órgão responsável por sua
este estabelecidas, bem como àquelas previstas administração.
em regulamento. § 4o A pesquisa é permitida e incentivada,
§ 4o As unidades dessa categoria, quando criadas sujeitando-se à prévia autorização do órgão
pelo Estado ou Município, serão denominadas, responsável pela administração da unidade, às
respectivamente, Parque Estadual e Parque condições e restrições por este estabelecidas e
Natural Municipal. àquelas previstas em regulamento.
§ 5o A Floresta Nacional disporá de um Conselho
Consultivo, presidido pelo órgão responsável por
sua administração e constituído por
representantes de órgãos públicos, de
organizações da sociedade civil e, quando for o
caso, das populações tradicionais residentes.
§ 6o A unidade desta categoria, quando criada
pelo Estado ou Município, será denominada,
respectivamente, Floresta Estadual e Floresta
Municipal.
#DICA: Preservação de ecossistemas naturais de #DICA: Cobertura florestal predominantemente
grande relevância ecológica e beleza cênica + nativa (NÃO É exclusivamente). Uso múltiplo
Pesquisa + educação e interpretação ambiental + sustentável dos recursos florestais + pesquisa
recreação + turismo ecológico. (parque = turismo) (ênfase em métodos para exploração sustentável
de florestas nativas).
 Art. 12. O Monumento Natural tem como  Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área
objetivo básico preservar sítios naturais raros, utilizada por populações extrativistas
singulares ou de grande beleza cênica. tradicionais, cuja subsistência baseia-se no
o
§ 1 O Monumento Natural pode ser constituído extrativismo e, complementarmente, na
por áreas particulares, desde que seja possível agricultura de subsistência e na criação de
compatibilizar os objetivos da unidade com a animais de pequeno porte, e tem como
utilização da terra e dos recursos naturais do local objetivos básicos proteger os meios de vida e
pelos proprietários. a cultura dessas populações, e assegurar o
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os uso sustentável dos recursos naturais da
objetivos da área e as atividades privadas ou não unidade.(Regulamento)
o
havendo aquiescência do proprietário às § 1 A Reserva Extrativista é de domínio público,
condições propostas pelo órgão responsável pela com uso concedido às populações extrativistas

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administração da unidade para a coexistência do tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta


Monumento Natural com o uso da propriedade, a Lei e em regulamentação específica, sendo que as
área deve ser desapropriada, de acordo com o que áreas particulares incluídas em seus limites
dispõe a lei. devem ser desapropriadas, de acordo com o que
§ 3o A visitação pública está sujeita às condições e
dispõe a lei.
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da § 2o A Reserva Extrativista será gerida por um
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão
responsável por sua administração e àquelas responsável por sua administração e constituído
previstas em regulamento. por representantes de órgãos públicos, de
organizações da sociedade civil e das populações
tradicionais residentes na área, conforme se
dispuser em regulamento e no ato de criação da
unidade.
§ 3o A visitação pública é permitida, desde que
compatível com os interesses locais e de acordo
com o disposto no Plano de Manejo da área.
§ 4o A pesquisa científica é permitida e
incentivada, sujeitando-se à prévia autorização
do órgão responsável pela administração da
unidade, às condições e restrições por este
estabelecidas e às normas previstas em
regulamento.
§ 5o O Plano de Manejo da unidade será
aprovado pelo seu Conselho Deliberativo.
§ 6o São proibidas a exploração de recursos
minerais e a caça amadorística ou profissional.
§ 7o A exploração comercial de recursos
madeireiros só será admitida em bases
sustentáveis e em situações especiais e
complementares às demais atividades
desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme
o disposto em regulamento e no Plano de
Manejo da unidade.
#DICA: Preservar sítios naturais raros, singulares #DICA: Extrativismo, complementarmente
ou de grande beleza cênica. (monalisa = grande agricultura de subsistência e criação de pequenos
beleza) cuidado que beleza cênica também tem animais.
no PARNA. Aqui é grande beleza.
 Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como  Art. 19. A Reserva de Fauna é uma área
objetivo proteger ambientes naturais onde se natural com populações animais de espécies
asseguram condições para a existência ou nativas, terrestres ou aquáticas, residentes
reprodução de espécies ou comunidades da ou migratórias, adequadas para estudos

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flora local e da fauna residente ou migratória. técnico-científicos sobre o manejo


§ 1o O Refúgio de Vida Silvestre pode ser econômico sustentável de recursos
constituído por áreas particulares, desde que seja faunísticos.
o
possível compatibilizar os objetivos da unidade § 1 A Reserva de Fauna é de posse e domínio
com a utilização da terra e dos recursos naturais do públicos, sendo que as áreas particulares
local pelos proprietários. incluídas em seus limites devem ser
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
da área e as atividades privadas ou não havendo § 2o A visitação pública pode ser permitida, desde
aquiescência do proprietário às condições que compatível com o manejo da unidade e de
propostas pelo órgão responsável pela acordo com as normas estabelecidas pelo órgão
administração da unidade para a coexistência do responsável por sua administração.
Refúgio de Vida Silvestre com o uso da § 3o É proibido o exercício da caça amadorística
propriedade, a área deve ser desapropriada, de ou profissional.
acordo com o que dispõe a lei. § 4o A comercialização dos produtos e
§ 3o A visitação pública está sujeita às normas e subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração, e àquelas
previstas em regulamento.
§ 4o A pesquisa científica depende de autorização
prévia do órgão responsável pela administração da
unidade e está sujeita às condições e restrições por
este estabelecidas, bem como àquelas previstas
em regulamento.

#DICA: Proteger ambientes naturais p/ existência #DICA: Área natural com animais de espécies
e reprodução da flora local e da fauna residente nativas (fauna). Estudos técnicos científicos
ou migratória. (refúgio da vida silvestre) sobre manejo econômico sustentável.

#SELIGA: Em Estação Ecológica e Reserva Biológica


Art. 20. A Reserva de Desenvolvimento
é proibida a visitação pública, exceto se tiver
Sustentável é uma área natural que abriga
objetivo educacional. Nas demais Unidades depopulações tradicionais, cuja existência baseia-se
proteção integral a visitação pública é permitida,
em sistemas sustentáveis de exploração dos
mas sujeita a normas e restrições do plano de
recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
manejo. gerações e adaptados às condições ecológicas
locais e que desempenham um papel
#SELIGA: A pesquisa científica nessas áreas fundamental na proteção da natureza e na
depende de prévia autorização. manutenção da diversidade
biológica.(Regulamento)
#SELIGA: As áreas particulares em Estação § 1o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável

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Ecológica, Reserva Biológica e Parque Nacional tem como objetivo básico preservar a natureza e,
serão desapropriadas. Monumento Natural e ao mesmo tempo, assegurar as condições e os
Refúgio da Vida Silvestre podem ser constituídos meios necessários para a reprodução e a
por áreas particulares. Mas, no caso de melhoria dos modos e da qualidade de vida e
incompatibilidade ou não aquiescência do exploração dos recursos naturais das populações
proprietário, a área deve ser desapropriada. tradicionais, bem como valorizar, conservar e
aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de
manejo do ambiente, desenvolvido por estas
populações.
§ 2o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é
de domínio público, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser,
quando necessário, desapropriadas, de acordo
com o que dispõe a lei.
§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações
tradicionais será regulado de acordo com o
disposto no art. 23 desta Lei e em
regulamentação específica.
§ 4o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável
será gerida por um Conselho Deliberativo,
presidido pelo órgão responsável por sua
administração e constituído por representantes
de órgãos públicos, de organizações da sociedade
civil e das populações tradicionais residentes na
área, conforme se dispuser em regulamento e no
ato de criação da unidade.
§ 5o As atividades desenvolvidas na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável obedecerão às
seguintes condições:
I - é permitida e incentivada a visitação pública,
desde que compatível com os interesses locais e
de acordo com o disposto no Plano de Manejo da
área;
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica
voltada à conservação da natureza, à melhor
relação das populações residentes com seu meio
e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia
autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e
restrições por este estabelecidas e às normas
previstas em regulamento;

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III - deve ser sempre considerado o equilíbrio


dinâmico entre o tamanho da população e a
conservação; e
IV - é admitida a exploração de componentes dos
ecossistemas naturais em regime de manejo
sustentável e a substituição da cobertura vegetal
por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao
zoneamento, às limitações legais e ao Plano de
Manejo da área.
§ 6o O Plano de Manejo da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável definirá as zonas
de proteção integral, de uso sustentável e de
amortecimento e corredores ecológicos, e será
aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.

#DICA: Área natural com populações


tradicionais. Preservação da natureza e
manutenção das condições de vida.
Art. 49. A área de uma unidade de conservação do Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio
Grupo de Proteção Integral é considerada zona Natural é uma área privada, gravada com
rural, para os efeitos legais. perpetuidade, com o objetivo de conservar a
Parágrafo único. A zona de amortecimento das diversidade biológica. (Regulamento)
unidades de conservação de que trata este artigo, § 1o O gravame de que trata este artigo constará
uma vez definida formalmente, não pode ser de termo de compromisso assinado perante o
transformada em zona urbana. órgão ambiental, que verificará a existência de
interesse público, e será averbado à margem da
inscrição no Registro Público de Imóveis.
§ 2o Só poderá ser permitida, na Reserva
Particular do Patrimônio Natural, conforme se
dispuser em regulamento:
I - a pesquisa científica;
II - a visitação com objetivos turísticos,
recreativos e educacionais;
III - (VETADO)
§ 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que
possível e oportuno, prestarão orientação técnica
e científica ao proprietário de Reserva Particular
do Patrimônio Natural para a elaboração de um
Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da
unidade.

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#DICA: Área privada gravada com perpetuidade.


Conservar a biodiversidade. Permitida pesquisa e visitação com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais.
#DICA: APA e ARIE são opostas
APA ARIE
Área extensa Área pequena
Grau de ocupação humana Pouca ou nenhuma ocupação
Proteger a diversidade biológica, disciplinar a Manter os ecossistemas raros e regular o uso.
ocupação e assegurar sustentabilidade.
# MACETES:
1) Para saber o grupo – FloNa, todas as áreas e todas as reservas (exceto ReBio, que é PI) são US.
2) Para saber o domínio – nas PIs, Mona e RVS podem ser privadas. Nas US as duas áreas. A única
que é só privada é a RPPS (que diz particular no nome).
3) Quando é público tem que desapropriar as áreas que são particulares.
#SELIGA:
1) Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável terão o uso concedido por meio
de contrato às populações extrativistas e tradicionais, respectivamente.
2) Em Reserva Extrativista e em Reserva de Fauna é proibida a caça amadorística ou profissional.
3) A caça profissional ou comercial é aquela que tem por finalidade extrair da fauna silvestre
produtos animais, com o retorno econômico.
4) A caça amadorística ou desportiva ou esportiva é o exercício da caça com o fim recreativo, sem
fins lucrativos.
5) Em Reserva Extrativista é proibida exploração de recursos minerais.
6) Exploração comercial de recursos madeireiros em Reserva Extrativista só será admitida em
bases sustentáveis.

DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


 As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público, o qual deve ser precedido de
estudos técnicos e de consulta pública. Entretanto, na criação de Estação Ecológica ou Reserva
Biológica não é obrigatória a referida consulta.
 As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou
parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou a unidade.
 A ampliação dos limites de uma unidade de conservação pode ser feita por instrumento normativo
de mesmo nível hierárquico do que criou a unidade.
 Entretanto, a desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser
feita mediante lei específica.
 As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos.

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 Mosaico: Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não,


próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo
um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa,
considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença
da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto
regional.
 Plano de Manejo: as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo que
abrangerá sua área, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos. Ademais, nas Reservas
Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Áreas de Proteção Ambiental e, quando
couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a
participação da população residente na elaboração, atualização e implementação do Plano de
Manejo. Por fim, o Plano de Manejo deve ser elaborado no prazo de 5 (cinco) anos a partir da data
de criação da unidade de conservação.
 Cada unidade de conservação do grupo de Proteção Integral disporá de um Conselho Consultivo,
presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgio de
Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese prevista no § 2o do art. 42,
das populações tradicionais residentes, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação
da unidade (art. 29).
 As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade civil de interesse
público com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o órgão
responsável por sua gestão. (art. 30)
 É proibida a introdução nas unidades de conservação de espécies não autóctones, salvo nas Áreas
de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento
Sustentável.
 Nas áreas particulares localizadas em Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos Naturais podem ser
criados animais domésticos e cultivadas plantas consideradas compatíveis com a finalidade da
unidade, de acordo com o Plano de Manejo.
 Pesquisa científica: depende de aprovação prévia, exceto na Área de Proteção Ambiental e Reserva
Particular do Patrimônio Natural.
 Exploração comercial: A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou
desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da
imagem de unidade de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
Patrimônio Natural, dependerá de prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento,
conforme disposto em regulamento.
 Doações nacionais e internacionais: Os órgãos responsáveis pela administração das unidades de
conservação podem receber recursos ou doações de qualquer natureza, nacionais ou
internacionais, com ou sem encargos, provenientes de organizações privadas ou públicas ou de
pessoas físicas que desejarem colaborar com a sua conservação.
 Gerenciamento de Recursos: Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de

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Proteção Integral mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de


arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo com os seguintes
critérios:
I - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e
gestão da própria unidade;
II - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das
unidades de conservação do Grupo;
III - até cinquenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e
gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral.

Reserva da Biosfera
Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada,
participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da
diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a
educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das
populações.(Regulamento)
§ 1o A Reserva da Biosfera é constituída por:
I - uma ou várias áreas-núcleo, destinadas à proteção integral da natureza;
II - uma ou várias zonas de amortecimento, onde só são admitidas atividades que não resultem em
dano para as áreas-núcleo; e
III - uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos
recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis.
§ 2o A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado.
§ 3o A Reserva da Biosfera pode ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder
Público, respeitadas as normas legais que disciplinam o manejo de cada categoria específica.
§ 4o A Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de
instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se
dispuser em regulamento e no ato de constituição da unidade.
§ 5o A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera –
MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro.

Lei 11.516/2011
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
 Art. 1o Fica criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes, autarquia federal (1 Presidente e 4 Diretores) dotada de personalidade jurídica de direito
público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a
finalidade de:
I - executar ações da política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às

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atribuições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e


monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União;
II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao
extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas
pela União;
III - fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da
biodiversidade e de educação ambiental;
IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas pela
União; e
V - promover e executar, em articulação com os demais órgãos e entidades envolvidos, programas
recreacionais, de uso público e de ecoturismo nas unidades de conservação, onde estas atividades
sejam permitidas.
Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício supletivo do
poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA.

APOSTA DA 2º FASE
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA - É inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da
“vaquejada”. Segundo decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem tratamento cruel,
razão pela qual esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade provocada pela
“vaquejada” faz com que, mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. A
obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a
valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância do disposto no inciso VII do §
1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas que submetam os animais à crueldade. STF. Plenário. ADI
4983/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 06/10/2016 (Info 842).

*#NOVIDADELEGISLATIVA #ATUALIZAOVADEMECUM #IMPORTANTE: EC 96/2017


Houve a chamada reação legislativa com a promulgação da EC 96/2017: Veja a íntegra do § 7º que foi
inserido pela EC 96/2017 no art. 225 da CF/88: Art. 225. (...) § 7º Para fins do disposto na parte final do
inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais,
desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal,
registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

#OLHAOGANCHO: Efeito Backlash: A EC 96/2017 é um exemplo do que a doutrina constitucionalista


denomina de “efeito backlash”. Em palavras muito simples, efeito backlash consiste em uma reação

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conservadora de parcela da sociedade ou das forças políticas (em geral, do parlamento) diante de uma
decisão liberal do Poder Judiciário em um tema polêmico.

#POLÊMICA: A EC 96/2017 é inconstitucional? Este será um belíssimo e imprevisível debate. No caso


de reversão jurisprudencial (reação legislativa) proposta por meio de emenda constitucional, a
invalidação somente ocorrerá nas restritas hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus
§§, da CF/88. Em suma, se o Congresso editar uma emenda constitucional buscando alterar a
interpretação dada pelo STF para determinado tema, essa emenda somente poderá ser declarada
inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea ou o processo legislativo para edição de emendas.

#AJUDAMARCINHO: A grande dúvida será a seguinte: a proibição de que os animais sofram


tratamento cruel, prevista no art. 225, § 1º, VII, da CF/88, pode ser considerada como uma garantia
individual (art. 60, § 4º, IV)? Penso que sim. Conforme já explicado, o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de terceira geração, não podendo ser abolido
nem restringido, ainda que por emenda constitucional. Resta saber, no entanto, como o STF entenderá
o tema após o backlash, considerando que a primeira decisão foi extremamente apertada.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

 Art. 10 da Lei 6.938/81. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e


atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento
ambiental.

O conceito legal de licenciamento ambiental está cunhado pelo inciso I do art. 2° da Lei
Complementar n. 140/2011:
 Art. 2º da LC 140/2011. Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se: (...) I - licenciamento
ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental.

#ATENÇÃO
LICENCIAMENTO LICENÇA
 Procedimento administrativo  Ato Administrativo

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#SELIGA: Apenas um ente político (União, Estado, Distrito Federal ou Municípios) é que expede a
licença. Não há possibilidade de mais de um ente expedir licença para o mesmo
empreendimento.

Em regra, teremos 3 licenças: LP (prévia), LI (de instalação) e LO (de operação).

Licenciamento ordinário
LICENÇA PRÉVIA LICENÇA DE INSTALAÇÃO LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
(LP) (LI)
 Concedida na fase preliminar;  Autoriza a instalação do  Autoriza a operação ou
 Aprova a localização do empreendimento. funcionamento do
empreendimento; empreendimento.
 Atesta a viabilidade ambiental.
Validade dos prazos
PRAZO MÍNIMO  aquele previsto PRAZO MÍNIMO  aquele PRAZO MÍNIMO  04 anos
no cronograma; previsto no cronograma; PRAZO MÁXIMO  10 anos
PRAZO MÁXIMO  05 anos PRAZO MÁXIMO  06 anos
Renovação da Licença
 O prazo de validade ficará
 O pedido de renovação deve ser feito com AUTOMATICAMENTE renovado até
antecedência MÍNIMA de 120 dias. manifestação definitiva do órgão ambiental
competente.
Licenciamento Simplificado
 Autoriza o funcionamento de atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto
ambiental em uma única etapa.

Deve-se ressaltar a inexistência do direito adquirido a poluir, razão pela qual a licença é
considerada rebus sic stantibus. Vejamos as principais hipóteses de revisibilidade da licença
ambiental:
 Estabelece uma espécie de sustação ou de sobrestamento de atividade
até que ocorra a adequação à legislação ambiental ou às condicionantes
ambientais impostas pelo órgão ambiental.
SUSPENSÃO  A Suspensão é hipótese de retirada temporária.
 A Anulação, Cassação e Revogação são hipóteses de retirada definitiva.

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Ocorre nos casos de omissão ou falsa descrição de informações relevantes


que servirem para fundamentar a expedição da licença. Assim, pode-se dizer
ANULAÇÃO que se trata de irregularidade na concessão da licença, que desconsiderou os
preceitos legais.
Trata-se de irregularidade posterior à concessão da licença ambiental, em
CASSAÇÃO
razão do pelo descumprimento das condicionantes ou da legislação ambiental
REVOGAÇÃO Superveniência de graves riscos para o meio ambiente e para a saúde pública.

AÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA DOS ENTES FEDERADOS (ARTS. 15 E 16 DA LC 140/2011)

 Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de
licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no
Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a
sua criação;
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o
Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no
Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um
daqueles entes federativos.

 Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico,
científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da
atribuição nos termos desta Lei Complementar.

 A ação supletiva é automática, não precisa ser


solicitada.
 Ocorre quando o ente detentor da competência de
licenciamento não conta com os requisitos
ATUAÇÃO SUPLETIVA
estabelecidos em Lei.
 Ação supletiva pode ser entendida como sinônimo de
SUBSTITUIÇÃO.

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 Necessita ser solicitada pelo ente originariamente


detentor da atribuição do licenciamento.

AÇÃO ADMINISTRATIVA SUBSIDIÁRIA  Não possui requisitos como ausência de órgão


capacitado, como na atuação supletiva.
 A palavra chave aqui é APOIO e COOPERAÇÃO.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL: CONCEITO DE DANO E REPARAÇÃO AMBIENTAL

 A reparação civil ambiental tem previsão constitucional no artigo 225, § 3º.


 Inexiste bis in idem na aplicação das sanções penais e administrativas juntamente com a
reparação dos danos, pois impera a independência entre as instâncias.
 A competência sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente é concorrente entre a União,
os estados e o Distrito Federal. Já os municípios poderão legislar sobre temas de interesse local, bem
como suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.
 O poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (artigo 3º, inciso IV, da Lei 6.938/81).
 A poluição poderá ser lícita ou ilícita. Será lícita, a poluição amparada por regular licenciamento
ambiental, porém, isso não exclui qualquer responsabilidade administrativa ou criminal do poluidor.
Ainda, teremos a responsabilidade civil dele, pois esta não é sancionatória, e sim reparatória.
 As pessoas jurídicas de direito público poderão ser consideradas poluidoras, por atos comissivos
ou omissivos.
 A concessão de uma licença ambiental irregular por um órgão ambiental que cause uma
degradação ambiental, tornará o Poder Público um poluidor indireto. Nesse caso, parte da doutrina
aponta que a responsabilidade será subjetiva, baseada na doutrina administrativa tradicional que exige
a culpa administrativa para a responsabilização da Administração Pública. Entretanto, os últimos
precedentes do STJ, declararam que se trata de responsabilidade objetiva do Estado por danos
ambientais, mesmo sendo o caso de omissão na fiscalização ambiental.

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#AJUDAMARCINHO – Informativo 388 STJ – o Estado quando enquadrado como poluidor


indireto por inércia em evitar o dano ambiental, após a reparação deverá regressar contra o
poluidor direto.
Sendo assim, teremos dois responsáveis pelo dano ambiental: poluidor direito e o poluidor
indireto.
#TEMCARADEPROVA #ATENÇÃO: Há solidariedade entre a responsabilidade do poluidor direto
e indireto. Contudo, apesar de ser solidária, a atual jurisprudência dominante no STJ (1ª e 2ª
Turma) é no sentido de que a responsabilidade civil do Poder Público é de execução
SUBSIDIÁRIA, na hipótese de omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar que
foi determinante para a concretização ou o agravamento do dano causado pelo seu causador
direto.

No Direito Ambiental busca-se responsabilizar quem tem mais condições de arcar com
os prejuízos ambientais baseado na doutrina americana “bolso profundo”, todos os poluidores
são responsáveis solidariamente pelos danos ambientais, conforme já decidido pelo STJ.

Ademais, o STJ admite a inversão do ônus da prova nas ações de reparação dos danos
ambientais, com fundamento no interesse público da reparação e no Princípio da Precaução,
pois o suposto poluidor poderá comprovar que inexiste dano ambiental a ser reparada, ou, se
existente, que este não foi de sua autoria.

Outra forma de garantir a reparação dos danos ambientais é a desconsideração da


personalidade jurídica quando esta for um obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados,
que na área ambiental é baseada na Teoria Menor, pois não se exige o abuso da personalidade
jurídica para a sua concretização.

O nexo causal é o liame que une a conduta e o resultado lesivo, sendo pressuposto
indispensável para a responsabilidade civil, ainda que se trata da responsabilidade objetiva
baseada na Teoria do Risco Integral.

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Vale salientar que a Lei 12.651/2012 inovou e permitiu a responsabilização ambiental do


proprietário ou possuidor do bem degradado, independentemente de ter sido o autor do ato
lesivo ao ambiente. Trata-se da obrigação propter rem, ou seja, tem natureza real e são
transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse
do imóvel rural.

A responsabilidade civil ambiental no Brasil é objetiva, fulcro no artigo 14, § 1º, da Lei
6.938/81: “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
” Ainda, o STJ afirma que se trata de
responsabilidade objetiva na sua modalidade mais forte, ou seja, baseada na Teoria do Risco
Integral, em que não se exclui o nexo causal pelo fato de terceiro, caso fortuito ou força maior.

Além do mais, frise-se que a pretensão reparatória ambiental imaterial é perpétua,


porquanto não se sujeita a prazo prescricional.

O dano ambiental é definido como qualquer prejuízo causado ao meio ambiente por
uma ação ou omissão humana.

No direito ambiental busca-se prioritariamente a reparação (ou restauração) em


espécie. Não sendo possível, dever-se-á partir para uma compensação ambiental e, em último
caso, a indenização em pecúnia.

O dano ambiental pode ser classificado em individual e coletivo, bem como tem sido
aceito o dano moral coletivo do poluidor, presumindo a ocorrência dos danos às presentes e
futuras gerações.
Normalmente, a obrigação de não fazer imposta ao poluidor objetiva a cessação da
lesão ao meio ambiente a fim de não agravá-la, enquanto a obrigação de fazer visa a reparação
ou compensação do dano ambiental.

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Vale frisar que nem toda atividade humana impactante ao meio ambiente configurará
dano ambiental, mas apenas quando se ultrapassar a capacidade natural de absorção
ambiental.
Ressalta-se que o meio ambiente equilibrado é bem difuso, de uso comum do povo,
diverso dos bens que o integram, adquirindo natureza própria, autônoma e imaterial.
Exemplificando: uma pessoa poderá ser proprietária de uma floresta, mas todas as outras terão
o direito ao uso sustentável daqueles recursos naturais, apenas podendo o seu titular utilizá-los
nos limites previstos na legislação ambiental.

#OLHAOCANCHO! É possível a responsabilidade penal das pessoas jurídicas por crimes


ambientais?
O art. 225, § 3º, CF/88 prevê o seguinte: “Art. 225 (...) § 3º As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. “
Já a Lei n° 9.605/98, regulamentando o dispositivo constitucional, estabeleceu: “Art. 3º As
pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante
legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato”.
Diante das previsões legais contidas na CF/88 e na Lei n° 9.605/98, surgiram quatro correntes
para explicar a possibilidade (ou não) de responsabilização penal da pessoa jurídica:
 1ª corrente: NÃO. A CF/88 não previu a responsabilidade penal da pessoa jurídica, mas apenas
sua responsabilidade administrativa. É a corrente minoritária.
 2ª corrente: NÃO. A ideia de responsabilidade da pessoa jurídica é incompatível com a teoria do
crime adotada no Brasil. É a posição majoritária na doutrina.

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 3ª corrente: SIM. É plenamente possível a responsabilização penal da pessoa jurídica no caso de


crimes ambientais porque assim determinou o § 3º do art. 225 da CF/88.A pessoa jurídica pode ser
punida penalmente por crimes ambientais ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas.
 4ª corrente: SIM. É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica, desde que em conjunto
com uma pessoa física. Era a posição do STJ.
O STJ, como dito, adotava a teoria da dupla imputação que exigia, para a responsabilidade penal
da pessoa jurídica, a responsabilização conjunta de uma pessoa física que agia em seu nome.
O STF, entretanto, adotou a 3ª corrente, possibilitando a responsabilização da pessoa jurídica
independentemente da pessoa física. Posteriormente, o STJ alterou seu entendimento,
abandonando a teoria da dupla imputação e se filiando a corrente adotada pelo STF.
Atualmente, STF e STJ filiam-se a 3ª corrente, ou seja, é plenamente possível a responsabilização
penal da pessoa jurídica por crimes ambientais ainda que não haja a responsabilização da pessoa
física que agiu em seu nome.
Fonte: Dizer o Direito – Informativo 566 do STJ e Informativo 714 STF.

DIREITO EMPRESARIAL20

ORIGEM; EVOLUÇÃO HISTÓRICA; AUTONOMIA; FONTES E CARACTERÍSTICAS

ATOS DE COMÉRCIO (TEORIA FRANCESA) TEORIA DA EMPRESA (TEORIA ITALIANA)


 Teoria adotada pelo Código Comercial de 1850  Teoria adotada pelo CC/02
(previa os atos de comércio)
 Código Comercial de 1850 era dividido:  O CC/02 manteve a parte II do Código
 Parte I – Comércio em geral; Comercial de 1850 (comércio marítimo)
 Parte II – Comércio marítimo;
 Parte III – Quebras.

EMPRESÁRIO: CARACTERIZAÇÃO; INSCRIÇÃO; CAPACIDADE; TEORIA DA EMPRESA

20
Por Raul.

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