Você está na página 1de 12

ÍNDICE

1.Introdução ...................................................................................................................... 3

2.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 4

2.1.Contextualização sobre a constituição .................................................................... 4

2.1.1.Poder constituinte originário e derivado .......................................................... 4

2.1.2.Os limites do poder constituinte derivado ........................................................ 6

2.1.3.Limites materiais expressos próprios e impróprios .......................................... 8

2.1.4.Preterição de limites e transição constitucional ............................................... 9

2.2.Formas de revisão ................................................................................................. 10

2.3.Os desvalores das leis de revisão .......................................................................... 10

Conclusão ....................................................................................................................... 12

Bibliografias ................................................................................................................... 13

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


1.Introdução

O presente trabalho tem como o tema ‘’A revisão da constituição’’. A Revisão da


Constituição da República, criada pela Resolução n.º 45/2010, de 28 de Dezembro, já
iniciou as suas actividades, mas não é ainda conhecido o conteúdo das matérias a rever.
A Bancada do partido proponente (Frelimo) ainda não apresentou o objecto da Revisão,
tendo diferido esta apresentação para o mês de Outubro, na IV Sessão da Assembleia da
República, altura em que as bancadas parlamentares serão chamadas para a
apresentação das suas propostas.

Contudo, a constituição de 1990, que introduziu o Estado de Direito Democrático, foi


adoptada pela Assembleia Popular, ainda num sistema de partido único, em que a
Frelimo dirigia o Estado por definição constitucional. Neste aspecto importante não há
diferença substancial em relação a Constituição de 1975. Diferentemente das duas
anteriores Constituições, a Constituição de 2004 foi adoptada pela Assembleia da
República e resulta da implementação do Estado de Direito introduzido pela
Constituição de 1990.

Partindo da premissa de que a última Constituição é relativamente nova, revestindo-se


de importância histórica e política sem igual na história recente de Moçambique, que
razões levam o partido no poder a fazer desencadear um processo de revisão
transcorridos apenas seis anos desde a sua adopção? Tanto a comunidade política, como
a civil, se têm mostrado apreensivos sobre as matérias a reformar. Na prossecução deste
trabalho vamos, a título ilustrativo, reter alguns conceitos e situações que nos parecem
mais relevantes e sobre elas discorrer.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


2.Revisão de Literatura

2.1.Contextualização sobre a constituição

Segundo a Constituição a base sociocultural expressa pelo sentido de compromisso


colectivo mantido durante séculos de existência dos povos e em cuja complexidade
assenta a identidade nacional dos moçambicanos, a Lei Constitucional surge como a
forma escrita ou legal deste compromisso assumido desde os nossos ancestrais e
construído com múltiplos sacrifícios entre guerras e mortes, muitas das quais com
marcas profundas na alma de cada nacional.

Embora o movimento constitucionalista universal seja tributário da revolução burguesa


que projectou a ideia do pacto social escrito dos povos com o derrube do absolutismo
simbolicamente transparente no despotismo exercido pelo Rei Luís XIV e celebrizado
com a máxima “L´Etat cest moi!”, a ideia de constituição é tão antiga quanto a
existência das primeiras sociedades humanas organizadas.

A Constituição é difusa comportando valores maleáveis às circunstâncias e exigências


históricas dos povos no seu processo evolutivo reflectindo por fim o seu inconsciente
político colectivo. É a dimensão abstracta dos laços fundamentais ou a matriz, se
quisermos, das relações de convivência perene que se tornam concretas com a Lei
Constitucional.

A Lei Constitucional é assim o documento escrito que reflecte os princípios


unanimemente escolhidos pelo povo do manancial de valores incorporados na
Constituição. A Lei Constitucional é a dimensão jurídica da Constituição enquanto
dimensão política do compromisso de coexistência pacífica e progressiva dos povos
num mesmo espaço territorial, embora o legislador constituinte prefira a terminologia
Constituição da República.

2.1.1.Poder constituinte originário e derivado

Preliminarmente, cabe, aqui, uma breve definição de poder constituinte originário e


poder constituinte derivado. O poder constituinte originário, igualmente intitulado de
próprio, diz respeito ao órgão legislativo incondicionado, possuidor de uma autoridade
política máxima, podendo, por sua vez, gerar uma nova Constituição, no caso de um
Estado neófito, bem como a permuta de uma Constituição por outra.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


O poder constituinte derivado também designado de impróprio ou instituído é aquele
que é fundado e previsto no poder constituinte originário, exercendo a função de agente
modificador ou complementar de Constituição.

O poder originário é temporário, pertence a uma assembleia eleita com a finalidade de


elaborar a Constituição, deixando de existir quando cumprida a sua função. O poder
derivado é um poder latente, que pode se manifestar a qualquer momento, desde que
cumpridos os requisitos formais e observados os seus limites.

Isto posto, passemos ao confronto das características do poder constituinte originário


com o derivado acerca dos aspectos da originalidade, limitação e condicionalidade.
Quanto à originalidade, o poder originário é inicial ou original, porquanto todos os
poderes dele derivam. É um poder supra legem, ou seja, todos os poderes constituídos
se submetem a ele, visto que cabe a esse a função política e extra jurídica de criar uma
Constituição, que é a égide maior da política, da sociologia e da ordem jurídica de um
Estado.

O poder derivado é posterior, pois provém do poder constituinte originário “implica a


existência prévia de uma organização constitucional da qual ele legitimamente emana
para o desempenho da sua actividade”. É um a posteriori em relação a Constituição.
Quanto à limitação, o poder originário é ilimitado e omnipotente dentro de um
ordenamento jurídico positivo, não estando limitado e sujeito a uma Constituição. O
poder constituinte derivado é limitado, porque está subordinado ao originário, sendo por
ele limitado.

No que tange a este aspecto, diz-se: “o poder constituinte actua sempre atado ao direito,
na moldura de um ordenamento jurídico, ao contrário daquele poder constituinte que
nasce das Revoluções, Golpes de Estado e das crises políticas profundas que acometem
os povos da mesma maneira que as enfermidades os indivíduos”.

Quanto à condicionalidade, o poder originário é incondicional, posto que não há regras


ou formas prefixadas para sua manifestação. O derivado é condicionado, uma vez que a
sua manifestação ocorre mediante formas preestabelecidas e fixadas, localizadas na
Constituição, destarte, se serve de órgãos representativos, tais como: uma assembleia
especial, um parlamento ou um corpo de cidadãos (referendum).

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


Ademais, salientamos que o poder constituinte originário não está atado a limites
formais, sendo considerado, por essência, um poder político ou extra jurídico, estando
mais atrelado a Ciência Política, ao passo que o poder constituinte derivado se insere na
Constituição, sendo, pois, conhecedor de limitações, podendo ser considerado,
primordialmente, como jurídico, tendo por desiderato a reforma do texto constitucional,
apresentando estreitos laços com a Ciência do Direito Constitucional.

Um se manifesta em ocasiões de relativa normalidade e paz, sempre abraçado aos


preceitos jurídicos vigentes; o outro, ao contrário, chega na crista das Revoluções e
Golpes de Estado e se exercita quase sempre sobre as ruínas de uma ordem jurídica
contestada, destarte tem o poder na acepção jurídica a competência para a mudança
constitucional. Nas palavras de Jorge Miranda, “não é, com efeito, todos os dias que
uma comunidade política adopta um novo sistema constitucional, fixa um sentido para a
acção do seu poder, assume um novo destino; é apenas em tempos de viragem histórica,
em épocas de crise, em ocasiões privilegiadas irrepetíveis em que é possível ou
imperativo escolher.

E estas ocasiões não podem ser catalogadas a priori; somente podem ser apontados os
seus resultados típicos – a formação de um Estado ex novo, a sua restauração, a
transformação da estrutura dos Estados, a mudança de um regime político”.

2.1.2.Os limites do poder constituinte derivado

Partindo da premissa que o poder constituinte originário é ilimitado na sua actuação,


mercê de não estar vinculado a nenhum quadro jurídico, mas antes a uma concepção
filosófica ou ideológica de identidade, justifica-se que não tenha limitações de
exercício.

Entrementes, o poder constituinte derivado tem o escopo de rectificar ou adaptar a


constituição vigente às aspirações sociais, políticas e económicas da realidade, de forma
a possibilitar uma maior completude do ordenamento jurídico e dinamização do
quotidiano. Actua num quadro jurídico pré-estabelecido, devendo obediência as suas
directrizes.

Aliás, nas constituições do tipo rígida, como é o caso da Constituição Moçambicana,


exige-se um processo especial para a sua modificação em relação ao processo das leis
ordinárias. Este impedimento de uma livre modificação da lei fundamental vem

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


vislumbrar o resguardo da garantia da Constituição e, consequentemente, uma relativa
estabilidade da própria Constituição.

O poder de reforma altera a matéria constitucional, adicionando, suprimindo ou


modificando normas e princípios. Este poder não é, contudo absoluto. Encontra limites
quanto a forma e quanto a matéria. Os limites formais ou de procedimento dizem
respeito a forma, ou seja, a elementos temporais, circunstanciais, competência e
iniciativa para a revisão.

Consoante Canotilho, os limites temporais costumam ser justificados pela necessidade


de assegurar uma certa estabilidade às instituições constitucionais, conferindo à
Constituição formal momento de solidificação da legalidade democrática. Algumas
constituições estabelecem períodos que vão de cinco ou mais anos para a
susceptibilidade de qualquer alteração.

As limitações circunstanciais consistem no impedimento da concretização de


procedimentos de revisão em determinados momentos históricos, designadamente a
proibição de revisão em estado de sítio e de emergência. Consoante ainda Canotilho “a
história ensina que certas circunstâncias excepcionais podem constituir ocasiões
favoráveis à imposição de alterações constitucionais, limitando a liberdade de
deliberação do órgão representativo”.

Sobre a iniciativa aponta-se o órgão com legitimidade para desencadear a reforma.


Muitas vezes exclusivamente o Parlamento, outras este órgão, bem assim o Presidente
da República.

A competência para aprovação da Lei de Revisão é quase sempre acometida ao


Parlamento a quem, nas constituições rígidas, se exige que disponha de uma maioria
qualificada para a aprovação.

As regras do processo de revisão devem obedecer a critérios como legitimidade para


iniciativa da abertura do processo (órgão competente), quorum e tempo para
apresentação de um projecto de revisão.

Quanto a matéria de revisão, o princípio é que nem todas as matérias são susceptíveis de
revisão. A revisão constitucional conserva um valor integrativo, no sentido que deve
deixar o sistema constitucional no essencial idêntico, pois não se pode alterar a

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


identidade constitucional. Segundo ainda Canotilho, “a revisão deve ser solidária com o
fundamento político-filosófico da Constituição.” Dessa forma, legitima-se a existências
de limites superiores à revisão, sejam eles expressos ou implícitos.

Canotilho defende assim a superioridade da função constituinte em relação à função de


revisão. O que deve haver é um respeito e uma coexistência do poder de revisão com os
princípios constitucionais fundamentais e basilares, não devendo aquele sobrepor-se a
este, sob pena de tornar a Constituição um mero esqueleto de normas ineficazes,
deficientes e passíveis de extinção.

2.1.3.Limites materiais expressos próprios e impróprios

Em primeiro lugar, releva definir o que são limites materiais ao poder constituído. Estão
em causa opções fundamentais do poder constituinte que denotam uma determinada
consciência jurídica e que o poder constituinte considera que são pilares da Constituição
que não podem ser mexidos.

Em seguida, é necessário definir o que são limites materiais expressos: são limites que
estão expressamente apontados no texto constitucional que inibem o poder de revisão.
Assim, temos um poder constituinte que não só impõe limites de ordem formal ao poder
constituído como ainda se acha com legitimidade para impor determinados valores ao
poder constituído.

A questão aqui é, portanto, saber se o poder constituinte tem ou não esta legitimidade.
Relativamente a esta questão existem 3 teses:

 Tese dos limites materiais como imprescindíveis e insuperáveis - o poder de


revisão é um poder constituído pelo que tem necessariamente de se compreender
dentro dos seus parâmetros. Não compete ao poder constituído dispor contra
opções fundamentais do poder constituinte originário.
 Tese daqueles que rejeitam a legitimidade das normas que impõem limites
materiais - não existe uma diferença substantiva entre aqueles que detém o poder
constituinte e o poder de revisão. Não existe diferenças de valor nas matérias
constitucionais. Se fazem parte da Constituição então têm o mesmo valor.
 Teses dos que admitem limites materiais ao poder de revisão, mas que os tomam
como relativo, susceptíveis de remoção através de dupla revisão - as cláusulas de

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


limites materiais são possíveis, sendo legítimo ao poder originário decretá-los. E
é forçoso que sejam observados enquanto estiverem em vigor.

2.1.4.Preterição de limites e transição constitucional

É preciso compreender que todas, mas todas as constituições têm aquilo a que
chamamos de limites materiais de revisão. Tentando ser muito simples no discurso, isso
significa que todas, mas todas as constituições, têm um conjunto de traves mestras, sem
o qual - ou destruído o qual - não estamos perante as mesmas constituições.

Essas traves mestras, numa palavra, são os ditos limites materiais à revisão
constitucional.

Para dar um exemplo, se, por revisão constitucional, os Deputados, cumprindo todas as
formalidades do processo de revisão constitucional, consagrassem, num preceito, a
confessionalidade do Estado, não estaríamos perante uma revisão constitucional, porque
quando se revê a Constituição, ela permanece a mesma, nas suas traves mestras, e, neste
caso, a trave mestra da separação das Igrejas do Estado teria sido atingida de morte.
Qualquer pessoa, sem dificuldade diria: esta coisa é uma coisa nova, mas não é a
Constituição de 2004.

O mesmo se passa com as constituições dos outros países. É exactamente a mesma


coisa. Pegamos em cada uma delas, procedemos à sua análise e identificamos quais são
aqueles princípios essenciais que formam o coração desses textos, os tais princípios que
se forem desvirtuados - e até podem ser - têm de nos levar a concluir que ocorreu uma
ruptura, uma transição constitucional, no limite uma revolução, mas nunca uma simples
revisão constitucional, precisamente porque já não reconhecemos as constituições
originárias que tinham sido objecto de análise.

Afirma Canotilho que “dada a existência de limites formais e materiais, as leis de


revisão que não respeitarem esses limites serão respectivamente inconstitucionais sob o
ponto de vista formal ou material”.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


2.2.Formas de revisão

Na Teoria Geral da Revisão Constituição, ocorrem várias propostas que apontam


critérios diversos como:

a. Toda disposição constitucional pode ser revista;


b. Não existem textos supra constitucionais, que não podem ser objecto de revisão;
c. Toda a Constituição pode ser revista, em um mesmo momento;
d. Não existe artigo tabu ou imodificável;
e. É possível ou impossível a revisão integral;
f. É possível a apenas a revisão parcial.

É dentro de certas características básicas que convém destacar alguns pontos essenciais:

1. Conceito de revisão;
2. Objecto de revisão;
3. Processo de revisão, como revisar;
4. Iniciativa da revisão;
5. Adopção de determinado projecto de revisão;
6. Elaboração de lei especial de revisão.

2.3.Os desvalores das leis de revisão

A Assembleia da Republica aponta as incertezas terminológicas encontradas na


Jurisprudência Constitucional e as dificuldades da doutrina quando vários estudos
destacam pontos essenciais, como:

1. O procedimento de cada uma das etapas;


2. As ambiguidades terminológicas e instrumentais, decorrentes da prescrição
constitucional;
3. O conceito de revisão constitucional e o procedimento de revisão;
4. A maneabilidade do artigo da CC como forma de exemplo de alteração;
5. A adequação desta disposição às exigências da celeridade e eficácia que devem
ser observadas, no actual contexto Moçambicano, no que-se refere às reformas
constitucionais;
6. As leis constitucionais e as leis de revisão constitucional na prática da república
de Moçambique.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


No exame dos processos de revisão constitucional, ao tratar da Interpretação das
Constituições, afirma que em uma soberania, poder supremo de comando, não pode
afastar-se das duas ordens de governo. Os equilíbrios federais estão sob a dependência
de um centro superior. Aparece um poder constituinte, que é soberano para fazer e
definir as cláusulas constitucionais.

Na tradição confederativa ele não poderia ser exercido, senão pelo acordo unânime dos
Estados-membros, co-contratantes, iguais entre eles. Esse processo conferia o direito de
veto a cada associado, no caso de modificação do pacto confederativo. Para não impedir
as possibilidades da evolução e elaboração dos procedimentos de revisão fazia-se a
intervenção das autoridades políticas da comunidade nacional e das comunidades
federadas.

A obtenção de uma dupla maioria, suficientemente qualificada, era em geral necessária.


São exercidas no quadro da democracia representativa e, no caso da Suíça, pelas
práticas de democracia directa.

As cláusulas de reforma ou revisão não podem esquecer que existe uma singularidade
da Constituição como norma jurídica, pelo que devemos destacar:

 O carácter único da Constituição como norma jurídica;


 A superioridade da Constituição sobre todas as demais normas, daí o carácter
condicionante das demais normas em relação a ela;
 A natureza basicamente política da norma constitucional, precedida da ideia
mítica do carácter fundacional da Constituição.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


Conclusão

A tipologia das mutações constitucionais ou, para muitos doutrinadores, das mudanças
ou alterações constitucionais ocorre de diversas maneiras (emendas, reforma, revisão ou
por intermédio de interpretações decorrentes da releitura, concretização e actualização
do texto original).

É preciso fazer um exame geral da terminologia empregada, quando nos referimos às


possíveis maneiras que podem redundar em uma reforma, rectificação ou anulação do
que já se havia consagrado anteriormente. É nesse sentido que se fala, também, em
técnica, ato ou efeito de rever ou revisar.

A problemática da revisão constitucional, vista sob o ângulo técnico e comparativa, é


apresentada através de várias práticas revisionistas. Mesmo assim, são apontadas
inquietações que decorrem de sua aplicabilidade, quando destacamos, dentre outros
inúmeros temas, a teoria, a prática e os limites da revisão e a natureza das normas
jurídicas do tipo constitucional.

O poder constituinte originário defronta-se com a adopção de uma outra Constituição ou


com alterações que são feitas na redacção original. O enquadramento jurídico da
Constituição, ao lado de sua duração, enfrenta a questão das cláusulas de evolução.
Certas revisões são preparadas em constatação e aceitação, por largo consenso da classe
política. Existem normas de procedimento que não são obstáculos às modificações
previstas, sendo que outras, de conformidade com a redacção das cláusulas de revisão,
defrontam-se com o bloco institucional e o bloco de constitucionalidade.

Em certas oportunidades, surgiram Comités consultivos para a revisão da Constituição.


No Direito Comparado, alguns autores revelam as in quietudes que o tema revisão
constitucional provoca, mas aceitam a sua realização como resultante da dinâmica
constitucional. A modificação no interior das regras constitucionais, a mudança total ou
parcial de determinado sistema, não pode ser encarada com o rompimento da Teoria da
Constituição Originária ou com a Teoria do Poder Constituinte, nem pelo menos uma
ruptura com seus princípios.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


Bibliografias

Dworkin, Ronald. Levando os direitos a sério. Trad. Nelson Boeira. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
Ferraz JR.,Tércio Sampaio. Função social da dogmática jurídica. São Paulo: Max
Limonad, 1998.
Habermas, Jürgen. A constelação pós-constitucional: ensaios políticos. Trad. Márcio
Seligmann-Silva. São Paulo: Littera Mundi, 2001.
Simioni, Rafael Lazzarotto. Direito e racionalidade comunicativa: a teoria discursiva do
direito no pensamento de Jürgen Habermas. Curitiba: Juruá, 2007.
https://jus.com.br/artigos/24761/os-limites-na-revisao-constitucional-emmocambique/2.
Acessado no dia 03 de Outubro de 2020, pelas 13horas.
https://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/27452-revisao-da-constituicao-ar-
remete-projecto-para-nova-legislatura.html. Acessado no dia 04 de Outubro de
2020.
Siqueira, Gustavo Silveira. Legitimidade, reforma e democracia na constituição federal
de 1988. Florianópolis: Conpedi, 2007.

Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz

Você também pode gostar