Você está na página 1de 3

O conceito de pessoa humana é uma questão profunda e multifacetada, abordada

por filósofos, teólogos e pensadores ao longo da história. O pensamento de São Tomás


de Aquino sobre a pessoa humana é fundamental. Ele considerava a pessoa como um
ser racional, ético, cultural e estético.
A expressão “Convivência Política do Homem” sugere uma reflexão sobre como
os seres humanos interagem e coexistem no contexto político. Embora possa ter várias
interpretações. A convivência política da pessoa humana é um tema relevante e
multifacetado. Diversas abordagens filosóficas e jurídicas exploram essa questão,
considerando a interacção entre indivíduos, o Estado e as relações de poder. Eis,
algumas perspectivas relevantes:
1. Dignidade da Pessoa Humana: A dignidade é um princípio fundamental que
permeia a convivência política. Ela implica o respeito à igualdade, liberdade e
integridade de cada ser humano. Filósofos como Hannah Arendt destacam a
importância da dignidade na esfera pública, enfatizando a necessidade de
espaços deliberativos que representem todos os grupos vulneráveis
economicamente e culturalmente.
2. Estado Democrático de Direito: O conceito de Estado Democrático de
Direito envolve a protecção dos direitos individuais e colectivos. A convivência
política se dá dentro desse contexto, onde a justiça, a igualdade e a participação
cidadã são fundamentais. A pandemia de COVID-19, por exemplo, trouxe à tona
questões sobre a protecção dos cidadãos e os limites do poder estatal.
3. Relações de Poder e Pluralidade: A convivência política também abrange as
relações de poder. Filósofos como Michel Foucault exploraram como as
estruturas de poder moldam nossa sociedade e influenciam a vida política. A
pluralidade de vozes e perspectivas é essencial para uma convivência política
saudável e inclusiva.

Para Aristóteles (384 –322 a.C.) todo o Homem é político. Para, ele a Política é a arte de
governar, ou seja, é ciência do governo.
A dimensão política radica na natureza social do Homem, do seu “ser-com-os-outros”.
O individuo tem necessidade da comunidade, das normas e das instituições que as
asseguram e asseguram a vida e aconvivência entre todos.

Os desafios na convivência políticos do homem são muitos e variados. Aqui estão


alguns dos principais:
1. Divergências Ideológicas: As diferentes visões políticas e ideológicas podem
levar a conflitos e polarização. A falta de compreensão mútua e o extremismo
dificultam a cooperação e o diálogo construtivo.
2. Corrupção e Falta de Transparência: A corrupção mina a confiança nas
instituições políticas. A falta de transparência nas decisões e processos políticos
também prejudica a convivência.
3. Desigualdade Social e Econômica: A disparidade de riqueza e oportunidades
cria tensões entre diferentes grupos sociais. A luta por recursos limitados pode
levar a conflitos.
4. Intolerância e Discriminação: A discriminação com base em raça, religião,
gênero ou orientação política prejudica a convivência. A intolerância impede a
aceitação das diferenças.
5. Polarização e Extremismo: A polarização política e o aumento do extremismo
dificultam o compromisso e a busca de soluções comuns.
6. Mídia e Desinformação: A disseminação de notícias falsas e a polarização na
mídia dificultam a formação de opiniões informadas e a convivência saudável.
7. Nacionalismo e Conflitos Internacionais: Questões de nacionalismo
exacerbado e conflitos internacionais podem afetar a convivência política global.
8. Partidarismo e Falta de Diálogo: A lealdade partidária muitas vezes impede o
diálogo construtivo entre diferentes grupos políticos.
9. Falta de Participação Cidadã: Quando os cidadãos não se envolvem
ativamente na política, a convivência democrática é enfraquecida.
10. Desafios Ambientais e Globais: Questões como mudanças climáticas, migração
e segurança global exigem cooperação política, mas muitas vezes enfrentam
obstáculos.
A convivência política da pessoa humana tem sido objecto de análise e reflexão em
diferentes contextos filosóficos e históricos. Vou explorar algumas abordagens
relevantes:
1. Aristóteles e o Zoon Politikon: Aristóteles, filósofo grego, considerava o ser
humano como um “animal político” (zoon politikon). Ele acreditava que a
natureza humana incluía a necessidade de conviver com outros seres
humanos. A pólis (cidade-estado) era vista como um espaço natural para os
seres humanos, onde eles buscavam uma vida boa e feliz através da convivência
com seus iguais1.
2. Thomas Hobbes e a Limitação do Agir Humano: Na modernidade, Thomas
Hobbes argumentou que os seres humanos têm um instinto de autopreservação e,
portanto, buscam limitar suas ações para evitar conflitos. Ele via o Estado como
uma forma de garantir a convivência pacífica, estabelecendo regras e leis para
controlar o comportamento humano1.
3. Immanuel Kant e a Racionalidade Humana: Kant destacou a racionalidade e
a liberdade moral dos seres humanos. Ele acreditava que a busca pela felicidade
não era suficiente; em vez disso, os seres humanos deveriam agir de acordo com
princípios racionais e morais para alcançar uma convivência justa e harmoniosa 1.
4. Hannah Arendt e a Política Entre os Seres Humanos: Arendt enfatizou a
importância da convivência entre os seres humanos. Ela argumentou que a
política não reside no indivíduo, mas entre os indivíduos. A ação política ocorre
na esfera pública, onde as pessoas se encontram, debatem e tomam decisões
coletivas. A convivência política é essencial para a realização da dignidade
humana2.
Em resumo, a convivência política da pessoa humana envolve a interação, o diálogo e a
busca por uma vida boa e justa em conjunto com outros seres humanos. Cada
abordagem oferece uma perspectiva única sobre como alcançar essa convivência
pacífica e significativa.

Você também pode gostar