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Pietra Bertolazzi
1ª edição — setembro de 2022 — CEDET
Copyright © Pietra Bertolazzi 2022
Sob responsabilidade
do editor, não foi adotado o
Novo Acordo Ortográfico de 1990.
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Editor:
Felipe Denardi
Capa:
Guilherme Conejo
Diagramação:
Virgínia Morais
Revisão de provas:
Juliana Coralli
Natalia Ruggiero
Revisão de provas:
Juliana Coralli
Natalia Ruggiero
FICHA CATALOGRÁFICA
Bertolazzi, Pietra.
O mínimo sobre doutrniação / Pietra Bertolazzi
Campinas, SP: O Mínimo, 2022.
ISBN: 978-65-85033-00-8
1. Propaganda ideológica 2. Liberdade na educação 3. Ensino
I. Doutrinação II. Liberdade na educação III. Autor
www.ominimoeditora.com.br
Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma,
seja ela eletrônica, mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do
editor.
Sumário
A JAULA IDEOLÓGICA
A MÁQUINA DA DOUTRINAÇÃO
DOUTRINAÇÃO NO BRASIL
AGENDA CULTURAL
O CAMINHO DA LIBERDADE
NOTAS DE RODAPÉ
A JAULA IDEOLÓGICA
A pós passar toda a adolescência e o início da fase adulta sendo metralhada por
conceitos progressistas, seja na escola e na universidade em que estudei, seja no meu
círculo de amizades, bem como em quase todos os filmes e seriados a que assistia,
revistas que lia e músicas que ouvia (tudo “normalíssimo” para qualquer pessoa da minha
idade naquela época); após ter vivido até os 30 anos praticamente como a personificação
da doutrinação progressista, sem sequer saber direito o que significava ser “progressista”,
comecei a me questionar se toda a minha vida e se toda essa tal “liberdade” a que tive
acesso desde os 16 anos não havia sido apenas fruto de uma ilusão, de uma apatia gerada
em mim por uma lavagem cerebral, lavagem à qual todos da minha geração haviam sido
exaustivamente expostos.
Embora já consciente da inescusável e péssima conduta que havia tido durante boa parte
da minha vida, mas ainda sem conhecer os reais motivos que haviam me levado a tal
situação, eu tinha apenas uma certeza:
Ser uma mulher financeiramente independente, dona da própria vida, desapegada dos
valores morais judaico-cristãos, livre da necessidade de se casar e construir uma família,
tudo isso só me trouxe um profundo descontentamento comigo mesma. Eu me
perguntava: o que eu teria feito de errado? Pois esse conjunto de fatores era basicamente a
fórmula pronta para que, segundo tudo o que me haviam ensinado até então, a minha vida
se tornasse um paraíso.
tudo.
É difícil rastrear a origem exata de todos esses conceitos, uma vez que os valores
progressistas dominavam todos os âmbitos, não apenas da minha vida, como também da
vida de todos os da minha geração. Ainda assim, cresci com a certeza irrefutável de que
“mulher não podia depender de homem”, que “filho se cria para o mundo”, que “é mais
importante uma mulher se encontrar no trabalho do que no casamento”, que “ser
submissa ao homem é a chave para o fracasso pessoal” e, por fim, que “a felicidade
individual é mais importante do que a família”.
Nessa busca frenética pela felicidade, embalada pela falsa necessidade de ser
independente em todos os aspectos da vida, aos 21 anos eu já havia morado, para estudar
ou trabalhar, em cinco países diferentes: Nova York (eua), Milão (Itália), Madrid e
Barcelona (Espanha), Auckland (Nova Zelândia), e Sidney (Austrália). De volta ao
Brasil, entrei na faculdade de design de moda e por alguns anos fui estilista em diferentes
empresas. Assim, com pouco mais de 20 anos já não morava com os meus pais, mas em
um bom apartamento de um bairro nobre de São Paulo. Todas as minhas amigas queriam
a minha tão almejada “liberdade”, porque esta era então sinônimo de felicidade e alegria.
Mal sabiam que
Agora você deve estar se perguntando a razão de eu ter iniciado com um breve relato
pessoal a introdução deste livro, que deveria explicar o mínimo sobre a doutrinação
ideológica em que o mundo atual está imerso. A resposta é muito simples e se resume em
dois pontos: 1) porque pela primeira vez posso dizer que estou no meu “lugar de fala”,
considerando que escrevo este Mínimo para mostrar que ser um produto da doutrinação
progressista não traz felicidade ou satisfação pessoal a ninguém; 2) porque desejo que
quem quer que leia estas páginas possa aprender, ainda que minimamente, com os meus
erros. Além disto, desejo que entendam que não sou uma tapada que viveu em uma
redoma conservadora por toda a vida e que hoje vive para apontar dedos e criar teorias do
nada. E por último, porque é necessário entendermos os malefícios da doutrinação a
longo prazo para que possamos combatê-la.
Talvez você esteja se perguntando o quão difícil é nos desatrelarmos dos conceitos com
que fomos bombardeados pela vida inteira. Garanto que não é nada fácil, mas é
importante lembrar: basta querer. Precisamos deixar a carência emocional de lado, livrar-
nos da prisão que é a necessidade de aprovação daqueles que nada nos trazem de bom.
Precisamos entrar em contato com a nossa essência, tanto biológica quanto divina. A
abertura para nos livrar da doutrinação exige que deixemos de lado o medo de seguir o
que é belo, moral, justo e verdadeiro.
Portanto, acima de tudo, precisamos parar com a mania de achar que é “ético” aceitar
coisas que violam a nossa consciência, mesmo que ela esteja inundada de conceitos
sintéticos e mundanos.
Naturalmente, esta máquina não quer um povo livre, mas sim um povo doutrinado,
gerenciável e previsível. Seu objetivo é ensinar os jovens a pensarem “fora da caixa” da
prudência e da sabedoria, mas ainda “dentro da jaula” ideológica do politicamente
correto.
A escola deixa marcas que levamos para o resto da vida, e as instituições de ensino
desempenham uma enorme influência na vida de pais e filhos.
Toda informação a que o jovem tem acesso afeta diretamente o desenvolvimento de sua
personalidade e postura, de seu modo de pensar, bem como de seu caráter. E a mídia
mainstream, atualmente a grande aliada na doutrinação imposta nas escolas e
universidades, não tem o menor comprometimento com a verdade e as liberdades
individuais, inclusive a liberdade para contestarmos o que nos é imposto como verdade
absoluta.
A máquina da doutrinação nos fez perder conceitos e valores básicos, a ponto de hoje
nos esquecermos de que a educação deve vir de casa e ir para a escola, e não o contrário.
Quando, por falta de tempo ou de conhecimento, delegamos a educação dos nossos filhos
ao Estado, estamos
A doutrinação finca sua raiz justamente nas instituições de ensino, tanto primário como
médio e superior.
Levando em conta que, nos dias de hoje, as crianças e os adolescentes passam mais
tempo com seus professores do que com os próprios pais, o ensino é, com efeito, o
caminho mais efetivo para se iniciar um processo de doutrinação ideológica em um ser
humano em desenvolvimento.
O avanço da ideologia progressista é tão grande atualmente que já não estamos mais
lidando apenas com um ensino enviesado ou omissão de informações nas escolas, mas
sim com a
O que estou dizendo é que a doutrinação nas escolas e universidades é aplicada através
da mentira deliberada e do tom ideológico ultra-sentimentalista ao se transmitir
determinado conteúdo, reformulando e enfatizando certas conotações em palavras e
conceitos, tais como “dívida histórica”, “opressão”, “ressignificar” e assim por diante.
Por exemplo, “ressignificar” algo nada mais quer dizer do que dar novo significado a
um evento, movimento ou palavra; mas este simples conceito, quando aplicado em
conformidade à doutrinação progressista, culminará inevitavelmente — como podemos
ver pelo mais recente movimento de derrubada de estátuas e monumentos pelas capitais
do mundo inteiro — em um revisionismo histórico, que presume contar determinada parte
da história de acordo com valores e sentimentos de um grupo específico.
No curso dos séculos, o ser humano sempre transmitiu o conhecimento por meio de
alguma forma de educação, conhecimento este que advinha das experiências de seus
antepassados, dos anciãos da família e dos mais sábios. A educação sempre tomou como
sua base a tradição, inclusive na educação técnica. Era comum que, em uma família de
carpinteiros, os filhos aprendessem o mesmo ofício com o pai e o avô, formando assim
uma tradição de carpintaria na família. No passado,
Nos dias de hoje, ainda podemos encontrar alguns vestígios dos valores disseminados
pelas escolas da Grécia Antiga. Foi ali que surgiram as primeiras escolas, que pouco ou
quase nada se assemelhavam às de hoje, com salas de aula propriamente ditas, mesas e
carteiras. Contudo, o conceito e método de ensino gregos eram muito mais próximos de
uma efetiva instituição de ensino. Não havia divisão de salas ou distinção de idade. As
aulas eram dadas em jardins, pátios ou lugares públicos à disposição. A palavra “escola”
vem do grego scholé, que significa — acredite se quiser — “lugar do ócio”. Ou seja:
Mesmo com o surgimento dessas escolas, houve aristocratas que preferissem delegar e
confiar a educação dos seus filhos a um tutor particular. A educação ocorria na casa do
aristocrata e a partir das bases filosóficas do tutor, que transmitia individualmente não só
os próprios conhecimentos técnicos, mas também os próprios valores (como honra,
justiça, patriotismo, espírito de sacrifício, autodomínio e honestidade), no intuito de
direcionar o aluno a formar os seus princípios.
Em sua gênese, o conceito de ciência se baseava na busca pela verdade e por suas
causas. Na Antigüidade, ciência e artes se desenvolveram pela necessidade que um
indivíduo tinha de crescer e tornar-se livre. Sem verdade, beleza e bondade, viver de fato
em liberdade se torna algo praticamente impossível, na medida em que viver sob a
premissa de que essas três coisas são questionáveis ou relativizáveis equivale a viver, de
uma forma ou de outra, cativo em uma prisão ideológica.
Hoje, tudo é relativizado. Os professores ensinam que seremos pessoas melhores e mais
inteligentes se pensarmos “fora da caixa”, mas, induzidos a fazê-lo, somos
automaticamente colocados dentro de uma outra caixa, uma caixa ideológica humanista
que oprime o sentido do que instintivamente entendíamos como o que havia de mais
divino no universo. Ou seja: os conceitos de verdade, bondade e beleza. Este conjunto de
valores, que herdamos de nossos pais, foi arraigado na sociedade através dos dois mil
anos de história do cristianismo.
Vale ressaltar que as escolas, nos moldes atuais, foram instituídas pela Igreja Católica a
partir do século xii com uma base nos valores greco-romanos, mas aperfeiçoados pelo
cristianismo. Foi por volta desta época que
Com o Humanismo, no século xvi, a coisa começou de fato a mudar. Ele tirou Deus do
centro da verdade e da vida das pessoas, colocando o ser humano em Seu lugar. Essa
corrente foi guiada pelos filósofos e físicos, como Isaac Newton. Começou-se a
questionar a espiritualidade e o papel da religião na sociedade, e até mesmo o papel da
monarquia. Daí surgiria o Iluminismo, que por sua vez levou à Revolução Francesa
(1789–1799).
Para Rousseau, era impossível viver segundo valores conservadores, de modo que
aqueles que vivessem em conformidade com tais valores, disseminados na sociedade da
época, estariam vivendo em um estado de cinismo e de julgamento iminente. Rousseau
começou, por meio de um processo de deterioração moral da sociedade, baseado no que
ele dizia ser “ciência”, a minar cada um desses valores.
Para quem tem filhos, fica evidente a fragilidade da teoria de Rousseau. Sabemos que,
na prática, se dá o exato oposto do que a máxima do filósofo afirmava: ninguém nasce
bom, e não é a sociedade opressora que nos corrompe. De certa forma, Rousseau
pretendia transformar as crianças em uma “classe” de pessoas, em uma classe
revolucionária contra o suposto sistema opressor e, para tanto, precisava abolir toda e
qualquer tradição de ensino, começando pela própria família. Não convinha que a moral
conservadora fosse transmitida às crianças, mas sim que elas fossem ensinadas através de
conceitos lúdicos, de modo que, ao fim e ao cabo, pudessem romper com o passado, com
a tradição e com a sociedade.
Hoje, nas escolas, ensinam que o objetivo da Revolução Francesa era fazer da França
um país democrático e tirar do poder a autoritária e mesquinha monarquia, que, alienada,
mandava o povo “comer brioches”. Com um pouco de estudo, fica evidente que a
intenção da revolução nunca foi acabar com o poder totalitário, mas
trocar o poder de mãos.
Com sua base humanista, o Iluminismo visava tirar das pessoas a fé em Deus, pois a fé
em Deus faz com que estejamos alerta contra a imposição dos tiranos. O ataque frontal ao
poder monárquico se dava por seu fator hereditário, pois acreditava-se que era Deus quem
designava cada monarca da sucessão para reger o Estado. Logo, para acabar com um
poder monárquico, a primeira coisa era fazer com que as pessoas parassem de acreditar
em Deus. Daí surgiu, como que naturalmente, uma linhagem progressista que visa impor
o ateísmo, levando a conseqüências ainda mais nefastas para a sociedade: desde a
defasagem moral até uma sangüinária perseguição dos cristãos.
“Ordem e progresso”.
Em resumo, tão logo a libertação da opressão religiosa deixou de ser uma promessa do
Iluminismo e se tornou uma realidade, a idéia surgida sob o pretexto de resguardar a
liberdade individual revelou-se um mecanismo incomparavelmente mais opressor do que
o anterior, substituindo os ideais cristãos pelos iluministas.
Tempos depois, a partir do pensamento hegeliano, surge o idealismo absoluto, que pode
ser resumido, grosso modo, da seguinte maneira: tudo que pode ser pensado é real e tudo
que é real pode ser pensado. Assim, impõe-se a imperiosa cultura da relativização, a
mesma relativização que, derivada daquela, grassa nos dias atuais.
Após a Revolução Bolchevique, liderada por ele, a cartilha comunista começou a ser
aplicada em toda a União Soviética, baseando-se nas teorias marxistas e leninistas. Lenin
impôs, por exemplo, que as mulheres começassem a trabalhar por dois motivos: 1 )
porque quanto mais gente trabalhando, maior o crescimento econômico; 2 ) porque,
segundo os marxistas, o casamento precisava acabar. Para eles, a estrutura familiar
advinda do casamento se hasteia na propriedade privada e, para que o comunismo tenha
êxito, a propriedade privada precisa acabar.
Uma vez que as mulheres não estavam em casa, alguém teria de cuidar das crianças.
Assim, logo após a Revolução Bolchevique, em 1917,
A União Soviética sempre foi genial em propaganda e marketing. Deu início à estratégia
de usar retóricas aparentemente bondosas, mas que, atrás da aparência, escondiam suas
reais intenções: convencer a sociedade a aceitar as idéias absurdas da revolução para
alcançar os objetivos de totalitarismo.
Décadas mais tarde, em 1959, o governo soviético introduziu um sistema ainda mais
rígido que unia creches e jardins-de-infância. Assim, o Estado cuidava das crianças desde
os 2 meses até os 7 anos de idade, que depois seguiam para a escola regular. Ou seja:
desde os 2 meses de idade, a criança se viu inserida nos sistemas governamentais
soviéticos, de modo que o seu tempo de convívio com os pais se reduziu drasticamente.
Nas próximas décadas, criaram-se mais instituições de ensino, uma vez que o programa
de industrialização da União Soviética exigia novos especialistas. Em 1975 havia cerca de
5 milhões de pessoas no ensino superior na União Soviética. O objetivo de tanto incentivo
à educação era o Estado controlar o que as gerações aprenderiam, para que se tornassem
adultos obedientes ao regime e, uma vez adultos, servissem aos interesses da União
Soviética.
Outra regra:
Um dos valores disseminados era “pensar no próximo”, e não apenas em si. Era preciso
pensar primeiro no coletivo, no bem-estar do vizinho e nas necessidades do outro, mas
não nas suas e nas da sua família. É o argumento de um suposto “amor ao próximo” e
“empatia”, que ainda está presente nas discussões recentes. Devemos dividir tudo, pois,
ao fim e ao cabo, não é justo que o seu vizinho tenha menos bens materiais do que você,
mesmo que seu trabalho seja três vezes superior ao dele. Apesar da aparência, o que as
pessoas estão aceitando, na prática e de bom grado, é ceder tudo o que possuem para que
o Estado divida tudo igualmente. O resultado, todos já conhecemos:
Após termos falado da origem do ensino obrigatório, bem como analisado algumas
poucas técnicas de doutrinação soviéticas e como elas se foram espalhando pelo mundo
nos últimos 50 anos, vamos agora tentar entender um pouco melhor o contexto da
doutrinação na educação de nosso próprio país, e então dar o próximo passo e escavar o
segundo pilar da doutrinação: as mídias e a propaganda.
DOUTRINAÇÃO NO BRASIL
monárquico do Brasil durou até 1889, quando, através de um golpe militar,
O regime
foi instituída a República, com a qual se iniciaria, logo nos primeiros anos, uma
doutrinação maciça nas instituições de ensino brasileiras, criando-se um novo panteão de
mitos e heróis, e carregando, por outro lado, as tintas para difamar a monarquia que
haviam derrubado.
OS JESUÍTAS NO BRASIL
Na escola, costumam nos ensinar que os jesuítas vieram para o Brasil com o intuito de
escravizar os índios e levar embora as riquezas brasileiras, a fim de engordar ainda mais
os cofres da Igreja. Nada mais falso; isso advém de uma análise da história segundo a
concepção marxista, sob a óptica materialista em que a economia é o centro e a causa de
tudo, e todo o resto é secundário. É assim que os marxistas analisam a história. Pense
bem: como é possível que alguém possa querer abandonar a própria família e correr um
grande risco no trajeto transatlântico para se aventurar numa selva povoada por tribos
primitivas (muitas delas canibais), em troca de algumas pepitas de ouro e pau-brasil? Ao
adentrar em solo brasileiro, os navegantes se deparavam com uma situação mais hostil e
primitiva, deviam encarar os povos indígenas que falavam uma língua diferente e não
transmitiam muita segurança. A única explicação plausível para a vinda dos jesuítas é que
Na escola, é comum ouvir os professores dizerem que os jesuítas eram “elitistas” por
terem separado a educação, uma para a elite portuguesa e outra para os índios; mas,
levando em conta as circunstâncias históricas e sociológicas da época de sua chegada,
poderíamos dizer que era a abordagem mais óbvia e, sobretudo, necessária a ser aplicada.
Primeiro, os índios precisavam aprender a ler e a escrever; depois, eram catequizados. Os
portugueses já traziam uma tradição cultural católica em sua bagagem, o que facilitava o
aprendizado; ao passo que os índios haviam de trilhar esse processo de aprendizagem
desde o início, levando naturalmente mais tempo: primeiro, porque não falavam a língua
portuguesa; segundo, porque culturalmente era mais difícil ensinar os conceitos cristãos
para eles, que se encontravam ainda desprovidos de toda e qualquer referência religiosa e
cultural cristã. Era uma cultura totalmente nova para os povos indígenas e, por
conseqüência, de mais difícil ensino. É importante pontuar que nem mesmo na Europa a
escrita era muito difundida; naquela época, a grande maioria da população ainda não
sabia ler e escrever.
Outra contestação comum é: “Os jesuítas faziam tudo isso só para levar mais fiéis para a
Igreja Católica”. Sim, também. O problema da afirmação é seu viés sentimentalista e
vitimista. O cristianismo era, é e sempre será a melhor bússola moral que o mundo pode
ter.
Em 1937, Getúlio Vargas se tornou oficialmente ditador, dando vida ao Estado Novo
através de uma nova constituição. Além de ditador e adepto das “estratégias
pedagógicas”, ele também ficou conhecido por fazer autopropaganda em larga escala: o
culto de sua pessoa, chamado de “pai dos pobres” e “Doutor Getúlio”, se deu de maneira
muito semelhante ao dos líderes dos regimes nazista, comunista e fascista. As rádios não
se cansavam de alardear seus feitos, tocar à exaustão as marchinhas que lhe foram
dedicadas, como Retrato do velho ou Ai, Gegê, bem como os jornais mantinham a prática
cotidiana de escrever páginas inteiras de elogios laudatórios. Pura estratégia de marketing
do governo, que bancava esses meios de comunicação. Trata-se do
início da prática de políticos brasileiros usarem veículos
de comunicação para criar uma falsa narrativa a respeito
de si mesmos.
No fundo, ele poderia mesmo ser “o pai dos pobres”: não por tê-los ajudado, mas por ter
feito com que grande parte da população se tornasse pobre. No Brasil, a educação se
tornou obrigatória em 1934, quando Getúlio Vargas sancionou a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Brasileira (ldb), que obrigava o Estado a fornecer educação “gratuita” para
todas as crianças dos 4 até os 17 anos, obrigando conseqüentemente que os pais
mandassem seus filhos para a escola. Para que a lei do ensino obrigatório funcionasse,
acabaram criando uma série de outras leis acessórias e emendas necessárias. É importante
pontuar que, a partir do momento em que a educação se torna obrigatória,
PAULO FREIRE
Por muito tempo, Paulo Freire (1921–1997) reinou absoluto como referência máxima da
educação brasileira, supostamente por alguns “méritos”, a ponto de ser denominado
“patrono” da educação brasileira. Antes, porém, de adentrarmos o principal causador da
maciça doutrinação que acontece em nosso país, precisamos entender e fixar um ponto:
Paulo Freire ficou famoso pelo discurso de corrigir os índices elevados de analfabetismo
no Brasil, especialmente entre a população mais pobre. Adepto da teoria marxista e de
sua aplicação na educação, implantou a luta de classes no ambiente escolar, sustentando
que o problema educacional era social, que os menos favorecidos tinham de ser
introduzidos na política. Sua teoria mais conhecida, a “pedagogia da libertação”,
estabelece que não existe educação neutra. Aqui está uma das origens da doutrinação
progressista nas escolas e universidades: em vez de formar cidadãos e profissionais para o
crescimento do país, formam
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Paulo Freire foi o maior aliado da
reforma educacional brasileira de 1996, que daria mais tarde origem à Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (ldb), cujos resultados todos nós podemos ver: o Brasil está
entre os piores no ranking mundial de educação. Nossa educação piora ano após ano,
continua pobre de conteúdo técnico e repleta de doutrinação marxista, que cada vez mais
se sobrepõe a qualquer compromisso da busca da verdade.
Mas essa decadência toda já vem ocorrendo no Brasil desde a década de 1950, época em
que as teorias de autores de esquerda ganharam força no Brasil e Paulo Freire estava
nesse compilado de autores-soldados enviados pelo capiroto. Dessa época também
podemos listar Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré, Sérgio Buarque de Hollanda,
Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro e Maria Yedda Linhares. Em vez de solucionar o
problema, o “Método Paulo Freire” só agrava a nefasta educação nacional. Além disso,
segundo o historiador David Gieoros Vieira, o método milagroso para diminuição da taxa
de analfabetismo brasileiro teria sido desenvolvido, na verdade, pelo americano Frank
Laubach, em 1915.1
O episódio que deu notoriedade nacional a Paulo Freire foi, em 1963, o mutirão de
alfabetização em Angicos (rn). Participaram ao todo 380 adultos, sobretudo de áreas
rurais.
O convite a Freire partiu do governador potiguar, Aluízio Alves — por acaso, pai do ex-
deputado Henrique Eduardo Alves, preso na Operação Lava Jato. O combate ao
analfabetismo, que estava na casa dos 70% no Rio Grande do Norte, era uma promessa de
campanha do governador.
Freire, acompanhado por um grupo de voluntários, ficou célebre por alfabetizar pessoas
em 40 horas. O mutirão ficou conhecido como as “Quarenta Horas de Angicos”. A
propaganda, porém, no quesito rapidez, não correspondia exatamente aos fatos.
O presidente João Goulart (1961–1964) e o então ministro da educação, Paulo de Tarso,
gostaram da idéia e convidaram Paulo Freire para dirigir o Programa Nacional de
Alfabetização. A partir daí,
Não podemos negar os fatos: Paulo Freire é um dos maiores culpados pelo triste
resultado pedagógico da educação brasileira das últimas décadas (e das futuras, se tudo
continuar como está).
guerra cultural.
Ou seja: implementar um regime comunista em um país, não mais combatendo com
armas e bombas, mas educando os futuros adultos dessa nação, para que aceitem e
apliquem de bom grado os novos conceitos e valores.
um completo imbecil.
No caso do Método Paulo Freire, a falsa liberdade é o incentivo que se dá ao jovem de
fazer as suas próprias escolhas impulsionadas tão-somente pelos hormônios
descontrolados, típicos dessa fase da vida do ser humano, ao invés de submeter as suas
vontades à razão, através da disciplina a que esses jovens deveriam estar sendo
submetidos para que mais para frente eles se tornassem adultos decentes.
A cada ano que passa, torna-se mais evidente a doutrinação através da mídia: o jornal já
não separa opinião de informação; o jornalista investigativo se abstém da investigação,
inventando a seu gosto as mais sórdidas mentiras contra quem convém; os veículos de
comunicação são financiados (ou criados) por pessoas cujos interesses não têm nada a ver
com informação ou comunicação. Além disso, existe uma poderosa força militante nas
agências publicitárias que é capaz de incitar não só o “cancelamento” de pessoas
públicas, produtos e empresas, mas também a prisão e extradição de inocentes que ousam
contestar uma só das narrativas progressistas.
No início de 1905, Lenin se encontrou com Georgi Gapon (1870–1906), sacerdote que
lideraria a manifestação do Domingo Sangrento. Nessa reunião, firmou-se a aliança entre
bolcheviques e revolucionários. Gapon se dispôs a financiar as armas usadas no ato
revolucionário; em troca, contariam com a ajuda de policiais corruptos, como o chefe do
departamento especial da polícia, Coronel Sergei Zubatov (1864–1917), que pertencia a
um grupo terrorista. Mais tarde esse mesmo coronel se tornou um dos líderes do partido
socialista revolucionário.
Nos livros didáticos, encontramos a versão falaciosa de que Gapon teria liderado uma
manifestação espontânea do povo contra os interesses dos poderosos e da polícia. Mas,
estudando a fundo o tema, a verdade é que a manifestação que deu origem ao Domingo
Sangrento nunca contrariou os interesses das elites. Muito pelo contrário, foi abastecido e
protegido por políticos influentes do império russo. Todos, por sinal, não se
incomodavam em apoiar publicamente a Gapon. Ele e o prefeito de São Petersburgo
aparecem juntos numa foto da abertura da assembléia de trabalhadores das fábricas
russas, em 1904. Essas elites apoiavam os revolucionários com o intuito de pressionar o
czar a assinar um documento que daria início a um escritório de representação legislativa,
a Duma.
Outro erro é acreditar que o Czar Nicolau ii tenha dado ordem para que os soldados
atirassem nos manifestantes.
Nicolau ii sequer estava presente
no local do confronto. Ele estava em sua casa no campo, a 26 km do Palácio de Inverno.
Se não atendessem aos pedidos, a posição de Gapon era clara: tomar de assalto os
arsenais, os depósitos de armas e as oficinas de armeiros; destruir as prisões e retirar delas
os combatentes pela “liberdade”; derrubar os quartéis da polícia e dos gendarmes. Tudo
poderia ser resumido em seu grito: “Morte a eles! Às armas, camaradas!”.3 Na
manifestação “pacífica” foram encontradas nada menos que 163 armas.
Em suas memórias, Gapon também admite que era bom dar à manifestação certo caráter
religioso, de modo que logo enviou os trabalhadores para a igreja mais próxima, para
pegar estandartes e ícones, mas sacerdotes e fiéis se recusaram e nada lhes entregaram. E
qual foi a reação de Gapon? Enviou 100 pessoas para tomar tudo à força.
Em 1914, teve início a Primeira Guerra Mundial. A Rússia foi um dos primeiros países
a entrar na guerra. A Rússia estava despreparada e em plena crise econômica, vendo
milhares de soldados serem dizimados pela guerra. A narrativa da esquerda de atribuir ao
czar a culpa de a Rússia ter entrado em guerra foi tão intensa, que certo dia o exército se
recusou a defender a família Romanov dos manifestantes. Foi instaurado um governo
provisório. Lenin, até então exilado, voltou para a Rússia, aproveitando-se da confusão.
Em sua volta, o líder comunista pisou em solo russo clamando por “pão, paz e terra” e
“todo o poder aos sovietes”,4 como diziam seus lemas.
A partir daí, a propaganda militante foi tomando corpo nos moldes atuais, com uma
mistura das técnicas aplicadas na Revolução Russa, durante o Iluminismo e na Revolução
Francesa. Sua grande arma foram os enciclopedistas.
O ENDEUSAMENTO DA CIÊNCIA
O enciclopedismo foi desenvolvido na França pelos revolucionários Denis Diderot
(1713–1784) e Jean le Rond d’Alembert (1717–1783), cujo objetivo era, a partir dos
novos conceitos de “ciência” e “razão”, que tomavam o lugar dos conceitos cristãos,
catalogar todo o conhecimento humano na chamada Encyclopédie, uma obra que reunia
todo o conhecimento do homem.
Apesar de a ciência, por definição, não ser absoluta, mas falha, mudando inúmeras
vezes, foi implantada social e “cientificamente” a falácia de que a Igreja Católica abusava
da ignorância das pessoas e do medo imposto para incutir os seus preceitos e moral cristã,
a fim de adquirir poder e de extorquir a sociedade.
Por séculos, as Sagradas Escrituras e a interpretação apostólica forneceram a base para a
vida.
O acúmulo de “saber” das enciclopédias e uma educação guiada pela razão deveriam
fomentar a inteligência de modo autônomo, sem respaldos da fé. Essa imagem de mundo
supunha que tudo que estivesse fora das páginas “científicas” da enciclopédia e que
fossem embasadas na fé cristã seria puro devaneio místico, “coisa de ignorante”. Assim, a
Enciclopédia foi uma obra-chave da alma revolucionária Iluminista, cujo objetivo era,
segundo seus autores mal intencionados, “libertar o ser humano da dependência auto-
imposta da fé”, como formularia o filósofo alemão Immanuel Kant (1724–1804).
CIÊNCIA DA DESINFORMAÇÃO
Em geral, acredita-se que desinformação é apenas uma informação falsa para fins gerais
de propaganda. Não, o problema é muito mais fundo. A dita dezinformatsiya consiste em
ações perfeitamente calculadas em vista de um fim. Este, porém, não é influenciar apenas
as multidões, mas atingir sobretudo homens de poder, sejam governantes ou empresários,
para que tomem decisões favoráveis ao desinformante.
A infiltração cultural soviética era tão grande que não se limitava a jornais, cargos de
governo ou de empresas, mas penetrava até as igrejas. A kgb infiltrou de inúmeras formas
agentes dentro da Igreja Católica, a fim de perverter os preceitos cristãos e transmutá-los
em valores comunistas mais palatáveis aos fiéis católicos, que se tornariam, assim, tal
como queria Gramsci, socialistas sem saber. Hoje temos provas suficientes da
participação soviética na criação da Teologia da Libertação.5 E o resultado dessa
infiltração nas igrejas do Brasil e do mundo está cada dia mais evidente: padres
esbanjando discursos comunistas, como se a fé cristã fosse compatível com a ideologia
mais nefasta da história.
Diante desses dados assustadores, podemos ter uma pequena noção da força dos agentes
infiltrados e vislumbrar os efeitos de sua desinformação, e ir assim ligando os pontos dos
breves acenos históricos deste capítulo. Da história da doutrinação em nosso país,
passamos aos braços da máquina de doutrinação pelo mundo, até chegar ao seu maior e
mais eficaz componente:
a desinformação.
A manipulação de informações e a infiltração de agentes secretos foram, desde o
princípio, os meios mais usados pela urss para alcançar seus objetivos. Essa tática, porém,
não ficou no passado, mas ainda é praticada nos dias de hoje com outras fachadas, como
as supostamente boas e inofensivas organizações. Uma delas é muito conhecida: a onu.
AGENDA CULTURAL
A predecessora da onu foi a Liga das Nações, organização fundada em 1919, após o fim
da Primeira Guerra Mundial, em Versailles, na França. Seu principal objetivo: evitar
guerras. Fundou-se ali a Corte Permanente de Justiça Internacional, com sede nos Países
Baixos, que depois se transformaria na Corte Internacional de Justiça, que é hoje o órgão
de justiça da onu. Por meio da corte, a onu disfarçadamente decide o que pode e o que
não pode ser feito no mundo, segundo os próprios interesses.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o objetivo de disseminar a paz mundial não
se sustentava mais; após a guerra, em 1945, na tentativa de “repaginar” a sua imagem, foi
criada a onu para substituir a Liga das Nações, com um formato muito mais estruturado,
agora com a urss interferindo diretamente tanto na composição da diretoria quanto nas
causas estipuladas.
Aos poucos, a onu foi tomando proporções descomunais, até tomar a forma atual,
estendendo seus vários tentáculos às diferentes áreas e pautas globais, instaurando seis
órgãos: Assembléia Geral (assembléia principal), Conselho de Segurança (para tomar
resoluções de “paz e segurança”), Conselho Econômico e Social (para auxiliar na
promoção da cooperação econômica e social entre os países — leia-se “financiar pautas
sociais em determinados países, de acordo com seus interesses de poder”), Conselho de
Direitos Humanos (que promove e fiscaliza a proteção dos direitos humanos, isto é,
impõe tratados internacionais sobre esse tema), Secretariado (para fornecimento de
estudos, informações e facilidades necessárias para a onu — é o responsável pela
disseminação de fake news no mundo), e o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão
judicial da onu).
Mas o que é precisamente uma agenda? Em teoria, um planejamento, feito por uma
determinada pessoa ou grupo, que visa a realização de uma lista de pontos, para se
alcançar um determinado objetivo mais amplo. Qual, portanto, seria o objetivo final da
onu com seus 17 itens da Agenda 2030? Antes de mais nada, é importante observarmos
que a onu não pede apenas que as nações concretizem as ods’ s da maneira e no tempo
que quiserem. Essa agenda apresenta os objetivos e os meios para que sejam alcançados,
e isso presume doutrinação ideológica.
Este é um aspecto muito forte na esquerda: entender a pessoa não como um indivíduo,
mas apenas como parte de um determinado coletivo. Assim, além de se enfraquecer, o
indivíduo desaprende a pensar por si mesmo e começa a seguir uma cartilha ideológica,
repetindo servilmente o que seu grupo fala. E assim fica fácil colocar negros contra
brancos, homens contra mulheres, e assim por diante, o que nos leva à famosa máxima:
À primeira vista, todas as pautas da Agenda 2030 parecem nobres e a maioria das
pessoas concordaria nominalmente com elas. Contudo, como sabemos, o progressismo
trabalha de forma sorrateira, e por trás de cada pauta existe um desdobrar nefasto da
ideologia. E este desdobrar não se resume ao campo político, mas permeia outra área da
nossa vida: a cultura.
Desse modo, muito do que se produz no meio “cultural” — filmes, músicas, novelas,
seriados e desenhos infantis — serve apenas como meio para que as transformações
pareçam espontâneas, um reflexo natural da sociedade como um todo, quando, na
verdade, representam uma ínfima fração dela.
O que nos traz o sentimento de euforia? Libertinagem, sexo casual, bebidas, drogas.
Esta é a liberdade desenfreada propagada pelo progressismo, principalmente através da
cultura e da glamorização dessas coisas, esbanjadas por artistas enaltecidos pelas mídias.
Essa é uma liberdade sem alma, supérflua, que no final nos escraviza e prende a essas
senzalas ideológicas mais do que liberta. Hoje, por causa da cultura progressista, temos
mulheres libertinas que se gabam de não precisarem de homem para nada e de gozarem
de independência emocional e financeira, tudo como se fosse sinônimo de liberdade.
A liberdade progressista é uma liberdade falsa, mas que adquire aparência de verdade
pelo método da máxima de Goebbels, ministro da propaganda nazista:
É fácil notar que as pessoas ao nosso redor estão ficando exponencialmente mais
ressentidas, mais tristes, mais infelizes; vivem em busca de algo que sequer sabem mais o
que é. Essa insatisfação pessoal reflete diretamente na forma como vemos o mundo:
passamos a vê-lo de forma ressentida, de forma a problematizar tudo, de não dar
importância para o que realmente importa e ao mesmo tempo maximizar coisas
completamente tolas — como errar um pronome quando se dirige a uma pessoa trans, por
exemplo.
O progressismo é como uma cobra que sempre acaba mordendo o próprio rabo. Por
exemplo, a mulher progressista e feminista quer normalizar o sexo casual, pretende sair
por aí dormindo com todo e qualquer homem que desejar. No fundo, ela não pretende
mesmo agir assim, mas clama aos quatro ventos para que esse comportamento se torne
regra, para que seja normalizado. É dessa forma que as artistas agem na tv. E veja bem: ai
da sociedade se a julgar por isso! Dito de maneira mais clara:
O ponto é: por que fazer determinadas coisas e ter determinadas atitudes que não vão
trazer paz alguma? Daí que vemos cada vez mais meninas e adolescentes com depressão,
precisando entupir-se de remédios ou cortar-se na tentativa de atenuar a dor interna. E por
quê? É a conseqüência dessa “liberdade”, dessa vida sem regras e valores. Não é isso o
que o ser humano busca intrinsecamente; ele não nasceu para viver assim. A biologia, a
moral, a metafísica, a antropologia dizem o contrário. Contudo, bastaria ouvir a sabedoria
popular, o bom senso, para saber que o que faz bem ao ser humano é o exato oposto dessa
libertinagem.
Para além das questões que envolvem sexualidade e libertinagem, existe ainda uma
série de outras artimanhas progressistas que acabam com a vida do ser humano, e, por
conseqüência, da sociedade. Por exemplo, a atual glamorização e incentivo ao uso de
drogas. Mas o que as drogas fazem? Acabam com sua saúde física e emocional; fazem
com que você tome atitudes que jamais tomaria quando sóbrio. É comum alguém logo
contestar: “Ah, mas a maconha me deixa mais calmo”.
Repare bem: onde tem incentivo ao uso de maconha, também se levanta a bandeira do
desarmamento e do feminismo. Parecem pautas sempre ligadas. O incentivo à maconha
tira o espírito aguerrido do homem, aquele ímpeto de querer defender a pátria e a família,
de modo que, mentalmente mais vulnerável, ele aceitará qualquer coisa que os poderes
políticos queiram incutir em sua cabeça.
E pense bem: mesmo quem diga lutar contra uma ou outra hierarquia vigente, está, no
fundo, querendo propor a sua hierarquia, mesmo que seja uma hierarquia aleatória. Os
seriados e filmes atuais demonizam sem mais poder o tal “patriarcado”, que já não
podemos saber o que o termo indica. O que, afinal, quer dizer “patriarcado”? Em sentido
estrito e histórico, nada mais é do que um sistema social hierárquico formado
naturalmente pelas diferenças biológicas e psicológicas dos homens e mulheres. Ao passo
que, hoje, carregam as tintas ao falar desse sistema hierárquico para pintá-lo como
opressor e maléfico, principalmente para as mulheres, porque ele excluiria a
representatividade feminina na sociedade. Pois bem, mais uma vez temos de dizer: isso
tudo é obviamente
Muitas são as mulheres que, hoje em dia, trabalham incansavelmente, não porque
precisem ajudar com as contas da casa, mas porque querem apenas uma bolsa igual à da
Luísa Sonza, delegando assim os cuidados de seus filhos para babás e para o Estado. Para
“vencerem na vida”, elas acabaram deixando de lado o que havia de mais valioso e
importante em sua vida: a família.
Uma vez que estamos todos imersos em um ambiente dominado pelos valores da
agenda progressista, será necessário continuar o trabalho que demos início aqui, para
rastrear, pouco a pouco, a origem dos conceitos que, por diferentes meios, nos foram
incutidos por meio da doutrinação. Pois a doutrinação nos impõe, ora de forma mais sutil,
ora de forma mais ditatorial, falsos conceitos de felicidade e independência, ludibriando-
nos com falsas sensações de alegria e liberdade. Quando caímos nas suas redes, todo o
nosso ambiente se torna algo vitimista e nós ficamos enfraquecidos e dependentes.
Conhecendo as peças dessa máquina, sabemos como nos defender das mentiras
progressistas. Sabemos que o ensino se tornou uma máquina industrializada para impor e
ensinar as crianças o que quer e convém ao Estado, impondo-lhes um comportamento
político robotizado e revolucionário; sabemos que grande parte da “cultura” e do meio
“artístico” quer apenas forjar novos comportamentos e incutir os valores ideológicos;
sabemos, por fim, que a mídia já nem tenta mais disfarçar sua real intenção: mentir em
prol da ideologia progressista.
Com este Mínimo, demos o primeiro passo para conhecer os pilares da máquina da
doutrinação em meios como a mídia, a cultura e as instituições de ensino — passo
fundamental para nos libertarmos da prisão ideológica que nos foi imposta e trilharmos,
de fato, o caminho da liberdade.
NOTAS DE RODAPÉ
1 Leia em pdfcoffee.com/midia-sem-mascara-metodo-laubach- -ou-metodo-paulo-freire-pdf-free.html.
2 Vladimir Lenin, 1905 — Jornadas revolucionárias, trad. de José Pedro da Silveira. Contagem: Editora História, 1
ed., 1980, p. 87.
3 Ibid., p. 27.
4 Sovietes eram as organizações de trabalhadores que, divididas em conselhos, constituiriam a base da organização
política soviética. Daí vem o nome “União Soviética”: vários grupos de sovietes.
5 Para os mais interessados, ver “Teologia da Libertação” em Ion Mihai Pacepa e Prof. Ronald J. Rychlak,
Desinformação, trad. Ronald Robson. Campinas: Vide Editorial, 2015, 1 ed., pp. 151–156.