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1.

O Conceito de Sistema Político e a Análise Sistémica

1.1. AN APPROACH TO THE ANALYSIS OF POLITICAL SYSTEMS, DAVID


EASTON

A ideia de sistema sugere que possamos separar vida política do resto da actividade social,
pelo menos para propósitos analíticos. O que mantem o sistema activo são vários inputs, que
se convertem em outputs e estes têm consequências tanto no sistema como no ambiente.

Qualquer sistema político terá os seguintes componentes:

Propriedades do sistema político:

(i) Identificação: descrição das unidades e criar limites de demarcação dos outros
a. Unidades do sistema: elementos que compõem o sistema
b. Limites: como um sistema funciona está dependente do seu envolvimento
(ii) Inputs (procura e apoio) – e outputs (consequências na sociedade)
(iii) Diferenciação interna: unidades com divisão de trabalho mínima que faz com se crie
uma estrutura onde se dá a acção
(iv)Integração: diferenciação estrutural poe em movimento forças que podem ser
desintegrativas nas suas consequências para o sistema

Inputs:

 modo como cidadãos e grupos interagem com a vida política (apoio ou exigências)
 grupos de interesse e partido políticos
 exp: participar no sistema eleitoral; integrar um partido

decision-making

 estrutura das instituições, valores, capacidades, etc.

output
 políticas públicas: o que sai do sistema – leis, regulamente que o Estado cria
(consequências)
 relações entre administração, o resto do estado e cidadãos varia entre países

feedback

 reacção dos cidadãos perante as políticas públicas (outputs)


 exp: grupos de interesse que criam pressão para estas reacções

tudo isto acontece num ambiente

2. Regimes Totalitários: Origem, Características e Evolução

2.1. THE GENERAL CHARACTERISTICS OF TOTALITARIAN DICTATORSHIP ,


FRIEDRICH, C., E Z. BRZEZINSKI

Regimes totalitários são autocracias. Ditaduras totalitárias são a adaptação da autocracia à


sociedade industrial do século XX, mas são uma inovação histórica  crítica eurocêntrica em
relação à terminologia “democracia popular”

Totalitarismos como fruto dos movimentos revolucionários e, por isso, das circunstâncias
(comunismo = fascismo bla bla)

Teoria antropológica/ideológica do totalitarismo: regime molda e transforma as pessoas no


seu controlo à imagem da sua ideologia  essência do totalitarismo está no controlo do dia-
a-dia dos seus cidadãos, particularmente, dos seus pensamentos, atitudes e actividades

Objecções:

(1) Pragmático – tal controlo não é possível


(2) Comparativo histórico – desejo de controlo total já foi objecto de outros regimes
(exp: teocracias)

Organização e métodos, com auxílio de instrumentos técnicos modernos, são centrais para
o controlo total ao serviço de um movimento motivado ideologicamente, dedicado à
destruição total e reconstrução da sociedade de massas

“A ditadura totalitária surge então como um sistema de governo para a realização de


intenções totalistas em condições políticas e técnicas modernas, como um novo tipo de
autocracia.”  nenhum governo como este existiu antes

Totalitarismos estão em constante evolução


Actualmente não conseguimos explicar completamente o aparecimento de ditaduras
totalitárias

Argumento fascismo = comunismo porque protestantes= católicos  apontar diferenças


ideológicas, históricas, organizativas

Os regimes totalitários crescem no rescaldo da 1ªGM

Características gerais dos totalitarismos:

a) Ideologia: doutrina que cobre todos os aspectos da vida da sociedade; com


projecções de futuro de uma nova sociedade
b) Partido único liderado por uma pessoa: consiste numa pequena percentagem da
população
c) Sistema do terror: partido e polícia secreta; não só contra os inimigos do regime,
mas também contra algumas classes da população
d) Monopólio das comunicações
e) Monopólio das armas
f) Economia centralizada1

Quatro dos seis aspetos que caracterizam um totalitarismo são dependentes das modernas
tecnologias. É nesta conclusão que reside a novidade dos regimes totalitários, distinguindo-se
largamente dos antigos regimes autocráticos.

“Estes regimes só podiam ter crescido no contexto da democracia de massa e da


tecnologia moderna.”

2.2. TOTALITARIAN AND POSTTOTALITARIAN REGIMES IN TRANSITIONS


AND NON-TRANSITIONS FROM COMMUNISM, THOMPSON, M. R.

Problemática do texto: acreditar que as transições do comunismo na Europa parecem


falsificar a teoria totalitária, enquanto que as não transições fora da Europa a verificam, limita
a analise destes regimes ao conceito Totalitário, excluindo a existência de um outro conceito
– Pós-totalitarismo

3. Regimes Autoritários: Características e Variações

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Se pensarmos o caso da Alemanha, existem provas empíricas que demonstram que a economia centralizada
do regime nazi admitia um certo poder por parte dos industriais nacionais, que tinham peso em decidir os
interesses da Alemanha  mas as corporações são “filiais” do estado.
3.1. COMPARING AUTOCRACIES: THEORETICAL ISSUES AND EMPIRICAL
ANALYSES, KOLLNER P., KAILITZ S.

Os regimes autoritários têm sido uma constante ao longo dos séculos.

Barbara Geddes: duração dos diferentes tipos de autocracias  (1) militar, (2) partido.
Único e (3) ditaduras pessoais

 The regime type affects the likelihood of transitions from autocracy to democracy
– with military regimes in the lead and personalist regimes being the least likely to
democratize (see also Escriba`-Folch in this issue) – while higher degrees of
violence and coercion (including external ones) generally lower the pro- spects of
democratic regimes following autocratic ones.
 Nem toda a mudança de líder resulta numa mudança de regime  Recentemente,
regimes autoritários mais institucionalizados encontraram formas de regularizar
questões de sucessão, reduzindo os riscos de um colapso

Jose Cheibub: militar, monarquia e ditadura civil

Axel Hadenius e Jan Teorell: qual é a principal forma de manter o poder? (1) sucessão
hereditária (monarquia), (2) uso da força ou ameaça militar (regime militar), (3) eleições
(regime eleitorais)

Contribuições de diversos autores sobre as origens, dinâmicas e prespectivas sobre


regimes não-demorcáticos contemporâneos:

Johannes Gerschewski: pilares da autocracia – (1) legitimação, (2) repressão e (3) co-
optação

Steffen Kailitz – questão da legitimação: democracias liberais, autocracias eleitorais,


ideocracias comunistas, autocracias de partido único, regimes militares, monarquias e
autocracias pessoais

Jorgen Molle e Svend-Erik Skaaning relacionam legitimidade e repressão com todos os


regimes políticos – como os diferentes tipos de regimes autoritários reprimem as liberdades
civis

4. O Papel dos Militares nos Regimes Não-Democráticos

4.1. MILITARY RULE, GEDDES B. ET AL


Distinção entre regime personalista (regra de um só homem) e junta/regime militar
(governar pela instituição militar; governar por um oficial constrangido por outros oficiais)

Em geral, os estudiosos do domínio militar não conseguiram chegar a um consenso sobre


cujos interesses os militares servem além dos seus próprios interesses.

Baixos salários, interferência política nas promoções, esforços para sindicalizar homens
alistados, a criação de milícias de trabalhadores, e os uniformes mais simpáticos dos
membros da guarda presidencial foram citados como motivos para golpes militares

Os modelos (presidencialista, parlamentarista e semipresidencialista) são vistos como


"sistémicos" na medida em que cada um implica uma certa configuração institucional.
O texto foca-se no presidencialismo na América Latina que, apesar de partilhar alguma
característica com o tipo “original” americano, tem uma origem mais típica – com uma
particularidade: poderes legislativos executivos. Especificamente, as constituições latino-
americanas estão excepcionalmente inclinadas a dar poderes aos presidentes para decretar
leis, iniciar propostas legislativas e exercer poderes em condições de emergência. Nenhum
destes poderes é típico do presidencialismo (alguns são considerado atributos do
parlamentarismo).

O presidencialismo americano teve uma grande influência nos modelos governativos na


América Latina no início do século XIX – é o caso do federalismo e do controlo judicial nos
tribunais. A figura do presidente é naturalmente das principais características. É difícil
analisar obejctivamente razões para adopção, mas, por um lado, o parlamentarismo ainda não
tinha sido codificado e, por outro lado, a facilidade de transição (ambos governos de um só
líder, um hereditário e outro não).
Apesar das frequentes substituições constitucionais na América Latina, que em teoria
teriam proporcionado muitas oportunidades para reconsiderar o presidencialismo, e apesar da
existência de tentativas explícitas e vigorosas de o reformar, a forma de governo presidencial
sobreviveu e não mostra sinais de ser abandonada em breve. Contudo, se é verdade que os
países latino-americanos tomaram emprestada a solução presidencial dos Estados Unidos,
não é correcto assumir que também tomaram emprestado o conjunto de instituições auxiliares
que estruturam os poderes do presidente e as formas específicas em que o presidente deve
interagir com o legislador.

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