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UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS

CAMPUS DE TOCANTINÓPOLIS, 27 DE MARÇO DE 2022


CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Disciplina: Ciências Política III
Docente: Hesaú Rômulo Braga Pinto
Discente: Cleynara Feitosa de Macedo Morais

CONTROLE DE LEITURA II

Título:
Os partidos Políticos;
O crepúsculo dos elitistas (?): Por uma análise contemporânea da teoria das elites

Autor:
Maurice Duverger;
Hesaú Rômulo

Referência bibliográfica:

DUVERGER, Maurice. Os Partidos Políticos, tradução de Cristiano Monteiro


Oiticica; revisão técnica de Gilberto Velho. _ 2 ed. _ Rio de Janeiro: Zahar;
BrasI1ia: Universidade de Brasma, 1980. (Biblioteca de Ciências Sociais).

RÔMULO, Hesaú. O crepúsculo dos elitistas (?): Por uma análise


contemporânea da teoria das elites. Programa de pós-graduação em Ciência
Política – UFPI.

Tema principal do texto:


Os partidos políticos e suas formas de organização

Resumo

O livro em seu primeiro capítulo: Números dos Partidos, discrimina


alguns dos tipos de partidos e os seus números, aborda sobre a perspectiva
dualista dos princípios, posicionamento e realidades adversas, sobre os
partidos políticos conservadores, liberais, trabalhistas e o multipartidarismo. O
texto também traz reflexões acerca do número de partidos e da oposição entre
pluralismo e o partido único que acabam por cair nas mãos do domínio público,
visto que é a população que tem o poder nas mãos e elege dentre tantos os
que julga ser o melhor ou as vezes o menos pior.
O partido único que é um sistema prevalente, funcionava na Espanha e
em outras localidades desta área e enquanto o pluralismo continuava a existir
na Alemanha oriental e nas demais democracias, destaca-se no capítulo os
termos totalitário, partido único, democracia, pluralismo e ainda a oposição do
bipartidarismo e do multipartidarismo que aparece no texto como de menor
importância.
O texto aborda uma dificuldade de distinguir o dualismo e o
multipartidarismo, isso porque dentro desses partidos existem vários grupos
pequenos, nos Estados Unidos principalmente existem os gigantes democratas
e republicanos que abrangem os partidos trabalhistas, partido socialista, dos
lavradores, proibicionista e progressista e ainda a ocorrência de algum dos
partidos mais baixos ganhando notoriedade e influência, de modo bem raro
mais não impossível.
O dualismo inglês e o dualismo americano se apresentam como opostos
em virtude da estrutura dos partidos, enquanto os Estados Unidos nos comitês
apresentam muita independência na Grã-Bretanha o centro que tem o controle
financeiro. Os partidos norte-americanos não se debruçam sobre a base da
ideologia social e na América Latina por exemplo existe a tendência bipartidária
que foi instaurada de forma contrariada por intermédio das guerras, golpes de
estado, lutas a manipulação eleitoral. No Uruguai por sua vez o dualismo é um
sistema eleitoral bastante engenhoso que facilita a apresentação da
presidência e das funções eletivas.
O que dá para compreender a respeito do bipartidarismo é que ele se
ausentou da Europa Continental e somente dois países tenderam para ele, a
Alemanha e a Itália e que ao considerar a evolução do dualismo no tempo
percebemos que até hoje ele ainda é bastante prevalente, do ponto de vista
doutrinário que é esclarecido que os conservadores sustentavam a autoridade
e a tradição, os liberais, individualistas e racionalistas eram adeptos as
revoluções francesa e norte-americana pois tratavam da Liberdade, da
Igualdade e sobretudo da transformação social.
A nova realidade que surgiu foi a do bipartidarismo se tratando da
política em que apenas dois partidos dividem o poder, em oposição com o
multipartidarismo uma grande corrente em que há grandes disputas pelo poder
envolvendo muitos partidos. Nesse ínterim o texto evidencia dois tipos de
bipartidarismo: o técnico no qual nenhum dos rivais se opõe e o metafísico em
que a rivalidade é grande e atinge até mesmo a natureza do regime, sendo o
técnico o mais viável visto que não há dualismo se existir um partido totalitário.
O bipartidarismo pode apresentar-se como de origem natural em que as
concepções sociológicas são distintas, levando em consideração ainda que
nem sempre haverá o dualismo entre partidos mais sempre haverá o dualismo
das tendências. A história mostra que todas as lutas de facções foram de
natureza dualista pelo menos no que pretendiam e que todas as vezes em que
uma problemática era colocada a mercê do povo , a opinião pública colocava
isso nas mãos de dois polos opostos sendo a própria sociedade a orientadora
do bipartidarismo, ao admitirmos esse caráter natural do bipartidarismo temos
que umas das coisas que mais explica sua expansão dentre tantas é o
bipartidarismo norte-americano e o da Inglaterra por que são partidos grandes
que nos mostram de forma mais clara o ganho evidente da força desse
sistema.
Vale ressaltar que os países dualistas são majoritários e
concomitantemente os majoritários são dualistas, havendo, portanto, uma
ligação entre o sistema majoritário e o bipartidarismo. A técnica norte-
americana é um grande exemplo de sistema majoritário, pois é de um só turno
e absoluta. No que tange ao cenário de hipóteses da eliminação de um partido,
a mesma pode decorrer de dois fatores o fator mecânico e o fator psicológico,
no primeiro é levado em consideração a sua força ou fraqueza quando os votos
são de porcentagem menor por exemplo acaba que um partido novo não tem
muita chance contra dois partidos antigo, já o fator psicológico é quando o
eleitor já compreendi que seus votos podem se perder caso votem em um
partido que não está ganhando tanta notoriedade, acaba por transferi-lo para o
menos mal dos concorrentes afim de não eleger o pior.
O texto deste capitulo nos mostra as várias facetas da vida partidária e
dos sistemas que são muitas vezes rivais de tempos e que ainda dentre os
tantos partidos que existem quer sejam eles: dualistas, bipartidário,
multipartidário, partido único ou pluralista todos possuem suas estratégias e
sistemas baseados em algumas concepções enraizadas.
Outro ponto necessário que não pode deixar de ser citado, é o artigo que
fala sobre a teoria das elites e sua importância na política contemporânea. O
artigo trata-se da teoria das elites que tem sido grande alvo de discussões e
críticas ao longo do século passado e do presente. As Elites se concentram
principalmente em torno da teoria como método de sustentação. Em se
tratando de entender a teoria das elites e como as mesmas mudaram os rumos
da política, as vezes a mesma é colocada como uma corrente. A discussão
sobre elites políticas é abrangente e ampliada, as concepções de Elite surgem
quando a ideia de que a maioria é dirigida e a minoria é dirigente é instalada
tendo em vista a classe política e a massa.
Os autores como Mosca, Pareto e Michels são grandes contribuintes
desse lócus de estudo, Mosca defende a teoria de uma Elite Nacional e não
discorre sobre a possibilidade dessas elites se renovarem, Pareto justificava a
teoria anterior e enfatizava essa questão da circulação das elites, Michels por
sua vez abordava que a prevalência de elites governantes seria inevitável.
Porém mesmo tocando no assunto da ELITE, nenhum de fato esclarece sobre
o pluralismo desse termo.
O conceito de elite política então parte da percepção de grupos
funcionais, onde acredita -se que com base em funções e posições é possível
registrar um pouco da sua vasta representação. Os autores defendem no artigo
as suas percepções à respeito da Elite, Michels acredita que ela se configura
em aspectos organizacionais, Mosca acredita que ela se configura na classe
nacional dirigente, Pareto acredita que ela assume suas funções em
decorrência de derivações, Mills que ela está configurada e originada através
de círculos dos interesses comuns, Keller acredita que o tempo é a mola
mestra que sendo ele maior ou menor definirá a influência exercida pela elite, e
por último Battomore defende que ela se empenha na conquista e sob o viés
da manutenção da liderança perpassando pelo poder ou pela influência.
O artigo apresenta as visões e proporções às críticas lançadas sobre a
teoria das Elites, defendida por alguns e totalmente criticada por outros, a elite
se apresenta na posição de corrente teórica relevante e comum na atualidade.
Apesar de conceitos meios difíceis de distinguir, a ideia central da Elite parte da
força dos fenômenos políticos, ainda que por difícil seja abordar o caráter
empírico da mesma ela tem se desdobrado e quem a defende tem buscado
consolidá- lá.
Pondera-se que ela perpassa pelo poder oriundo do povo, da massa
para a elite política, ela está intimamente ligada ao poder, a mudança e
manutenção das estruturas sociais, a comunidade e a maneira como a mesma
é organizada. As mudanças que os grupos dirigentes causam sejam elas
positivas ou negativas é o que conduz os processos e ganham o grupo social
de uma maneira mais totalizada.
Os recursos sociais que eram importantes na sociedade como a posse
econômica por exemplo de uma terra era uma forma de obter prestígio, hoje as
eleições nos mostram que as Elites políticas envolvem as transformações que
ocorrem no mundo, até mesmo a globalização mudou as formas de fazer
política. Para tanto as mudanças na estrutura socioeconômica também é fator
que mostra que a composição da elite política é muitas vezes o reflexo do
processo de urbanização e industrialização da sociedade.

Conclusões e contribuições do texto


 
Diante de tudo que foi apresentado, pode-se perceber que os dois textos
contribuem para o esclarecimento de como o sistema político funciona e como são
organizados, entendendo que para uma sociedade organizada politicamente, é
necessário um sistema político capaz de atender as necessidades da sociedade e uma
participação ativa da população, vista que é a mesma que determinará quem estará a
frente para lhes representar. Com isso, podemos observar que para entendermos
melhor esse sistema e seu funcionamento e buscar compreender os fenômenos que
ocorrem na política, devemos aderir as teorias das elites e as concepções de
Duverger.

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