Você está na página 1de 3

08/04/2021 Estado Liberal | Organização social | Sociologia | Educação

g1
ge
gshow
ESTADO ABSOLUTISTA E LIBERAL QUESTÕES
vídeos
globoplayglobosat play

Darlan Kroth

ÁREA DO USUÁRIO
SAIR
minha conta
assine já

sociologia
Buscar buscar

Busca não realizada!

Sua busca deve conter no mínimo 2 letras

ENEM BIOLOGIA FÍSICA GEOGRAFIA HISTÓRIA LITERATURA MATEMÁTICA PORTUGUÊS QUÍMICA PROVAS TELECURSO

Educação
sociologia
Organização social
Estado Liberal

Estado Liberal
Por Thiago de Mello
Doutor em Ciências Sociais pela Uerj

Recomendar 40 Tweetar

ESTADO ABSOLUTISTA E LIBERAL


O Estado Liberal pode ser considerado, de uma perspectiva histórico-sociológica,
como aquele que sucedeu o Estado Absolutista. Enquanto este se caracterizou
geralmente por uma relação autoritária entre a classe governante e o “povo”, o
liberalismo, por outro lado, pregou a dissociação entre o Estado e a economia que, por

educacao.globo.com/sociologia/assunto/organizacao-social/estado-liberal.html 1/3
08/04/2021 Estado Liberal | Organização social | Sociologia | Educação

sua vez, deveria ser estimulada e regulada pelo próprio mercado (e não pela elite
política) – segundo Adam Smith, em A Riqueza das Nações.

O Estado Absolutista foi um modelo político que se espalhou por vários países
europeus no início da Idade Moderna, como consequência da destituição do
feudalismo. Permaneceu, abastecido pela expansão do mercantilismo marítimo, como
uma forma dominante de relação política. Nesse sentido, o liberalismo – doutrina que
pregou a defesa da liberdade no campo político – foi uma reação ao Estado
Absolutista. Quando surgiu, no século XVIII, o liberalismo foi caracterizado pela ideia
de que o indivíduo possui direitos naturais e inalienáveis, tais como o direito a se
expressar publicamente, o direito à liberdade religiosa e o direito natural, segundo
John Locke, à propriedade, aos bens materiais.

Luís XIV, absolutista francês (Foto: Reprodução)


Se uma consequência sociopolítica deste olhar que privilegiou o indivíduo foi a noção
de que a sociedade e o Estado são produto de uma convenção – um contrato entre
os indivíduos –, pelo lado econômico vigorou a ideia de que o Estado não deveria
intervir em seus assuntos, que deveriam seguir, assim, seu curso natural. Esses
aspectos do liberalismo representavam uma oposição radical ao modelo centralizador
e concentrador do Estado Absolutista, que era acostumado a guiar os rumos da
economia. Com o liberalismo, o Estado passou a ter funções específicas, mediante a
divisão dos seus poderes e o postulado de que os interesses individuais coincidiam
com os interesses da sociedade.

O fim do século XVIII e o início do século XIX foram marcados pelo avanço do
capitalismo, e passou a se exigir atitudes mais agressivas por parte da classe
empresarial, num ambiente econômico que estimulava o fator da concorrência. Valores
como individualismo, liberdade, competição e tolerância contribuíam para um modelo
mais democrático – em relação ao absolutismo – de se fazer política. No entanto, essa
visão liberal sofreu várias críticas, desde o fim do século XVIII.

Enquanto para Locke o direito do indivíduo à propriedade era natural e inegociável,


para Rousseau representava a própria decadência moral da sociedade – assim, se
fazia uma crítica denunciando que o liberalismo beneficiava uma determinada classe
de cidadãos, a burguesia, e não a sua totalidade. Em O Contrato Social (1762),
Rousseau afirma que o homem é livre apenas com o Estado, que para existir obriga
que todo indivíduo renuncie à sua liberdade e seus interesses particulares. A vontade
geral deveria prevalecer às vontades individuais: esta ideia comprova que, se o
liberalismo foi individualista num primeiro momento, logo depois surgiram correntes
que postulavam a superioridade do Estado em relação ao indivíduo.

Esta dicotomia entre individualismo e estatismo dentro do liberalismo permaneceu


no século XIX, quando um grande número de diferentes, e às vezes contrárias,
correntes políticas se consideravam liberais. As funções que o Estado deveria
desempenhar são aspecto central nessa discussão. Basta olharmos para o século XX
e a oscilação entre modelos liberais e intervencionistas. Por exemplo: um liberalismo
desenfreado no inicio dos anos 1900 levou a uma concorrência econômica brutal entre
países europeus, ajudando a desencadear uma Guerra Mundial. Depois vieram
Estados ditatoriais, como o nazismo, o comunismo e o fascismo. O Estado do Bem
Estar Social, implantado a partir da 2ª Guerra Mundial, pregava a intervenção em
certos setores, como educação, emprego e saúde.

educacao.globo.com/sociologia/assunto/organizacao-social/estado-liberal.html 2/3
08/04/2021 Estado Liberal | Organização social | Sociologia | Educação

QUESTÕES
(Enem 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas
características de uma determinada corrente de pensamento.

“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor


absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por
que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á
ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora
no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está
constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto
quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da
eqüidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito
inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma
condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem
razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já
unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos
bens a que chamo de propriedade.” (Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza.


b) a origem do governo como uma propriedade do rei.
c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

Gabarito: Letra d

Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:


a) do liberalismo.
b) do socialismo utópico.
c) do absolutismo monárquico.
d) do socialismo científico.
e) do anarquismo.

Gabarito: Letra A

O texto de John Locke afirma que o homem em estado de natureza já era detentor da
liberdade – de si e de suas posses. O contrato social entre os indivíduos para formar o
governo é, para este pensador, movido pela necessidade de garantir esses direitos
naturais. Este é um dos pressupostos clássicos do liberalismo, o de defesa das
liberdades individuais.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se
achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio
ou ilegal.

Este conteúdo não recebe mais comentários.

Conteúdo

globo.com notícias esportes entretenimento vídeos sitemap todos os sites

© Copyright 2000-2015 Globo Comunicação e Participações S.A. Política de Privacidade central globo.com assine a globo.com anuncie conosco

educacao.globo.com/sociologia/assunto/organizacao-social/estado-liberal.html 3/3

Você também pode gostar