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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) GERENTE EXECUTIVO(A) DA AGÊNCIA DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL CEAP ANTIFRAUDE - MOB

Ofício nº 202003049019

JOSÉ GONÇALVES DE GODOY, brasileiro, solteiro, desempregado, portador da


cédula de identidade RG/SSP/SP nº 44.089.694-0 e inscrito no CPF/MF sob nº
380.046.838-78, residente e domiciliado na Rua Benedito Olimpio, nº 30, Vila
Nossa Senhora, na cidade de Igaraçu do Tietê - SP, CEP 17.350-000, vem,
respeitosamente, oferecer a presente

DEFESA ADMINISTRATIVA

em face do presente ofício supracitado, com base nos seguintes fatos e


fundamentos jurídicos:

1. DOS FATOS

O Réu foi noticado do Ofício nº 202003049019, de que houve um indício de


irregularidade que consiste no recebimento do benefício nº 109.045.256-7, no
período compreendido de 02/01/2001 a 31/03/2019.

A irregularidade consiste em que membros do grupo familiar possuem vínculo


empregatício e recebimento de benefício previdenciá rio, portanto, a renda familiar
é superior a ¼ do salá rio mínimo, motivo pelo qual o benefício foi suspenso.

O réu esclarece que entende nesse momento que o recebimento desses valores no
período mencionado foi recebido indevidamente, contudo os recebeu de boa-fé,
nã o podendo ser cobrado pela devoluçã o desses valores tendo em vista que nã o
sabia até o presente momento que por erro da administraçã o do INSS foi lhe
conferido o direito indevido de receber o benefício previdenciá rio durante
02/01/2001 a 31/03/2019.

Tendo essas premissas, passa-se ao direito.

2. DO RECEBIMENTO DE BOA FÉ DO BENEFICIO PREVIDENCIÁRIO

Conforme narrado o beneficio foi concedido em razã o do segurado ser potador de


deficiência, ou seja, sem qualquer relaçã o com alguma ilicitude ou má fé por parte
do segurado.

Ademais, os valores recebidos, em funçã o do cará ter alimentar da verba, nã o


podem ser restituídos, uma vez que recebidos em clara boa fé.
 
A jurisprudência, vem se firmando nesse mesmo sentido de que, nos casos de
valores recebidos de boa-fé, a título de beneficio previdenciá rio, por força de
interpretaçã o errô nea, má aplicaçã o da lei ou erro da administraçã o pú blica, tem-
se a aplicaçã o do principio da irrepetibilidade, ou seja, inexigível a cobrança, em
obsenâ ncia aos princípios da confiança e da segurança jurídica.

Inlcusive o pró prio STF, tem se posicionado no sentido de que o recebimento de


boa-fé de valores a título de benefício previdenciá rio, pelo segurado ou
beneficiá rio, nã o sã o passíveis de devoluçã o posto que se destinam à sua pró pria
sobrevivência, circunstâ ncia que o reveste de nítido cará ter alimentar. Nã o se
mostrando razoá vel impor ao mesmo a obrigaçã o de devolver a verba que recebeu
de boa-fé, ante a natureza alimentar do beneficio concedido, pressupondo que os
valores correspondentes foram utilizados para a manutençã o da pró pria
subsistência e de sua família.

Portanto, ausente qualquer demonstraçã o de má fé por parte do segurado , tem-se


por indevida a cobrança realizada.

3. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pede-se:

- Que seja julgado improcedente o pedido de devoluçã o dos valores pagos


indevidamente pelo INSS, tendo em vista, que o réu estava de boa-fé, houve erro da
administraçã o do INSS e os valores do benefício tem natureza alimentar, sendo,
portanto, irrepetíveis.

Termos em que,
Pede deferimento.

Barra Bonita, 21 de janeiro de 2021

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JOSÉ GONÇALVES DE GODOY

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