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AO JUÍZO DA 22ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE MACEIÓ/AL.

Processo nº 0708370-87.2023.8.02.0001

HÉLCIO BESERRA DO NASCIMENTO JÚNIOR, já qualificado


no processo em epígrafe, vem por meio de seu Advogado abaixo
assinado, apresentar

RÉPLICA

em face dos fatos novos alegados na contestação interposta pela


representante do demandado.

BREVE RELATO DOS FATOS

estou acordado que o Autor pagaria aos Requeridos, a título de prestação


alimentícia, o equivalente a ¼ dos seus vencimentos, sendo descontados em folha e
creditado na conta corrente em nome da Genitora. Lembrando que tal valor serviria
também para pagas as despesas com Associação dos Amigos dos Autistas, fato que hoje
não ocorre, pois o requerente conseguiu, mediante ação judicial, que a Unimed passasse a
cobrir esse valor, fazendo com que automaticamente, a senhora Ingrid, não mais necessite,
com o valor da pensão, arcar com esse débito.

O valor foi homologado em juízo, conforme documento já anexo aos autos,


todavia, faz-se necessário o presente pedido diminuição e equiparação de alimentos pelos
fundamentos jurídicos a seguir expostos.

1. O demandante teve a sua dissolução da união estável homologada com a


genitora de do requerido, sendo que nessa ocasião fora acordado pensão
alimentícia no valor total de 25% de sua remuneração mensal em favor de
seu filho Luiz Gustavo Lima Beserra, conforme documento do processo
em anexo no ano de 2016, estando tal acordo transitado em julgado.

2. Contudo, o Demandante, teve outro filho com nova companheira e


também passou a comprometer parte de sua renda, 15% dos seus
vencimentos, para subsistência de Arthur Gomes Beserra, em decisão
oriunda do processo 0704435-73.2022.8.02.0001.

3. Atualmente o requerido se encontra empregado, contudo, percebe valor


mensal líquido, com os descontos, de R$ 5.974,18 mensais, conforme já
anexado nos autos, percebendo inclusive. mensalmente valor menor o
somatório das pensões alimentícias.

4. Não sendo possível continuar pagando o valor acordado anteriormente ao


seu filho Luiz Gustavo Lima Beserra, o requerente afirma poder pagar o
mesmo valor que é pago, por questão de isonomia, ao seu outro filho,
Arthur Gomes Beserra, ou seja, R$ 1.445,74, para que assim não
prejudique seu próprio sustento, mesmo porquê, até para pagar a AMA,
pois o repasse pela Unimed, muitas das vezes atrasa, o demandante teve
que buscar soluções através de empréstimos bancários.

5. Vale a pena salientar que o Sr. Hélcio Beserra, além do valor descontado,
arca com outras despesas do seu filho, haja vista que o mesmo é portador
do transtorno do Espectro Autista, não deixando nada faltar ao mesmo.

Importante ratificar que parte do valor creditado na conta da Sra. Ingrid


Catherinne Maria Silva Tavares, a titulo de pensão alimentícia tinha como destinação o
pagamento da AMA – Associação dos Amigos do Autista, afim de que Luiz Gustavo tenha
todo atendimento de uma equipe multidisciplinar. Acontece que esse valor não tem sido
mais pago pela genitora do requerido, mas sim, diretamente Unimed Maceió, após o
requerente ter ingressado com uma demanda judicial contra essa empresa de plano de
saúde. Isto posto, fica claro que uma situação jurídica foi alterada, necessitando que haja
uma adequação ao em relação ao valor pago a título de pensão ao demandado.
DO MÉRITO

No mérito, a Contestante faz alegações que visam desmerecer o pleito do


demandante, mas acaba por não narrar absolutamente nada novo. Repete ponto a ponto
tudo que foi exposto na exordial, impugna documentos sem especificar o porquê de tais
fatos, zomba do valor percebido pelo demandante, não considerando que o mesmo estudou
e sempre trabalhou para ter direito exercer a função de docente de uma instituição de
ensino superior federal.

Não rebate em nada o que foi solicitado na petição inicial quanto da mudança
da forma de pagamento à Associação dos Amigos dos Autistas, se limita a de forma prolixa,
mas ineficaz, como boa parte de seu texto, divagar. Apenas isso.

Ninguém duvida do amor de mãe, muito pelo contrário, se incentiva e esse


amor pode ser empregado de várias formas, inclusive com o trabalho, mesmo porquê o
demandante já informou inclusive de sua disponibilidade de ficar com Luiz Gustavo por
mais tempo, em vários momentos, para que a mesma possa exercer seu laboro como
enfermeira ou como docente.

A Contestante na verdade se acomodou no tempo, e se contentou em receber


a pensão de Luiz Gustavo, e viver dela, pois não demonstra nenhuma outra fonte de renda,
senão essa, nem motivação para mudar tal situação.

Quanto ao valor da causa, a Contestante alega que o mesmo está incorreto, se valendo O
Caderno De Regras Processuais Civil em sede de valor da causa traz duas regras cogentes:
a uma, que toda causa deve auferir um valor; a duas, que em determinadas causas o
quantum vem preestabelecido, como no caso de Alimentos, dispondo: “Art. 292. O valor
da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: II - na ação de alimentos, a
soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; Ora, Excelência, o autor ofertou
a causa o valor de R$ 17.348,88 (Dezessete Mil e Trezentos e Quarenta e Oito Reais e
oitenta e oito Centavos), levando-se em consideração aquilo que pretende pagar, ou seja 12
vezes daquilo que tem condições de pagar, R$ 1.445,74. Na boa matemática, o valor da
multiplicação dá justamente o valor da causa ofertada na exordial, Não merece prosperar
também tal impugnação.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer não sejam admitidas as preliminares e questões de


mérito aventadas na contestação com o consequente acolhimento de todos os pedidos
elencados na inicial.

Nestes termos pede deferimento.

Maceió, Alagoas, 21 de dezembro de 2023

Bruno Lins de Arruda

Advogado. OAB/AL 6261

Conselheiro Estadual da OAB/AL

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