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Proc. nº
Exmº Senhor
Juiz da …Secção de Família e Menores
da Instância Central
do Tribunal Judicial da Comarca de …
1º
A menor Ana Isabel nasceu a 2 de abril de 2010, conforme certidão do assento de
nascimento que se junta como Doc. 1.
2º
A menor encontra-se entregue à guarda e cuidados dos ora Requerentes, seus tios
maternos, com quem reside e a quem foi atribuída a respetiva guarda, por sentença
proferida a 13 de junho de 2013 nestes autos de alteração de regulação do poder
paternal, já transitada em julgado.
3º
Por essa mesma sentença, ficou cada um dos progenitores obrigado a prestar
alimentos à filha no montante de € 75,00 mensais, que deveriam remeter aos tios
maternos da menor, por qualquer meio idóneo de pagamento, até ao dia 8 de cada
mês.
4º
Os pais da menor, Fernando Jorge … e Ana Patrícia …, nunca efetuaram a entrega de
qualquer prestação de alimentos até à presente data.
5º
Não foi possível proceder ao seu desconto, nos termos do art. 48º do RGPTC, visto o
progenitor se encontrar em parte incerta, não tendo sido possível averiguar o seu atual
paradeiro, apurando-se que o mesmo não desconta para a Segurança Social desde
setembro de 2000, nem consta que receba subsídio de desemprego, rendimento social
de inserção ou qualquer outro.
6º
Por seu turno, a progenitora encontra-se integrada em família de acolhimento em
virtude da doença de que padece, não recebendo qualquer subsídio e sendo as suas
despesas suportadas pela Segurança Social.
7º
O Requerente encontra-se reformado, recebendo cerca de € 550,00 mensais a título de
pensão de reforma e a Requerente é doméstica, recebendo um subsídio social de cerca
de € 100,00 mensais (Cfr. Docs. nºs 2 e 3 tidos como integrados).
8º
A menor vive com os Requerentes, cujos rendimentos são apenas os que acima se
encontram descritos, sendo com eles que fazem face a todas as despesas.
9º
É, pois, com grandes dificuldades que os Requerentes conseguem fazer face às
despesas do agregado familiar, uma vez que a capitação do rendimento do agregado
familiar, calculada nos termos do D.L. nº 70/2010, de 10 de junho, é inferior ao valor do
indexante dos apoios sociais (IAS).
10º
Com efeito, a menor não tem qualquer rendimento, sendo os tios que suportam as
despesas inerentes à sua sobrevivência, designadamente alimentação, vestuário e
saúde.
11º
Assim, deverá ser fixada uma prestação de alimentos à menor de valor mensal nunca
inferior a € 200,00 mensais.
A Advogada
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