ADILSON FERREIRA BENEDITO - OAB/RJ 73.

955
GUILHERME DA SILVA BENEDITO - OAB/RJ 173.626
ADVOGADOS

End.: Rua José Bento Ribeiro Dantas, 71, Santo Agostinho, Volta Redonda / RJ, CEP 27.211-080. Cel.: (24) 9-9833-9425 e 9-8118-6150.

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA 3ª. VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA

DE VOLTA REDONDA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autora: Isadora Silva Guimarães, representada por Vanessa Kelen Silva;

Réu: Gino Guimarães Silva.

Processo n.: 0016756-56.2015.8.19.0066

ISADORA SILVA GUIMARÃES, brasileira, menor impúbere (nascida em 05 de

setembro de 2008, conforme Certidão de Nascimento em anexo), neste ato
representado por sua genitora, VANESSA KELEN SILVA, brasileira, solteira, do lar,
portadora da Carteira de Identidade n. 10.311.597-8 (IFP), inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o n. 080.074.157-93, residente e domiciliada na Rua 04, 121,
Vila Rica/Tiradentes, Volta Redonda/RJ, vem, através de seus advogados
(procuração em anexo), com escritório na Rua José Bento Ribeiro Dantas, 71, Santo
Agostinho, Volta Redonda/RJ, CEP 27.211-080 (endereço este que indicam para os
fins a que se refere o artigo 39, I, do CPC), com fundamento na Lei 5.478/68 e nos
artigo 300 e ss. do CPC/1973, apresentar

CONTESTAÇÃO

em face da Ação de Oferecimento de Alimentos ajuizada por GINO GUIMARÃES

SILVA, já qualificado, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
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I. PRELIMINARMENTE:

I.I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

A Representante Legal da Alimentada declara (declaração em anexo), para os

devidos fins, que, nos moldes previstos pelo artigo 4°. da Lei 1.060/50 e do § 3°. do
artigo 1°. da Lei 5.478/68, não possui condições para arcar com as custas judiciais
sem prejuízo do próprio sustento e ou de sua família, enquadrando-se, portanto, no
rol a que se refere o artigo 2°., parágrafo único, da Lei 1.060/50 e o § 2°. do artigo
1°. da Lei 5.478/68, o que a faz merecedora de usufruir da garantia constitucional da
Gratuidade de Justiça, prevista no artigo 5º., LXXIV, da CRFB/88, a qual desde já
requer.

I.II. DA CUMULAÇÃO DOS PEDIDOS EM VETOR:

A cumulação do pedido de alimentos - inclusive o de alimentos provisórios com

o de regulamentação da guarda e visitação - é possível em razão de a competência
para as demandas ser a mesma e dos fundamentos e dos pedidos serem
compatíveis entre si (artigo 292, § 1º., I e II, respectivamente, CPC), além de
encontrar amparo nos princípios da celeridade e da economia processual.

No entanto, há diversidade de procedimentos envolvidos, se fazendo

necessário atentar para a regra do artigo 292, § 2º., CPC, isto é, deve ser seguido o
procedimento ordinário.

II. DOS FATOS

A representante legal e mãe da Demandada conviveu em regime de união

estável com o Demandante por aproximadamente 09 (nove) anos, como demonstra
o Ato de Casamento em anexo, decorrendo o término do relacionamento no início do
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ano de 2015. Durante o período, a representante legal dedicou-se basicamente as

tarefas do lar.

Da união estável adveio 01 (uma) filha, ISADORA SILVA GUIMARÃES, nascida

em 05 de setembro de 2008, conforme atesta a Certidão de Nascimento em anexo –
documentos este que faz prova inequívoca da relação de parentesco entre a
Demandada e o Demandante, como já resta evidenciado, conforme exigência do
artigo 2º. da Lei de Alimentos.

Desde o término da sociedade conjugal, a menor está sob a guarda da

representante legal.

A partir de dezembro de 2015, mediante a concessão de alimentos provisórios,

vem sendo descontados em folha de pagamento do Demandante, regularmente, o
percentual de 17% (dezessete por cento) dos seus rendimentos, para fins de
prestação alimentícia à menor.

A representante legal da Demandada encontra-se desempregada. No decorrer

da união estável, esta permaneceu fora do mercado de trabalho regular para
dedicar-se aos afazeres do lar e à criação da Demandada. Isto, somado ao cenário
econômico desfavorável, estão dificultando a sua entrada no mercado de trabalho
formal, embora a busca seja permanente, até pela necessidade. Ainda assim, esta
não requererá alimentos para si.

A menor e sua mãe estão residindo no mesmo imóvel em que viviam na

constância da união estável, imóvel este de propriedade do Demandante. Embora
este seja o cenário há meses, trata-se de uma situação precária, porquanto o
Demandante pode exercer, a qualquer momento, a faculdade de exigir que a
Alimentanda e sua mãe residam em outro local. Havendo isto, caso não seja
oferecida outra opção, a infante e sua representante legal terão de morar sob a
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condição de aluguel, não tendo a representante legal, no momento, condições de

arcar com tal encargo.

III. DOS ALIMENTOS:

Como é cediço, os alimentos devem ser fixados em critérios proporcionais, isto

é, atendendo ao binômio possibilidade-necessidade (§ 1°. do artigo 1.694 do Código
Civil).

As possibilidades do Alimentando se veem refletidas em seu comprovante de

rendimento em anexo. Já as necessidades da Alimentada, menor impúbere,
encontram-se espelhadas nos artigos 6°. da CRFB/88, 4°. do ECA e 1.920 do
Código Civil (educação, saúde, alimentação, moradia, lazer, segurança, proteção à
infância, sustento, vestuário), devendo ser observado, ademais, a manutenção da
sua condição social prévia.

Considerando isto e os demais elementos supra, propõem-se que os alimentos

devem ser fixados definitivamente nos seguintes termos:

 O Demandante deverá pagar alimentos provisórios para a Demandada

no valor correspondente a 17% (dezessete por cento) dos seus ganhos
brutos, deduzidos dos descontos legais e obrigatórios, incidindo o
referido percentual sobre férias, décimo terceiro salário, verbas
rescisórias e demais gratificações de natureza salarial, quantia esta a
ser depositada na conta bancária infra e descontada em folha de
pagamento, junto ao empregador do Alimentando, atualmente o
seguinte: Café Faraó S.A., CNPJ 32.493.603/0001-69, com sede na
Rodovia Lúcio Meira, 355, KM 13, São Luiz, Volta Redonda/RJ, CEP
27.286-740 (comprovante em anexo);
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 Na hipótese de rescisão de contrato de trabalho, o percentual acima

(17%), no que se refere ao FGTS/PIS, deverá ficar retido como
garantia de eventual inadimplemento alimentar;

 Em caso de perda do vínculo empregatício, a pensão alimentícia passa

a corresponder a 70% (setenta por cento) do salário-mínimo, a ser
depositado na conta bancária infra até o dia 10 de cada mês;

 O Demandante deverá manter ou inscrever (em caso de novo vínculo

empregatício) a Demandada como sua dependente junto ao plano de
saúde empresarial oferecido pela empregadora, se for o caso. Não
havendo plano de saúde empresarial, o Demandante deverá arcar com
ao menos 50% (cinquenta por cento) do valor mensal do plano de
saúde da Demandada, caso os genitores optem por contratar plano de
saúde para a menor;

 O Demandante deverá arcar com o valor mensal integral de eventual

aluguel da residência da Alimentada, caso este opte por não permitir
que ela e a representante legal sigam residindo no imóvel atual, que é
de sua propriedade, ou não apresente opção aceita pela representante
legal para sanar as necessidades de moradia da Demandada;

 O Demandante deverá arcar com ao menos 50% (cinquenta por cento)

do valor mensal da creche ou instituição de ensino particular que a
Alimentada venha a se matricular e frequentar, caso os genitores
optem por matriculá-la em creche ou outra instituição de ensino
particular;

 Todos os valores relacionados nos itens anteriores deverão ser

depositados na conta poupança de n. 00047634-4, na Agência n. 0197,
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da Caixa Econômica Federal, de titularidade da representante legal da

Alimentada, até a data de vencimento.

IV. DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITA:

Conforme já informado, a Demandada encontra-se sob a guarda da

representante legal desde o término da sociedade conjugal. Com efeito, não parece
haver dissintonia entre o Demandante e a representante legal acerca do fato de que
a guarda deve permanecer com esta.

Já quanto ao regime de visitação do Demandante, propõe-se os seguintes

termos, os quais acredita-se estarem em consonância com o disposto nos incisos do
artigo 1.634 do CC:

1. O Demandante exercerá o direito de visitação em finais de semana

alternados, pegando a menor, sempre na residência da representante
legal, aos sábados às 9h (nove horas) e devolvendo-a aos domingos
às 18h (dezoito horas);

2. No dia dos pais, o Demandante terá o direito de visitação; no dia das

mãe, a menor permanecerá com a mãe, mesmo que esta data ocorra
num dos dias em que o genitor teria direito à visitação;

3. Natal em ano ímpar com o genitor e Réveillon com a genitora; Natal

em ano par com a genitora e Réveillon com o genitor;

4. Primeira metade das férias escolares com o genitor e a segunda

metade com a genitora;
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5. Nos aniversários da menor, a primeira metade do dia (até às 15h)

deverá ser passada com o pai e a segunda metade do dia (a partir das
15h) com a mãe;

6. Nos feriados, a menor deverá permanecer alternativamente com a

genitora e o genitor, isto é, num feriado com um e no subsequente com
o outro, iniciando-se o revesamento de datas pelo genitor;

7. A menor sempre deverá ser pega e entregue, pelo genitor, na

residência da genitora, devendo ser observados os horários definidos;

8. A alteração de quaisquer dos termos de visitação somente poderá

ocorrer mediante prévio e comum acordo entre o genitor e a genitora
da menor, sempre objetivando o melhor interesse da infante;

9. A genitora e o genitor deverão informar, um ao outro, eventual

mudança de endereço e manter ao menos um contato telefônico
atualizado.

V. DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, requer a Demandada que o Douto Juízo, após as providências

cartoriais de praxe, digne-se de:

1. Preliminarmente:

1.1. Conceder a gratuidade de Justiça;

1.2. Processar o presente feito pelo rito ordinário, haja vista a

cumulação de pedidos sujeitos a ritos diferentes;
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2. Intimar o Ministério Público Estadual, à luz do artigo 82, I, CPC;

3. Condenar o demandante a pagar, em definitivo, alimentos em favor da

Demandada, nos exatos termos propostos por esta contestação (tópico III);

4. Decretar, em definitivo, a guarda da menor em favor da representante

legal;

5. Determinar que o exercício do direito de visitação do Demandante se

dê nos exatos termos propostos por esta contestação no tópico IV;

6. Condenar o Requerido nas custas processuais e honorários

advocatícios, a serem arbitrados por este Juízo;

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente

a documental e a documental superveniente.

Requer, por fim, que as respectivas publicações sejam efetuadas em nome de

Guilherme da Silva Benedito, OAB/RJ 173.626 (procuração em anexo).

Termos em que, pede deferimento.

Volta Redonda, 01 de fevereiro de 2016.

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Adilson Ferreira Benedito Guilherme da Silva Benedito
OAB/RJ 73.955 OAB/RJ 173.626