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Praça Santa Rita, 109, sala 05, Centro, Santa Rita do Sapucaí – MG
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I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
De acordo com o art. 98 do Código de Processo Civil, toda pessoa natural ou
jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios, tem direito à gratuidade da justiça,
garantia fundamental também expressa no art. 5º, LXXIV, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.
A parte autora se trata de pessoa multo simples, humilde e que, conforme CTPS
em anexo, trabalha como ajudante de produção, recebendo salário um pouco acima do
mínimo.
Além de todos os gastos ordinários que possui, tais como água, energia elétrica,
supermercado, gás de cozinha, transporte, IPTU etc., possui gastos com medicamentos
por conta das fortes dores que sente no coração, decorrentes de um infarto.
Não se olvida que a demandante é a responsável por seu sobrinho órfão, o qual
se encontra cursando administração em faculdade particular, o que compromete
severamente a renda familiar.
Vê-se, portanto, que a querelante não possui a menor condição de arcar com
eventuais custas judiciais e honorários advocatícios sucumbenciais sem prejudicar seu
sustento.
Deste modo, tendo em vista a autora ser pobre no sentido legal, conforme
declaração de hipossuficiência em anexo, não conseguindo arcar com as custas
processuais sem prejudicar seu próprio sustento e o de sua família, e não havendo indícios
que contrariem tais afirmações, requer a este Douto Juízo a concessão da Gratuidade de
Justiça.
II – DOS FATOS
Conforme CNIS e CTPS em anexo, a requerente verteu contribuições – quase
que ininterruptamente –, desde 1994.
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Nesse diapasão, vale ressaltar que a segurada passou toda a sua infância,
adolescência e parte da vida adulta na roça, porquanto seus pais eram trabalhadores
rurais, conforme se extrai identidade de beneficiário de seu pai em anexo:
Deste modo, desde muito nova, sempre ajudou a família no labor campesino,
realizando das mais diversas atividades tais como cuidar e ordenhar criações, capinagem,
plantação e colheita de feijão, milho e arroz, escovação de café, preparação e adubação
do solo no período de entressafra e, em seu último emprego no meio rural – logo após
seu casamento –, laborou em colheitas de café.
Embora não possua robustas provas acerca das atividades exercidas como
trabalhadora rurícola, fato é que possui inúmeras outras que servem como início de prova
material e corroboram firmemente suas alegações.
Nesse sentido, além da identidade de beneficiário de seu pai, há: uma CTPS do
seu cônjuge, na qual consta vários vínculos empregatícios na condição de trabalhador
rural; e um comprovante de inscrição no PIS – também de seu marido –, no qual comprova
o domicílio na zona rural, sua inscrição no INCRA bem como sua condição de empregado
rurícola.
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Assim, vê-se que a segurada adquiriu o direito à aposentadoria por tempo de
contribuição híbrida antes da Emenda Constitucional nº 103, porquanto, somando-se o
tempo trabalhado nos meios urbano e rural, possuía mais de 30(trinta) anos de tempo de
contribuição, uma vez que a segurada começou a trabalhar próximo dos 7 anos de idade
e somente passou a exercer labor na zona urbana cerca de 3 anos após seu casamento,
ocorrido em 20/06/1986, muito embora jamais tenha sido registrada – atitude bem comum
no meio rural.
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Destaca-se que sequer foi dada a possibilidade de se realizar uma justificação
administrativa, mesmo se tratando de uma obrigação da demandada, oportunidade na
qual a demandante comprovaria suas alegações por meio de testemunhas.
Deste modo, diante de tamanha injustiça e lesão a direitos, não restou alternativa
senão a propositura da presente.
Além disso, muito antes de começar a laborar meio urbano, laborou exercendo
das mais variadas funções no meio rural – por muitos anos e desde sua infância – sem que
os antigos patrões tenham realizado qualquer tipo de registro empregatício, visto que tal
situação era, e ainda é, extremamente corriqueira naquele meio.
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7(sete) anos na roça, realizando das mais diversas atividades campesinas, tanto para a
grupo familiar quanto para terceiros.
Deste modo, tendo laborado um vasto período como trabalhadora rural para
terceiros e em regime de economia familiar, faz jus à contagem do respectivo tempo –
exceto para efeito de carência –, nos termos do § 2º, do art.55, da Lei 8.213/91, o qual
ensina:
“Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado: (...)
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior
à data de início de vigência desta Lei, será computado
independentemente do recolhimento das contribuições a ele
correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme
dispuser o Regulamento.”
Quanto ao requisito da carência, este foi mais do que superado pela segurada,
uma vez que, conforme reconhecido pela própria autarquia demandada, possuía, até a data
da Emenda Constitucional nº 103, 289 meses de carência:
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“Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado: (...)
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei,
inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial,
observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
quando for baseada em início de prova material
contemporânea dos fatos, não admitida a prova
exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, na forma prevista no regulamento.”
IV – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência a total procedência da
demanda para:
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d) condenar a requerida a conceder à requerente aposentadoria por tempo de contribuição
híbrida, com base nas regras anteriores à Emenda Constitucional nº 103/2019,
considerando-se o direito adquirido, a contar da Data de Entrada do Requerimento;
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