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Praça Santa Rita, 109, sala 05, Centro, Santa Rita do Sapucaí – MG
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I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
De acordo com o art. 98 do Código de Processo Civil, toda pessoa natural ou
jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios, tem direito à gratuidade da justiça,
garantia fundamental também expressa no art. 5º, LXXIV, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.
A parte autora se trata de pessoa multo simples, humilde e que, conforme CTPS
em anexo, encontra-se desempregado.
Além de todos os gastos ordinários que possui, tais como água, energia
elétrica, supermercado, gás de cozinha, transporte, IPTU etc., possui gastos com
medicamentos por conta inúmeros problemas de saúde que possui.
Vê-se, portanto, que o querelante não possui a menor condição de arcar com
eventuais custas judiciais e honorários advocatícios sucumbenciais sem prejudicar seu
sustento.
Deste modo, tendo em vista o autor ser pobre no sentido legal, conforme
declaração de hipossuficiência em anexo, não conseguindo arcar com as custas
processuais sem prejudicar seu próprio sustento e o de sua família, e não havendo indícios
que contrariem tais afirmações, requer a este Douto Juízo a concessão da Gratuidade de
Justiça.
II – DOS FATOS
Conforme CNIS e CTPS em anexo, o requerente verteu contribuições – quase
que ininterruptamente –, desde 1985.
Ocorre que, antes de passar a laborar na área urbana, o segurado exercia labor
como trabalhador rural, na zona rural de Santa Rita do Sapucaí – MG, juntamente com o
restante de sua família.
Nesse diapasão, vale ressaltar que o segurado passou toda a sua infância,
adolescência e parte da vida adulta na roça, porquanto seus pais eram trabalhadores rurais.
Inclusive, seu pai, o Sr. Antônio Silvério Pinto (CPF 396.309.866-04), se aposentou como
segurado especial.
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Deste modo, desde muito novo, sempre ajudou a família no labor rural,
realizando das mais diversas atividades tais como roçar pasto, pastoreio e alimentação de
animais de criação – vacas, porcos e galinhas –, ordenhar vacas, limpeza de curral, colheita
de café, plantação de milho, feijão, arroz e cana, preparação do solo no período de
entressafra e plantação de legumes e hortaliças para a subsistência familiar, dentre outras.
Embora não possua robustas provas acerca das atividades exercidas como
trabalhador rurícola, fato é que possui inúmeras outras que servem como início de prova
material e corroboram firmemente suas alegações.
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Assim, vê-se que o segurado adquiriu o direito à aposentadoria por tempo de
contribuição híbrida antes da Emenda Constitucional nº 103, porquanto, somando-se o
tempo trabalhado nos meios urbano e rural, possuía mais de 35(trinta e cinco) anos de
tempo de contribuição, uma vez que o segurado começou a trabalhar próximo dos 9 anos
de idade e somente passou a exercer labor na zona urbana após seu casamento, ocorrido
em 1988, já com 25 anos de idade.
Nota-se, também, que o segurado cumpriu o requisito da carência, uma vez que
verteu mais de 180 contribuições à previdência.
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No presente caso, como já discorrido anteriormente, o querelante verteu bem
mais de 35 (trinta e cinco) anos de tempo de contribuição até 12/11/2019, data anterior à
publicação da E.C nº 103/2019.
Além disso, muito antes de começar a laborar meio urbano, laborou exercendo
das mais variadas funções no meio rural – por muitos anos e desde sua infância –, sem
que a maioria dos antigos patrões tenham realizado qualquer tipo de registro empregatício,
visto que tal situação era, e ainda é, extremamente corriqueira naquele meio.
Deste modo, tendo laborado um vasto período como trabalhador rural para
terceiros e em regime de economia familiar, faz jus à contagem do respectivo tempo –
exceto para efeito de carência –, nos termos do § 2º, do art.55, da Lei 8.213/91, o qual
ensina:
“Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado: (...)
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior
à data de início de vigência desta Lei, será computado
independentemente do recolhimento das contribuições a ele
correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme
dispuser o Regulamento.”
Quanto ao requisito da carência, este foi mais do que superado pelo segurado,
uma vez que, conforme reconhecido pela própria autarquia demandada, possuía, até a data
da Emenda Constitucional nº 103, 336 meses de carência:
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Nos casos como o presente, em que se faz necessária a comprovação do tempo
de contribuição “mediante justificação administrativa ou judicial”, a legislação pertinente –
§3º, do art.55, da Lei 8.213/91 – ensina:
“Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias de
segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado: (...)
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei,
inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial,
observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
quando for baseada em início de prova material
contemporânea dos fatos, não admitida a prova
exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, na forma prevista no regulamento.”
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IV – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência a total procedência da
demanda para:
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Nesses termos, pede deferimento.
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