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Nioaque, cidade histórica, berço de heróis.

Com mais de um século de emancipação


política, destaca-se por suas belezas naturais e pelo povo alegre e acolhedor. Inúmeras
pessoas, de diversos lugares do país, já passaram por aqui, deixando suas contribuições,
considerando-se que o Exército Brasileiro renova anualmente o quadro de militares.
Nioaque ainda guarda muitos vestígios de seu passado, como por exemplo: casarões,
hotéis, sedes antigas nas fazendas, a prefeitura, casas, etc. Possui monumentos de guerra,
arte indígena e muitas lendas. Por mais de século, a data de fundação de Nioaque era
incerta. Tramitou na Câmara Municipal, no ano de 2007 o Projeto de Lei de criação da
data de sua fundação, tendo o dia 8 de abril, baseado em fatos históricos levantados pelo
Historiador e Pesquisador José Vicente Dalmolin, mas foi rejeitado por unanimidade. No
ano de 2008 foi apresentado novamente o Projeto que institui a data de fundação do
município, sendo desta vez aprovado por maioria. Nioaque passou a ter como data de
fundação 8 de Abril. Nioaque já teve como data de fundação 22 de maio, sendo
atualmente comemorado neste dia o "Dia da Padroeira da Cidade" Santa Rita de Cássia.
Atualmente a Emancipação Política de Nioaque é comemorado em 18 de julho.

Nioaque é um município brasileiro do estado de Mato Grosso do Sul. Localiza-se a


uma latitude 21º08'07" sul e a uma longitude 55º49'48" oeste, estando a uma altitude de
272 metros. Sua população estimada em 2006 era de 18. 064 habitantes. O principal
acidente geográfico é a Serra de Maracajú. No terreno predominam os planaltos e morros,
entre eles: morrinho, cerro azul e morro do baú. Os solos são calcáreos, argilosos,
arenosos e pedregosos. O rio Nioaque atravessa o município, possui aproximadamente
100 quilômetros de extensão, é afluente do rio Miranda e presta-se a navegação de
pequenas embarcações. Suas águas são boas para banhos e pesca. Curiosamente, Nioaque
diz-se que é um palavra indígena e significa clavícula quebrada. Possui uma área de
3.923,798 km². Sua densidade é de 4,6 hab./km2. O clima é tropical úmido. O fuso-
horário é o UTC – 4. Possui um IDH de 0,715. Limita-se ao norte, com o município de
Anastácio; ao sul, com Guia Lopes da Laguna; ao leste, com Maracajú e ao oeste, com
Bonito. Além da área urbana, composta pelo centro da cidade, ainda existe a área
suburbana, que constitui quatro bairros: Monte Alto; Largo da Baía; São Miguel e Ouro
Verde. A zona rural de Nioaque é formada por fazendas e colônias agropecuárias. As
principais são: Colônia Nova (Assentamento Boa Esperança); Colônia Bálsamo; Colônia
Conceição (Gleba); Colônia Padroeira do Brasil (Gleba); Colônia Andalúcia; Colônia
Palmeira; Colônia Santa Guilhermina; Colônia Morrinho; Aldeia Indígena do Brejão
(Terenos); Aldeia Indígena Água Branca (Terenos); Aldeia Indígena Taboquinha, Aldeia
Indígena Cabeceira e fazendas.

A FUNDAÇÃO DA CIDADE DE NIOAQUE

Foi tramitado no Poder Legislativo, no ano de 2006, projeto de Lei,


oriundo do Poder Executivo, propondo que a data da fundação de
Nioaque fosse em 08 de Abril, mas foi rejeitado. No ano seguinte,
foi novamente apresentado o Projeto de Lei que institui a data de
fundação de Nioaque, sendo desta vez aprovada por maioria.
Portanto Nioaque passou ter 8 de abril como data de fundação,
segundo pesquisas do professor José Vicente Dalmolin. Sua
emancipação política é comemorada em 18 de Julho.

Abaixo há relatos da data de fundação de Nioaque, de acordo com estudos e


pesquisa do Professor José Vicente Dalmolin.
Em 14/07/1847, partiu uma expedição comandada por Joaquim Francisco Lopes,
com o objetivo de estabelecer uma rota fluvial para ligar Mato Grosso ao Paraná.
Após longa viagem, aportaram na região onde se radicara, vindo de Cuiabá em
1840, João Gomes. Estabeleceram então um Porto, o qual deram o nome de São
João de Antonina em homenagem ao Barão de Antonina. Mais tarde foi fundada a
povoação de Nioaque, em data, até hoje, sucetível de dúvidas: 22/04 ou 22/05/1848.
Foi elevada a Distrito pela Lei n° 506, de 24/05/1877 e o Município pelo Decreto 23
de 18/07/1890. Comemora-se dia 22 de Maio seu aniversário.
Fonte: SEPLAN-MS (1999) http://www2.uniderp.br/Atlas/nioaque.htm

a) Povoamento na área do Município de Nioaque;

b) Fundação e povoamento da cidade de Nioaque e;

c) Emancipação Política Administrativa de Nioaque com a criação do


Distrito de Paz (Freguesia) e do Município desmembrado de Miranda.

navegando pelas águas dos rios Cuiabá, São Lourenço, Paraguai, Miranda,
adiantou-se até a foz do rio Nioaque com este último e fundou a Fazenda
Forquilha, onde passou a radicar em 1843.

O pioneirismo coube aos irmãos Lopes e Barbosas, sertanistas arrojados,


acompanhados dos seus familiares, saltaram o Paranaíba e embrenharam pelos
sertões sul mato-grossense a procura de terra boa. Acharam-na no Planalto de
Maracaju e nas águas do Dourados, Apa, Brilhante, Vacaria.

João da Silva Machado, Barão de Antonina, nasceu no ano de 1782, na


Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e faleceu em São Paulo em 18 de
março de 1875.

Foi um dos financiadores de Entradas pelos sertões de Minas Gerais, São


Paulo e Mato Grosso, no reconhecimento, exploração e ocupação de terras e vias
fluviais entre São Paulo e Sul de Mato Grosso.
Ousado sertanista, Joaquim Francisco Lopes, natural de Piumi, Minas
Gerais, nasceu em 7 de setembro de 1805 e faleceu no dia 3 de Maio de 1884, em
Jatí, então Província do Paraná.

ao Brasil o papel de importante Bandeirante, realizando Entradas pelas então


Províncias de Minas, São Paulo e Mato Grosso.

Prestou a Mato Grosso e a particulares verdadeiros serviços em diversas


explorações.. Como companheiro do Engenheiro João Henrique Elliot, abriu o
sertão da Vila de Jatí à Vila de Miranda, efetuou ainda vários outros trabalhos da
mesma natureza.

Irmão de Antonio Gonçalves Barbosa, francano, natural do Povoado de Covas,


então Província de São Paulo, faleceu em 1865.

No ano de 1845, adquiriu de Gabriel Francisco Lopes, a propriedade que o


mesmo havia dado origem, denominada Fazenda Passa Tempo, nas cercanias do
Vacaria, onde se radicou no início do povoamento da região.

Mário Monteiro refere-se em Episódios da Formação Geográfica do Brasil:


“em 1856, Inácio Gonçalves Barbosa registrou terras de Nioaque, onde hoje é o
povoado (cidade) como posse sua. O Registro foi feito em Miranda, perante o
Padre Bento Canavarro”.

Estas terras foram as que registraram a origem da Fazenda Urumbeva, das


quais, uma área dela foi doada para o Patrimônio Público.

Inácio prestou relevante serviço no sentido de firmar o povoamento e o


Destacamento Militar, os quais originaram a fundação da própria cidade de
Nioaque. Préstimos estes que foram desde a construção dos quartéis até o
fornecimento de alimentos.
Joaquim Francisco Lopes, sertanista, empreendeu as suas viagens de
exploração e reconhecimento por sertões de São Paulo, Minas Gerais e Mato
Grosso entre os anos de 1821 a 1850, das quais escreveu diversos relatórios.

Na data de “21 de agosto de 1844 Senador do Império, Barão de Antonina,


idealizou um varadouro entre o Brilhante e o Miranda”. Ledir Marques Pedrosa,
descreve que o início dessa Exploração iniciou-se no dia 16 de Agosto de 1845.

Virgílio Corrêa Filho, assim escreve: “tratando de perto os Senadores do


Império do Brasil para cujo rol entrou em curto prazo, o Barão de Antonina sabia
da gestão da lei 601 de 1850 e tratou de dar forma legal às terras que pretendia.

Virgílio Corrêa Filho, Questões de Terra, São Paulo, 1923.

o Barão de Antonina, através de Joaquim, que já possuía dois irmãos


embrenhados nesta região, José e Gabriel, incumbiu de comandar uma Entrada ao
Sul da Província de Mato Grosso e dar forma legal às posses pretendidas e
descobrir a melhor ligação fluvial entre Antonina, na Província do Paraná e a Vila
de Miranda, no Baixo Paraguai, na Província de Mato Grosso. Na época, a vasta
rede hidrográfica entre os rios Paraná e Paraguai, lhe permitira essa escolha
adequada.

Foi assim que se deu vida a esse empreendimento, comandada por Joaquim,
auxiliado pelo genro do Barão, Luiz Pereira de Campos e assessorado pelo
Mapista-piloto, o Engenheiro João Enrique Elliot, de nacionalidade escocesa.

navegando pelos rios Ivinhema, atingem o Brilhante, buscam um varadouro


através da serra de Maracaju até atingirem a foz do ribeirão Urumbeva no rio
Nioaque, local denominado de Barra. À distância entre os dois extremos,
Brilhante e Nioaque, é de aproximadamente nove léguas[1], onde a descoberta
deste varadouro esteve ao encargo do Major João José Gomes, por determinação
do governo Provincial.

Medida itinerária que atualmente no Brasil equivale a 6.000 m, ou seja, uma


légua corresponde a seis quilômetros.
No dia 8 de abril de 1849, na confluência entre os rios Urumbeva e Nioaque,
atingidas por Joaquim Francisco Lopes, deu-se à fundação inicial do povoado de
Nioaque. Navegando através das águas do Nioaque até a foz, no lugar denominado
de Forquilha e deste ponto em diante, através do Miranda, chegam à vila de
Miranda, então distrito do Município de Corumbá.

Segundo L.M.Pedrosa, a data oficial da primeira fundação do porto, povoado


que resultará na cidade de Nioaque é 8 de abril de 1849 e seu fundador
comandante, Joaquim Francisco Lopes. Acompanhe as narrativas:

“No dia 8 de Abril de 1849 chegaram a um porto de canoa no rio Nioaque,


barra com um córrego que deram o nome de Urumbeva, em cujo local fizeram
posse para o Barão de Antonina, fincando marcos de cerne[1] com o ano de 1849 e
com as iniciais de B.A., ai fundada a povoação de São João de Antonina, mais
tarde Levergéria e hoje Nioaque. Este lugar distante 12 léguas de Forquilha...”

Segundo algumas literaturas tratam que a madeira utilizada chama-se Piuva.

Esta via de Communicação, mais antiga que a de Camapoã e tambem pouco


frequentada, acaba de ser melhorada pelos trabalhos do distinto brasileiro Barão
de Antonina. Segundo estes trabalhos, em vez de varar-se o Mandego ao
Anhanduhy-guassú, segue-se pôr campos do Districto de Miranda, descendo-se
depois pelas vias Brilhante e Ivinheima e subindo-se pelos rios Parana e
Paranapanema e Tibagy, até a cofluencia do ribeirão das Conconhas na Villa de
Castro da Commarca de Curitiba.

Esta carreira póde ser de muita vantagem para o commercio do Baixo


Paraguay com a Comarca de Curitiba e para o estabelecimento de fasenda de
criação nos logares povoado ella transita”.

“... porem poucas expedições passarão pôr ahi e as nossas communicações


fluviaes com São Paulo estarião em quasi total abandono se ultimamente não
tivessem tomado alento pôr huma nova via aberta pelos esforços de um distinto e
emprehendedor paulista, o Barão de Antonina, da Commarca de Curitiba,
mandou elle á sua custa exploradores que descerão pelos rios Tibagy e
Paranapanema ao Parana e d’este passarão ao Ivinheima que remontarão até onde
o acharão navegável, e d’ahi caminharão por terra até o N i o a c[1], galho do
Miranda. Este emprehendimento com a valente proteção que lhe dá o governo
Imperial ha de sem duvida progredir e já temos recebido alguns carregamentos
vindo pôr esta via”.

“As carreiras são menos trabalhosas em muito menos numero que as da


carreira de Camapoã.”

“Avalia-se em 8 legoas a extensão do varadouro, bem como da preparação dos


meios de transportes para as cargas e canoas, foi pôr ordem do Ministério
incumbida ahum official superior desta Provincia a cuja disposição mandei pôr
dous destacamentos de tropas de linha”.

Esta é a referência histórica mais antiga como documentos que trata da grafia
Nioac, referindo-se ao rio, atual rio Nioaque.

“...no ano de 1850,no pontal do Nioaque com o Urumbeva, Joaquim Francisco


Lopes, assentou as primeiras construções e deu a futura povoação o nome de São
João de Antonina, em homenagem ao Barão de Antonina, seu protetor, nas suas
investidas pelos sertões do Sul de Mato Grosso, onde fundou posses para revender
àqueles”.

O que se possui de registros concretos, a área da atual cidade fora outrora


pertencente a Inácio Gonçalves Barbosa e que através do seu filho, Manoel
Gonçalves Barbosa, fundou a Fazenda Urumbeva, na escarpa ocidental da Serra
de Maracaju, próximo ao pontal do rio de mesmo nome, por volta de 1846, e que a
mesma fazenda abrangia toda a extensão onde estão localizadas as confluências do
rio Nioaque e do Urumbeva e os terrenos urbanos da cidade de Nioaque.

“Intendencia Municipal 10 de Março de 1894

Eminente Cidadão
Em cumprimento ao que V. Exa. Determina pela circular n. 5 de 18 de
Janeiro do corrente anno, devo informar-vos que não consta officialmente haver
este municipio gosado do favor de uma concessão de terras devolutas para o seu
patrimonio em tempo algum.

Vagamente circula a noticia de haver o falecido Antonio Gonçalves Barbosa[1]


posseiro primitivo da fasenda denominada de “Urumbeba” da qual as terras d’esta
localidade fasião parte, por inclusão somente nas declarações para registro que elle
ofereceu segundo o regulamento n. 1318 de 1854, dado como patrimonio um
pedaço de terras dessa sua posse sem que tenhas esta Camara sciencia de quanto
fôra a area dôada ou limites para a occupação da povoação. A posse
primitiva.Segundo consta os registros da época antes da Guerra do Paraguai, fora
pertencente a Inácio Gonçalves Barbosa, Posterior parte Fazenda Urumbeva foi
adquirida pelo comerciante italiana Vicente Anastacio, radicado em Nioaque desde
1871.

Mas esta doação é ineficas pôr falta de base e quanto mesmo estivesse
confirmada pôr documentos seria terras sujeitas a legitimação tal como se acha
ainda a referida fasenda “Urumbeba”, da qual dizem haver pertencido a zona
occupada pôr esta Villa que abrande dous kilometros mais ou menos.

Em vista do exposto a Camara Municipal, aceitando com agrado o arbitrio de


V. Exa. Indica registrar-vos a área de 4 kilometros, nos termos do artigo n. 108 do
regulamento annexo do Decreto n. 38 de 15 de fevereiro de 1893, comprehendendo
as

terras adjacentes inteiramente desocupadas servindo até agora quasi que de


logradouro publico e limitada pôr terras pertencentes ao Cidadão Vicente
Anastacio ao Sul, Francisco David de Medeiros a Leste, com os herdeiros de
Antonio Gonçalves Barboza ao Norte e terras devolutas ao Oeste da mesma Villa,
ficando dentro da area acima a confluência dos rios Urumbeba e Nioac e
abrangendo onde derem os limites a demarcar ambas as margens destes dous
cursos d’agua.

E para que semelhante descriminação se effectue em breve espaço de tempo,


logo depois que Vossa Excelencia servir conceder a area ora pedida aponto para
tal fim o Agrimmessor Cidadão Capitão Arthur Cavalcante do Livramento”.
Até o ano de 1995, comemorava-se a data do aniversário da Cidade de Nioaque
no dia 22 de Maio, dia da Padroeira da Cidade de Nioaque – Santa Rita de Cássia,
portanto – 150 anos (1845 – 1995).

Dia 22 de maio – quanto ao dia 22 de maio, a sua compreensão está nos fatos
histórico-religiosos. Nesta data é comemorada a Festa de Santa Rita de Cássia

Os fatos registram que Santa Rita de Cássia entrou na vida de Nioaque desde
a chegada das famílias de Inácio e Antônio Gonçalves Barbosa, cuja devoção
prosseguiu entre alguns dos seus descendentes. Santa Rita de Cássia ficou sendo a
Padroeira do então povoado de Nioaque, tendo em vista que, a fazenda Urumbeva,
da qual foi desmembrada a área que sediou a fundação do povoado e hoje cidade

Oficialmente, a devoção a Santa Rita de Cássia como padroeira de Nioaque foi


estabelecido no ano de 1877, cujo conteúdo do Decreto[1] Provincial nº 5 de 8 de
maio e o de nº 506 de 24 de maio, estabelecem que:

Documento original e manuscrito, fornecido pelo Arquivo Público de Mato


Grosso, Cuiabá, 1984.

“Artigo 1º - Fica elevada a cathegoria de Freguesia com a denominação de


Levergeria e sob a invocação de Santa Rita, o Povoado de Nioac”.

A instituição da data festiva do aniversário da Fundação da cidade de Nioaque


foi introduzida no dia 22 de maio de 1957, por sugestão do cidadão Adão Villas
Bôas e Américo Bernardes, ao então Prefeito Municipal, Senhor Hortêncio
Gomes, para junto comemorar os festejos religiosos de Santa Rita. O festejo
religioso além de tradicional apresentava um significado maior que o da festa
política.

festejos sobre a fundação de Nioaque estavam incorporados às festividades de


religiosas de Santa Rita. E o dia do aniversário político era 24 de maio. Data esta
que marca a criação do Distrito ou Freguesia no ano de 1877.
data de 22 de maio como data da fundação da cidade, começou a ser
incorporadas no calendário das festas municipais, a partir dia 11 de outubro de
1977, quando da divisão de Mato Grosso e Criação de Mato Grosso do Sul. A
partir de 1979, com a instalação do novo governo, os municípios sul mato-
grossense começaram a buscar o resgate da sua história política.

Este fato político e histórico, levou as autoridades nioaquenses a adotarem 22


de maio como aniversários da cidade, porém sem nenhuma base de sustentação
oficial, legal, mas baseada nas tradições.

até 1957, não se comemorava nenhuma data festiva relativa ao Município


fundação ou emancipação política, os únicos festejos e os mais importantes eram os
da Padroeira da Paróquia e da Cidade de Nioaque, Santa Rita de Cássia.

Para brilhantar os festejos religiosos de Santa Rita, é que os idealizadores


introduziram nesta data a comemoração do aniversário da cidade de Nioaque
como um ato histórico e político. É bom que se diga, que esta comemoração não
apresentava uma definição clara quanto a sua intenção: alguns falavam em
fundação, outros em emancipação política administrativa, conforme registros em
atas e jornais da época.

Distrito - Em 24 de maio de 1877, através dos Decretos Provinciais nº. 5 e 506,


assinado pelo então Presidente da Província de Mato Grosso Hermes Ernesto da
Fonseca foi criado o Distrito de Nioaque. Nesta ocasião recebeu a denominação de
Levergeria.

Município – Levergeria (Nioaque) foi elevada à categoria de Município no dia


18 de Julho de 1890, sendo desmembrado do Município de Miranda, recebendo a
denominação de Vila de Levergeria, conforme Decreto Estadual nº 23, assinado
pelo então, 1º Governador do Estado de Mato Grosso, da República dos Estados
Unidos do Brasil, General Antônio Maria Coelho.

Documento extraído da Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro,


vol 13 – 1850 – paginas 315 a 335, titulo: “Itinerário de Joaquim Francisco Lopes
Encarregado de explorar a melhor via de comunicação entre a Provincia de São
Paulo e a de Mato Grosso, pelo Baixo Paraguai, em 1848. Cópia fotocopiada
fornecida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul,
presidência de Hidelbrando Campestrini. Transcrição, notas e comentários são da
minha autoria, Julho de 2004.

Segundo Dr. Demosthenes Martins, em carta enviada ao Sr.


Dario Pires Peixoto, então Prefeito Municipal de Nioaque, em
1966, Demosthenes Martins, assim escreveu a respeito da
Fundação de Nioaque:
Documento cedido por Dario Pires Peixoto, Nioaque, 1983.

“Campo Grande, 25 de Abril de 1966. Prezado amigo Prefeito


Dario Pires Peixoto, Quando do convite para assistir às
festividades do aniversário de Nioac que o calendário marca para
24 de maio, adverti ao prezado amigo de que já é tempo para
retificar-se esse equívoco, que indica 24 de maio como data da
Fundação da sua cidade. E como lhe prometi naquela ocasião,
aqui estão os elementos que informam a minha assertiva:

8 de abril de 1849, JOAQUIM FRANCISCO LOPES, (irmão do


GUIA LOPES, José Francisco Lopes) assenhorou-se das terras
entre o rio Nioac e um ribeirão que ele denominou de Urumbeba,
onde fincou dois esteios de piúva, nos quais gravou o ano de 1849
e as letras B. A. referente ao nome do Barão de Antonina (João
Machado da Silva), em honra a esse titular que era que lhe
subsidiava as suas investidas pelo Sul de Mato Grosso no
propósito de fundar posses para serem vendidas.

inserido na Revista do Instituto Histórico Geográfico, consoante


registra Episódios da formação Geográfica do Brasil, livro de
Mário Monteiro de Almeida, nas páginas 209 e seguintes e
respectivas notas.
O próprio nome dado a Povoação, que em 1850, Joaquim
Francisco Lopes iniciou, com a construção das primeiras casas foi
a de São João de Antonina, como escreveu Previsto Columbia, em
Homens Notáveis – O Sertanejo – Curitiba, 1870). O nome
Nioac, foi alterado para LEVERGERIA, pela lei provincial nº 506
de 24 de maio de 1877, que lhe atribuiu a categoria de Distrito de
Paz.

Aí, talvez esta a razão de ser de considerarem esse dia como


sendo o da fundação de Nioac. Veja o que registra a esse respeito
à ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS,
Publicação do I.B.G.E.

Portanto, meu caro Prefeito, retifique o equívoco em que nos


encontramos e para o que estão à mão os subsídios de publicações
merecedoras de todo o crédito. Há, ainda, o trabalho do
Jurisconsulto Astolfo de Rezende na questão de terras em que ele
foi advogado do Estado contra os herdeiros do Barão de
Antonina. É a publicação o Estado de Mato Grosso e as supostas
terras de Antonina.

Quando na divisão judicial da fazenda da “FORQUILHA”, em


que lutei durante 28 anos, como advogado dos seus posseiros,
examinei detidamente uma enormidade de documentos nos
arquivos de Cuiabá, Cáceres, Miranda e Nioac e fiz investigações
em leis e publicações referentes ao desbravamento do Sul de Mato
Grosso, eis que a posse da FORQUILHA, filiava-se ao seu
primeiro posseiro, Major João José Gomes, em casa de quem
Joaquim Francisco Lopes estivera em Janeiro de 1849. Sem mais,
com um abraço amigo, o Demosthenes Martins.

ANHUAC - Segundo Teodoro Sampaio “tirou da tribo Tapuia esta bela


denominação de formoso local, é corruptela do nome dado pelos Guaicurus,
alias mencionado nos antigos mapas portugueses, quando em exploração
destes sertões, Anhuac, que quer dizer Clavícula Quebrada”.
Teodoro Sampaio, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 1954.
Os argumentos desta carta, pelo que parece nunca se deu o seu devido
valor pelas autoridades públicas do município de Nioaque, mas a data
de 8 de abril de 1849, é a data da fundação da cidade de Nioaque.
OCUPAÇÃO, EXPLORAÇÃO, POVOAMENTO MATO GROSSO DO
SUL

POR QUE OS ESPANHÓIS FORAM OS PIONEIROS?


ALGUNS NOMES DE ESPANHÓIS SÃO CHAMADOS DE
EXPLORADORES
Aleixo Garcia– 1524 Considerado por muitos autores Sendo primeiro
homem branco que pisou em solo mato-grossense, após a descoberta do
Brasil em 1500
Álvarez Nuñez Cabeza de Vacca – 1526 Juan Ayolas – 1537
Nuflo Chaves – 1557 Juan Garay – 1567
Dom Ruy Diaz de Melgarejo – 1580 Às margens do rio Miranda
fundara um aldeamento indígena, denominado de Santiago de Xerez por
volta de 1580. Atacados pela maleita, conhecida como doença dos
pântanos e perseguido pelos índios Guaicurus, os Jesuítas resolveram
abandonar Miranda e fundaram às margens do rio Aquidauana a Nova
Santiago de Xerez, elevada a Bispado em 1643 e destruída em 1648 por
bandeirantes paulistas.
As Missões Jesuíticas Espanholas Em território Sul Mato-grossense
Regiões onde houveram Aldeamentos: Camapuã; Miranda e
Aquidauana; Amambai; Iguatemi e Sete Quedas
O fim dos aldeamentos foi motivado entre outras razões: Oposição
sofrida pelos jesuítas no domínio espanhol; Invasão seguida dos
bandeirantes
União das Coroas Ibéricas Portugal e Espanha No ano de 1580,

Alguns nomes de Bandeirantes


Nicolau Barreto Organizou uma bandeira, que em 1602, partindo do
Planalto de Piratininga, com incursões pelo interior do território mato-
grossense, destruindo possessões espanholas
Antônio Raposa Tavares Em 1648, Antônio Raposa Tavares, navegou
pelo rio Ivinhema e explorou as cabeceiras, os campos de Vacarias, o
planalto e a serra, a qual denominou de Maracaju. Lutou contra os
índios Guaicurus, grupos que habitavam aquela região com a criação
de gado, cavalos e porcos.
Pascoal Moreira Cabral e Antônio Pires de Campos 1718/1719
descoberta do ouro rio Coxipó Cuiabá
Surgem as monções. Em 1719, nasceu o termo Cuyabá e começa a
desenvolver o Arraial, muito embora, Villa Bella passa a ser Escolhida e
torna-se a primeira Capital da Capitania de Mato Grosso.
Madrid, 13 de janeiro de 1750 é assinado o Tratado O brasileiro
Alexandre de Gusmão, nascido em Santos, foi o principal autor do novo
tratado, o Tratado de Madrid, que se baseou no princípio do Uti
Possidetis. Segundo este princípio, o direito de posse da terra cabe ao
seu primeiro ocupante efetivo.
No dia 9 de maio de 1748 por Carta Regia foi criada a Capitania de
Mato Grosso, desmembrando-a de Capitania de São Paulo.
No dia 9 de maio de 1748 por Carta Regia foi criada a Capitania de
Mato Grosso, desmembrando-a de Capitania de São Paulo. Vila Bela foi
escolhida para ser a primeira Capital.
O primeiro Governador e Capitão General recaiu em Dom Antônio
Rolin de Moura Tavares, o futuro conde de Azambuja e 2º vice-rei do
Brasil, toma posse do cargo a 17 de janeiro de 1751, em Cuiabá.
O primeiro Governador e Capitão General recaiu em Dom Antônio
Rolin de Moura Tavares, o futuro conde de Azambuja e 2º vice-rei do
Brasil, toma posse do cargo a 17 de janeiro de 1751, em Cuiabá.
Povoamento no sul de Mato Grosso Século XVIII – 1701 – 1800
Povoamento no sul de Mato Grosso Século XVIII – 1701 – 1800
Varadouros presídios e fortins militares Sitiante criação de
gado monçoeiros, exploradores, aventureiros, tropeiros Dirigiam-se
para Cuiabá -ouro -
Redutos populacionais deste século XVIII
Camapuã - 1723 Forte de Coimbra – 13 de setembro de 1775
Albuquerque/Corumbá -21 de setembro de 1778 Presídio de Miranda –
16 de julho de 1778,
RIO MIRANDA Índios (Mondego E Mobotetey (marrecos)
1778, Leme do Prado lança os alicerces do Presídio, com a denominação
de Nossa Senhora do Carmo do o Mondego, por determinação do
Capitão-General as Capitanias de Mato Grosso e Cuiabá, Caetano
Pinto de Miranda Montenegro. Em 30 de maio de 1857 o povoado de
Miranda é elevado a categoria de Vila com a denominação de Miranda.
Amambai – Colônia Militar de Iguatemi Coxim - Os índios Caiapós em
1723
Povoamento em Mato Grosso do Sul Século XIX
No povoamento deste século pode ser destacada a influência de cinco
fatores: a) Estabelecimento de fazendas de criação de gado vacum e
cavalar; b) As guarnições ou Colônias Militares; c) Exploração da
Erva Mate nativa; d) Solo e água favorável ao desenvolvimento das
atividades de agricultura; e) Solo, pastagem nativa, água, topografia
favorável para o desenvolvimento de atividades de pecuária.

A INTRODUÇÃO da pecuária bovina proporcionou a ocupação, posse


e radicaçãodos bandeirantes do século XIX
Influencia Das famílias Lopes e Barbosas
NIOAQUE 8 DE ABRIL DE 1849 FUNDAÇÃO
DE COLONIA MILITAR MIRANDA 1860 FZ. MONJOLINHO 1844
FZ. URUMBEVA 1845
FZ. JARDIM DESBARRANCADO, ESTIVA 1858 FZ. FORQUILHA
1839
COLONIA MILITAR DE DOURADOS 1861
PERIODO GUERRA DO PARAGUAI 1864 – 1870 SUL DA
PROVÍNCIA DE MATO GROSSO (MATO GROSSO DO SUL)
Pós-guerra, 1874, definido os limites entre o Brasil e o Paraguai, na
região, oeste na região, hoje Bela Vista, Ponta Porã, Porto Murtinho,
Antônio João novas fazendas são instaladas. Destaca a empresa Mate
Laranjeira, que passa a explora a erva-mate na região de Ponta Porã.
Tomás Laranjeira, requereu terras no atual município de Bela Vista -
Fazenda Margarida e anos depois, 1892, já tendo como sócio os irmãos
Murtinhos, deu início a exportação da erva-mate, produzidas nas terras
arrendadas do Estado, pelo Porto que recebeu o nome de Murtinho, no
Rio Paraguai.
Ciclo ervateiro Porto Murtinho, Bela Vista, São Tomás, Nhú-Verá,
Campanário, Ponta Porã, Amambaí, Caracol, Margarida, Cabeceira do
Apa, Porto Feliz, Vista Alegre, Antônio João, Nioaque.
FASE REPUBLICANA 15 NOVEMBRO 1889
ORIGEM GUIA LOPES DA LAGUNA JARDIM
Por ocasião da construção e manutenção da rodovia ligando
Aquidauana a Porto Murtinho e a Bela Vista, a cargo da CER-3, do
Ministério da Guerra, acampou-se à margem direita do rio Miranda, em
terras da Fazenda Jardim, em princípios de 1937, a 1ª Companhia do 3º
Batalhão de Sapadores, sob o comando do então Capitão Teodorico de
Farias.
1942, parte do sul de Mato Grosso foi incorporado a Território Federal
de Ponta Porã, desmembrado de Mato Grosso; em 1946, reintegrado
CRIAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL 11 OUTUBRO
1977, Nioaque constitui um dos 55 municípios formadores do novo
Estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado de Mato Grosso.
ETIMOLOGIAS, LENDAS, EVOLUÇÃO DA PALAVRA NIOAQUE
A palavra Nioaque é de origem indígena derivada das palavras graficamente
escritas: ANHUAC, ANHOAC, ANIUAC, que significa na concepção das
termologias científicas: “Clavícula Quebrada” e procede da denominação
primitivamente dada ao Rio, do qual originou o nome da Cidade, hoje
Município.
ANIOAQUE - Originário da tribo Guaná, segundo Estevão de Mendonça,
que significa Clavícula Quebrada.
Estevão de Mendonça, Datas Mato-grossenses, 1973, vol. 1, p. 251.
ANHUAC - Segundo Teodoro Sampaio “tirou da tribo Tapuia esta bela
denominação de formoso local, é corruptela do nome dado pelos Guaicurus,
alias mencionado nos antigos mapas portugueses, quando em exploração
destes sertões, Anhuac, que quer dizer Clavícula Quebrada”.
Teodoro Sampaio, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 1954.
NHUAQUE - Palavra de origem da tribo Guarani. Junção de duas
palavras: NHU + AQUE = Campo de dormir; significando campo de
dormir, local onde se faziam paradas para descansar ou dormir de viagens ou
caçadas. Alguns documentos de origem paraguaia, os que tratam da Guerra
do Paraguai, apresentam a denominação NHUAQUE designando o local da
Povoação e do Rio.
Evolução Fonética e Gráfica da Palavra Nioaque nAnhoac nAnhoaque
nAniuac nAnioac nAnhuyac nAniuaque nAnhuaque nAnhuac nNhuaque
nNyuac nNioac nNioaque
Evolução Fonética e Gráfica da Palavra Nioaque correlações
morfológicas nAnhuac nAnhoac nAnhoaque nAniuac nAnioac nNioac
nNioaque
NIOAC, esta forma gráfica está registrada em Relatórios, manuscritos
de 1848/49, “... dahi caminharão por terra até o Nioac, galho de
Miranda...” São os documentos mais antigos encontrados e que
comprovam o uso desta grafia. Esta denominação Nioac foi dada ao
Rio.
Manuscritos dos Relatórios de 1848 e 1849 do Presidente da Província
de Mato Grosso, Joaquim José de Oliveira, p. 121, Arquivo Público do
Estado de Mato Grosso, CPA, Cuiabá, 1984.
Nioac está registra nos fatos históricos em três épocas diferentes:
Primeira, antes da invasão Guarani, na Guerra que a Tríplice Aliança
sustentara contra a República do Paraguai, a partir dos anos de 1847
até 24 de maio de 1877, Lei nº 506. Segunda, entre 7 de julho de 1883 a
18 de julho de 1890, Lei nº 612, até a criação do Município de
Levergéria (Nioaque), Decreto nº 23. Terceira, a partir de 26 de
outubro de 1892, em razão da lei nº 13, até aproximadamente o ano de
1938, quando sofre reforma ortográfica. Pesquisando em livros Atas e
Arquivos, contendo conteúdos manuscritos, a grafia Nioac é encontrada
até o ano de 1938. No entanto, alguns poucos já escreviam no ano de
1937 a forma gráfica atual Nioaque.
a) Anhuac; b) Anhoac; c) Anhoaque; d) Aniuac; e) Anioac, formas
gráficas cuja origem está ligada ao contexto primitivo, indígenas, dadas ao
Rio e esta evolução com diferentes formas de grafias, consiste na maneira
que se ouve, fala e escrevemos.
Na Língua Portuguesa, geralmente escrevemos as palavras através dos sons
e quando não se domina perfeitamente a pronúncia e a grafia da palavra,
acabam por escrevê-la com caracteres diferentes da palavra original,
principalmente no nosso estudo, por estarmos tratando de uma língua
indígena que não apresenta nada em comum com a latina. Com a presença
dos portugueses, sem falarmos do pioneirismo que coube aos espanhóis,
ouvindo-se a Língua e comunicando apenas através dos sons, aos poucos a
sua grafia foi sendo aportuguesada fonética e graficamente. Com o passar
das épocas, popularizando-se o nome, a pronúncia veio trazer mudanças
gráficas, onde se concluí que na tentativa de fazer a grafia através do
fono, pareça mais original escrever assim: NIOAC. Uma vez aceita e
oficializada esta forma de se escrever e pronunciar, esta acabara ao
longo de novas décadas sofrendo novas influências através das reformas
ortográficas na Língua Portuguesa, o que conduziu a palavra Nioac a
tomar outra estrutura gráfica, de acordo com a terminação do som.
Observe que a palavra N I O A C possui um som final de “QUE”,
onde se conclui que foi abolido a consoante “C” e acrescentado o
dígrafo “que”, correspondente ao som final da antiga forma gráfica
NioaC, para NioaQUE - NIOA + QUE = NIOAQUE.
Esta alteração gráfica também está de conformidade com as instruções
para organização do vocabulário da Língua Portuguesa, aprovado pela
Academia Brasileira de Letras, na seção de 12 de agosto de 1943, tendo
por base o vocábulo ortográfico da Língua Portuguesa da Academia das
Ciências de Lisboa, Edição de 1940
Conheça o trecho: “...divisando com os campos da fasenda de Antonio José
de Souza até encontra a coxilha que divisa as agôas do Rio Nioaque,
tributario do Mandego (Miranda)... Porto de Jaty des de abril de mil oito
centos e cincoenta”
Do Livro de Registros dos Títulos de Propriedades e Sujeita as Legitimações
pertencentes a este Município, de 1893/1894, Livro nº 14, folhas 9 verso a
20.
NIOAQUE – PALAVRA COMPLETA A palavra Nioaque é constituída
por sete letras – n i o a q u e. A palavra Nioaque é constituída somente
por duas consoantes - n q. A palavra Nioaque reúne as cinco vogais -
(a,e,i,o,u) n i o a q u e. Pelo pouco que conheço da nossa Língua
Pátria, a palavra Nioaque é a menor palavra que reúne as cinco vogais
com o menor numero de consoantes. Deste modo, é riqueza lingüística
para todos os Nioaquenses e sul-matogrossenses.
As lendárias Histórias: n1 Nioaque – na versão da tribo Guarani NHU +
AQUE nNioaque – na versão da Tribo Guaicuru ANHUAC nNioaque
– Na versão da tribo Guaná ANHOAC / ANHOAQUE nNioaque –
Na versão da Tribo Terena ANHU + YAC nNioaque – Lenda
Popular Satirizada NI + O + AQUE
Denominação a Cidade ou Povoado de Nioaque

A Primeira Denominação a Cidade ou Povoado de Nioaque


– SÃO JOÃO DE ANTONINA -

Topônimo atribuído por Joaquim Francisco Lopes, na ocasião da


fundação do Povoado de Nioaque.

Segundo Virgílio Corrêa Filho:

“... possuidor de latifúndios descomunais em Mato Grosso, o Barão de


Antonina, planejou ligá-los às suas propriedades no Paraná. Por sua ordem
sertanistas resolutos seguiram pelo Tibagi, Paranapanema, Paraná, Ivinhema,
Brilhante, onde fundaram o Porto de São José de Monte Alegre. Cruzaram
em seguida o divisor percorrido por um varadouro de cerca de nove léguas e
em sítios que se afigurou propício, abriram à margem do Nioaque, afluente
do Miranda, o núcleo denominado de São João de Antonina, que abrigaria
as embarcações destinadas a trafegar até Corumbá. Virgilio Correa Filho –
Terras do Barão – Barão de Antonina e seus Pretensos Latifúndios. S/d.
Atualmente território do Estado de Mato Grosso do Sul. Na Revista do
Instituto Histórico e Geográfico acrescenta: “... 1849, Joaquim Francisco
Lopes assenhorou-se das terras entre o ribeirão Urumbeva e o rio Nioaque,
onde fincou dois esteios de Piúva, o pontal do Nioaque com o Urumbeva,
gravando as inscrições “B” e “A” – Barão de Antonina”. Segundo Miguel
Ângelo Palermo. Do Livro NIOAQUE, Evolução Política e Revolução de
Mato Grosso, escrito pelo italiano radicado em Nioaque no século passado,
cuja primeira edição veio a lume no ano de 1892: Como se vê, esta via é toda
fluvial, menos em uma extensão de quinze a vinte léguas entre o ponto
chamado Sete Voltas e o rio Nioaque, onde as cargas deveriam ser
transportadas por terra; e tendo determinado os agentes do barão as
extremidades desta linha terrestre, o governo ordenou que se colocasse um
destacamento de vinte e cinco praças em cada uma, dando-se a estes pontos
os nomes de São João de Antonina e São José de Monte Alegre, nomes estes
que logo caíram em desuso, como caiu em desuso e foi abandonada essa via
fluvial interior pela franquia da navegação do Paraguai e pela morte
repentina do comandante do distrito de Miranda, Major João José Gomes, o
qual estava incumbido de dar andamento a esses trabalhos. Santa Rita de
Leverger – Santa Rita, destacada pelos moradores pioneiros, família dos
Barbosas e Lopes, como a Santa Protetora. Na ocasião da Constituição
Imperial, havia a fusão da Igreja Católica e do Estado, desmembramento que
ocorrerá, em 1891, com a Constituição Republicana. Todas as Localidades
recebiam o nome de uma devoção católica. Leverger, nesta época, 1853,
governava a Província de Mato Grosso, o Barão de Melgaço, Augusto João
Manoel Leverger ,o qual governou Mato Grosso por cinco vezes,
consagrando-se como um dos mais importantes administradores no regime
imperial. Semelhante aos dias de hoje, para homenagear alguma
personalidade do meio político atribui o seu nome a estabelecimentos
públicos, rodovias, cidades, ruas. Houve uma tentativa de homenagear
Leverger atribuindo seu nome ao povoado, associado ao da Santa Padroeira,
Rita de Cássia. A denominação de Leverger, não fixa, permanece em
desuso. Porém permanece a invocação de Santa Rita. Santa Rita do
Urumbeva – Santa Rita, a padroeira; Urumbeva, denominação do Rio,
afluente da margem direita do Nioaque. Foi da confluência do Urumbeva
com o Nioaque que possibilitou o aumento do volume das águas do Nioaque,
que daria melhor trânsito de navegação fluvial, por ocasião do itinerário –
varadouro – Brilhante Nioaque. Há de considerar-se também que Urumbeva
era o nome da Fazenda, e a confluência dos rios Nioaque e Urumbeva
estavam situados dentro da área da Fazenda. O nome Urumbeva também não
fixa, perece, permanece o de Santa Rita. Santa Rita do Anhuac – Santa Rita,
a protetora, Anhuac, nome primitivo do rio Nioaque. Rio Anhuac foi o
balizador para a integração fluvial entre as Bacias Hidrográficas do Paraná e
Paraguai pela região Sul do Mato Grosso – tendo como interligadores, os
Rios Brilhante e Nioaque. Este pode ser considerado o topônimo que
assegurou o batismo do povoado, mas chamado de Nioac e não Anhuac,
sobre a proteção de Santa Rita. Em 1854, chegou definitivamente o
destacamento Militar, aquartelando-se nas imediações do local onde
encontramos a Escola Estadual Odete Ignêz Resstel Villas Bôas. A mudança
de Nioac para Levergeria, 1877. A primeira decisão governamental a favor
de Nioaque foi tomada em 1877, quando o Povoado foi elevado à categoria
de Freguesia – Termo eclesiástico – que lhe conferia o título de Paróquia ,
Distrito de Paz, Distrito Policial, Posto de Correio. Fora o primeiro Distrito
do município de Miranda; esta decisão foi um passo político que contribuiu
enormemente para se chegar à emancipação.
Altera a denominação da Cidade e Distrito de Freguesia de Santa Rita
de Levergeria para Freguesia de Santa Rita de Nioac, 1883

No entanto, no ano de 1883, através da Lei[1] n.º 612, assinada pelo


Barão de Batovy altera o nome da Freguesia de “Levergeria” e lhe
devolve o nome original, “Nioac”, eis o que diz o artigo seguinte: Cópia
do original cedida pelo Arquivo Público de Mato Grosso. Artigo 1.º - “A
Freguesia de Levergeria creada pela Lei Provincial n.º 506 de 24 de
Maio de 1877 se denominará de ora em diante de – Freguesia de Santa
Rita de Nioac”. A Criação do Município de Nioaque e mudança na
denominação de Nioac para Levergeria, 1890. Na seqüência, a íntegra
do Decreto n.º 23, que concedeu a Nioaque o título de “Município” e a
cidade a categoria de Vila e altera novamente a denominação de “Nioac”
para “Levergeria”, em homenagem ao Barão de Melgaço – Augusto
Leverger, pelos seus relevantes serviços prestados a Mato Grosso:
historiador, geógrafo, presidente.

“Decreto n.º 23"

O General de Divisão Antonio Maria Coêlho, Governador do Estado de


Matto-Grosso, por acclamação do Povo e nomeação do Governo
Provisorio dos Estados Unidos do Brasil, usando da atribuição que lhe
confere o § 1.º do Artigo 2.º do Decreto n.º 07 de 20 de Setembro de 1889
– Decreta:

Artigo 1.º - Fica elevada a cathegoria de Villa, constituindo termo unido


á Comarca de Miranda e Municipio proprio a Freguezia de Levergeria.

Artigo 2.º - Ficão alterados os limites que a mesma freguezia marcou a


Lei 506 de 1877 para os seguintes:

Numa recta que partindo da confluencia do rio Miranda e Nioac, vá ter


ao morro azul á margem esquerda do Aquidauana, margem esquerda
desde alta a sua mais alta origem no logar denominado Pontinha, na
estrada de Camapoã e da Pontinha outra recta que vá ter as cabeceiras
do rio Sanguessuga e pela margem direita deste até sua fóz no rio
Paraná e pela margem direita do Paraná até Iguatemy, seguindo-se a
linha da fronteira até o marco das cabeceiras do rio Apa, margem
esquerda deste até o rio Pedra de Cal e por este acima até suas
cabeceiras e dahi as do ribeirão Prata até a sua confluencia no rio
Miranda e margem direita desde até a fóz do Nioac.

Artigo 3.º - Revogam-se as seguintes disposições em contrario.

Palacio do Governo do Estado de Matto-Grosso,

Em Cuyabá, 18 de Julho de 1890.

Antonio Maria Coelho”.

Alteração da denominação de Levergeria para Nioac

No ano de 1892, através da Lei Estadual n.º 13, o Doutor Manoel José
Murtinho, Presidente do Estado de Mato Grosso, devolve a
denominação primitiva à cidade de Nioaque: de “Levergeria para Nioac
“Artigo único – A Villa de Levergeria e a Freguesia de S. José de
Herculanea,n’este Estado, passarão de ora em diante a ter as mesmas
denominações originais de Villa de Nioac e Freguesia do Coxim,
revogando as disposições em contrario...

Cuyaba 26 de outubro de 1892”

Extensão do Município de Nioaque, Decreto n.º 23 de 18 de Julho de


1890

A extensão do Município de Nioaque no ato da sua criação, possuía uma


extensão territorial não inferior a 200.000 Km². Para que se possa ter uma
visão mais concreta, o mapa do atual Estado de Mato Grosso do Sul, com
os seus 78 Municípios, onde se pode demonstrar a abrangência
administrativa do Município durante o século XIX. Esta dimensão lhe foi
conferida através do Decreto n.º 23 de 18 de Julho de 1890.

Resolução 225:

“RESOLUÇÃO N.º 225 de 26 de Agosto de 1899, eleva á Cathegoria


de Villa a Parochia de Campo Grande."

O Coronel Antônio Pedro de Barros, Presidente do Estado de Matto-Grosso.

Faço saber os seus habitantes que a Assembléa Legislativa decretou e eu


sancionei a seguinte Resolução:

Artigo 1.º - É elevada a Cathegoria de Villa a Parochia de Campo Grande,


constituindo em Municipio da Comarca de Nioac.

Artigo 2.º- Revogam-se as disposições em contrario.

Mando, portanto, a todas autoridades a quem o conhecimento e execução da


referida Resolução pertencer que a cumpram e façam cumprir fielmente.

O Secretario do Governo a faça imprimir, publicar e correr.

Palacio do Governo em Cuyabá, 26 de Agosto de 1899, um decimo da


Republica.

Antônio Pedro Alves de Barros.

Foi sellada e publicada a presente Resolução n’esta data”.

A Criação dos Distritos de Bela Vista e Ponta Porã

De acordo com a Resolução n.º 255 de 10 de Abril de 1900, assinada pelo


Presidente do Estado de Mato Grosso, Coronel João Paes de Barros, foram
criados os Distritos de Paz de Bela Vista e Ponta Porã e as respectivas
Paróquias, no Município de Nioaque.

1908 – Desmembramento de Bela Vista

1928 – Desmembramento de Maraju

1953 – Desmembramento de Guia Lopes da Laguna

A CERTIDÃO QUE ATESTA A FUNDAÇÃO

Nos textos acima transcrevemos todas as fontes bibliográficas que tratam sobre a fundação da cidade de Nioaque.
1849, quanto trata sobre a fundação, no dia 8 de Abril de 1849.

“ITINERARIO

DE

JOAQUIM FRANCISCO L
Encarregado de explorar a melhor via de communicação entre a Provincia de S. Paulo e a de Matto-Grosso pelo Ba

1. A Sétima Expedição ou Entrada. Joaquim Francisco Lopes realizou diversas Expedições oficial seguindo sempre
exploradoras empreendidas para descobrir uma via de comunicação entre o Porto e Vila Antonina e o Baixo Paragu
Porto Feliz e Cuiabá, 1845. A segunda Entrada, em 1846, explorando a região do rio Tibagi. A terceira Entrada, 18
dos afluentes da margem esquerda do rio Paraná, Tibagi e Paranapanema. A quinta Entrada, 1847, exploração da r
objetivo principal foi o de descobrir um transito fluvial, embarcando no rio Tibagi para se chegar na então Província d
Nesta viagem, Joaquim Francisco Lopes fizera o reconhecimento de todas as terras no alto e embaixo da serra de M
Inácio e Francisco Gonçalves, como atesta o texto “Orio Avinheima (ou tres Barras) tem a sua origem na serra de M
pelos nomes de Vaccaria, Brilhante, Santa Maria e Dourados e fazem contravertentes com os rio Branco, Mondego
importantissima para o levantamento topográfico e fluvial entre o alto e baixo da serra de Maracajú tendo como refer
Paraguai, passando pelas terras que mais tarde dariam origem à fundação de Nioaque. Mas este é o assunto da sé
Antonina. – Havendo-se V. Ex, dignado de encarregar-me de ir fazer a setima exploração por conta do governo para
Provincia de Matto-Grosso pelo Baixo Paraguay, tenho a honra e a satisfação de poder certificar a V. Ex. Por ver co
licença para lhe fazer uma rapida e succinta explicação da minha viagem, para que d'ella se depreenda o pouco que

2. Inicio da Sétima Entrada – Rumo a Fundação de Nioaque. Dia 3 de Agosto de 1848 foi o inicio da Sétima Entrada
Paranapanema e este do Paraná, hoje em território do Estado do Paraná, com uma comitiva de 19 pessoas, distribu
Comerciantes.“Depois de haver recebido de V. Ex as instrucções que a este respeito se dignou dar-me a 3 de Agost
Conconhas. Esta expedição cujo commando me estava confiado compunha-se de nove pessoas e de um interprete
Gonçalves Barboza, Paulo Rodrigues Soares e José Maria de Miranda, Moradores d'aquella provincia de Matto-Gro
negociante Antonio Felippe com seus camaradas ou homens de comitiva, e que perfazia ao todo dezenove pessoas

3. A partida e algumas dificuldades – de Congonhas ao Paraná. Destaca os problemas de navegação pelos rios pelo
Mato-grossense, Francisco, Paulo e José partem na frente, deixando Joaquim Francisco Lopes cumprindo parte da
antiga missão jesuítica do século XVII. Debaixo de um céo benigno e ao aspecto de uma natureza magnifica e enca
ribeirão das Conconhas, até irmos dar ao rio Tibagi; e depois de seguir este até a sua foz, sahimos no Paranapanem
esgotados, e ter-nos sido preciso abrir alguns canaes, dos quaes os mais baixos são os das Sete Ilhas e os baixios
Jesuitas, e abandonada no anno de 1631. N'este mesmo dia percebemos que além do Paranapanema, cousa de du
abriamos, e mostravam ser de taquarys e arvores, e não de campos. Conjecturo que este fogo fôra lançado pelos in
felismente por canaes, travessões e baixios, até chegarmos á cachoeira das Laranjeiras, em cujo canal grande apen
custo pelas ondas que as aguas faziam por se acharem represadas n'este logar. Depois de transportada as canoa
pouso no mesmo lugar em que haviamos antecedentemente pernoitado com o Sr. Luiz Pereira de Campos Vergueir
percorrendo alquiles lagares, uma pessoa da comitiva achou uma colossal panela de barro cozido, com dez e meio
muito desempenada e regular no diametro, tinha apenas o fundo arruinado. Ao amanhecer do imediato dia continua
defronte á sua embocadura no Paranapanema, com a resolução de ahi fazer estanciar as cargas, afim de ir dar prin
de demorar-me, os companheiros de viagem Francisco Gonçalves Barboza, Paulo Rodrigues Soares e José Maria d
dezejosos de chegarem a suas moradas, que ainda assim distavam d'aqui cincoenta e sete legoas no rio Vaccaria. D
Senhora de Loreto abandonada pelos Jesuitas em 1631, e subindo pelo rio Pirapó, e encontrando com baixios e cor
mattos firmes proprios para cultura, boas madeiras, e abundancia de fructas silvestres, como laranja azedas, sem ve
segundo algumas memorias deve estar situada neste rio, meia legoa acima da sua embocadura no Paranapanema.
passagem a váo”.

4. Do Paraná ao Ivinhema, a entrada pelo território mato-grossense e o encontro com os índios Caiuás. Deixando a
adentram ao território mato-grossense, através dos rios da margem direita, entre eles o Ivinhema. Este caminho já e
encontro com os índios Caiuás é feita na base da troca de presentes, procedimento costumeiro desde os tempos do
as instruções para o abordamento no tratamento com os indígenas encontrados pelos caminhos, além dos presente
autoridades do Império e da Província quanto ao abandono, o descaso que muitas populações indígenas se encontr
comportamento de beijar a mão, herança dos seus antepassados catequizados em aldeamentos, cuja pratica de bei
Pernoitam entre eles, comem dos seus alimentos, milho assado, paca assada, cará, tingas, etc. Faz referência intere
mandioca, abóboras, batatas, amendoins, jucutupé, caras, tingas, fumo, algodão. Faz uma descrição geral sobre se
“No dia 12 regressei com chuva e continuei minha viagem; e encontrando alguns baixios, cheguei a 16 no rio Paran
pouso no bracinho dos Kagados, D’aqui continuei a examina-lo até desaguar no Ivinheima, por onde fui subindo até
um rancho e palhas de milho verde, pelo que julguei ser pouso de indios, que ali andvam pescndo, como indicavam
onde eu na antecedente viagem havia encontrado muitos indios Cayuas, de nação Guarany, soltei em terra com o li
Libanio, que vinha acompanhado de mais quatro indios, os quaes cumprimentei em lingua guarany e offereci as ferr
chegaram as canoas da minha comitiva, o que percebi pelo estrondo dos tiros; bem como chegaram outros muitos in
presentear. Compenetrado da eficacia de um bom tratamento prodigalisado a estes pacificos filhos das florestas, eu
de empregar sempre o meio da persuação e da brandura para com elles, por ser este o único meio de os chamar á
confiança, buscando beijar-me a mão, o que attribui a costume herdado dos jesuitas, porque é muito provavel fossem
posteriormente contra elles se perpetraram os tornou a lançar n’esta vida uma abnegação selvagem, de que urge ao
Este indio é de proporções atlethicas, alto, reforçado e de uma physionomia insinuante, respirando nas maneiras fra
mandasse formar a sua gente em cordão e que estendessem as mãos direitas, sobre as quaes eu fui repartindo os
aos outros e mostrando a maior circumspecção, agradeciam á sua moda, e se mostravam muito contentes. Ao cac
Ex, quando commandante superior da guarda nacional, e com cujos presentes elle se mostrou muito satisfeito, a po
acalmarem um pouco estas impressões, disse-lhe por meio do linguará, que havia um grubixá que era tão protector
aldeado e dando vestimentas, com que elles estavam satisfeitos e reunidos. Que era elle quem lhes mandava aque
estimasse. Pelas subsequentes perguntas que lhe fui fazendo, deprehendi que este cacique, de cujas boas disposiç
colher grandes vantagens para a cathequese; elle tinha vindo muito criança do lado do Paraguay, confundindo-se as
sua mulher elle chamava em máo portuguez mesclado de hespanhol D. Maria Roza do Rozario. Segundo as propr
das suas ordens mais de sete caciques, e elle me disse que sua gente era tanta como terra, o que dizia tomando pu
aqui. Uma rede de embira me foi offerecida para descançar; bem como era presenteado a cada passo por elles, com
recebido e mesmo por cutella, e ao amanhecer do dia 23 soube por intermedio do linguará com o cacique que Franc
se achavam pescando, e os levaram para ajudar a pescar na canoa, por cujo trabalho lhes dariam roupa e ferramen
indios. – F. Barboza. N’isso chegou o cacique acompanhado de outras muitas indias, que eu recebi com presentes,
aqui as indias. Pelo caminho, em distancia de duas legoas encontrava familias que sabendo da minha chegada vinh
effeito fui repartindo. Chegamos em fim ao aldeamento, impropriamente assim chamado, porque as casas acham-
cobertos de folhas de jerivá[. A aldêa é colocada entre as suas roças ou lavouras, que abundam especialmente em
tudo é plantado em ordem; e toda época é propria para a sementeira, porque vi milho a nascer, a emborrachar e a c
cacimbas. Incessantemente concorriam indios a visitar-me, aos quaes eu presenteava; e não obstante as distancias
os moços e crianças, que tudo orçava para mais de duzentas cabeças. O vestuario e trage d’estes indios Cayuaz, é
de Faxina. Armado de Virotes, flexas e porretes, trazem em geral o beiço inferior furado, onde metem um botoque
talhadas proporções physicas. As mulheres occupam-se em fiar algodão para os vestuarios, torcem cordas de emb
adornam a cintura de seus maridos ou irmãos, e o punho do braço onde bate a corda do arco, fazem também redes
outras bijuterias, que ellas lançam ao pescoço e a que dão muito apreço. As informações mais que pude colher fora
Iguatemi junto á serra de Maracajú; que tem d’aqui um caminho por terra que vai ao Paraná, ao qual se deve seguir
capinzais, e que d’aqui em quatro dias se sahe n’uma grande agua, ms que encontrando por ahi os indios cavaleiros
criam nem cães, nem galinhas; perguntando o motivo, responderam que o latido d’aqueles e o canto do gallo guiaria
de minha comitiva com os piazes ou indios pequenos, dançassem um sapateado á moda de Coritiba, que os indios
obsequio que á sua moda elles não podigalizassem, e não foi sem emoção, e com promessa de nos tornarmos a ve
podia dispôr, mesmo de minhas provisões e utensilios, como machados, enxós, goivas, etc, e não convinha expôr-m
offende a sua susceptibilidade, quando não são tratados e brindados igualmente. Caçando, pescando e mellando pr
qual vimos perdizes, e a 29 chegamos á foz do rio Vaccaria.”

5. No rio Vacaria, o assassinato de Francisco Gonçalves Barbosa e outros pelos por três índios. Depois de uma esta
radicados, Francisco, Paulo e José Maria, um acontecimento trágico abalou a expedição, foi o assassinato dos três
da serra de Maracaju, no rio Vacaria e Brilhante. Com a morte dos três, houve além do abatimento de Joaquim e com
autoridade policial competente, que nesta época, ficava na Vila de Miranda, hoje cidade e Município de Miranda. “D
estragados pelos fogos, que por um e outro lado elles tem lançado. No dia 29 subimos pelo Vaccaria, e estando a a
me dirigi, e um espetaculo de tremenda angustia se me antolhou; os cadaveres de meus companheiros Francisco G
em estado de putrefacção. O terror e a magoa que senti em presença d”esta scena não a posso descrever. Algum
tinha sido roubado pelos tres indios autores d’este cruel assassinato, á excepção de quatorze sacas de sal, que tinh
seus corpos sepultei, colocando-lhes em cima uma cruz. No dia 1º de Dezembro seguimos pelo Vaccaria que ia mui
da morte de seu marido, que a deixou na consternação que póde imaginar-se. No dia 7 seguiram as canoas para o p
Barbosa, que se esmerou em obsequiar-me; e depois d’isso parti em direcção a Miranda, tendo alugado sufficientes
serviram para isto, e para comprar do preciso municio que gastava com minha escolta, conforme consta da conta p

6. Do rio Vacaria ao Miranda, à Vila de Miranda, 1849 N’isto entrou o presente anno de 1849. A 2 de Janeiro continu
fazer uma correria nas matas do Iguatemi, nas margens do Paraná. O fim d’estas correrias é captivar outros, que s
de administrados. Um d’estes indios com quem entrei em conversação portugueza me ministrou dados e informaçõ
Ignacio, da qual há ainda vestigios nas vizinhanças dos rios Amambahy-guassú e Escupli. No dia 6 cheguei a Miran
de corpo de delicto nas cabeças dos infelizes assassinados, depois do que tiveram decente enterro com um acomp

7. De volta da Vila de Miranda a região do rio Vacaria. Caracteriza pela exploração dos rios que nascem na escarpa
Este último, o Brilhante tem sua nascente não muito longe da nascente do Nioaque, também na serra de Maracaju,
tentativa de Joaquim e comitiva de localizar no sul do atual Estado de Mato Grosso do Sul, o caminho das antigas m
nos séculos XVI e XVII, onde eram aldeados milhares de índios. Destaca ainda o seu principal objetivo nesta sétima
das aguas do Paraná para as aguas do Paraguay." Oferece um dado histórico interessante sobre os nomes de orige
apresentada por Helio Serejo no Livro Nioaque um pouco da sua História, significa “Marrecos” “A 12 voltei para o Va
Boa Vista, residencia do Senhor Barboza, onde tambem chegaram a 21 os meus cargueiros e comitiva; sendo preci
explorações em diversos pontos. No dia 12 de Fevereiro parti da Casa do Sr. Antonio Gonçalves Barboza na diligen
por elle todas as indagações até as faldas d serra, e depois passei a fazer iguaes exames no rio Santa Maria até a m
Mondego ou Miranda, e por isso foi preciso navega-lo; e ultimamente passei a fazer iguaes indagações no rio dos D
navegação, vai fazer contravertente com o rio Appa que desagoa no rio Paraguay, onde há dous fortes dos Paragua
Produ
Histo
Dalm
conhe
morou
Odete
cidad
Escol
entrar

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pela terra é muito mais que a conquista de um pedaço de chão, é uma luta pela recriação
de sua condição de classe, em busca da inclusão social, e pelo pleno exercício da
cidadania. Padroeira do Brasil: criado em 1984 pelo governo estadual (TERRASUL),
localizado no município de Nioaque, área de 2.500 hectares. O projeto de assentamento
Padroeira do Brasil foi conseqüência da luta e ocupação de terra ocorrida em 28/04/84,
na fazenda Santa Idalina, em Ivinhema, que através de ato oficial foram despejados da
terra, sob guarnição da polícia. Com o despejo, as famílias desabrigadas foram
acolhidas pelo bispo Don Teodardo da Diocese da cidade de Dourados-MS, ficando
instalados por curto período na Vila São Pedro. Após 90 dias de negociação, o governo
do estado da época Wilson Barbosa Martins comprou uma área de aproximadamente
2.500 hectares no município de Nioaque, assentando cerca de 480 famílias. Nesta época
as famílias eram coordenadas por lideres quais destaca-se Valdir Onório Pereira, João
Luiz de Lima e Valdeci Ferreira dos Reis. As famílias ali assentada estavam em
caráter provisório, mas com grande esperança de construírem suas vidas, com base na
agricultura familiar, sendo que as famílias receberam seus lotes de 05 a 10 hectares,
dando início a uma grande trajetória de luta e conquista. Passado cerca de 2 anos, 150
famílias foram encaminhada para um novo assentamento denominado Monjolinho, no
município de Anastácio, motivado ao fato dos lotes doados pelo governo no P.A
Padroeira do Brasil não serem suficiente para desenvolvimento dos trabalhos, sendo que
no Monjolinho cada família pegaria cerca de 25 hectares para usufruto. Mais uma vez
passado 5 anos, 60 famílias foram conduzida para P.A São Manoel no município de
Anastácio. Com a retirada das famílias, as que ficaram aumentaram seus loteamentos.
Com a formação legalizada das famílias assentada, estas foram através de seus lideres
buscando formar melhor o lugar de morada, começando pela criação do sindicato, e
politicamente buscando seu espaço através da criação do Partido dos Trabalhadores de
Nioaque, elegendo seu Líder Valdeci Ferreira dos Reis ao cargo de legislador do
município no ano de 2001.

Hoje a Colônia Padroeira do Brasil conta com uma infra-estrutura que garante o bem
estar dos assentados na área de educação, saúde, esporte e lazer. Há também
Associações que buscam junto aos poderes benefício que venham atender os anseios
dos assentados, bem como o cooperativismo que uni as famílias através dos trabalhos
solidários.

São inúmeros os relatos da trajetória deste povo, sendo enfatizado na maioria das vezes
o sofrimento com a chegada em Nioaque, onde tiveram que se instalar a baixo de
barracas de lonas, sem estradas, sem água, e que nem por isso desanimaram ou
desistiram de lutar pelos seus ideais. Nesse mesmo tempo, Valdeci Ferreira dos Reis,
que esteve à frente dos trabalhos, compôs muitas músicas, onde relata toda a trajetória
do povo que saiu em busca de seu pedaço de chão, e juntamente com seu amigo
Antonio Baroni Rocha cantavam nas noites para o povo.

“É com muita alegria que hoje após 26 anos de trabalho, vejo que valeu a pena todo
sofrimento, toda luta, toda coragem em prol ao desenvolvimento da Colônia Padroeira
do Brasil, muitos não estão mais aqui para contar a História, outros deram suas vidas
para que os que ficaram pudessem usufruir os dias melhores. Em vista do que
encontramos quando aqui chegamos, hoje estamos no paraíso, foram muitas as lutas e
batalhas, mas podemos afirmar “valeu a pena” Valdeci”.

Cursos Localizados
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
15 a 18/06/2010 PROCESSAMENTO CASEIRO DO MILHO
Total:1 Exibindo: 1 até 1

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR - foi criado pela Lei 8.315 de 23
de dezembro de 1991, nos termos do Artigo 62 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, onde previa sua criação nos moldes do SENAI e SENAC
e regulamentado pelo Decreto nº 566, de 10 de junho de 1992. É uma Instituição
de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à
Confederação Nacional da Agricultura-CNA e dirigida por um Conselho Deliberativo,
de composição tripartite e paritária, por ser composto por representantes do
governo, da classe patronal rural e da classe trabalhadora, com igual número de
conselheiros.

Este Conselho Deliberativo exerce a direção superior e a normatização das


atividades do SENAR, no que se refere ao planejamento, estabelecimento de
diretrizes, organização, controle e avaliação de toda a instituição. Foi ele que
aprovou o Regimento Interno, no qual constam o detalhamento do Regulamento do
SENAR, a estrutura organizacional e a função dos órgãos que a compõe.É
constituìdo também por um Conselho Fiscal, responsável pela fiscalização de toda a
parte financeira e orçamentária da instituição, por uma Administração Central, que
executa a administração da instituição, com sede em Brasília, e 27 Administrações
Regionais, sendo estas, órgãos de execução das ações de Formação Profissional
Rural e Promoção Social, descentralizadas, vinculadas às respectivas Federações da
Agricultura.

O SENAR baseia suas ações em princípios e diretrizes estabelecidas pela


Organização Internacional do Trabalho - OIT, nas políticas do Centro
Interamericano de Investigação e Documentação sobre Formação Profissional-
CINTERFOR, formuladas durante reuniões de comissões técnicas, nas políticas dos
Ministérios do Trabalho e da Agricultura e nas diretrizes emanadas da CNA e suas
Federações vinculadas.

O objetivo do SENAR é organizar, administrar e executar, em todo território


nacional, a Formação Profissional Rural (FPR) e a Promoção Social (PS) de jovens e
adultos, homens e mulheres que exerçam atividades no meio rural.

As ações do SENAR são organizadas e desenvolvidas de forma sistematizada,


seguindo um processo de planejamento, execução, acompanhamento, avaliação e
controle. São ações educativas, que visam o desenvolvimento do Homem rural,
como cidadão e como trabalhador, numa perspectiva de crescimento e bem-estar
social. Para isso, o SENAR conta com equipe técnica, multidisciplinar, responsável
pela condução dos trabalhos e com equipe de instrutores, previamente preparados
em uma metodologia de ensino ideal para repassar seus conhecimentos técnicos ao
trabalhador e produtor rural.
Ao fim de cada programação de Formação Profissional Rural ou Promoção Social
realizada pelo SENAR, são entregues certificados aos participantes que tenham
obtido desempenho satisfatório durante a ação e/ou frenqüência mínima exigida
pela instituição. Sendo de grande importância para a unificação das ações do
SENAR nos Estados, os certificados são documentos que comprovam o bom
desempenho do trabalhor no exercício de sua ocupação, e o padrão de qualidade da
instituição, que se compromete em formar profissionais aptos, capazes de
desenvolver com eficiência suas atividades.

"Formando e Promovendo o Homem do Campo". Este é o princípio metodológico do


SENAR, que enfatiza a necessidade de atuação através de um processo de ensino
onde a atividade prática se torna de vital importância à aprendizagem. Para isto, os
locais escolhidos para a execução das ações sempre estão relacionados a uma
situação real de trabalho, onde os treinandos participam ativamente das ações e
assimilam com maior rapidez o que lhes é repassado, já que a aprendizagem é
adquirida daquilo que as pessoas vêem, escutam, discutem e, principalmente,
praticam.

NEGÓCIO

Educação, informação e conhecimento em agronegócio.

MISSÃO

Promover a educação, a informação e o conhecimento em agronegócio à


comunidade rural de Mato Grosso do Sul, com inovação e competência,
contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado.

VISÃO
PARA
2010

Ser uma instituição de referência em educação profissional para a comunidade


rural que promova a inovação do conhecimento e tecnologias, atendendo as
necessidades dos diversos setores do agronegócio de Mato Grosso do Sul.

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