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Acácio Silvestre
INTRODUÇÃO
O primeiro a pisar em terras que hoje fazem parte das Minas Gerais foi Sebastião
Fernandes Tourinho, donatário da Capitania de Porto Seguro, que em 1573, subiu o Rio
Doce e entrou no Jequitinhonha. No ano seguinte vieram Antônio Dias Adorno, português,
que efetuou expedições pela região, e Marcos Azevedo, que buscava a lagoa Vupabuçu.
Antônio Rodrigues de Arzão, paulista, foi o primeiro a descobrir vestígios de ouro no rio
Casca, bacia do Rio Doce. Nesta época, devido às expedições para capturar e escravizar
indígenas, muitos povoados já haviam se formado ao longo dos caminhos entre São Paulo
e a região onde, agora, se buscava ouro. Continuando a tarefa de Fernão Dias Paes, após
ter sido perdoado pelo Governador Artur de Sá Menezes por um crime e retornado de seu
refúgio nas matas, entre os índios, Manuel de Borba Gato comunicou oficialmente a
existência de ouro no Rio das Velhas, onde começava a imperar a desordem, pois todo tipo
de facínora impunha as leis a seu arbítrio. Além disso, Artur de Sá logo retirou-se para São
Paulo deixando uma jurisdição Cível e Criminal na figura de Domingos da Silva Bueno,
Guarda Mor das repartições das Terras e Datas Minerais. A ausência de governo fez
aumentar a desordem culminando com a disputa entre reinóis e gente proveniente de outras
capitanias contra os paulistas descobridores do ouro, o que resultou na Guerra dos
Emboabas (1707-1709). Em consequência dessa disputa, a Coroa Portuguesa criou, pela
Carta Régia de 23 de novembro de 1709, a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. O
primeiro Governador, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, que ficou incumbido da
árdua missão de pacificar a região, estabeleceu as primeiras vilas da região, dentre as
quais, em 1713, São João Del Rei. Em 1714, Minas foi dividida em três comarcas, sendo a
terceira, a Comarca do Rio Das Mortes, cuja cabeça era a Vila de São João Del Rei, cujas
primeiras fixações populacionais iniciaram-se por volta de 1700 quando, Tomé Portes
del-Rei, paulista de Taubaté, tendo encontrado importantes jazidas auríferas e repartido
entre seus conterrâneos estabeleceu acampamento no arraial de Santo Antônio e, nos anos
seguintes o arraial novo de Nossa Senhora do Pilar. Além de São João Del Rei, a comarca
compreendia os termos de Jacuí, Baependi, Campanha, Barbacena, Queluz (Conselheiro
Lafaiete), Oliveira, São José do Rio das Mortes (Tiradentes) e Tamanduá. Fazia divisa Ao
Norte com a Comarca do Rio das Velhas, a Leste com a comarca de Vila Rica (Ouro Preto)
a Oeste com as capitanias de Goiás e São Paulo e ao Sul com as capitanias de São Paulo
e Rio de Janeiro. A Comarca do Rio das Mortes abrangeu, por 80 anos, todo o Sul de
Minas. Existiu até 8 de abril de 1892 quando foi sucedida pela Comarca de São João Del
Rei.
A extensão da Vila de São João Del Rei abrangia grande porção do território do
Bispado de São Paulo, que se dividia com o Bispado de Mariana na altura do Rio Sapucaí,
perto do Rio Grande. Por isso, freguesias como Jacuí, Rio Pardo, Cabo Verde,
Camanducaia e Sapucaí estavam subordinadas eclesiásticamente àquele Bispado. Dentro
da Vila, encontram-se as capelas filiais Irmandade da Ordem Terceira do Carmo e
Irmandade da Ordem Terceira de São Francisco, entre outras. Espalhadas pelo território da
Comarca encontram-se as capelas sucursais, providas de sacerdotes para ministrar o pasto
espiritual aos seus aplicados. Conforme designação do Bispo de Mariana, entre outras,
destacam-se as seguintes capelas curadas: Santo Antônio do Rio das Mortes; NS de
Nazareth; NS da Piedade; São Miguel do Cajuru e São Francisco da Onça, às quais
juntou-se posteriormente São Tiago de Santa Ana. Entre essas, encontram-se ainda
ermidas nas quais os povos se congregam a ouvir missas, casamentos e batismos. Para
providenciar os conteúdos eclesiásticos aos povos dos termos da Vila, assim como da
Comarca, estabeleceu-se um vigário forâneo, ou da Vara, com os oficiais competentes. No
território da Comarca, compreendem-se as seguintes vilas e freguesias: Santo Antônio da
Vila de São José (atual Tiradentes), NS da Conceição da real vila de Queluz e as de seu
termo, São Bento da vila de Tamanduá e as de seu termo, Santo Antônio do Rio Verde vila
da Campanha da Princesa e as de seu termo, NS da Piedade da Borda do Campo vila de
Barbacena e as de seu termo, São Pedro de Alcântara vila do Jacuí e NS de Montserrat vila
de Baependi e as de seu termo.
Recebi o santo óleo do Sagrado Batismo no Santuário de São Judas Tadeu, no Jabaquara, São
Paulo, no dia 17 de novembro de 1968. Dia de Santa Isabel da Hungria. Bem apropriado, porque ela é a
mãe dos pobres. O responsável por meu batismo foi o Padre Mauro Paulo Jungklaus, um catarinense de
Baruí, que havia sido pároco em São Vicente Ferrer-MG. Essa foi uma das poucas vezes que entrei em
uma igreja e o batismo foi o único sacramento que recebi. Meus padrinhos foram Alexandre de Carvalho
Ribeiro, tio de minha mãe, e sua esposa Edel Penteado Ribeiro. Eu os vi algumas poucas vezes na
infância, depois sumiram. Após muitos anos, tio Alexandre reapareceu, pouco antes de morrer em 2016.
Errante, parecia não estar em seu juízo perfeito.
Em 1968, o presidente do Brasil era o General Artur da Costa e Silva, que decretou o AI-5 em
dezembro daquele ano, tornando mais duro o regime instalado no país desde 1964. Nessa época eu era
assim:
Quando nasci, o registro civil era mais importante que o registro religioso. Por isso, três meses antes
do meu batismo, no dia 15 de agosto, já havia sido devidamente registrado na folha 52 do Livro A31 do
Registro Civil de Capela do Socorro sob o no. 34277. Nasci às 04h 27m do dia 02 de agosto de 1968. No
exato momento em que nasci, a constelação de Órion nascia a Leste e a Águia se punha a Oeste.
Saturno era o único planeta acima da linha do horizonte, ao Norte,logo acima de Áries. A Lua estava em
quarto-crescente na constelação de Libra e se pôs às 00h 30m. Em 1968, o inverno começou às 08h14m
do dia 21 de junho e terminou às 02h03m do dia 23 de agosto, de modo que não passei muito frio nos
primeiros dias de vida.
Filho de pai preto e mãe branca, nasci branco. Nasci em casa na Avenida Bulgária, 96 - São Paulo.
Filho legítimo de Ramiro Silvestre, carpinteiro, 30 anos, e de Geralda Ribeiro Silvestre, dona de casa, 30
anos. Meus avós paternos eram Penido Silvestre e Veridiana Meireles. Meus avós maternos eram
Hildebrando Alves Ribeiro e Zeferina Sérgia de Jesus. O único avô que vi em vida foi o pai de minha
mãe, Hildebrando, mas ele morreu quando eu ainda era criança.
Certidão de Nascimento, Capela do Socorro, 15 de agosto de 1968.
A Casa onde nasci, no extremo Sul da Zona Sul de São Paulo, era de tijolo assentado com barro. As
paredes não eram revestidas e a casa era coberta com telhado. Uma casa grande, com quintal. Naquela
época as casas possuíam poços e fossas. Havia rede elétrica, mas não havia pavimento nas ruas nem
iluminação pública. Tais melhorias chegaram no início dos anos 80. O lugar era um verdadeiro fim do
mundo, mas tive uma ótima infância.
Na verdade, minha mãe tinha 32 anos quando eu fui registrado. As naturalidades dos meus pais
estão incorretas em minha certidão de nascimento. Meu pai nasceu em Carmo da Cachoeira, MG (e não
em Ourinhos/SP) e minha mãe nasceu em Cruzília/MG (e não em Retirinho, Estado da Paraíba). Talvez
eu explique depois.
Meu sobrenome veio do nome do meu bisavô, Silvestre Antônio Dias. Meu avô que se chamava
Penido Antônio Dias. Um belo dia resolveu mudar seu sobrenome e passou a usar Penido Silvestre Dias.
Meu pai descartou Dias e adotou apenas Ramiro Silvestre. Contudo, o sobrenome do meu bisavô paterno
veio de seu padrinho de batismo, João Antônio Dias. O pai de Silvestre, meu trisavô, chama-se Thomaz
Joaquim dos Santos.
No ramo paterno havia também Meireles, Gonçalves, Nascimento e Ferreira. Também haviam
sobrenomes genéricos como Rosa, Cândida e de Jesus.
Penido não foi o único a adotar Silvestre como sobrenome. Sebastião e Manoel, seus irmãos,
também adotaram. Adélio, José Sebastião e Osvaldo, seus filhos, receberam Silvestre como sobrenome.
Os outros filhos e netos de Silvestre adotaram Dias. Naquela época, no Brasil, as crianças só recebiam o
primeiro nome e quando adultas é que iam se preocupar com o sobrenome. Alguns adotavam o
sobrenome do pai, outros o da mãe ou do padrinho. Outros ainda adotavam um sobrenome
completamente diferente do sobrenome dos pais. Pior ainda, algumas pessoas costumavam mudar o
sobrenome ao longo da vida, como meu avô Penido. Isso acontecia principalmente em famílias pobres,
mas existem casos também em famílias mais abastadas. Em muitos casos, os filhos, principalmente os
primeiros a nascerem, recebiam o nome dos pais ou avós e a endogamia era grande.
No lado materno, não foi muito diferente no que diz respeito aos sobrenomes. Alguns sobrenomes
que encontrei no lado materno incluem: Ribeiro, Carvalho, Resende, Alves Lima e Alves Pedrosa.
Tivessem meus familiares sido abastados e talvez eu me chamasse Acácio Alves Dias ou coisa parecida.
Mas não estou à procura de antepassados ricos, nobres, poderosos ou coisa parecida. Minha bisavó,
mãe do pai da minha mãe, chamava-se Maria Cândida da Conceição, um nome bem comum. O pai de
minha mãe, Hildebrando, era da família Alves Lima. Ele, porém, adotou Alves Ribeiro, sobrenome de seu
padrinho de batismo. Isso influenciou seu irmão Sebastião, que também ficou com Alves Ribeiro. Já os
irmãos Antonio e Francisco ficaram com Alves Lima. Os Alves Lima, Carvalho, Resende e Pedrosa até
tinham alguns bens, mas, as famílias cresceram mais rápido que os bens e, após múltiplas partilhas,
foram tornando-se mais pobres. Em linhas gerais, no ramo materno os Alves Lima e os Pedrosa
formaram um sub ramo e os Carvalho e Resende formaram outro. Houveram casamentos entre pessoas
desses dois ramos também.
Meu bisavô Silvestre Antônio Dias finou-se no mesmo ano em que nasci. Morreu em Carmo da
Cachoeira-MG em data desconhecida. A cidade se movimentava para comemorar uma realização
vultosa: a inauguração da praça da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, sua principal praça.
Em 1968 teve o lançamento da Apollo 8. Talvez este tenha sido o evento mais importante daquele
ano depois do meu nascimento, tanto que a Rainha Elizabeth visitou o Brasil em novembro. Em maio
explodiram uma bomba na porta da Bolsa de Valores de São Paulo. Foi um ano marcado por protestos e
revoluções em escala mundial, além da evolução científica.
E foi assim que o mundo recebeu o quarto filho do Sr. Ramiro e Dona Geralda: com tiros, mortes,
bombas, protestos e guerra (do Vietnã).
Mas aconteceram coisas boas também. Foi lançado o filme 2001: Uma Odisséia no Espaço. A
brasileira Martha Vaconcellos foi eleita Miss Universo e foi realizado, no Brasil, o primeiro transplante de
coração. Na verdade, os transplantes, em particular o de coração, viraram uma febre no mundo. Depois
que o Dr Barnard, na Cidade do Cabo, realizou o primeiro, no final do ano anterior. Iniciou-se uma
verdadeira corrida encabeçada por África do Sul e Estados Unidos. O segundo transplante realizado na
Cidade do Cabo causou uma grande emoção pelo fato de o coração de um mestiço, que morreu em um
dos bairros mais miseráveis daquela cidade, ter sido transplantado para o corpo de um branco, em um
país abrangido pela segregação racial em todos os ramos de atividade.
Manchetes em 1968
Por falar em segregação, meus ascendentes paternos eram brancos, pretos e pardos. Do lado
materno só havia brancos. Desde 1858 não havia nenhum ascendente paterno que fosse escravizado ou
ex-escravizado. Por outro lado, até 1888 alguns dos meus ascendentes do ramo materno ainda eram
donos de escravos. Por pouco meus ascendentes paternos não foram escravizados de meus
ascendentes maternos. Contudo, alguns foram agregados de fazendas de alguns ascendentes maternos
colaterais, isto é, que não estão na minha ascendência direta e por isso serão citados superficialmente.
Vamos visitar o ramo paterno primeiro.
Ele acabou indo morar em Ibiúna-SP, com sua segunda mulher, por influência do Jaime. Chegou a
ter um pequeno comércio à beira da rodovia. Nesta época, ele havia se reaproximado da família, a qual
havia deixado entre o final de 1975 e início de 1976. Lembro que quando o Edifício Joelma ardeu em
chamas, em 1974, ele ainda morava com a gente e quando fui mandado para a escola, em 1976, ele já
havia saído de casa para ir viver com Dona Luzia, deixando a esposa e os filhos:
Hélio (1972)
Renato (1969)
Acácio (1968)
Ivonete (1966)
Cícera (1964)
Em 1974, em 25 de junho, morreu Penido Silvestre, pai de Ramiro, no município de Rancho Alegre,
no Paraná. Obviamente, ele não ficou sabendo.
O segundo filho de Ramiro e Geralda, Amilton morreu com um ano e meio de vida em 29 de junho de
1967, no Hospital Infantil Menino Jesus, em São Paulo, por causa de broncopneumonia, conforme
Certidão de Óbito 68899 de 30 de junho de 1967 do 17o. Subdistrito Bela Vista, São Paulo, registrado na
folha 197 do Livro 105.
O casamento de Ramiro Silvestre e Geralda Eugênia Ribeiro, que passou a assinar Geralda Ribeiro
Silvestre, foi feito no 21o. Subdistrito da Saúde, São Paulo - SP, aos 13 dias de julho de 1963. Foi nesse
ano que o Paraná pegou fogo. O clima seco e o vento fizeram com que focos de queimada saíssem de
controle. As chamas saíram devorando plantações de café, cacau, cereais e pastos, chegando até o
Norte do estado, onde vivia Penido com a família. Houve casos em que famílias inteiras foram torradas
junto com seus ranchos. Mas Penido não possuía um rancho. Nunca possuiu terra alguma. Ele e sua
família trabalhavam em fazendas de café ou cana. E foi assim a vida inteira. No ano anterior, em 19 de
outubro, partia dessa vida João Meireles, irmão de Veridiana Meireles, mãe de Ramiro. Em 13 de maio de
1957 tinha sido a vez de Rosa Meireles, irmã mais velha de Veridiana. João morreu em Lorena-SP, na
fazenda Nossa Senhora da Conceição, onde trabalhava na lavoura. Deixou nove filhos. Rosa morreu em
Carmo da Cachoeira-MG. Era casada, mas não deixou filhos.
São Paulo - jul/1963 - Geralda e Ramiro
Assim como na minha Certidão de Nascimento, as datas e locais de nascimento estão incorretos na
Certidão de Casamento de meus pais. No caso de Ramiro, antes de chegar a São Paulo, entre 1955 e
1956, vindo de Cornélio Procópio - PR, passou em Ourinhos-SP para lavrar sua Certidão de Nascimento.
O cartório exigiu a certidão de batismo e ele teve de ir até a Matriz de Nossa Senhora do Carmo da
Cachoeira,MG, para conseguí-la. Para fazer o registro sem depender da presença do pai, aumentou a
idade em 1 ano. Automaticamente, perdeu o prazo do alistamento militar. Para não ser onerado com uma
multa alta, registrou-se, seguindo a sugestão do escrivão, como natural de Ourinhos. Revirei os arquivos
do cartório de Ourinhos no período entre 1954 a 1956, mas não pude encontrar tal registro. Nem o
próprio cartório foi capaz de localizar, contudo o fato de seus documentos indicarem naturalidade
Ourinhos dão credibilidade a esta história. A razão pela qual sua data de nascimento ficou incorreta em
seus documentos foi porque o Padre José Ribeiro de Paiva errou na hora de registrar seu batismo e
colocou o ano em que ele estava sendo batizado(1939) como ano de nascimento. O erro do Padre fica
evidente pelo fato de que Ramiro não poderia ter sido batizado em março de 1939 e só ter nascido em
setembro daquele mesmo ano. Logo, ele nasceu em 1938. Note, no documento abaixo, que ele cometeu
o mesmo erro no batismo 123, anterior ao batismo de Ramiro. Já o batismo 125 ficou correto porque o
neófito nasceu em janeiro, que é anterior ao mês do registro.
Batismo de Ramiro Silvestre - .16/03/1939
Outro erro importante, mas difícil de explicar é o fato de o nome de seu pai ter sido registrado como
José Dias Santos, em seu batismo. Pode ter sido uma extravagância de Penido ou erro do Capelão já
que, nesse aspecto, nenhum dos dois era confiável.
Aos 17 anos, Ramiro não morava com sua família. Seu relacionamento com o pai não era dos
melhores e ele morava nos alojamentos das fazendas onde trabalhava. Visitava a família ocasionalmente
e, numa dessas visitas, descobriu que a família havia se mudado. Ninguém sabia para onde. Nunca mais
voltaria a ver os pais e irmãos. Decidiu mudar-se para São Paulo, capital. Não queria seguir os passos do
pai e ser lavrador a vida toda. Seus pais haviam-se mudado para Quatá-SP, mas Ramiro nunca soube
disso.
Havia chegado ao Paraná em 1944, enquanto as primeiras tropas da Força Expedicionária Brasileira
partiam do Rio de Janeiro, aos 06 anos, com sua família, em Cornélio Procópio-PR, atraídos pela
expansão cafeeira e pela expansão das estradas de ferro. Nasce Osvaldo, irmão de Ramiro. Também
estiveram em Jacarezinho (1954) e Santo Antônio da Platina, que era então distrito de Ribeirão do Pinhal
(1951).
Ramiro nasceu em 20 de setembro de 1938 em Carmo da Cachoeira, MG, dois meses após cortarem
as cabeças de Virgulino Ferreira da Silva e sua companheira Maria Bonita. Em 07 de agosto desse
mesmo ano nascia sua tia, Djanira, filha de Silvestre, aquela. A rigor, Ramiro nasceu mesmo foi na zona
rural de Três Corações, na fazenda Facão, onde viviam e trabalhavam na lavoura seus pais e avós.
O primeiro filho de Penido Silvestre e Veridiana Meireles foi batizado no dia 16 de março de 1939 na
Matriz de Nossa Senhora do Carmo da Cachoeira, MG. Em 01 de setembro teve início a Segunda Guerra
Mundial. Seus padrinhos de batismo foram seu avô Joaquim Firmino Meireles, seu avô, e Maria Teresa
de Jesus. Talvez sua avó Mariana fosse a madrinha, se não tivesse falecido dois anos antes. Quanto à
Maria Teresa de Jesus, sua madrinha, não há mais informações de quem era. Por tratar-se do primeiro
filho, a madrinha deveria ser a outra avó, Gabriela, pois era o costume, mas o fato é que ela nunca foi
madrinha de ninguém.
Foi justamente nesta época que Carmo da Cachoeira tornou-se município, deixando de ser uma
freguesia pertencente a Varginha. O Decreto Lei Estadual 148 de 17 de dezembro de 1938 cria o
município com dois distritos: Carmo da Cachoeira (sede) e São Bento. O novo município fica pertencendo
ao termo e comarca de Varginha.
No lugar onde atualmente passa a Rodovia BR-381 (Fernão Dias) havia o ramal de Lavras da Rede
Mineira de Viação. Os habitantes dizem que a Matriz foi construída com a parte de trás virada para a
entrada da cidade, mas nesta época a cidade era tão pequena que não fazia diferença. Haviam duas
quadras na frente da igreja e mais duas nos fundos. Haviam outras poucas nas laterais. Acho que é mais
correto dizer que a entrada da cidade foi estabelecida nos fundos da Matriz, provavelmente, uma
consequência da construção da rodovia. Além dessas poucas quadras, tudo era fazenda. A sudoeste
estava a Fazenda Itamarati, onde foi criada Veridiana, mãe de Ramiro. A sudeste, Boa Vista e Taquaral,
onde casaram-se seus bisavós, João Antônio Gonçalves e Maria Claudina Meireles, em 1863. A fazenda
do Facão, que não aparece no mapa abaixo, ficava ao Sul desta região.
Fazendas Itamarati, Taquaral e Boa Vista em destaque
Quando Ramiro nasceu, o presidente do Brasil era Getúlio Vargas. O Governador de Minas era
Benedito Valadares Ribeiro. Em 1 de janeiro de 1939 tomou posse o primeiro prefeito de Carmo da
Cachoeira, Antônio Rezende Vilela.
Ramiro por volta de 1955 … … e por volta de 1956, recém chegado a São Paulo,SP.
Assinatura de Ramiro Silvestre
Rancho Alegre-PR: Em 24 de junho de 1974, às 19h, um mal súbito pôs fim à existência de Penido
Silvestre Dias, 56 anos, preto, lavrador, na Fazenda São José, onde trabalhava e residia. Quando
morreu, Penido já era viúvo de Veridiana Meireles e deixava um filho de 23 anos chamado Adélio
Silvestre Dias, conforme Termo 1567 lavrado pelo Oficial do Registro Civil de Rancho Alegre, Antônio
Orlando Inocente, em 25 de junho de 1974. Tinha 55 anos. O filho Adélio Silvestre Dias, que teria 23 anos
em 1974, conforme mencionado no registro de óbito de Penido, na verdade, morreu em 26 de junho de
1951 com 5 dias de vida em Ribeirão do Pinhal, comarca de Santo Antônio da Platina, que hoje é
município. Com a morte de Penido e Veridiana, o casal acabou cumprindo a promessa que fez ao sair de
Três Corações: que nunca mais voltariam.
Penido teve uma segunda mulher, Floripa, por volta de 1966, em Nova Fátima-PR. Foi neste
município que nasceu Claudemir Silvestre Dias, em 1968. A data exata do nascimento é desconhecida,
porém, em 10 de julho de 1970, já em Maravilha, distrito de Londrina-PR, aos dois anos de idade falecia
Claudomiro. A causa da morte é ignorada. Consta do registro de óbito que Claudemir Silvestre Dias era
filho de Floripa Silvestre Dias, natural de Salinas-MG e Penido Silvestre Dias, natural de Três
Corações-MG.
A mãe de Ramiro, Veridiana Meireles, morreu no Paraná. Era parda. O local exato e a data são
desconhecidos, mas o óbito ocorreu entre 1957 e 1966. As circunstâncias da morte, segundo relatos de
familiares, envolveram o tombamento de um caminhão de bóias frias no qual ela e mais duas filhas
estariam sendo transportadas. É bem provável que essa história seja verdadeira. Ela pode ter sido
contada aos familiares de Carmo da Cachoeira por Geraldo e Osvaldo que devem ter ido para lá em
consequência do falecimento da mãe. Sim, porque os dois acabaram indo parar lá e lá permaneceram
até o fim de suas vidas. Em 1956 Veridiana estava viva, pois teve o filho José Sebastião neste ano. Em
1967 ela já era falecida pois Penido já vivia com Floripa. É provável que Penido tenha se juntado a
Floripa informalmente, pois em seu registro de óbito consta que era viúvo de Veridiana.
Em 1956 morava e trabalhava na Fazenda Santa Lina, zona rural do município de Quatá-SP, quando
registrou o filho José Sebastião Silvestre, nascido nesta fazenda. Seguiu o tronco principal da ferrovia
Sorocabana, passando por Ourinhos. Não sabemos quanto tempo permaneceu em São Paulo e o que
aconteceu com seu filho José Sebastião Silvestre, que não deixou qualquer vestígio após seu
nascimento. Foi nesse deslocamento entre o Norte do Paraná e o Oeste paulista que o filho Ramiro
perdeu contato com a família e mudou-se para a capital paulista.
Em 27 de julho de 1954 nasceu morto em Jacarezinho-PR o filho Mario Silvestre. A causa da morte
foi traumatismo materno provocado por contusão abdominal. A causa da contusão é desconhecida.
Três anos antes, em 27 de junho de 1951, morreu o filho Adélio Silvestre Dias, já citado, com 5 dias
de vida, em Ribeirão do Pinhal-PR.
Penido foi lavrador a vida toda e sempre trabalhou no plantio e colheita de café. Não era eleitor, o
que indica que fosse analfabeto. Apesar disso, aprendeu a assinar o próprio nome. Seus deslocamentos
seguiam o desenvolvimento da rede ferroviária e das fazendas de café. Em 1944, em Cornélio
Procópio-PR, nasceu Osvaldo Silvestre Dias. Haviam acabado de chegar ao norte do Paraná, região que
atraiu muitos mineiros, nordestinos e mais tarde, imigrantes. Vinham de Carmo da Cachoeira-MG,
viajando pela linha tronco da Ferrovia Sorocabana.
Um ano antes, em 1943, informações procedentes de Carmo da Cachoeira davam conta de ter sido
preso, na estação daquela localidade, o alemão Walter Egon Müller, considerado como perigoso agente
de espionagem. O nazista trazia em seu poder, cuidadosamente escondida em uma bússola, uma grande
quantidade em dinheiro, além de uma grande quantidade de malas pesadíssima cujo conteúdo ainda não
havia sido apurado.
Ainda em Carmo da Cachoeira, no dia 30 de outubro de 1942, nascia Geraldo, segundo filho,
exatamente um mês depois que o Presidente Getúlio Vargas decretou estado de guerra em todo o
território brasileiro porque os alemães torpedearam navios brasileiros no litoral baiano. Nessa época, em
data ignorada, morria Gabriela Maria Ferreira, mãe de Penido, na Fazenda do Facão, zona Rural de Três
Corações. Morreu durante o parto, junto com a criança.
Maria Aparecida, única filha que deixou registro de batismo, nasceu em Carmo da Cachoeira em
1940. Segundo relato de Ramiro haveria mais duas nascidas em Cornélio Procópio.
Em 09 de novembro de 1937, aos 19 anos, Penido casou-se com Dona Veridiana Meirelles, filha de
Joaquim Meirelles e Mariana Rosa, na igreja de Carmo da Cachoeira. Casamento oficializado pelo Padre
Antônio Molina e na presença das testemunhas Augusto Faria e João Meirelles (irmão de Veridiana). É o
início do Estado Novo, no Brasil. No ano seguinte, nascia Ramiro na Fazenda do Facão, zona rural de
Três Corações-MG, onde o casal trabalhava e vivia. Embora fixados em Três Corações, as relações
sociais ocorriam em Carmo da Cachoeira, por ser o centro urbano mais próximo. Nesta época, notícias
de Bom Sucesso, terra natal, relatavam um estado de verdadeira angústia naquela cidade, da qual São
Tiago era um distrito. Famílias abandonavam as casas, refugiando-se em campos. As igrejas ficavam
apinhadas de crentes e fiéis de manhã e à tarde pedindo a graça de Deus para evitar a destruição da
cidade, que era assolada por tremores de terra há alguns dias. Tratava-se de um fenômeno telúrico.
Como apontou o engenheiro Costa Pinto, falando à imprensa, a cidade assentava-se sobre uma enorme
laje, que por sua vez servia de abóbada para um enorme lago subterrâneo. Para remediar o mal, o
engenheiro recomendou que as casas fossem construídas em concreto armado e afirmou que não havia
perigo de catástrofe imediata devido à morosidade do processo de infiltração da água. De fato, nenhuma
catástrofe se verificou até hoje.
Penido foi trazido a Três Corações por seu pai, Silvestre, por volta de 1920. Ao que tudo indica, a
primeira etapa de sua vida foi na tal Fazenda do Facão (que existe até hoje), onde Silvestre, vindo de
São Tiago-MG, fixou-se com a esposa Gabriela Maria.
Penido Antônio Dias ou, Penido Silvestre ou, Penido Silvestre Dias, nasceu em São Tiago, MG, no
dia 26 de outubro de 1918. Ou seja, menos de um mês antes da assinatura do Armistício de Compiègne,
que pôs fim aos combates da Primeira Guerra Mundial e pouco mais de um mês depois que o navio SS
Demerara atracou em Recife trazendo o vírus da gripe espanhola para o Brasil. No dia 13 de julho foi
concluída a linha telefônica que conectou Santo Antônio do Amparo ao município de Bom Sucesso. Com
isso, pela linha de São Tiago a Bom Sucesso podia-se falar com São João Baptista, Santa Rita, São João
del Rei, Resende Costa, etc.
Foi o primeiro filho de Silvestre Antônio Dias e Gabriela Maria Ferreira, foi batizado em 16 de janeiro
de 1919 pelo Vigário José Duque de Siqueira (1868 - 1955). Seus padrinhos foram: Carlos Dionísio de
Macedo e Maria Antônia dos Santos.
Batismo de Penido em 16 de janeiro de 1919. São Tiago-Batismos Ago 1911 - Jun 1920
Manchetes em 1918
No mesmo dia, junto com Veridiana, foi batizada Mariana, filha de Francisco Lemaia e Maria
Thomazia, nome que homenageia Mariana Roza, que foi madrinha. Nesse registro, o padre Aureliano
Deodato escreveu Roza Mariana, em vez de Mariana Roza e fez também muitas rasuras nos assentos. O
padre Aureliano, nesta época, estava com 69 anos e já devia estar ficando caduco, apesar de ter vivido
até 04 de maio de 1936, quando morreu em Lavras, onde havia nascido 92 anos antes.
Quando Veridiana nasceu, o Brasil era presidido por Hermes da Fonseca. O presidente de Minas era
Júlio Bueno Brandão, que elaborou o Pacto de Ouro Fino, dando início à famosa política do café com
leite. A construção do trecho de Lavras da ferrovia Sul Mineira arrastava-se desde 1910, provocando
descontentamento na população local que manifestou sua irritação a poder de dinamite, em 8 de
fevereiro. O trecho só seria inaugurado para transporte de pessoas em 1926.
A EPOCA. Rio de Janeiro, 03 de outubro de 1914.
O Osvaldo morreu em Carmo da Cachoeira em 21 de dezembro de 1991. Morreu solteiro com 47 anos de idade. Provavelmente seguiu o
ofício do pai, lavrador. Teve uma crise convulsiva seguida de parada cardíaca em decorrência de ser hipertenso. Sua hipertensão foi agravada
pelo alcoolismo. Seu irmão Geraldo também morreu em Carmo da Cachoeira e trabalhava nas plantações de café. As circunstâncias da morte e
a data não são conhecidas.
SILVESTRE ANTONIO DIAS e GABRIELLA MARIA FERREIRA (L4SV-L5D : L4SV-GWM)
Em 1968, mesmo ano em que nasci, em data desconhecida, Silvestre Antônio Dias, pai de Penido,
voltava de Carmo da Cachoeira, onde havia visitado a filha Conceição, para sua casa em Três Corações.
Quando o ônibus que viajava chegou ao ponto final, já em Varginha, Silvestre ainda estava sentado. Não
havia descido. O motorista, percebendo a situação, foi acordá-lo. Silvestre estava dormindo o sono
eterno.
A morte de Silvestre, descrita acima, foi relatada por familiares em 2007. Um funcionário da Fazenda
Facão já havia-nos relatado a mesma história em 2006. De qualquer modo, a morte oficial foi em uma
dessas três cidades e seu túmulo está em Carmo da Cachoeira, sem qualquer identificação.
Ainda de acordo com a família, Silvestre teve uma segunda mulher que se chamaria Ana, pois
Gabriela Maria Ferreira morreu junto com o último filho, durante o parto, em data ignorada. Deve ter
morrido em 1940 ou 1941 porque o mais recente filho nascido vivo foi Valdevino, em 1939. Gabriela
morreu na Fazenda do Facão.
Silvestre e família foram para a fazenda Facão, na zona rural de Três Corações, para trabalhar no
café. Para isso, aproveitou a expansão da linha férrea. O Ramal de Lavras da Ferrovia Sul Mineira saía
de Três Corações, passava em Carmo da Cachoeira e foi entregue por volta de 1918, ano em que Penido
nasceu, atingia Lavras na época da ferrovia Oeste Minas. Silvestre batizou Estevão(1922), Manoel(1924)
e Sebastião(1928) em Lavras.
Um fato curioso é que os pais de Silvestre e Gabriela nunca foram padrinhos de quaisquer filhos do
casal, como era comum, principalmente tratando-se do primeiro filho.
Silvestre Antônio Dias nasceu em São Tiago, distrito de Bom Sucesso - MG em 22 de novembro de
1891. No dia seguinte, Deodoro da Fonseca renunciou à presidência do país, assumindo Floriano
Peixoto. Foi batizado no dia 29 do mesmo mês de nascimento pelo Vigário Júlio José Ferreira que
recebeu 125 votos para o Congresso Legislativo do Estado nesse mesmo ano e, portanto, não se elegeu.
Era filho de Thomaz Joaquim dos Santos e Anna Cândida de Jesus. Seus padrinhos foram João Antônio
Dias e Maria Magdalena da Conceição. Em dezembro, morria na França o ex-imperador Pedro II.
Silvestre foi lavrador de café na zona rural de Três Corações na fazenda do Facão, onde morava.
Chegou por volta de 1920. Suas atividades sociais, contudo, aconteciam em Carmo da Cachoeira, mais
próxima de onde estava situado. A primeira filha batizada em Carmo da Cachoeira foi Joana(1926), que
depois virou Ana Reis. O filho seguinte, Sebastião(1928) foi batizado também em Lavras. Isso porque a
Matriz de NS do Carmo estava sendo reconstruída. Em 1927, o bispo de Campanha nomeou o cônego
José Dias Machado vigário da paróquia. A Caixa Escolar recolhia donativos junto à população e a
reforma da Matriz era assunto em evidência. O cônego José Dias Machado nomeou uma comissão para
realizar o serviço. A Comissão foi presidida pelo deputado Domingos Rezende. O empreiteiro, Sr
Tagliafero, compareceu à comissão e propôs-se para executar a obra, conforme noticiou o CORREIO DA
MANHÃ de 21 de outubro de 1927.
Todos os outros filhos depois de Sebastião foram batizados em Carmo da Cachoeira com exceção de
Valdevino (1939) que foi batizado em Três Corações.
Os nomes dos pais de Silvestre e Gabriela foram obtidos das certidões de nascimento de alguns de
seus filhos Conceição (1935), Djanira (1937) e Valdevino (1939). Ambas registraram-se em 09 de
setembro de 1957, quando Silvestre era vivo. Os filhos Maria dos Reis(1926) e Sebastião Silvestre(1928)
registraram-se em 1978, quando Silvestre já estava morto. Maria dos Reis não informou os nomes dos
avós e os nomes constantes na certidão de Sebastião estão incorretos. No batismo de Silvestre(1891)
constam os nomes Thomaz da Costa e Anna Dias. Creio tratar-se de erro do Vigário Júlio José Ferreira.
É possível também que eles simplesmente tenham mudado o sobrenome. Isso era comum, na época.
Gabriella Maria Ferreira, sua esposa, era filha de Manoel Vicente Ferreira e Maria Antônia de Souza.
Lugar e data de nascimento não são conhecidos. Era branca e muito brava, segundo a filha Conceição.
Aparentemente, ela não nasceu em São Tiago. Não existem registros seus ou de seus pais anteriores a
1916. Talvez fossem imigrantes. Porém, uma vez que esses nomes só aparecem nas certidões de
nascimento de Conceição e Djanira e tendo em vista que os registros foram feitos com cerca de vinte
anos de atraso, pode ser que eles simplesmente estejam incorretos.
JOAQUIM MEIRELES e MARIANA ROZA (GZ7J-N4S : GZ7J-2N5)
Mariana Roza faleceu em Carmo da Cachoeira em 04 de outubro de 1936 às 12h. Não deixou bens
a inventariar e foi sepultada no Cemitério Paroquial. Tinha 60 anos completos e não 58 como constou da
Certidão de Óbito lavrada em 31 de maio de 2021 pelo Oficial do Registro Civil de Carmo da Cachoeira.
A Certidão de óbito informa que era civilmente solteira e o registro do sepultamento da Matriz de Carmo
da Cachoeira não menciona o marido Joaquim. Isso evidencia que nunca se casaram de fato.
Não se tem qualquer notícia sobre a data de falecimento de Joaquim Meireles, mas foi em Carmo da
Cachoeira, onde era lavrador. Embora tenha batizado seus filhos legitimamente, junto com a esposa
Mariana, aparentemente nunca se casaram de fato.
De acordo com relatos de familiares, Joaquim Meireles teria participado da reconstrução da Matriz
em 1928. Ele aparece destacado nesta única foto da década de 40 em Carmo da Cachoeira.
Infelizmente, só mostrou o rosto.
Não encontrei nenhuma referência de casamento entre Joaquim Meireles e Mariana Roza. A primeira
filha do casal, Roza, nasceu em 17 de setembro de 1904. Veridiana era a quarta filha, além de João
(1907), Maria (1908) e Conceição (1921). Como não existe qualquer registro fotográfico de Veridiana,
segue um da irmã Conceição, pois deviam ser semelhantes. Conceição nasceu na Fazenda Itamarati.
Conceição Rosa
15/02/1921 - 22/07/1995
Joaquim Meireles nasceu em Carmo da Cachoeira, no dia 26 de setembro de 1876, ano do início da
segunda regência da Princesa Isabel, com 30 anos. Preto. Filho de João Antônio Gonçalves (ou, João
Antônio Braga) e Maria Claudina Meirelles. Foi batizado em 04 de outubro do mesmo ano pelo
Reverendo Joaquim Martins Ferreira da Silva, que era de Lavras, mas quem registrou o batismo foi o
vigário Antônio Joaquim da Fonseca. Seus padrinhos foram João Pedro da Fonseca e Rita Emerenciana
de Jesus.
Mariana Rosa nasceu em 20 de junho de 1876 em Carmo da Cachoeira, cinco dias antes de D.
Pedro II testar o primeiro telefone na Filadélfia junto ao inventor Alexandre Graham Bell. Parda. Foi
batizada em 02 de julho do mesmo ano na Matriz, pelo vigário Antônio Joaquim da Fonseca. Nasceu no
mesmo ano em que seu marido. Filha de José Maria do Nascimento e de Dona Rozalina Maria de Jesus.
Seus padrinhos foram José Celestino Terra e D. Amélia Augusta de Toledo.
Batismo de Mariana Rosa em 2 de julho de 1876 - Carmo da Cachoeira - MG
Três anos antes, nos últimos meses de 1873, a freguesia de Carmo da Cachoeira passou por uma
“deplorável crise” por causa da epidemia das bexigas ali “lavrou intensamente” e matou mais de 200
pessoas. O Comércio foi paralisado, as aulas suspensas e a lavoura prejudicada. Contudo, a calamidade
revelou a filantropia e caridade de muitos cidadãos que acudiram a população desvalida e hospitais
improvisados com dinheiro, serviços pessoais, medicamentos e mantimentos, conforme edição 1 do
Almanach Sul-Mineiro de 1874. Além disso, destacou-se de maneira honrosa o Dr. Augusto José da Silva
que, de Lavras foi à Cachoeira prestar todo auxílio médico às vítimas da pandemia.
Em 1874 a povoação era composta por 94 casas em torno da igreja Matriz que estava em reforma
para consertar a deterioração provocada pela queda de um raio, que atingiu suas duas torres no ano
anterior. No dia 21 de abril de 1873, o vigário da freguesia de Carmo da Cachoeira, padre Joaquim
Antônio de Rezende, encaminhou ofício ao Governo Provincial pedindo que fosse nomeada uma
comissão que se encarregasse dos respectivos consertos: deterioração das torres e ao mesmo tempo
levantá-las mais 40 palmos. Para isso, indicava os cidadãos José Fernandes Avelino e Severino Ribeiro
de Rezende, conforme Extrato de Expediente no mês de abril de 1873 do Governo Provincial publicado
pelo Diário de Minas número 78 de 24 de maio de 1873, em Ouro Preto.
A lavoura local, apesar de próspera, desconhecia arados, capinadores modernos, alternação racional
de culturas e restauração das forças da terra pelos meios indicados pela experiência de países mais
civilizados, relatava o Almanach Sul-Mineiro.
Pais de Silvestre Antonio Dias, se casaram em 12 de novembro de 1888 em São Tiago, distrito de
Bom Sucesso. Batizaram uma filha, Maria, em 1894 e outra, Silvina, em 1910, neste distrito. Tiveram
também a filha Ana Cândida de Jesus em 1889. Isso é tudo o que se sabe deste casal.
Casamento de Thomaz e Anna - São Tiago-MG, 12 de novembro de 1888.
Além do fato de terem sido os pais de Gabriella Maria Ferreira e portanto meus trisavós, nada mais é
sabido desse casal. Sei também que eram brancos.
João Antônio Gonçalves, ou, João Gonçalves Braga e Maria Claudina Meirelles eram pais de
Joaquim Meireles.
Existe um indício de que o pai de Maria Claudina Meirelles chamava-se Miguel. Em 1890,
Emerenciana, filha de João Gonçalves Braga (ou João Antônio Gonçalves) e Maria Claudina Meirelles
queria casar-se com Luiz (liberto de João Vilella Fialho), filho legítimo de Francisco e Aniceta mas havia
um impedimento de consanguinidade porque Antônio Rodrigues, avô de Luiz, era irmão de Miguel, avô
de Emerenciana. Como o outro avô de Emerenciana, pai de seu pai, chamava-se Antônio Gonçalves
Braga, Miguel só podia ser o pai de sua mãe, Maria Claudina.
Dispensa de consanguinidade de Emerenciana e Luiz - 1890
O primeiro filho do casal, José, nasceu em 18 de maio de 1864. Foi batizado na Matriz no dia 29 do
mesmo mês pelo Vigário Joaquim Antônio de Rezende e seus padrinhos foram os avós Antônio e
Emerenciana. Depois vieram Antônio (1865), Anna (1871), Emerenciana (1874), meu bisavô Joaquim
(1876) e Pudenciana (1881).
Casaram-se na Ermida da Fazenda Taquaral em 15 de agosto de 1863. Ele, filho de Antônio
Gonçalves Braga e Emerenciana Felisbina de Jesus. Ela, filha natural de Maria Cândida de Jesus.
Metade da Fazenda Taquaral pertencia a Alexandre Gomes Branquinho, falecido no ano anterior ao
casamento. Uma das testemunhas do casamento foi seu genro Custódio Vilella Palmeira, casado com
Jacinta Ponciana de Resende. A outra testemunha foi Severino Ribeiro de Rezende, sobrinho de Estevão
Ribeiro de Rezende, que está na minha linha materna.
Alexandre Gomes Branquinho era viúvo de Ana Emídia de Resende, que era irmã de Severino
Ribeiro de Resende. Os irmãos Severino Ribeiro e Ana Emídia eram filhos de Joaquim Fernando Ribeiro
de Resende, irmão de Estevão Ribeiro de Rezende, e Jacinta Ponciana Branquinho.
Jacinta Ponciana Branquinho foi madrinha de batismo de Antônio, segundo filho de João Antônio
Gonçalves e Maria Claudina Meirelles. O padrinho foi seu neto José Vilela de Resende, genro de
Alexandre Gomes Branquinho, casado com Ana Celestina de Resende. José Vilela de Resende era neto
de Joaquim Fernando Ribeiro de Resende.
O local provável de nascimento de João Antônio Gonçalves e Maria Claudina Meirelles é Carmo da
Cachoeira, porém as datas são ignoradas. Podemos estimar que nasceram por volta de 1843.
JOSÉ MARIA DO NASCIMENTO e ROZALINA MARIA DE JESUS (9NLS-7KJ : 9NLS-7KR)
José Maria do Nascimento nasceu em Carmo da Cachoeira por volta de 1844. Filho de Francisco
Joaquim do Nascimento e de Maria Cândida do Nascimento. Em 21 de setembro de 1864 casou-se com
Rozalina Maria de Jesus, filha natural de Maria Francisca, tendo sido dispensado o impedimento de
consanguinidade em 3o. grau. Isto significa que dois dos avós dos contraentes eram irmãos. O
casamento foi realizado pelo vigário Joaquim Antônio de Rezende. Neste ano a Guerra Civil Americana
estava em curso e, no Brasil, a Guerra do Paraguai teria início em dezembro.
Em 06 de fevereiro de 1866 nasce a primeira filha do casal, Zormira. O casal ainda teve os filhos
Maria (1867), José (1871), Anna (1874), Mariana, minha bisavó (1876) e Manoel (1883).
João Antônio Gonçalves foi um dos primeiros filhos deste casal, pois encontrei ainda os seguintes
filhos: Maria (1858), Joaquim (1861) e Mariana (1866). Sendo que João Gonçalves nasceu por volta de
1843, então, seus pais devem ter nascido entre 1823 e 1828. Emerenciana tinha uma irmã chamada
Felícia que era avó de Ananias (liberto de D. Marianna Leopoldina de Rezende), filho legítimo de Lino e
Antônia que casou-se com Anna, filha de João Gonçalves Braga (ou João Antônio Gonçalves) e Maria
Claudina Meirelles. Conforme pedido de dispensa de impedimento de 10 de abril de 1890, abaixo.
MIGUEL e MARIA CÂNDIDA DE JESUS - GKM6-GCG
Finalizando o ramo paterno, o registro mais antigo encontrado é o batismo de Maria, filha de Antônio
Gonçalves Braga e Emerenciana Felisbina de Jesus. O registro é de 11 de janeiro de 1859. O batismo foi
realizado no Oratório da Fazenda Boa Vista pelo Vigário José Bento Ferreira de Mesquita e o nascimento
foi em 23 de setembro de 1858, ano de inauguração da estrada de ferro Pedro II. Maria nasceu parda e
seus padrinhos foram: José Ferreira Godinho e D. Maria Guilhermina de Jesus. O registro foi feito pelo
vigário Joaquim Antônio de Rezende. A Fazenda Boa Vista havia pertencido a José Joaquim Gomes
Branquinho, pai de Alexandre Gomes Branquinho, cuja Cabeceira da sesmaria Boa Vista é de 9 de julho
de 1795.
Batismo de Maria, filha de João Antônio Gonçalves e Emerenciana Felisbina de Jesus - 11/01/1859.
Daqui para trás é muito difícil recuperar registros mais antigos que dêem informações confiáveis a
respeito de Antônio Gonçalves Braga, Emerenciana Felisbina de Jesus, João Antônio Gonçalves, Maria
Claudina Meirelles, Miguel, Maria Cândida de Jesus, José Maria do Nascimento, Francisco Joaquim do
Nascimento, Maria Cândida do Nascimento, Rozalina Maria de Jesus, Maria Francisca, Thomaz Joaquim
dos Santos e Anna Cândida de Jesus. Mesmo os lugares onde viveram eram pouco mencionados em
fontes oficiais. Em 1873, além da epidemia de bexiga que matou 200 pessoas e espalhou pânico na
população, foi nomeada uma comissão censitária na Parochia da Cachoeira do Carmo ou Rattes da Boa
Vista. Carmo da Cachoeira figura como distrito de Varginha desde a divisão territorial de 1911. Em 24 de
agosto de 1881, na 12a. Sessão Ordinária da Assembléia Legislativa Provincial, em Ouro Preto, foi
recebida uma representação de 55 cidadãos importantes da Cachoeira do Carmo pedindo que fizessem
parte do município de Varginha (no. 101 do Jornal A ACTUALIDADE de 14 set 1881). Antes disso a
Freguesia de Carmo da Cachoeira pertencia ao município de Lavras desde 13 de setembro de 1870 pela
lei 1640 que a desmembrou do município de Três Pontas. A Freguesia da Cachoeira do Carmo dos Rates
pertencia a Três Pontas desde a Lei 1597 de 30 de julho de 1868, que a desmembrou de Lavras. A
freguesia da Cachoeira do Carmo pertencia a Lavras desde sua elevação à categoria de Freguesia em
1857, pela Lei 805 de 03 de julho. Antes era denominada Capela de Carmo da Cachoeira e pertencia ao
Termo de Varginha.
Não bastassem essas transferências todas, existem Leis intermediárias transferindo fazendas de um
município ou freguesia para outro município ou freguesia. E para completar, existem as Comarcas
Eclesiásticas que, geralmente, são diferentes das administrativas.
Na divisão da paróquia são mencionados alguns habitantes que já estavam na região pelo menos
desde 1839. Em 1851 foi nomeada uma comissão encarregada da execução das obras de aterro na
passagem do rio Cervo. Comissão formada por cidadãos da região da Capela de Carmo da Cachoeira e
nomeada pelo presidente da Província José Ricardo de Sá Rego. A edição 261 do Astro de Minas, de 21
de julho de 1829, noticia a presença de José Ferreira Ribeiro, Juiz de Paz do Curato de N.S. do Carmo
da Boa Vista na sessão ordinária de 4 de julho de 1829 da Câmara Municipal da Vila de São João Del Rei
requerendo posse do referido lugar, a qual lhe foi dada.
São Tiago figura como capela em um mapa de 1804 da Província de Minas. Em 1800, Bom Sucesso
e São Tiago figuram como capelas em um mapa da Comarca do Rio das Mortes. Em 1778, São Tiago
figura como Capela em um mapa da Capitania de Minas Gerais com as Divisas de suas Comarcas.
RAMO MATERNO
Antes de morrer em 26 de novembro de 2021, aos 85 anos, no Hospital do Campo Limpo, São
Paulo-SP, Geralda teve os netos Tarciso, Jéssica, Paula e Bruna e perdeu os filhos Hélio (1997) e Renato
(2015). A causa da morte foi sepse. O Renato morreu em São Paulo, após bater a cabeça em uma
queda, consequência de alcoolismo. O Hélio faleceu em Ibiúna-SP. Morto a tiros de revólver calibre 38.
Estava envolvido com drogas e já havia saído fugido da casa da mãe. Foi morar em Arujá-SP com a tia
Nana (Ana Ribeiro Arruda), mas não deu certo. Morou com o pai em Ibiúna, mas também não funcionou.
Quando morreu, estava vivendo com uma mulher em condições precárias.
Em 1976, no dia 18 de novembro, Hildebrando Alves Ribeiro, meu avô materno, morreu em São
Paulo-SP. Em 21 de novembro do ano anterior, 1975, foi a vez da minha bisavó Maria Salomé de
Carvalho, também falecida em São Paulo. Neste ano, Ramiro separou-se da família e foi viver até o
último dia de sua vida com D. Luzia. Lembro que em 1974, quando o Edifício Joelma ardeu em chamas,
ele ainda morava conosco. Em 1976, quando iniciei minha vida acadêmica na Escola Estadual de
Primeiro Grau Tuparoquera ele já havia ido viver com D. Luzia. Geralda e Ramiro permaneceram
formalmente casados, apesar da separação.
O filho Hélio havia nascido em 03 de maio de 1972. Nasceu em casa, na Av. Bulgária, às 07h e 40m.
A responsável foi a D. Maria Parteira, que morava na Estrada do M’Boi Mirim. Ele foi registrado no dia 30
de outubro do mesmo ano na Capela do Socorro.
O filho Renato nasceu no Hospital Zona Sul, em Santo Amaro, no dia 21 de dezembro de 1969 às
14h e foi registrado na Capela do Socorro em 17 de fevereiro de 1970.
No dia 02 de agosto de 1968 foi minha vez, como já mencionei. Vim ao mundo pelas mãos de Dona
Maria Parteira, também.
Geralda morava na Av Bulgária, extremo Sul de São Paulo, desde 1966. Em 23 de dezembro de
1966, às 13h e 10m, nesta casa, nasce a filha Ivonete. No ano seguinte, em 29 de junho, morria Amilton
Silvestre, no Hospital Infantil Menino Jesus. A causa da morte, segundo Certidão de Óbito 68899 lavrada
pelo Oficial do Registro Civil do 17o. Subdistrito Bela Vista, foi broncopneumonia. Ele havia nascido em
06 de dezembro de 1965, às 03h 10m, no Hospital NS de Lourdes. Era o segundo filho. A primeira foi a
filha Cícera, também nascida em 02 de agosto, só que em 1964. Nasceu às 04h15m em casa. Nesta
época, Geralda morava em Indianópolis, São Paulo. Neste mesmo ano morreu minha avó materna
Zeferina Sérgia de Jesus, em Ipuiúna-MG, em 18 de março.
Pouco se sabe sobre sua infância. Em 1958, aos vinte e dois anos, estava novamente em São Paulo,
morando na Rua Cotinguiba, Indianópolis. É quando conhece Ramiro Silvestre. Digo novamente porque,
por volta de 1944, aos 8 anos, esteve em São Paulo submetendo-se a cirurgias nos pés para corrigir
sequelas decorrentes da poliomielite. As cirurgias não foram bem sucedidas e Geralda utilizou botas
ortopédicas por toda a vida. Neste ano, seu futuro marido, Ramiro, chegava ao Paraná com a família.
Meu bisavô materno José Eugênio Ribeiro, que era casado com Maria Salomé de Carvalho, morreu
em São Paulo, no dia 06 de janeiro de 1952. José Eugênio e Maria Salomé eram pais da minha avó
Zeferina, mãe de minha mãe.
No dia 18 de novembro de 1976, já noite, lembro que eu e meus irmãos brincávamos no jardim do
Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo, enquanto, lá dentro, morria, aos 81 anos,
Hildebrando Alves Ribeiro em decorrência de neoplasia pulmonar. Seu corpo foi sepultado junto com sua
esposa Zeferina em Ipuiúna - MG, onde existe uma Rua com seu nome. Deixou todos os filhos vivos.
Morava com a filha mais velha, Maria de Jesus, a solteirona, no Jabaquara. O Tio Sebastião, seu irmão,
também morava junto. Após a morte de sua mulher, Zeferina, em 1964, Hildebrando morou em Ipuiúna
até o início da década de 70 quando veio morar com a filha.
Hildebrando, ou Ildebrando, Alves Ribeiro nasceu em São Miguel Arcângelo, também conhecido
como São Miguel do Cajurú, distrito de São João Del Rei, em 24 de abril de 1895, mesmo ano em que
Wilhelm Röntgen descobriu os raios X e fez a primeira radiografia da história. Foi o terceiro filho de
Ananias Alves Lima e Maria Cândida da Conceição. Foi batizado sessenta dias depois na Capela de
Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande,MG, em 23 de junho de 1895, seis dias antes da morte de
Floriano Peixoto, presidente do Brasil até 1894. Foram padrinhos de batismo: Baptista Alves Ribeiro e
Mathildes Alves de Jesus. Batismo feito pelo Padre Francisco Ribeiro Figueira. Quando Hildebrando
nasceu, o Brasil era presidido por Prudente de Moraes, terceiro presidente do Brasil.
A paróquia do arraial de São Miguel do Cajurú foi instituída em 1833 por provisão episcopal de 07
de agosto. Padre Isidoro Correia de Carvalho, irmão do Guarda Mor João Correia de Carvalho, foi seu
primeiro vigário. Em 1864, pela lei provincial 1.199, de 09 de agosto, a sede da freguesia foi transferida
para a Capela de São Francisco do Onça. Em 1870, a sede da freguesia de São Francisco do Onça foi
transferida para o arraial do Cajurú. Em 1880, novamente a sede foi transferida para o arraial do onça.
Em 18 de maio de 1964 a 1h, Zeferina Sérgia de Jesus, morre em sua casa em Ipuiúna - MG,
onde residia com seu marido Hildebrando, em decorrência de um enfarte do miocárdio. Era eleitora. Não
deixou bens a inventariar e deixou os seguintes filhos:
MARIA DE JESUS ALVES RIBEIRO COM 40 ANOS, ANA RIBEIRO ARRUDA COM 38 ANOS, MARIA
DE LOURDES BORGES RIBEIRO, COM 36 ANOS, TEREZINHA SERGIA RIBEIRO DA SILVA, COM 34
ANOS, MADALENA ALVES RIBEIRO COM 32 ANOS, FRANCISCA RIBEIRO RODRIGUES, COM 30
ANOS, EUGENIA EMILIA MORENO, COM 28 ANOS, IZABEL EUGENIA DE LIMA, COM 26 ANOS,
GERALDA SILVESTRE RIBEIRO COM 25 ANOS, JOSÉ ALVES RIBEIRO, COM 24 ANOS, MARIA IRENI
RIBEIRO RAMOS, COM 23 ANOS, JOAQUIM TARCISO ALVES RIBEIRO COM 20 ANOS, ELZA
RIBEIRO ALVES COM 18 ANOS
Certidão de óbito de Zeferina Sérgia de Jesus
Antes de seu casamento, em 1923, morava em São Tomé das Letras, com seus pais. Após o
casamento passou a morar em São Sebastião da Encruzilhada (Cruzília).
Zeferina Sérgia (ou Serja, ou Sergea, ou Cerja) de Jesus,
esposa de Hildebrando, nasceu em São Miguel do Cajurú,
como o marido, em 09 de setembro de 1905 e, em 1923.
Foi a primeira filha de José Eugênio Ribeiro e Maria
Salomé de Carvalho.
Ananias já era falecido em 1923, quando seu filho Hildebrando casou-se. A data exata e a causa da
morte são totalmente desconhecidas. O lugar provável do óbito é Madre de Deus de Minas, onde viveu.
O mesmo pode-se dizer de sua esposa Maria Cândida. Em 1947 sabemos que já havia morrido.
Provavelmente, morreu em Cruzília de causas que não sabemos.
Em 22 de setembro de 1901, o padre Júlio José Ferreira batizou Francisco, sexto e último filho de
Ananias e Maria Cândida, na Matriz de NS do Pilar, em São João Del Rei. Depois disso não se
encontram outros vestígios de Ananias. Sendo assim, sua morte foi por volta de 1902.
Quando o segundo filho de Ananias e Maria Cândida, José, foi batizado, em Madre de Deus, pelo
vigário Laponese Rodrigues Silvino, em 24 de março de 1892, Ananias era alferes da 3a. companhia de
infantaria da Guarda Nacional, cujo Capitão era Antonio Ignacio Alves Lima, seu irmão, padrinho de
batismo de José. Antônio era 09 anos mais velho que Ananias. Também era mais próspero. Era
fazendeiro, como o pai. Casou-se duas vezes. Era capitão, como o pai.
No dia 20 de novembro de 1887 o vigário João Bernardes de Souza batizava, em Piedade do Rio
Grande-MG, Lifoncina, primeira filha de Ananias e Maria Cândida, nascida em 24 de outubro. Os
padrinhos foram Manoel Alves Ribeiro e Rita Firmina Leonor, mãe de Ananias. O Capitão José Ignácio
Alves Lima já era falecido.
Ananias Alves Lima era lavrador, nasceu em Madre de Deus em 01 de setembro de 1861. Filho de
José Inácio Alves Lima e Rita Firmina Leonor. Foi batizado pelo vigário João Bernardes de Sousa. Seus
padrinhos foram Prudente de Andrade Reis e Dona Joaquina Maria de Jesus.
Maria Cândida da Conceição nasceu no arraial de São Miguel do Cajurú em data ignorada. Os pais
de Maria Cândida são desconhecidos.
Ananias Alves Lima e Maria Cândida da Conceição, por volta de 1900.
Ananias e Maria Cândida tiveram os filhos: Lifoncina (1887), José (1892), Hildebrando (1895),
Sebastião (1898), Antônio (1899) e Francisco (1901).
7bro = setembro
B. Sl ao in(ce) = batizei solenemente ao inocente
José Ign(cio) Al(z) Lima = José Ignácio Alves Lima
P.P. = padrinhos
Era ut supra = a data como acima
JOSÉ EUGÊNIO RIBEIRO e MARIA SALOMÉ DE CARVALHO (GZ7J-CK7 : GZ7J-HVS)
Nos anos seguintes à morte de José Eugênio, em 1952, Maria Salomé e os filhos Jacob, Alexandre e
Paulo mudaram-se para a região de Cidade Ademar, São Paulo. Era lá que ela morava quando, em 21 de
novembro de 1975, veio a falecer no Hospital Matarazzo, vítima de cardiopatia.
Em 1931 moravam em Jacareí - SP, onde nasceu o filho caçula Paulo Pelucci Ribeiro, em 11 de
fevereiro.
A primeira filha do casal, minha avó, recebeu o nome da mãe de José Eugênio, Zeferina Sérgia de
Jesus, e nasceu em 09 de setembro de 1905.
Zeferina Sérgia Ribeiro (filha), Maria Salomé de Carvalho e
José Eugênio Ribeiro por volta de 1920
Registro de batismo de Evilásio Eugênio Ribeiro (Madre de Deus, 1909). O vigário Bernardo de Oliveira Barreto
escreveu “Ilasi”
O batismo de Evilásio Eugênio Ribeiro em 06 de outubro de 1909 é o registro mais antigo encontrado
referente a José Eugênio Ribeiro e Maria Salomé de Carvalho. Os nomes dos pais do casal constam das
certidões de óbito de ambos e da Certidão de Nascimento do caçula Paulo Pelucci Ribeiro.
José Eugênio Ribeiro era negociante e nasceu em São Sebastião da Vitória, distrito de São João Del
Rei, em 1883, ano da gigantesca erupção do vulcão Krakatoa, em Java. O dia e o mês do nascimento
não são conhecidos. Filho de Eugênio Ribeiro da Silva e Zeferina Sérgia de Jesus, casou-se, por volta
de 1904, com Maria Salomé de Carvalho, nascida em São Miguel do Cajurú, também distrito de São João
Del Rei, em 1886. Neste ano, em 28 de outubro, era inaugurada a Estátua da Liberdade, em Nova
Iorque. Também não são conhecidos o dia e o mês de nascimento de Maria Salomé. Ela era filha de José
Bernardino do Carmo Sandim e Emília Augusta de Carvalho, naturais de São João Del Rei.
CAPITÃO JOSÉ IGNÁCIO ALVES LIMA e RITA FIRMINA LEONOR (LRKF-7HR : LBXR-7YF)
O último registro encontrado que faz referência a Rita Firmina Leonor ainda viva é de 18 de outubro
de 1885. Trata-se do registro de óbito de Joaquim, solteiro, de 22 anos, seu escravo. Morreu do coração,
repentinamente.
No dia 19 de outubro de 1883, o tenente Custódio Nogueira da Costa, Juiz Municipal Suplente da
cidade de São João del Rei publicou no jornal O ARAUTO de Minas o edital de audiência especial a ser
realizada no dia primeiro de novembro, ao meio dia, para entrega das Cartas de Liberdade conferidas
naquele município mediante a cota a ele (município) destinada pelo fundo de emancipação, entre outros,
a Venâncio e Marcellina, casados, escravos dos herdeiros do finado José Ignácio Alves Lima.
Venâncio e Marcelina tiveram uma filha, Ismênia, nascida em 17 de dezembro de 1877, quando José
Ignácio ainda era vivo. Luiz Alves Pedrosa, de Alfenas, primo de Rita, foi padrinho de batismo de Ismênia.
A madrinha foi sua tia Rita Maria de Jesus. Não existem registros que indiquem que José Ignácio, Rita
Firmina ou Antônio Ignácio tenham libertado quaisquer escravos até a extinção da escravidão em 1888.
Na edição número 1 do Almanak Administrativo, Civil e Industrial (RJ) , de 1870, João Ignácio figura
como fazendeiro da Freguesia e Distrito de Madre de Deus, que é descrita como um povoado com
apenas 22 casas reunidas, além de outras que se encontram dispersas. Com 49 fazendas de cultura e
criação nas quais se cultiva milho, feijão, arroz, mandioca e trigo, além de criação de gado. Importavam
sal e outros gêneros secos e molhados e exportavam gado e objetos de sua produção. O Almanak diz
ainda que, por este povoado passava a estrada que, vindo de São João, ia para Bom Jardim e Turvo do
Aiuruoca.
No dia 28 de setembro de 1862 foi batizada Mariana e em 17 de fevereiro de 1861, Manoel. Ambos
filhos de Venâncio e Marcelina.
Por volta de 1850 José Ignácio casou-se com Rita Firmina Leonor e tiveram os filhos José, Honório,
Antônio Ignácio(1852), Custódio e Ananias Alves Lima(1861).
O avô paterno de Rita, José Álvares Pedrosa, era irmão do avô materno de José Ignácio, Alferes
João Alves Pedrosa, ou seja, a mãe dele, Floriana Antônia de São José, era prima do pai dela, Antônio
Alves Pedrosa. Sendo assim, eles eram primos de segundo grau.
Rita Firmina Leonor nasceu em 1818 em São João del Rei. Era a quarta filha de Antônio Alves
Pedrosa e Maria Possidônia Marques de Assunção, ambos de Piedade do Rio Grande. O Brasil era,
então, parte do Reino Unido de Portugal e Algarves.
Em 28 de março de 1856, José Ignácio Alves Lima registrou uma pequena fazenda de terras de
cultura e campos no lugar denominado Capão das Antas, havida por heranças, compras e trocas. Outra
pequena fazenda denominada Retiro Velho, de culturas e campos, havida por heranças e compras. Um
terreno de culturas e campos denominado Carumbé, nas margens do Rio Grande, havido por heranças e
compras e um pequeno terreno de culturas nas margens do mesmo Rio Grande.
Antes de se casar com Rita, Capitão José Ignácio era viúvo de sua segunda esposa Felisbina Maria
da Conceição, falecida em 1849 e que também era sua prima. Desta vez eram primos de primeiro grau
porque a mãe de Felisbina, Esméria Maria da Conceição, era irmã de Ignácio Álvares Lima, pai de José
Ignácio. Eles se casaram em 22 de fevereiro de 1846 em Silvianópolis e não tiveram filhos. O pai de
Felisbina Maria da Conceição, Manoel de Carvalho Duarte, era sobrinho de Maria de Carvalho Duarte,
José de Carvalho Duarte e Tereza Maria de Carvalho Duarte.
A primeira esposa de José Ignácio, Claudina Justiniana de Jesus, havia falecido em 05 de julho de
1845 tendo deixado três filhos deste matrimônio: Francisco (10 anos), Joaquina (9 anos) e Maria (6
anos). Ela também era sua prima de primeiro grau, pois seu pai José Alves Lima era irmão de Ignácio
Alves Lima, pai de José Ignácio.
De acordo com o Mapa de População de Madre de Deus de 1840, a família de José Ignácio Alves
Lima e Claudina Justiniana de Jesus era a primeira do segundo quarteirão. A família era composta por 33
membros dos quais 9 eram escravos, 16 eram crianças e dois eram tropeiros, entre outros. Estamos no
final do período regencial. Nesta época, Marcelina tinha 5 anos. Venâncio, 6.
Por volta de 1834 José Ignácio Alves Lima e Claudina Justiniana de Jesus casaram-se em Madre de
Deus. Em 1835 nasce Francisco, primeiro filho.
Anos antes, na edição 545, de 24 de maio de 1831, O ASTRO DE MINAS noticiava que “os
habitantes do Curato de Madre de Deus fizeram celebrar missa solene, Te Deum em ação de graças ao
todo Poderoso pelos felizes acontecimentos de 7 de abril”. Segundo o jornal, as comemorações
aconteciam em toda a província e os acontecimentos a que se refere incluem principalmente a abdicação
de D Pedro I, que é duramente criticado na primeira página. Iniciava-se o período regencial, no Brasil.
José Ignácio Alves Lima foi batizado no dia 20 de outubro de 1800 na Capela da Piedade, filial Matriz
de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João del Rei pelo reverendo João Luís de Lima. Foi o primeiro
filho de Ignácio Álvares Lima (ou Ignácio Alves Lima) e Floriana Antônia de São José. Seus padrinhos
foram o Alferes João Álvares Pedroza (ou João Alves Pedrosa), que era seu avô materno, e Dona Anna
Maria da Conceição, sua avó paterna. O incumbente do Brasil era José Luís de Castro, Vice-Rei e Conde
de Resende, que iniciou a iluminação pública do Rio de Janeiro com óleo de baleia. Também foi durante
a administração de José Luís de Castro que os inconfidentes mineiros foram julgados e condenados em
1790.
Os pais de José Eugênio Ribeiro viveram em São Sebastião da Vitória, distrito rural de São João
Del Rei.
JOSÉ BERNARDINO DO CARMO SANDIM e EMÍLIA AUGUSTA DE CARVALHO RESENDE
(LBK1-J78 : GX94-NKT)
Os pais de José Bernardino do Carmo Sandim são incógnitos. Também não sabemos quando nasceu
ou quando faleceu. Sua esposa Emília Augusta de Carvalho Resende era filha de João Antônio de
Carvalho e Rita de Cássia de Resende, todos de São Miguel do Cajurú, distrito rural de São João del Rei.
Além de Maria Salomé de Carvalho, o casal teve pelo menos mais três filhos a saber: Liberato (06 de
outubro de 1881), Rita (22 de julho de 1883) e Astrogilda ( 28 de agosto de 1887). Emília Augusta nasceu
em São Miguel do Cajurú, por volta de 1860. Os padrinhos de sua filha Rita, em 1883, foram seu pai João
Antônio de Carvalho e Maria Petronilha d’Aaraújo, que era filha de Bernardino José Gomes Sandim e era
casada com José Pereira de Carvalho, primo segundo de Ananias Alves Lima.
Há uma referência aos filhos de José Bernardino do Carmo Sandim publicada em 1893, na cidade do
Turvo, pelo advogado José Bernardino Alves, que faz menção a uma permuta de terras envolvendo seus
filhos menores. Nesta época, Maria Salomé contava 7 anos e provavelmente a permuta refere-se às
terras do distrito do Cajuru.
É provável que José Bernardino do Carmo Sandim tenha sido o quarto filho de José Bernardino
Sandim e Dona Carlota Leopoldina de Jesus, batizado em 1 de janeiro de 1859 na paróquia de São
Miguel do Cajurú. Maria Petronilha de Araújo, já mencionada, foi madrinha de Rita, sua filha, e era da
família Sandim. O filho Liberato, teve por padrinho Bernardino José Gomes Sandim. A data de
nascimento e o local são compatíveis com esta possibilidade. Contudo, não existem documentos
comprobatórios.
Por volta de 1805 Ignácio Alves Lima e Floriana Antônia de São José fixaram-se em Silvianópolis,
MG (antiga Santana de Sapucaí). Nesta freguesia também moravam os filhos Severino Alves Lima, com
sua mulher Carlota Maria de Jesus e Francisco Alves Lima, com sua mulher Mariana Theresa de Jesus.
Anos depois, o filho Francisco Alves Lima mudou-se para Pouso Alegre.
Ignácio Alves Lima e Floriana Antônia de São José receberam as bênçãos nupciais na forma do
Ritual Romano em 23 de setembro de 1799 na Matriz de São João Del Rei. Casamento realizado pelo
Reverendo Coadjutor João Peixoto do Amaral. Foram testemunhas o Capitão Gonçalo Ferreira de Freitas
e o Alferes Francisco Pinto de Magalhães.
Quando casou, Floriana levou de dote um casal de escravos, uns cavalos, selas e arreios e dez
novilhas.
Neste ano foram executados os líderes da Conjuração Baiana, em Salvador, teve fim a Revolução
Francesa e Napoleão Bonaparte tomou o poder. Também neste ano, em 14 de dezembro, morria George
Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos.
No ano seguinte, 1800, nascia José Ignácio Alves Lima, primeiro filho dos sete que o casal teve. O
padrinho e avô materno de José Ignácio, Alferes João Alves Pedrosa, faleceu em 1805 e nos Autos de
Contas de 18 de abril de 1815, de seu inventário, consta que Floriana Antônia vivia com seu marido em
boa união e harmonia, sendo este trabalhador e tratador da vida e que vivia honradamente com sua
mulher. Viviam da lavoura.
Floriana Antônia de São José foi a terceira filha do Alferes João Alves Pedrosa e Maria Fernandes de
São José, nascida em 08 de maio de 1784 em Piedade do Rio Grande, MG.
Ignácio Alves Lima foi o décimo filho do Capitão José Alves Lima e Ana Maria da Conceição. Nasceu
em São José Del Rei, atual Tiradentes - MG, em 1781, ano da descoberta do planeta Urano.
Casamento de Ignácio Alves Lima e Floriana e Floriana Antônia de São José
Matriz Aos vinte e três de setembro de mil setecentos e noventa e nove nesta Matriz
de São João dElRei pelas quatro horas da tarde feitas as Canônicas dili -
Ignacio gências sem descobrir impedimento algum como consta da Provisão do reverendo
Alz Lima Doutor Vigário da Vara da Comarca em presença das testemunhas o Capitão
Gonçalo Ferreira de Freitas, do Alferes Francisco Pinto de Magalhães e outros o Re
Floriana An(ta) verendo Coadjutor João Peixoto do Amaral administrou o sacramento do matrimô
nio que por palavras de presente celebraram=Ignácio Alves Lima filho legi
da Con(ção) timo do Capitão José Álvares Lima e de Dona Ana Maria da Conceição natu
ral e batizada na freguesia de São José com Floriana Antônia de São José filha
legítima de João Álvares Pedrosa e de Maria Fernandes de São José, natural e ba
tizada nesta freguesia e logo lhes deu as bênçãos nupciais na forma do Ritual
Romano
O Coadjutor Manoel Antônio de Castro
ANTÔNIO ALVES PEDROSA e MARIA POSSIDÔNIA MARQUES DE ASSUNÇÃO (LRVD-9G2 :
LRV8-1TY)
Maria Possidônia (ou Pocidônia) Marques de Assunção faleceu em 02 de abril de 1864 no distrito de
Piedade do Rio Grande, MG, deixando viúvo Antônio Alves Pedrosa e oito filhos, dentre os quais Rita,
casada com o Capitão José Ignácio Alves Lima.
Antônio Alves Pedrosa, ou Antônio José de Menezes, e Maria Possidônia Marques de Assunção
casaram-se em 09 de setembro de 1812 na Capela de Piedade, filial da Matriz de São João Del Rei.
Casamento realizado pelo vigário Joaquim Mariano da Costa Amaral Gurgel.
O vigário Joaquim Mariano da Costa Amaral Gurgel era português. Veio para o Brasil em 1806. Neste
mesmo ano foi transferido de Nossa Senhora da Ajuda, em São Paulo, para São João Del Rei. Em 1808,
os membros da Câmara da Vila de São João Del Rei pediram ao príncipe D João VI a substituição do
vigário. Alegando inquietação e desgosto do povo, acusaram o vigário de alterar os usos das cerimônias
religiosas, bem como explicá-las de modo rústico e indecente, incluindo formas de circuncisão e o modo
como a matéria seminal serve à reprodução do gênero humano. O vigário ainda foi acusando, entre
muitas outras coisas, de pregar que, sendo preparado para a crucificação, Jesus teria sido despido e
deixado com suas vergonhas à mostra. Percebe-se um certo exagero e uma certa retórica em tais
acusações. Em 1810 o vigário também se queixou à Sua Alteza Real dos membros da Câmara, porém
em termos mais realistas. Alegou que os homens que serviram àquela Câmara em 1808 pretendiam que
ele pessoalmente, e não seus coadjutores, fosse esperá-los na porta da Matriz para jogar-lhes água
benta quando entrassem na igreja. Alegou que a Câmara não providenciava o necessário para
cantarem-se missas nas festividades, conforme determinado pela Coroa, etc. Pede ao príncipe que
decida o que for justo e diz que deve informar o Ouvidor da Comarca de Vila Rica declarando o que se
pratica acerca das despesas dessas Festividades na Câmara da Vila de São João Del Rei e Mariana.
O vigário continuou à frente da Matriz de Nossa Senhora do Pilar até 1823. Em 1807 ele também
licenciou o casamento de Vicência Antônia de São José, tia do Capitão José Ignácio Alves Lima. Além
disso, essa Vicência Antônia de São José era filha do Alferes João Alves Pedrosa, que era irmão de José
Álvares Pedrosa, que era avô de Rita Firmina Leonor, terceira esposa de José Ignácio Alves Lima.
Maria Possidônia Marques de Assunção era a primeira filha de Domingos Marques Pereira e Rosa
Maria de São José, batizada em 18 de novembro de 1794 na Matriz de São João Del Rei pelo reverendo
coadjutor Manoel Antônio de Castro. Seus padrinhos foram o Capitão Antônio Barroso Pereira e Dona
Maria de Carvalho.
Antônio Alves Pedrosa era o terceiro filho de José Alves Pedrosa e Leonor Maria da Assunção,
nascido em 1791.
M(a) - Aos dezoito de Novembro de mil setecentos e noventa e quatro nesta Matriz de São
João d’El Rei o Reverendo Coadjutor Manoel Antônio de Castro batizou e pôs os san
tos óleos a Maria filha legitima de Domingos Marques Pereira e Dona Maria
de S José: foram padrinhos o Capitão Antônio Barroso Pereira e Dona Maria de Car
valho casados e todos desta freguesia
o Coadjutor João Gonçalves de Moura
Em uma manhã de setembro, surgiu repentinamente nos céus o grande cometa de 1882, como ficou
conhecido. Era um cometa extremamente brilhante, que ficou visível por vários dias no velho e no novo
mundo. Mesmo durante o dia podia ser visto a olho nu. Este fenômeno, juntamente com a passagem de
Vênus em frente ao disco solar, fez muita gente acreditar que o fim do mundo estivesse próximo. Lia-se
no jornal Luzeiro, de 3 de dezembro que, na tarde de 28 de novembro, caiu sobre a estação do Sítio uma
chuva de pedras nunca vista antes. Segundo informações da época, a tal pedra amontoou-se no solo a
uma altura de mais de dois palmos, tendo de ser removida com enxada para a passagem do trem. Foi
neste ano, no dia 11 de maio, que o “fim” chegou. Pelo menos para Rita de Cássia Resende, que morreu
deixando viúvo João Antônio de Carvalho e os filhos Honório, com 22 anos, Emília, casada com José
Bernardino do Carmo Sandim, João, com 12 anos, Maria com 10, Mariana, com 04 e Carlos com 06.
Faleceu na fazenda da Boa Vista, no distrito do Cajurú.
A data de falecimento de João Antônio de Carvalho é desconhecida. Era lavrador e possuía poucos
bens. É citado em um edital de convocação para a formação de um júri popular publicado no jornal O
ARAUTO DE MINAS de 15 de maio de 1882 e foi padrinho da neta Rita, filha de Emília Augusta de
Carvalho Resende e José Bernardino do Carmo Sandim, em 22 de julho de 1883, em Madre de Deus.
Moravam na fazenda Boa Vista, distrito do Cajuru, onde possuíam casa com paiol, moinho coberto
de telha, ranchos e mais casas cobertas com capim, quintal com arvoredo cercado de cercas; uma casa
no Arraial do Cajurú pequena, por acabar, com pequeno fundo coberto de telha, além de terras da
fazenda Boa Vista, que se compunham de mato virgem, culturas e campos de criar, conforme inventário
de Rita de Cássia de 1882.
Rita de Cássia Resende foi madrinha do neto Liberato, filho de Emília Augusta de Carvalho Resende
e José Bernardino do Carmo Sandim, em 06 de outubro de 1881, em Madre de Deus.
João Antônio de Carvalho e Rita de Cássia Resende casaram-se em 1858 em São Miguel do
Cajurú. Ele, nascido em 1838, terceiro filho de Antônio José de Ávila e Mariana Antonia de Jesus. Ela,
nascida por volta de 1845, quinta filha de João Ignácio de Carvalho e Ilídia Mafalda de Resende. Eram
primos em primeiro grau porque Mariana Antônia de Jesus, mãe de João Antônio, era irmã de João
Ignácio de Carvalho, pai de Rita de Cássia. Ambos eram netos do Guarda Mor João Correa de Carvalho
e Ana Matildes de Jesus (à frente).
Um capitão de entradas e assaltos era o que ficou conhecido como capitão do mato, que caçava e
prendia os negros fugidos, bem como presos que fugiam das prisões. O posto não era remunerado pela
Real Fazenda, mas um capitão gozava de todas as honras que a este pertenciam. De acordo com a
Carta Patente de D. Fernando José Portugal, o Capitão José Alves Lima vinha servindo no posto com
“bom procedimento, esperando que, daqui em diante, continuará como dele confio”.
Em 16 de agosto de 1785, José Alves Lima, capitão e morador nos arredores da Vila de São José,
atual Tiradentes, enviou requerimento solicitando à D. Maria I a mercê de o autorizar a montar um
engenho para o fabrico de açúcar, melaço e aguardente. Argumentava que o engenho seria de utilidade
para a Real Fazenda pelos tributos que eram pagos no comércio com o Rio de Janeiro (dízimos e
direitos). A construção de engenhos só era permitida com autorização régia expressa.
Em 07 de junho de 1769, José Alves Lima enviou requerimento pedindo carta patente de
confirmação do posto de capitão da companhia da ordenança de pé do Distrito do arraial do Corgo, termo
da Vila de São José, comarca do Rio das Mortes. Havia sido nomeado por Carta Patente de 14 de
dezembro de 1767, pelo governador da Capitania de Minas Gerais, Luiz Diogo Lobo da Silva. A função
de um capitão da companhia de ordenança e pé a mesma de um capitão de entradas e assaltos.
O casamento de José Alves Lima e Ana Maria da Conceição foi realizado na Capela do Varador,
Aiuruoca, MG, em 14 de fevereiro de 1763 e, dos 13 filhos que tiveram, a oitava filha, Claudina Justiniana
de Jesus, foi casada com o Capitão José Ignácio Alves Lima, seu primo e neto de José Alves Lima. O
décimo primeiro filho, Ignácio Alves Lima era pai do Capitão José Ignácio Alves Lima.
Ana Maria da Conceição foi batizada em 08 de setembro de 1745, na Capela dos Serranos, filial da
Paróquia de Aiuruoca, MG pelo vigário Faustino do Prado Xavier. Filha de Manuel de Sousa Vieira e
Quitéria da Conceição. Seus padrinhos foram Alexandre Teixeira de Carvalho e Maria da Assunção,
mulher de Amaro de Mendonça e mãe de Quitéria da Conceição.
O Capitão José Alves Lima era natural da freguesia de São Tiago de Castelo de Neiva, da Vila de
Barcelos, Arcebispado de Braga. Era filho de Manuel Gomes e Francisca Alvares, conforme declarou em
seu testamento. Nasceu por volta de 1741.
Batismo de Ana Maria da Conceição
Maria Fernandes de São José faleceu em 26 de junho de 1830, no sítio Água Limpa, em Santana do
Sapucaí, Termo da Vila Campanha da Princesa. Irmã professa da Ordem Terceira de São Francisco, da
Vila de São João Del Rei, quis que seu corpo fosse envolto no Hábito de São Francisco e fosse sepultado
na capela da mesma Ordem. Declarou em seu testamento que o que sobrasse de sua terça, depois de
cumpridas as suas disposições testamentárias, se dividiria metade entre os pobres da paróquia e metade
entre seus filhos.
O Alferes João Alves Pedrosa faleceu em 27 de julho de 1805 em Piedade do Rio Grande. Até esta
época, a terceira filha do casal, Floriana Antônia de São José, vivia da lavoura com seu marido Ignácio
Alves Lima, na freguesia de Piedade do Rio Grande.
Casaram-se em 08 de junho de 1779 na Matriz de São João Del Rei. Casamento realizado pelo
padre Joaquim Pinto da Silveira.
A primeira filha, Maria Alves Pedroza, foi batizada em 04 de maio de 1782, em Piedade do Rio
Grande, pelo reverendo capelão Antônio Martins Saldanha e seus padrinhos foram Manoel Alves
Pedrosa, pai de João Alves Pedrosa, e Rita Maria de São José, mãe de Maria Fernandes.
Maria Fernandes de São José foi a sexta filha de Antônio Fernandes Lima e Rita Maria de São José,
nascida em 1760, em São João Del Rei.
João Alves Pedrosa foi o sexto filho de Manuel Alves Pedrosa e Maria da Assunção Franco, nascido
em 1757, em São João Del Rei.
Aos oito de junho de mil setecentos e setenta e nove nesta Matriz de São Jo
ão d’ElRei pelas onze para as doze horas da manhã feitas as diligências
na forma do Sagrado Concílio e constituição sem se descobrir impedimen
to algum como consta da provisão do Reverendo Doutor vigário da
vara desta Comarca administrei o sacramento do matrimônio que
por palavras de presente celebram na minha presença e das testemu
nhas abaixo assinadas = João Alves Pedrosa filho legitimo de
Manuel Alves Pedrosa e de Maria sa Assunção França = Maria
Fernandes de São José filha legítima de Antônio Fernandes Lima e
de Rita Maria de São José ambos naturais e batizados nesta mesma
freguesia e logo lhes dei as bênçãos na forma do Ritual Romano
o Coadjutor Joaquim Pinto da Silveira
José Álvares Pedrosa era irmão de João Alves Pedrosa, casado com Maria Fernandes de São José,
que era irmã de Leonor Maria da Assunção. Ou seja, os dois irmãos se casaram com as duas irmãs.
José Álvares Pedrosa, ou José Alves Pedrosa, encontrou o final de seus dias em 18 de junho de
1832, no Curato de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande, MG (Descendência de Manoel Alves
Pedrosa e Maria da Assunção - Cap. 5 José Alves Pedrosa - Projeto Compartilhar). Viveu e morreu na fé
da Santíssima Trindade.
Estando em seu perfeito juízo, tremendo a morte e desejando por sua alma no caminho da salvação,
José Alves Pedrosa ordenou em seu testamento, aberto no mesmo dia de sua morte, que seu corpo
fosse envolto em Hábito de São Francisco e sepultado na sua igreja.
Leonor Maria da Assunção faleceu em 26 de novembro de 1816, na fazenda Água Limpa, Aplicação
de São Francisco da Onça, MG.
O casal foi proprietário da fazenda Água Limpa, em São Francisco do Onça, Termo da Vila de São
João Del Rei, herdada de Antônio Fernandes Lima, pai de Leonor. Entre seus bens Leonor também
deixou a fazenda da Bocaina e a fazenda Patrimônio, comprada do padre João Fernandes Lima, irmão
de Leonor.
Na Relação de Habitantes da Aplicação de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande, termo da Vila
de São João Del Rei, de 1831, consta que José Alves Pedrosa, branco, 70 anos, viúvo, lavrador, era o
chefe da primeira família do primeiro quarteirão. Os outros membros eram todos pretos, cabras ou
crioulos. Todos, lavradores e cativos. O mais novo, Joaquim, cabra, com 16 anos.
Neste ano, a comissão nomeada pela Câmara Municipal da Vila de São João Del Rei para visitar e
informar a situação dos públicos estabelecimentos da Santa Casa de Misericórdia, prisão militar e cadeia
dos doidos propôs à Câmara a necessidade de alguma providência que pudesse prevenir e extirpar o
abusivo costume que se ia introduzindo por muitos senhores “inhumanos” que, depois de haverem
“desfrutado por dilatados anos o suor e trabalho de seus escravos, estando esses decrépitos e
adoecidos, passarem-lhes carta de liberdade e mandarem-nos no mesmo dia ou daí a poucos para a
Santa Casa” e outros que adoecendo-lhes algum escravo ainda que moço e sendo desenganado da
morte fazem a mesma coisa, com a finalidade de não arcarem com a despesa que, “de rigorosa
obrigação e justiça” deviam ter com eles. No quartel militar foram apontados consertos, que já haviam
sido solicitados pela comissão anterior, para oferecer melhor comodidade, segurança (evitar fuga de
presos) e salubridade. Por fim, a Comissão insta pela pronta e escrupulosa observância das providências
já propostas pela Comissão anterior para oferecer ao menos comodidade e alívio aos “infelizes que têm a
desgraça” de irem parar na cadeia dos doidos, que só lhes apresenta um continuado e mortífero suplício.
(O Astro de Minas, 1832, Edição 652). No relatório da Comissão anterior, de 1830, foi lembrado no
relatório que a necessidade de tarimbas para o dormitório da enxovia dos pretos, na mesma cadeia, já
havia sido apontada. A Câmara não havia dado nenhuma providência e os doidos achavam-se expostos
a dormir no chão e sem encosto.
Antônio Alves Pedrosa foi o terceiro filho após o casamento celebrado na Capela da Piedade, filial da
Matriz de Nossa Senhora do Pilar em São João Del Rei em 26 de agosto de 1782 pelo vigário Joaquim
Pinto da Silveira.
Leonor Maria da Assunção foi batizada em 18 de junho de 1767, na Capela de Santo Antônio de
Bertioga, filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, pelo padre Lourenço da
Costa, com licença do vigário da Matriz de São João Del Rei, Mathias Antônio Salgado. Era filha de
Antônio Fernandes Lima e Rita Maria de São José. Seus padrinhos foram Domingos Pereira de Barros e
Maria de Carvalho.
Aos dezoito dias do mês de junho de mil setecentos e sessenta e sete na Capela de S.
Antônio da Bertioga filial da Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do
Campo o Reverendo Padre Lourenço da Costa Chaves capelão da dita Capela de li
cença do Reverendo vigário desta Matriz de Nossa S. do Pilar desta Vila de S. Jo
ão del Rei Mathias Antônio Salgado batizou e pôs os santos óleos a Leonor
filha de Antônio Fernandes Lima natural e batizado na freguesia de vito
rino das Donas, termo de Barcelos, comarca de viana, Arcebispado de Braga
e de sua mulher Rita Maria, natural e batizada na freguesia da Magdale
na da Ilha do Pico Bispado de Angra neta pela parte paterna de Fran-
cisco de Puga e de sua mulher Andreza Fernandes naturais da sobredita
freguesia de vitorino das Donase pela parte paterna digo materna de Ma
nuel Rodrigues natural da Ilha do Pico e de sua mulher Maria Jacinta
natural da Ilha do Faial, Bispado de Angra. foram padrinhos Domingos
Pereira de Barros, pelo qual tocou como procurador Antônio ???
e Maria de Carvalho mulher de José Rabelo a qual batizada nasceu aos doze
do dito mês de junho todos moradores nas freguesias declaradas.
(o Coadjutor José Rodrigues da Cruz)
José Alves Pedrosa nasceu em 1761 em Piedade do Rio Grande, Freguesia e Termo da Vila de São
João Del Rei. Era o décimo segundo filho de Manoel Alves Pedrosa de Portugal e Maria Assunção
França.
As circunstâncias da morte de Rosa Maria de São José, ou, Rosa Maria de Jesus, são ignoradas.
Somente o lugar é conhecido. Foi na fazenda Ribeirão dos Cavalos da Aplicação de Nossa Senhora da
Piedade, Termo da Vila de São João Del Rei, onde, em 09 de setembro de 1826, também morreu
Domingos Marques Pereira, seu marido. Eram proprietário desta fazenda, por herança e compra. Em
1839, aos 66 anos, Rosa Maria ainda era viva.
Na Lista de População do Distrito da Aplicação de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande, filial
da Matriz de São Miguel do Cajurú, Termo da Cidade de São João Del Rei, da Comarca de Rio das
Mortes, limitado ao Norte com o Distrito de São Francisco da Onça, ao Sul com o Distrito da Matriz do
Turvo, pelo Rio Grande, a Leste com o Distrito de Santa Anna do Garambéu e a Oeste com o Distrito de
Madre de Deus e de São Miguel do Cajurú, distante da Matriz 4 léguas e da Cabeça do Termo 7, extraído
em 1839, Rosa Maria de São José foi registrada como chefe da família 22, composta por ela e mais dois
cativos: Manoel, 18 anos, pardo, solteiro. Silvéria, 30 anos, crioula, solteira. A própria Rosa Maria foi
registrada como solteira (na verdade era viúva), branca, com 56 anos (errado). A lista não menciona se
sabia ler e escrever.
Na relação de habitantes do Distrito da Capela de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande, de 17
de outubro de 1831, feita pelo Juiz de Paz Custódio Fagundes do Nascimento, Rosa Maria de São José
foi registrada como chefe da sexta família. A família é composta assim: Rosa Maria, branca, livre, 54
(errado), viúva. Joaquim (filho), branco, livre, 15, solteiro. José, preto, cativo, 40, casado. Sebastiana,
preta, cativa, 50, viúva. Vicente, crioulo, cativo, 26, casado. Zacharia, crioulo, cativo, 7, solteiro. Maria,
preta, cativa, 40, casada e Silvéria, crioula, cativa, 25, casada.
Entre os oito filhos mencionados no inventário de Domingos Marques Pereira estão Maria Marques
(Maria Possidonia Marques de Assunção), primeira filha, casada com Antônio Alves Pedrosa, mãe de
Rita Firmina Leonor.
Entretanto, o casal batizou o filho Domingos em 30 de setembro de 1792 na Matriz de São João Del
Rei. Os padrinhos foram os pais de Rosa Maria. O batismo foi feito pelo Coadjutor Joaquim Pinto da
Silveira e o assento do batismo foi feito pelo Coadjutor Manoel Antonio de Castro. Portanto, Domingos
não sobreviveu à infância.
Maria Possidonia foi batizada na mesma Matriz pelo Coadjutor Manoel Antonio de Castro em 18 de
novembro de 1794, sendo seus padrinhos o cunhado, Capitão Antônio Barroso Pereira, português, e a
mãe de Rosa Maria.
Em 11 de abril de 1803, Domingos Marques e Rosa Maria batizaram outro filho chamado Domingos.
Desta vez, os padrinhos foram o Capitão José Lourenço Dias e Dona Magdalena, filha do Capitão
Antônio Barroso Pereira, sobrinha de Rosa Maria. O Batismo foi feito na mesma Matriz, pelo mesmo
Coadjutor.
O Capitão Antônio Barroso Pereira foi o primeiro marido de Mariana Jacinta, irmã de Rosa Maria. O
sobrenome de Dona Magdalena, madrinha de Domingos, não é mencionado porque ela tinha apenas 13
anos em 1803.
O lugar, a data e a filiação de Domingos Marques Pereira são totalmente ignorados. É possível que
fosse um “exposto” (abandonado do nascimento).
Rosa Maria de São José nasceu e foi batizada em Santa Ana do Garembéu em 14 de junho de 1773.
Filha de José Rabelo de Macedo e Maria de Carvalho Duarte. Seus padrinhos foram Antônio Fernandes
Pereira e Maria de São José.
As circunstâncias da morte de Antônio José de Ávila são ignoradas. Em 1874 era Juiz de Paz no
Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes. Também era subdelegado de acordo com o Almanak
Administrativo do Rio de Janeiro (1874). A nomeação para subdelegado, em substituição a Francisco
Braz de Carvalho, que fora demitido por ter se mudado do Distrito, foi publicada em 04 de março de 1871
pelo jornal O Noticiador de Minas, quando ele contava 55 anos de idade. Podemos concluir que nesta
época ele estava morando no Rio das Mortes.
Dona Mariana Antônia de Jesus faleceu em 16 de janeiro de 1853 na casa situada no Arraial de São
Miguel do Cajurú. Partiu nova, aos 35 anos, assim como D. Maria II, rainha de Portugal, que morreu em
Lisboa no dia 15 de novembro e era um ano mais nova que ela.
O filho João Antônio, que se casaria com Rita de Cássia de Resende, tinha então 17 anos e
moravam no arraial São Miguel do Cajurú, onde produziam farinha de mandioca.
O primeiro filho, José, foi batizado na Capela de Santo Antônio do Rio das Mortes, em 05 de junho de
1836 e os padrinhos foram seus avós maternos (o Guarda Mor João Correa de Carvalho e Ana Matildes
de Jesus).
Antonio José de Ávila casou-se novamente com a neta Gabriela Augusta de Resende, que era prima
de Emília Augusta de Carvalho Resende.
Mariana Antônia de Jesus era a oitava filha do Guarda Mor João Correa de Carvalho e Ana Matildes
de Jesus. Nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes em 1818. Era irmã de João Ignácio de
Carvalho, que casou com sua prima Ilídia Mafalda de Resende. Sua avó materna também se chamava
Mariana Antônia de Jesus e havia sido casada com José de Carvalho Duarte.
Antônio José de Ávila nasceu em Ibertioga em 28 de janeiro de 1816, ano da morte de D. Maria I,
também conhecido como o ano que não teve verão. Era filho de José Pedro de Ávila e Maria Pulociana
de Jesus. Foi batizado pelo Coadjutor Antonio Roiz de Araújo e seus padrinhos foram João José do
Nascimento e Mariana Maria de Jesus.
Antônio Aos 28 de janeiro de 1816 na Capela da Bertioga filial de Barbacena
Bertioga o Coadjutor Antônio Roiz de Araújo batizou e pôs os santos óleos
ao inocente Antônio filho legítimo de José Pedro de Ávila e de
Maria Polucianna de Jesus foram padrinhos João José do Nas
cimento e Florianna Maria de Jesus de que mandei
fazer este assento que assinei
(o vigário José Joaquim Ferreira Armond)
João Ignácio de Carvalho faleceu em 02 de fevereiro de 1855, na fazenda da Boa Vista, em São
Miguel do Cajurú, distrito de São João Del Rei.
João Ignácio de Carvalho aparece com sua esposa Ilídia Mafalda de Resende no mapa de população
de São Miguel do Cajurú, de 1839. Ele, com 29 anos, lavrador. Ela, com 16. Também figura neste mapa o
filho Francisco com 1 ano de idade. Além dos três haviam mais 09 pessoas agregadas à família, sendo
dois de origem africana. Nenhum escravizado.
Mapa de população de São Miguel do Cajurú, de 1839
Possuíam casa com paiol, moinho e cozinha na fazenda Boa Vista, além de porções de terras de
cultura e campos de criar nessa mesma fazenda, fazenda Morro do Chapéu Pequeno, fazenda do
Barroso. Terras de cultura e campos de criar na fazenda denominada Capão do Gregório e o Rapadouro,
havidas por compra. Por fim, possuíam terras de cultura e campos de criar na fazenda Córrego Seco,
havidas por herança de Francisco Antônio de Carvalho, pai de Ilídia.
De acordo com o mapa de população de 1839, João Ignácio de Carvalho nasceu em 1809 e sua
mulher, Ilídia Mafalda de Resende, em 1822.
Ele era o quinto filho do Guarda Mor João Correa de Carvalho e Ana Mathildes de Jesus. Ela era a
primeira filha de Francisco Antônio de Carvalho e Delfina Henriqueta Júlia de Resende.
O Guarda Mor João Correa de Carvalho ainda era vivo quando seu filho faleceu, mas encontrava-se
bastante enfermo devido a idade avançada e estava privado até de escrever.
Pais do Capitão José Alves Lima. Manuel Gomes, nascido por volta de 1714, em São Tiago de
Amorim, Barcelos, Braga, Portugal e Francisca Alvares, por volta de 1718 na freguesia de Darque,
Barcelos, Portugal.
Manoel de Souza Vieira faleceu em 1748 quando Ana Maria, sua primeira filha, tinha apenas 3 anos.
A segunda filha, Escolástica, tinha dois anos e a terceira, Maria, oito meses. Além disso, a viúva estava
grávida. Moravam em Aiuruoca.
Deixou poucos bens. A terça parte dos matos situados naquela paragem, junto com Bernardo Pereira
Nunes e Antonio Fernandes Barreto e um serviço de terras minerais.
Pais de Ana Maria da Conceição, esposa do Capitão José Alves Lima, Manuel de Sousa Vieira,
nasceu por volta de 1715 em Senhor Bom Jesus, Açores, Portugal e faleceu em 1748 em São João Del
Rei. Quitéria da Conceição nasceu por volta de 1724 em São José Del Rei (Tiradentes) e as
circunstâncias de seu falecimento são desconhecidas. Era filha de Amaro de Mendonça Coelho e Maria
da Assunção.
Manuel Alves Pedrosa faleceu em 07 de junho de 1808 na fazenda Morro do Chapéu Pequeno,
Aplicação de Nossa Senhora da Piedade do Rio Grande. Temendo a morte e querendo por sua alma no
caminho da salvação, ordenou, em seu testamento em 18 de outubro de 1803, que seu corpo fosse
envolto em hábito religioso franciscano e sepultado na igreja da Venerável Ordem Terceira de São
Francisco. Era pai do Alferes João Alves Pedrosa, falecido em 27 de julho de 1805, e José Alves
Pedrosa.
A família estava dispersa, segundo declaração de José Alves Pedrosa, testamenteiro do pai, todos
casaram e residiam um em Piedade, outro em Lavras, outros em Santana do Sapucaí, Campanha, São
Paulo e, por fim, uns falecidos.
Quando faleceu, Manoel Alves Pedrosa possuía 3 escravos, as casas da fazenda mencionada e as
melhorias feitas pelo Alferes João Alves Pedrosa (moinho, muros que tapam as ditas casas, terreiro e
quintal), uma fazenda de cultura com alguns campos e capoeiras, na mesma paragem.
Maria da Assunção Franco faleceu em 15 de janeiro de 1772 na fazenda Morro do Chapéu. A
defunta, mulher de Manoel Alves Pedrosa, foi amortalhada no Hábito de São Francisco e foi enterrada na
Capela de Nossa Senhora da Piedade.
A fazenda era composta de casas de vivenda e cozinha cobertos de telha, senzala, paiol e demais
casas cobertas de capim, com seus arvoredos de espinhos, capoeiras, matos virgens, poucos campos e
seus logradouros. Nesta época, possuíam 27 escravos, conforme inventário aberto em 12 de março de
1772.
O casamento de Manoel Alves e Maria da Assunção foi por volta de 1747, em São Miguel do Cajurú,
porque foi lá que a primeira filha, Maria, nasceu em 1749. Em algum momento, passaram a morar em
Piedade do Rio Grande.
Maria da Assunção Franco, ou, Maria da Assunção França, nasceu por volta de 1730 em Minas
Gerais. Provavelmente em São José Del Rei, atual Tiradentes. Era filha de Ignácio Franco e Maria Teresa
de Jesus, portugueses. Era neta de Antônia da Graça, a primeira ilhoa, pelo ramo materno.
Manoel Alves Pedrosa nasceu em 07 de junho de 1715 em Caldas de Vizela, termo da Vila de
Guimarães, Arcebispado de Braga, Portugal e foi batizado em 13 de junho de 1715. Era filho de Pedro
Vaz e Maria Alves Pedrosa. Foi o patriarca da família “Alves Pedrosa” no sul de Minas.
Rita Maria de São José faleceu em 11 de março de 1829 na fazenda Santa Cruz do Piau, termo de
Barbacena, na casa do filho Antônio Fernandes de São José, seu filho. Em seu testamento, declarou ser
natural da Ilha do Faial, mas disse não saber a freguesia por ter vindo ainda criança para o Brasil.
Antônio Fernandes Lima faleceu em 08 de maio de 1795 na fazenda Água Limpa, na Aplicação de
São Francisco do Onça, Termo da Vila de São João Del Rei, onde morava com sua esposa.
Eram proprietários da dita fazenda Santa Cruz que se compunha de campos e capoeiras, com casas
de vivenda e paiol coberto de telha, senzala e monjolo cobertos de capim, com seu quintal e arvoredos
de espinhos. As terras na paragem denominada Água Limpa foram adquiridas no sistema de sesmarias e
concedidas por José Antônio Freire de Andrada, Capitão da Cavalaria e Governador da Capitania de
Minas Gerais, conforme Carta de Sesmaria de 23 de junho de 1759 ao próprio Antônio Fernandes Lima.
A fazenda Santa Cruz foi herdada por sua filha Leonor Maria da Assunção e seu marido José Alves
Pedrosa.
Também foram pais de Maria Fernandes de São José, mulher do Alferes João Alves Pedrosa.
Ant(o) Frz
Lima
Jozé Antônio Freire de Andrade,
Coronel da Cavalaria e Governador Interi
no da Capitania das Minas Gerais e Alcaide
e lanceiro. Faço saber aos que esta minha
Carta de Sesmaria virem que tendo respeiro a me
representar por sua petição Antônio Fernandes
Lima morador na freguesia de São João Del
Rei, Comarca do Rio da Mortes, que ele possuia
um sítio na paragem chamada Água
Limpa, cujas terras partiam com terras de
Domingos dos Reis e da outra parte com
João Gomes do Nascimento e de outra com
André Fernandes e de outra parte com Manoel Camilo(?)
e porque o suplicante por melhor ?? das suas
terras as queria possuir com mais legítimo
e verdadeiro título me pedia que demandasse ne
las passar Carta de Sesmaria de meia lé
gua de terra em quadra e que esta fizesse
pião onde melhor conviesse na forma das or
dens se Sua Majestade e se principiasse de sua me
dição no alto de uma ?? de campo
junta de estrada onde se divide com as te
rras do sítio de André Fernandes correndo ??
?? do Sul a que atendendo ?? de
penderão ?? da Câmara ?? de
São João Del Rei, Comarca do Rio das Mortes
o os D.D. Provedores da Fazenda Real e Procurador
da Coroa e Fazenda desta Capitania
a quem ?? deveres não se deve ter dúvida
na Concessão desta Sesmaria em vista de ter
o suplicante justificado por testemunhas na forma da nova
ordem ?? ?? não ter outra sesmaria
nem pretender esta para outra alguma
pessoa e também por não encontrar in
conveniente que a proibisse pela facul
dade que Sua Magestade me permite nas suas Reais
ordens e, ultimamente, na de onze de Abril de
mil setecentos e trinta e oito para conce
der Sesmaria das terras desta Capitania
aos moradores dela que mas pedirem. Hei
por bem fazer merecer, como por esta faço, de
conceder em nome de Sua Magestade ao ?? Antônio
Fernandes Lima, por sesmaria, meia légua de terras
em quadra dentro das mais confrontações
acima mencionadas, fazendo pião onde
convier com declaração porém que será o ??
dentro de um ano, que se contará da data des
ta, demarcá-la judicialmente …
Rita Maria de São José veio para o Brasil com seis anos de idade, era natural de Madalena da Ilha
do Pico, Bispado de Angra, Açores, filha de Manoel Rodrigues Pires e Maria Jacinta. Nasceu por volta de
1735.
Antônio Fernandes Lima nasceu por volta de 1724 em Barcelos, Portugal. Era filho de Francisco da
Puga e Andreza Fernandes. Foi o patriarca da família “Fernandes Lima”.
JOSÉ RABELO DE MACEDO e MARIA DE CARVALHO DUARTE (LJKH-J64 : K23X-VJS)
Maria de Carvalho Duarte faleceu em 06 de outubro de 1823, em sua casa, na fazenda Ribeirão dos
Cavalos, da Aplicação de Nossa Senhora da Piedade, Termo da Vila de São João Del Rei. Em seu
testamento, já com idade bastante avançada e impossibilitada de reger e administrar seus bens, reservou
para si apenas a terça parte de seus bens, entregando tudo o mais a seus herdeiros e ao Juízo de Órfãos
a que pertenciam seus netos.
Dispôs que, logo após seu falecimento, seu corpo fosse conduzido à Vila de São João Del Rei onde,
depois de envolto no Hábito da mesma Ordem Terceira de São Francisco, da qual se declarou “indigna”
irmã, em cuja capela desejou ser sepultada. Como não sabia ler nem escrever, rogou a Manoel da Costa
Souto que o fizesse por ela.
Nesta mesma fazenda, José Rabelo de Macedo faleceu da vida em 05 de janeiro de 1803.
A fazenda Ribeirão dos Cavalos era composta casas de vivenda, cozinha, monjolo, paiol, casa de
queijos, vários ranchos cobertos de capim, senzalas, pomar, árvores de espinhos e demais plantas,
cercadas de muros de pedra e cercas. Esta fazenda foi herdada pela filha Rosa Maria de São José.
Rosa Maria de São José, casada com Domingos Marques Pereira, era a décima filha do casal.
Maria de Carvalho Duarte foi batizada na Matriz de Prados, da Vila de São José, em 29 de outubro
de 1737, foi a primeira filha de Caetano de Carvalho Duarte e Catarina de São José, ou, Catarina
Cândida de São José. Era irmã de Tereza Maria de Carvalho Duarte (mãe do Guarda Mor João Correa de
Carvalho), de José de Carvalho Duarte (pai de Ana Matildes de Jesus e Francisco Antônio de Carvalho)
e do Capitão Francisco Carvalho Duarte. Seus padrinhos de batismo foram Pedro Fernandes Camacho e
Anna Maria do Nascimento, mulher de João Pereira de Carvalho. Este último, neto de Júlia Maria da
Caridade.
José Rabelo de Macedo nasceu por volta de 1726, em São João de Caldas, termo de Guimarães,
Arcebispado de Braga, Portugal. Era filho de Domingos Rabelo e Ana Gonçalves.
Batismo de Maria de Carvalho Duarte em 1737 na Matriz de Prados-MG
Em 05 de junho de 1836, seu neto José, filho de Antônio José Ávila e D. Mariana Antônia de Jesus,
foi batizado na Capela de Santo Antônio do Rio das Mortes, filial da Matriz de São João Del Rei. Os
padrinhos de batismo foram o Guarda Mor João Correa de Carvalho e sua mulher Ana Matildes de Jesus.
Ao que tudo indica, José Pedro de Ávila e Maria Pulocianna já haviam falecido.
José Pedro de Ávila e Maria Pulocianna de Jesus viviam em Borda do Campo, filial de Barbacena.
Em 27 de abril de 1812, batizaram a filha Maria na Capela de Bertioga, atual Ibertioga. Nessa mesma
Capela, em 28 de junho de 1816, batizaram o filho Antônio José Avilla, terceiro filho do casal.
Em 27 de outubro de 1789, José Pedro de Ávila, foi batizado, também nesta Capela. Filho de João
José de Ávila e Quitéria Maria do Nascimento. Seus padrinhos foram Antonio Carvalho Duarte e sua
mulher Mariana de Jesus.
Aos vinte e nove de Outubro de mil setecentos e oitenta e nove anos na Capela J(e) ino(ce)
de Santo Antônio da Bertioga filial desta Matriz de Barbacena o Padre Antônio Vicente de
Almada de licença minha batizou e pôs os Santos Óleos a – José inocente filho
legítimo de João José de Ávila e de Quitéria Maria do Nascimento
foram padrinhos Antônio Carvalho Duarte e sua mulher
Mariana de Jesus todos desta freguesia. E por não
E por não aparecer este assento nos Livros dos Batizados me informei de
pessoas fidedignas comandei lançar neste de sepultamentos dos mes
mos assentos que assinei
(o vigário Dom Agostinho Pitta de Castro)
NOTA: J(e) = José ; ino(e) = inocente; Ant(o) = Antônio; Vi(cete) = Vicente; L(ca) = licença
L(o) = legítimo
Os pais de Maria Polucianna de Jesus são desconhecidos, bem como locais e datas de nascimento e
óbito.
Antônio Carvalho Duarte, padrinho de José Pedro, era tio de Ana Matildes de Jesus, esposa do
Guarda Mor João Correa de Carvalho.
Em 08 de julho de 1862 faleceu o Guarda Mor João Correa de Carvalho, na Fazenda do Amaral,
distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, Termo de São João Del Rei. Os filhos João Ignácio de
Carvalho, que havia se casado com Ilídia Mafalda de Resende, e Mariana Antônia de Jesus, que havia se
casado com Antônio José de Ávila, já haviam falecido. João Antônio, seu neto, estava casado com a
prima Rita de Cássia.
João Correa e Ana Matildes foram proprietários da fazenda do Amaral Chaves, distrito de Santo
Antônio do Rio das Mortes, Termo de São João Del Rei, e partes das fazendas da Paciência, Chapada e
Lagoa Verde, na qual havia uma árvore de bálsamo, com 18 palmos de circunferência e 80 de altura, que
foi vendida por trezentos réis ao cidadão José da Costa Rodrigues, que a conduziu com raiz e tudo para
São João Del Rei (Almanak Administrativo, Civil e Industrial(RJ) 1864-1874, pg. 221).
O guarda mor João Correa de Carvalho foi um dos signatários do abaixo assinado de 04 de janeiro
de 1842, publicado em 23 de janeiro na edição 022 do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro em
resposta à representação da Câmara Municipal de São João Del Rei, de 15 de dezembro do ano anterior.
A nova legislatura da Câmara Municipal de São João Del Rei havia defendia a não adoção, pelo
Ministério do Império, das medidas definidas pela Câmara Legislativa referente ao estado deplorável e
desesperador das finanças públicas, sob pena de agravamento da situação bem como das agitações que
se verificavam em algumas províncias (principalmente a Revolução Farroupilha, que estava em curso).
Os abaixo assinados defendiam essas medidas bem como a legalidade em que foram apresentadas,
alegando que a situação das finanças era problema antigo, embora não se julgassem habilitados para
apontar as verdadeiras causas do problema. Isso significa que era um liberal.
João Correa de Carvalho e Ana Matildes de Jesus aparecem no mapa de população de 1839 do
distrito de Rio das Mortes. Ele, com 59 anos, roceiro. Ela, com 50 anos. Moravam com o casal os filhos
José, 28, solteiro, tropeiro; Antônio, 22, solteiro, roceiro; Flauzina, 13, solteira; Domiciano, 11; Francisco,
17, solteiro, roceiro. Do Francisco para cima, todos os filhos liam e escreviam. Além desses membros, a
família era composta por mais 14 membros cativos, todos solteiros com idade entre 2 e 44 anos. São a
décima família da lista. Seu irmão, o padre Izidoro Correa de Carvalho, e mais 11 cativos formam a
décima segunda família.
Em 1833, João Correa foi alistado para formar o júri de São João Del Rei e em 07 de abril de 1835,
anunciou no jornal O Astro de Minas, edição 1152, o desaparecimento de 4 animais de seu pasto, os
quais desconfiava terem sido furtados e, após descrever os animais, oferecia recompensa a quem desse
informações.
João Correia foi nomeado Guarda Mor do Distrito de Nossa Senhora do Porto do Saco do Rio
Grande, Termo da Vila de São João Del Rei, em 24 de janeiro de 1810, por Pedro Dias Paes Leme,
Comendador da Ordem de Cristo, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Alcaide Mor da Bahia, Senhor
Donatário da Vila de Rezende e Guarda Mor Geral de todas as Minas. Foi nomeado para substituir
Manoel Afonso Leite, que havia falecido.
Ana Matildes de Jesus nasceu em 1785 em São Miguel do Cajurú, filha de José de Carvalho Duarte
e Dona Mariana Antônia de Jesus.
João Correa de Carvalho foi batizado em 01 de outubro de 1781 na Capela de Santo Antônio do Rio
das Mortes pelo Coadjutor Joaquim Pinto da Silveira. Era filho de Gonçalo Correa Neto e Thereza Maria
de Carvalho Duarte. Seus padrinhos foram Jerônimo José Martins, morador do Sítio do Pegabem, e Dona
Escolástica Lopes Serqueira, mulher de João de Carvalho Duarte.
Dona Escolástica Lopes Serqueira também era mãe de Mariana Antônia de Jesus (não confundir
com a neta homônima), avó de Ana Matildes de Jesus e Francisco Antônio de Carvalho.
Informações sem fonte relatam que Ana Matildes de Jesus teria morrido em São Francisco do Onça
(Emboabas), distrito de São João Del Rei, em dezembro de 1881, com 95 anos.
João Correa de Carvalho e Ana Matildes eram primos em primeiro grau porque Tereza de Carvalho
Duarte, mãe de João , era irmã de José de Carvalho Duarte, pai de Ana. Ambos também eram sobrinhos
do Capitão de Ordenanças Francisco de Carvalho Duarte.
Batismo do Guarda Mor João Correa de Carvalho
Ambos eram netos de Caetano de Carvalho Duarte e Catarina de São José. Ela por parte de seu pai;
ele por parte sua de mãe.
Delphina Henriqueta Júlia de Resende foi socorrida com todos os sacramentos e encomendada pelo
vigário Camillo de Lellis Silvino, que anos depois foi para Bom Sucesso, em 13 de março de 1878, com
mais de 78 anos. Faleceu de diversas inflamações e disenteria. Foi sepultada dentro da Matriz de Nossa
Senhora de Nazareth, em Nazareth (atual Nazareno), distrito de São João Del Rei. Faleceu em sua
fazenda (fazenda da Cachoeira) neste mesmo distrito de Nazaré, em Conceição da Barra.
Delphina - Aos 13 de Março de 1878 foi sepultada
(adulta) dentro desta matriz a adulta Delphina
Henriqueta Júlia de Resende mais de 78
anos viúva. Faleceu de diversas inflamações
e disenteria. Foi socorrida com todos os sacra
mentos e por mim encomendada do quê
para constar constar fiz este assento.
(vigário Camillo de Lellis Silvino)
Nas palavras do marido (primeiro), Francisco Antônio de Carvalho, uma mulher de boas qualidades,
muita capacidade, aptidão e amorosa com os filhos.
Dona Delphina já havia inventariado e partilhado amigavelmente seus bens em 1866, alegando que,
na idade de 70 anos, achava-se sem forças e, portanto, com grandes dificuldades para gerenciar seus
negócios, principalmente na administração da fábrica de engenho de fazer açúcar.
Ela própria inventariou e partilhou parte da Fazenda do Córrego Seco, no Distrito do Cajuru, parte
das benfeitorias feitas nesta mesma fazenda do Córrego Seco, metade da Fazenda da Cachoeira, em
Nazareth, metade das benfeitorias na Fazenda Cachoeira, metade dos canaviais, roças de milho e feijão,
metade do mamonal, do algodoal e dez alqueires de arroz, 60 porcos, 97 cabeças de gado vacum, 22
bois de carro, 28 escravos, metade do engenho, 290$200 em prata.
Delphina era viúva de Silvestre Antônio de Carvalho, falecido em 1853, com quem havia se casado
após o falecimento de seu primeiro marido, o tenente Francisco Antônio de Carvalho. Silvestre e
Francisco eram irmãos. Curiosamente, quando o testamento de seu primeiro marido foi aberto ela já
estava casada com o segundo. Além disso, a primeira mulher de Silvestre, falecida em 1836, Josefa
Augusta de Resende, era irmã de Delphina.
A fazenda do Córrego Seco foi registrada sob o no. 53 do Livro trigésimo do registro paroquial de
terras da freguesia de São Miguel do Cajurú, aberto em 02 de janeiro de 1856, pelo vigário José
Bonifácio dos Santos, sendo seus proprietários os sócios: José Resende de Carvalho, Delphina
Henriqueta Júlia de Resende, João Cândido Carvalho de Araújo e Ilídia Mafalda de Resende. Esta
fazenda ficava na divisa entre os distritos de Cajurú e Madre de Deus.
Aos 38 anos, na fazenda da Vargem Grande, em São Miguel do Cajuru, Distrito de São João Del Rei,
acometido de moléstia que o deixou gravemente enfermo, em 14 de fevereiro de 1836, o tenente
Francisco Antônio de Carvalho assinou seu testamento, no qual ordenou que seu corpo fosse envolto no
Hábito de São Francisco e sepultado na Matriz do Cajuru, onde era paroquiano e havia se casado com
Dona Delphina por volta de 1820. Três dias depois, faleceu.
No ano de 1831, de acordo com a Relação dos habitantes do Distrito ou Curato da Capela de São
Miguel do Cajuru, Freguesia e Termo de São João Del Rei, assinada pelo Juiz de Paz João Antônio de
Araújo Cerqueira, o tenente Francisco Antônio de Carvalho, branco, 39 anos (incorreto), lavrador e sua
mulher Dona Delphina Henriqueta de Resende, branca, 28 anos, costureira, viviam no quarteirão número
2, segundo distrito, junto com os filhos José de Resende Carvalho, 10, Ilídia Delfina de Resende,9, Maria
Leopoldina de Resende,8, Carolina S… de Resende,7, Ana Delfina de Resende,6, 38 escravos e Jacinta
Joaquina da Costa, branca, 79 anos, que prestava serviços domésticos para a família.
Relação dos habitantes do Distrito ou Curato da Capela de São Miguel do Cajuru-1831
A filha Ilídia Delfina de Resende, que aparece na lista é, de fato, Ilídia Mafalda de Resende e o filho
José de Resende Carvalho receberia o título de Barão de Conceição da Barra em 1888.
Nesta mesma lista, a sexta família do quarteirão 1 é encabeçada por Silvestre Antônio de Carvalho,
lavrador, 25 anos, e sua então mulher Josefa Augusta de Resende, costureira, 20 anos.
Ilídia Mafalda de Resende (n. 1821), casada com João Ignácio de Carvalho, era a primeira filha de
Francisco Antônio de Carvalho e Delphina Henriqueta Julia de Resende.
Delphina Henriqueta Julia de Resende nasceu por volta de 1802, em Portugal, onde seu pai havia ido
para estudar. Era filha natural, ou legitimada, de Estevão Ribeiro de Rezende, marquês de Valença. Seu
pai, Estevão, formou-se entre 1806 e 1808 e retornou ao Brasil em 1809, trazendo Delphina, que tinha 7
anos, conforme declarou seu pai em pedido de passaporte de 1 de março de 1809, em Lisboa.
Francisco Antônio de Carvalho foi batizado em 26 de fevereiro de 1798, na Capela de São Miguel do
Cajurú, filial da Matriz de São João Del Rei, pelo reverendo Gonçalo Ribeiro de Britto. Neste ano foi
instalada a primeira vila sul mineira: Vila da Campanha da Princesa da Beira. Era filho de José Carvalho
Duarte e Dona Mariana Antônia de Jesus. Seus padrinhos foram o Alferes Pedro Rodrigues de Faria e
sua mulher Anna Maria de Jesus. Era irmão de Ana Matildes de Jesus, casada com o Guarda Mor João
Correa de Carvalho e sobrinho do Capitão Francisco Carvalho Duarte.
Maria Jacinta faleceu da vida presente e foi sepultada no dia 13 de julho de 1787 em Barbacena. Foi
amortalhada no Hábito de São Francisco, acompanhada por dois sacerdotes e pela Irmandade das
Almas, conduzida à sua tumba, encomendada e sepultada dentro da Matriz de Nossa Senhora da
Piedade da Borda do Campo. Era mulher de Francisco Rodrigues Coucelos, açoriano da Ilha do Pico,
falecido em 25 de outubro de 1787, com quem se casou após a morte de Manoel Rodrigues Pires.
M(a) Jacinta - Aos treze dias do mês de julho de mil setecentos e oitenta e sete
Matriz anos faleceu da vida presente com todos os sacramentos Maria Ja
cinta mulher de Francisco Rodrigues Coucelos foi amortalhada
em um hábito de São Francisco acompanhada por dois sacerdo
tes e pela Irmandade das Almas conduzida na sua tumba en
comendada e sepultada dentro desta matriz em sepultura de Fá
brica: De quê fiz este assento.
(o vigário Dom Agostinho Pitta de Castro)
Ele havia chegado ao Brasil (Prados-MG) em 1741 com a esposa, com a qual havia se casado em 29
de setembro de 1733, na Igreja de São Mateus, freguesia da Madalena, Ilha do Pico, Açores, e três filhos:
Rita Maria de São José, Francisca Jacinta e Feliciano. Rita tinha então 6 anos.
Manoel Rodrigues Pires foi batizado em 11 de setembro de 1710 na freguesia de Madalena da Ilha
do Pico, Açores, pelo vigário João Pereira Cardoso. Nasceu quatro dias antes de ser batizado. Seus
padrinhos de batismo foram Francisco George e Maria Rodrigues, mulher de Francisco Rodrigues Pires.
Era filho de Manoel Rodrigues Pires (isso mesmo) e Bárbara Pereira.
Maria Jacinta foi batizada no dia 4 de abril de 1710 na freguesia de São Mateus da Ribeirinha, Ilha do
Faial, Açores. Nasceu em 20 de março do mesmo ano. Seus padrinhos foram Manoel Rodrigues
Francisco e Maria de Medeiros. Era filha de João Furtado e Luzia da Rosa.
Pais de Maria de Carvalho Duarte, Tereza Maria de Carvalho Duarte e José de Carvalho Duarte.
Catarina de São José faleceu com todos os sacramentos em 30 de julho de 1787. Foi encomendada,
acompanhada e sepultada dentro da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, da Vila de São João
Del Rei, para a qual deixou trinta mil réis de esmolas, como consta de seu testamento transcrito no livro
de assentamento de óbitos da Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Também deixou esmolas para a Ordem
Terceira de Nossa Senhora do Carmo, paróquia do Cajurú e para Nossa Senhora das Dores da Matriz de
Prados. Declarou que, estando muito doente seu escravo João mulato, prometeu que se ele melhorasse
daquela enfermidade e, do valor que fosse avaliado, se doasse a quarta parte ao Sr. da Cana Verde de
São Thomé da Serra das Letras.
Catarina de São José era viúva. Seu marido Caetano de Carvalho Duarte havia falecido um pouco
antes, em 23 de dezembro de 1784 e havia sido encomendado, acompanhado e sepultado no mesmo
lugar.
Caetano
de Carvalho
Duarte - Aos vinte e três de Dezembro de mil e setecentos e oitenta
e quatro faleceu com todos os sacramentos = Caetano de
Carvalho Duarte casado com Catherina de São
José: foi encomendado, acompanhado, sepulta
do dentro da Capela da Venerável Ordem Tercei
ra de São Francisco desta Vila: Testamento
(o Coadjutor Joaquim Pinto da Silveira)
Viveram e faleceram em sua fazenda, denominada Cajurú, freguesia de São João Del Rei, onde já
estavam pelo menos desde 1767, quando Caetano de Carvalho Duarte é citado como habitante da região
na concessão de sesmaria de João de Araújo Martins, junto ao Rio Grande em Madre de Deus, em 22 de
janeiro. O patrimônio da Capela da Madre de Deus do Rio Grande, filial de São João Del Rei, feito por
Antônio Rosa, foi julgado suficiente por sentença de 15 de dezembro de 1753. A Lei Provincial 1.032, de
6 de julho de 1859, elevou Madre de Deus a Freguesia. Os autos de sua instituição canônica foram
perdidos. As terras de Caetano de Carvalho Duarte confrontavam com as de João de Araújo Martins,
porém situavam-se no distrito de São Miguel do Cajuru.
Catarina veio para o Brasil em 1723, com 2 anos de idade, trazida por seus pais da Ilha do Faial,
Açores. Vieram para o Rio de Janeiro e, posteriormente, foram levados para São João Del Rei por Diogo
Garcia. Filha de Manuel Gonçalves da Fonseca e Antônia da Graça, a primeira ilhoa, foi batizada em 29
de agosto de 1721 às 8h na paróquia de Nossa Senhora das Angústias da Vila de Horta do Faial, tendo
nascido no dia 25.
Cn(a) f(a) de M(el)
mariante e de sua
m(er) An(ta) de Aguiar
Catherina filha de Manoel Gonçalves mariante e sua mu
lher Antônia de Aguiar naturais e fregueses desta Paróquia
de N Sra das Angústias desta Vila de Horta do Faial
nasceu em os vinte cinco dias do mês de Agosto de mil
setecentos e vinte um pelas oito horas da manhã pou-
co mais, ou menos: foi batizada na pia desta mesma Igreja
por mim Antônio Fernandes Cura atual na sobredita Pa
róquial Igreja da Sra das Angústias em os vinte nove dias
do sobredito mês de Agosto do dito ano de mil sete
centos e vinte um: Foram padrinhos Manoel Correa sol
teiro filho de Domingos de Almeida natural de S. Jorge e
de sua mulher Bárbara Correa natural desta freguesia e
ambos frgueses desta dita freguesia e Catherina do Rosário,
mulher de Manoel Pacheco oficial de pedreiro e fregueses
da Paroquial de N Sra da Conceição desta Vila. Feitos
presentes ? Feliphe Furtado filho de Francisco de Matos,findo,
e de Catherina do Rosário fregueses da Conceição e Pedro de Faria
Gularte tesoureiro desta Igreja filho de João Furtado e de Iza
bel do Rosário fregueses da Sra da Luz da Ribeira dos Flamengos
Caetano Duarte de Carvalho nasceu por volta de 1702 na freguesia de São Miguel de Silvares,
Arcebispado de Braga, em Portugal. Era filho de João de Carvalho e Domingas Duarte.
Em 1820, João José de Ávila já era falecido. No testamento de José Corrêa Pinto, feito na Vila de
Barbacena em 30 de março, compadre de Quitéria, ele deixa de esmola para a afilhada Maria Madalena,
que estava morando na casa da comadre, viúva do defunto João José de Ávila, vinte e cinco mil réis e
seiscentos.
João José de Ávila e Quitéria Maria do Nascimento casaram-se na Matriz de São João Del Rei no dia
23 de fevereiro de 1773. Casamento celebrado pelo vigário Mathias Antônio Salgado, famoso pelo
sermão de 1751, diante das testemunhas Joseph Roiz de Mattos e Francisco da Costa Dias.
Quitéria Maria do Nascimento, filha de João Gomes do Nascimento e Rita Maria da Conceição, foi
batizada em 3 de setembro de 1751, na Capela de Santo Antônio da Borda do Campo, freguesia de
Ibertioga, pelo vigário João Coelho da Rocha, com licença do reverendo Mathias Antônio Salgado, que
neste mesmo ano realizou o segundo ritual fúnebre na Matriz de Nossa Senhora do Pilar por ocasião da
morte de D. João V, tendo enfeitado a igreja com pano preto e esqueletos em tamanho natural, entre
outras coisas.
Quitéria - Aos três dias do mês de setembro de mil
setecentos e cinquenta e um anos
na Capela de Santo Antônio da Bor
da na freguesia de Ibertioga o Reveren
do João Coelho da Rocha com licença
do Reverendo Vigário Mathias Antônio
Salgado batizou a Quitéria filha le
gítima de João Gomes do Nascimento
e de Rita Maria da Conceição fregueses
desta freguesia e lhe pôs os santos óleos
foram padrinhos Manoel Alves Cruz e
Izabel de Souza desta freguesia de São
João Del Rei
(o Coadjutor Antônio Alves Coelho)
João José de Ávila foi batizado em 12 de março de 1741, na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da
Borda do Campo pelo vigário José Filipe de Guimarães e Silva. Filho de Antônio de Ávila Bittencourt e
Ignácia Ferreira. Seus padrinhos foram Francisco Luiz de Bittencourt e Marta de Miranda, mulher de João
Antunes.
A doze dias do mês de Março de mil setecentos e quarenta
e um nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Pie
dade da Borda do Campo batizei e pus os santos
óleos a João filho legítimo de Antônio de Ávila Bi
tencourt e Ignácia Ferreira foram padrinhos Francisco
Luiz Bitencourt casado e Marta de Miranda
mulher de João Antunes todos desta freguesia
(o Vigário José Felipe de Guimarães Silva)
Gonçalo Corrêa Neto faleceu em 18 de março de 1809 na Vila de São João Del Rei. Era irmão
terceiro da Venerável Ordem de São Francisco a quem pediu a sepultura que lhes bem parecesse. Era
proprietário da fazenda da Paciência, na Aplicação de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno.
Também era proprietário da fazenda do Amaral, na qual estava anexada a sesmaria denominada Antonio
Dias. Além disso, deixou terras e águas minerais no sítio Lagoa Verde, também no Rio das Mortes; uma
morada de casas no Largo de S. Francisco, na Vila de São João e uns chãos no Morro da Forca.
Gonçalo Correa Neto era Juiz Ordinário e em 15 de junho de 1804 encaminhou ofício a Narciso José
Bandeira instruindo o destinatário sobre como este deveria proceder com a representação de sua
sentença que alcançou contra o Fisco do defunto Desembargador Alvarenga. A sentença está
relacionada ao ofício enviado em 10 de setembro de 1796 requerendo a venda dos bens, para
pagamento de dívidas, do inconfidente Inácio José de Alvarenga, falecido em Angola após ter sido
denunciado, condenado e deportado em 1792.
Em 1797, Gonçalo Correa Neto enviou ofício ao governador e Visconde de Barbacena referente a
informações sobre a prisão de Miguel José dos Santos, acusado do crime de deserção da Praça do Rio
de Janeiro e pedindo autorização para usar o dinheiro apreendido com o réu para custear as despesas
de sua transferência de São João para Barbacena.
O Guarda Mor João Correa de Carvalho foi o oitavo filho de Gonçalo Correa Neto e Tereza Maria de
Carvalho Duarte.
Gonçalo Correa Neto e Tereza Maria de Carvalho Duarte casaram-se na capela de São Miguel do
Cajuru, filial de Piedade, em 28 de janeiro de 1764, onde ela havia sido batizada em 22 de novembro de
1745. Ela era filha de Caetano de Carvalho Duarte e Catarina de São José. Ele era natural de São
Miguel da Palmeira, bispado do Porto, filho de Manoel Correa Martins e Izabel Fernandes da Conceição,
nascido por volta de 1740.
Casamento de Gonçalo Correa Neto e Maria de Carvalho Duarte
- Cópia do Livro UM de matrimônios da Matriz de São João Del Rei
Auto de sesmaria de Gonçalo Correa Neto - 03 de outubro de 1766
JOSÉ DE CARVALHO DUARTE e MARIANA ANTONIA DE JESUS (LK7T-ZQP : LYQP-27V)
Mariana Antônia de Jesus faleceu em 08 de junho de 1833, na fazenda denominada Engenho dos
Carvalhos da freguesia de São Miguel do Cajuru, Termo da Vila de São João Del Rei, onde morava com
seu segundo marido, Francisco Carvalho Duarte, irmão de José Carvalho Duarte.
Mariana Antônia deixou metade das duas quintas partes da fazenda Engenho dos Carvalhos que se
compunham de terras de cultura e campos de criar, casa de vivenda, engenho de cana, moinho e demais
benfeitorias. Metade da terça parte da fazenda vizinha à Matriz de São Miguel do Cajurú, comprada por
José de Carvalho Duarte e metade das partes de terras de cultura e de criar da fazenda Tejuco, ao pé do
Morro do Chapéu, Aplicação da Piedade.
José de Carvalho Duarte faleceu na mesma fazenda que a esposa, no dia 20 de abril de 1814. A
parte que possuía na fazenda Engenho dos Carvalhos foi herança de seu pai Caetano de Carvalho
Duarte.
Aos 26 de junho de 1784, José de Carvalho Duarte e Mariana Antônia de Jesus casaram-se às 10h
na Matriz de Nossa Senhora do Pilar, São João Del Rei, diante das testemunhas Antônio Rodrigues
Guimarães e Gonçalo Correa Neto, cunhado de José de Carvalho Duarte. Consta do assento matrimonial
que Maria Antônia foi batizada como exposta (abandonada).
Aos vinte e seis de Junho de mil setecentos e oitenta e quatro nesta Ma
triz de São João Del Rei pelas dez horas do dia feitas as canônicas diligências
sem se descobrir impedimento algum como consta da Provisão do Reve
rendo Doutor Vigário da Vara em presença das testemunhas o Capitão
Antônio Rodrigues Guimarães e Gonçalo Correa Netto administrei o
sacramento do matrimônio que por palavras de presente celebraram José de
Carvalho Duarte filho legítimo de Caetano de Carvalho Duarte
e de Catherina de São José e = Marianna Antônia de Jesus
filha de Manoel Antônio de Souza e de Dona Escolástica Maria
Lopes batizada por exposta e ambos naturais e batizados nesta fregue
Passei a ?? a 22 de janeiro - sia e logo lhes dei as bênçãos na forma do Ritual Romano
de 1811 Castro (o Coadjutor Joaquim Pinto da Silveira)
Mariana Antônia de Jesus nasceu por volta de 1767 no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes
Pequeno. Filha de Manoel Antônio de Sousa, português, e Escolástica Maria Lopes de Siqueira, natural
de São João Del Rei.
José de Carvalho Duarte nasceu em São Miguel do Cajurú, por volta de 1736. Era o terceiro filho de
Caetano de Carvalho Duarte e Catarina de São José.
ESTEVÃO RIBEIRO DE REZENDE - LX3D-9NT
Estevão Ribeiro de Rezende faleceu em 8 de setembro de 1856, no Rio de Janeiro. Foi agraciado
com o título de Marquês de Valença em 1848, por D. Pedro II. Ocupou o cargo de vice-presidente do
senado, em 1840 (já idoso). Próximo a D. Pedro I, em 1827 foi nomeado ministro da justiça e recebeu os
títulos de Conselheiro de Estado Honorário e Conde de Valença. Dois anos antes, era agraciado com o
título de Barão de Valença. Em 1824 foi eleito deputado estadual por Minas Gerais. Nesse mesmo ano foi
nomeado deputado da Mesa de Consciência e Ordens, ministro do império e desembargador honorário
da Mesa de Desembargo do Paço. Em 1823, recebeu o título de conselheiro de Estado, de D. Pedro I.
Iniciou-se na política em 1822, como primeiro secretário do Conselho e Procuradores Gerais da
Província, sucedendo Gonçalves Ledo. Era então intendente geral da polícia. No ano anterior, 1821, sob
a regência de D. Pedro I, era superintendente geral dos contrabandos. Entre março e abril de 1822
desempenhou papel fundamental na viagem de D. Pedro I às Minas Gerais para reverter a posição da
junta governativa mineira de não aderir à Regência. Possuía tropas e fazendas no Rio de Janeiro, onde
foi ajudante do intendente geral da polícia, tendo sido designado por D. João em 1817, São Paulo, onde
foi Juiz de Fora em 1811 e Minas Gerais, onde foi fiscal dos diamantes em 1816.
Quando retornou ao Brasil em 1810, ocasião em que trouxe a filha Delphina Henriqueta Júlia de
Rezende, Estevão Ribeiro de Rezende era proprietário do Tabelião do público judicial e notas da Vila de
São João, concessão de D. João em reconhecimento aos serviços prestados por seu pai, Severino
Ribeiro, falecido em 1801. Foi-lhe concedido também o hábito da Ordem de Cristo. Entre 1806 e 1806,
após formar-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1804 e iniciar-se na carreira de magistrado,
foi Juiz de Fora de Palmela.
Estevão Ribeiro de Rezende foi batizado em 05 de agosto de 1777 pelo vigário José Batista da Silva,
na Ermida de seu pai, na fazenda da Cachoeira, em Prados, Comarca do Rio das Mortes, e nasceu em
20 de julho do mesmo ano. Filho do Coronel Severino Ribeiro e Josefa Maria de Rezende, seus
padrinhos foram o Sargento Mor Joaquim Pedro da Camara e Joana de Souza Caldas. Era neto de
Helena Maria de Jesus, a terceira ilhoa.
CRONOLOGIA
No dia 11 de janeiro de 1859, no Oratório da Boa Vista, em Carmo da Cachoeira - MG, três crianças
foram batizadas pelo Vigário José Bento Ferreira de Mesquita. A terceira dessas crianças era Maria,
parda, primeira filha de Antônio Gonçalves Braga e Emerenciana Felisbina de Jesus. O padrinho de
Maria era José Ferreira Godinho, pai do segundo neófito, Evaristo, pardo, cuja mãe era Rita Antônia de
Oliveira. O padrinho de Evaristo foi o próprio vigário, juntamente com Ignacia Leopoldina da Costa, que
era da família Branquinho. A primeira criança batizada neste dia foi Sabina, crioula, filha de Caetano e
Francisca, crioulos, escravos de Alexandre Gomes Branquinho. O oratório ficava na Fazenda Boa Vista,
propriedade dos Branquinho.
O segundo filho de Antônio Gonçalves Braga e Emerenciana Felisbina de Jesus, Joaquim, pardo, foi
batizado em 25 de abril de 1861, na Matriz de Carmo da Cachoeira.
Depois, vem Mariana, crioula, em 25 de junho de 1866. Mariana também foi batizada na Matriz.
Como João Gonçalves Braga, filho de Antônio e Emerenciana, casou-se em 15 de agosto de 1863 na
Ermida da Fazenda Taquaral, supondo que ele tinha pelo menos 18 anos de idade, então, ele teve de ter
nascido até 1845.
Supondo ainda que João seja o filho mais velho, seus pais devem ter se casado em 1844. Logo,
Emerenciana não pode ter nascido após 1829 e Antônio não pode ter nascido após 1826.
Como se pode notar, todos os meus antepassados têm origem no sul de Minas Gerais. É impossível,
no ramo paterno, retroceder além de 1859, ano de nascimento de Maria, filha de Antônio Gonçalves
Braga e Emerenciana Felisbina de Jesus. Os lugares de origem não possuem muita informação histórica
e começaram a se formar por volta de 1800 de modo que devem descender dos primeiros habitantes. Do
lado paterno, esses lugares são Carmo da Cachoeira e Bom Sucesso (e adjacências). Do lado materno,
São João Del Rei e Cruzília (e adjacências).
O ramo materno caracteriza-se por pessoas brancas, pobres e com pouca ou nenhuma instrução. O
ramo paterno caracteriza-se por uma mistura de brancos, pretos e pardos pobres e com pouca ou
nenhuma instrução.
Os mais antigos estão vinculados a fazendas, nas quais trabalhavam e moravam. Os mais recentes
migraram da seguinte maneira:
Ramo materno: todos os filhos de meu avô Hildebrando vieram para São Paulo.
Ramo paterno: a) os originários de Carmo da Cachoeira permaneceram lá a vida toda.
b) os de Bom Sucesso migraram seguindo as rotas de trem e do café, indo parar
em Carmo da Cachoeira, Três Corações, Paraná, Londrina e São Paulo.99999