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IREE ESCOLA

“Entre Tambores e Procissões:


Festas e Frestas da Brasilidade”
Aula: PENHA: DA FESTA DA PADROEIRA
AOS SUBÚRBIOS DA LEOPOLDINA

Professor: RAFAEL MATTOSO


“Entre Tambores e Procissões: Festas e Frestas da Brasilidade”

Tópicos abordados:

Ocupação territorial e colonial da região

A história da construção da igreja da Penha

Heranças negras na história da Penha

O crescimento da festa e da devoção a padroeira

A abertura do ramal da Leopoldina

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Ocupação territorial e colonial da região

Arrabaldes ou cercanias da cidade, sertões cariocas, recôncavo do Rio,


Subúrbio ou periferia?

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Foi nessa importante região, entre o sopé do


maciço da Misericórdia e as praias e mangues da Baia de
Guanabara, no entorno dos rios Irajá, Pavuna e Meriti que
uma das tabas mais importantes, uma grande aldeia
tupinambás estava situada.

A provável origem do nome vem do tupi Eiraîá. A


etimologia sugere que a expressão eira-iá é uma junção
entre a palavra eira, que designava para os povos nativos
tanto abelha como o próprio mel, e o sufixo iá que
representa cheio ou abundante.

Essa aldeia “repleta de mel” é retratada nas fontes francesas de Jean de Léry,
desde 1556, e logo se tornaria na primeira freguesia rural da cidade, em 1644. Segundo
Rafael Freitas da Silva, autor do livro “O Rio antes do Rio”, foram os Tamoios e os Temininós,
também conhecidos, respectivamente, como Tupinambás e Maracajás que abriram os
primeiros caminhos de interligações da cidade, os chamados piaberus (SILVA:2017, p.127).
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Em 1568 temos a primeira sesmaria desta localidade, doada a Antônio de França apenas três anos após a fundação
oficial da cidade.

Pouco tempo depois surgiram na localidade as primeiras fazendas, tais como o Engenho de Nossa Senhora da
Ajuda e a Fazenda do Engenho da Pedra, mais conhecida como de Nossa Senhora de Bonsucesso.

Em 1613, 300 braças de terras desta sesmaria foram cedidas ao capitão Baltazar Abreu Cardoso.

No ano de 1625 o Campo de Irajá foi reconhecido como pertencente à Câmara Municipal, se tornando a matriz da
primeira freguesia rural do Rio de Janeiro.

O reconhecimento da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá e feito em 1647, pelo padre Antônio
Martins Loureiro.

Em 1743, temos a criação da freguesia de São Tiago de Inhaúma e a partir de 1808 a região se destaca com a
instalação da fazenda da Rainha Carlota Joaquina (Engenho da Rainha).

Somente em 1919 o bairro da Penha se emancipou através do Decreto 1.376, em 22 de julho de 1919.

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A história da construção da igreja da Penha

A Igreja de Nossa Senhora da Penha, do Rio de


Janeiro, é considerada a segunda capela para essa
santa. A primeira foi erguida em Vila Velha, no Espírito
Santo, por volta de 1558 e 1570”.

O Capitão Baltazar e o Milagra de 1635.

Em 1728 surge a Irmandade.

Dona Maria Barbosa e seu marido,teriam sido agraciados,


m 1817,e mandaram construir os escadaria para facilitar o
acesso dos devotos.

1870 a igreja sofre uma grande reforma.

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A construção do templo data de 1635, pelo


capitão Baltasar de Abreu Cardoso, senhor abastado,
proprietário de uma grande quinta dentro da qual se
achava o penhasco. Suas terras, segundo indica Vivaldo
Coaracy em sua obra “O Rio de Janeiro no século 17”, p.
84, lhe foram concedidas por sesmaria em 1613.

Em 1728, essa Irmandade, pensando em


ampliar a primeira capela, demoliu o prédio e construiu
outro, com uma torre onde foram colocados dois
pequenos sinos.

Por volta do ano de 1900 houve uma nova


intervenção. O templo foi ampliado, ganhando duas novas
torres, nas quais, mais tarde, foi instalado um carrilhão
com 25 sinos de origem portuguesa, adquiridos na
Exposição Nacional do 1º Centenário da Independência
do Brasil.
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Heranças negras na história da Penha

É importante destacar que o pároco responsável


pela igreja, entre 1879 e 1907, era o padre abolicionista
Ricardo da Silva, conhecido por oferecer abrigo e
cuidados aos escravos fugidos, fazendo com que a área
também fosse identificada como “Quilombo da Penha”.

O memorialista Melo Morais Filho foi um dos primeiros a


escrever sobre a Penha, em seu livro “Festas e tradições
populares do Brasil”, de 1979.

A historiadora Rachel Soihet é uma das principais


aotoridades sobre à festa da Penha, defende que os
negros baianos foram de grande importância para a festa.
As tias com suas barracas foram pontos de encontro,
identidade e resistência cultural através da música, da
dança e da culinária (SOIHET, 2008, p. 347).

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Somente a partir do XIX que a festa se popularizou. A


devoção à santa teve início devido à forte presença
portuguesa na região, assim como da apropriação negra
ao festejo.

Tia Ciata, Donga, Noel Rosa, Ismael Silva, Cartola,


Clementina de Jesuais, Pixinguinha, Luiz Gonzaga,
Gilberto Gil, Beth Carvalho e muitos mais frequentaram e
cantaram as delícias e belezas da Penha.
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A abertura do ramal da Leopoldina


Sua construção teve a primeira parte concretizada em 1874, para a tender a necessidade
de escoamento da produção das fazendas de café da Zona da Mata.

A Companhia Estrada de Ferro do Norte concluiu, em 1886, o trecho ligando São


Francico Xavier até o Rio Meriti, com 14Km de extensão até o limite entre o Distrito
Federal.

Finalmente, em 23 de outubro de 1886, a ferrovia foi definitivamente inaugurada em


homenagem postuma a Imperatriz Maria Leopoldina de Áustria.

A Leopoldina é uma região da Zona Norte localizada entre os marcos naturais da orla da
Baía da Guanabara e a Serra da Misericórdia, que por sua vez compõem a terceira área
de planejamento urbanístico do município. A região contempla dezesseis bairros:
Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Cordovil, Jardim América, Manguinhos,
Maré, Olaria, Parada de Lucas, Penha, Penha Circular, Ramos,Triagem, Vigário Geral,
Vila da Penha e Vila Kosmos.
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Em outubro de 2021 vamos comemorar os 386 anos de


devoção e festa da Penha e também o aniversário de 135
anos da Leopoldina.

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BIBLIOGRAFIA DA AULA

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