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MONSENHOR JOSÉ JOÃO, 50 ANOS DEPOIS


FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

[...] rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas,
sendo semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para
sempre.
(HEBREUS, 7:1-3).

O mundo já vivenciava as duas últimas décadas do século XIX e a


História do Brasil registrava a acessibilidade do povo do campo com o povo da
cidade através da passagem dos trilhos de ferro na Várzea do Paraíba e bem
assim o prenúncio do desenho ideológico político, administrativo e agrário, que
levaria em 13 de maio de 1888 a assinatura da Lei Áurea que acabou com a
escravidão no Brasil através do ato histórico da Princesa Isabel e em 15 de
novembro de 1889 o fim do Segundo Império Brasileiro e da própria monarquia
com o advento da República, quando a povoação da Villa (Cruz) do Espírito
Santo/PB teve a pedra fundamental de sua futura Igreja Matriz lançada
festivamente, inclusive com a participação da banda musical do corpo de
polícia da Província da Paraíba, em 2 de fevereiro de 1884, graças ao vigário
da freguesia de Santa Rita, padre Firmino Herculano de Figueiredo, a quem a
referida vila e povoação estava eclesiasticamente subordinada. O tempo
passou e somente no dia 18 de abril de 1885 aconteceu à benção da primeira
tesoura do majestoso prédio da matriz atual da Freguesia do Divino Espírito
Santo, sendo importante citar que as senhoras: Córdula Fernandes de
Carvalho, dona do Engenho Pau D’arco, mãe do intelectual e poeta Augusto
dos Anjos e Maria Cavalcanti Vasconcelos, esposa do major Ursulino
Vasconcelos, proprietário do Engenho Itapuá, foram às madrinhas do referido
evento. O que fica evidente de que quando Dom Pedro II, em visita a Paraíba
em dezembro de 1859, passou com sua comitiva pelas terras do atual
município de Cruz do Espírito Santo com destino ao Pilar, porém ainda não
existia a capela e muito menos a freguesia do Divino Espírito Santo e muito
menos vigário na localidade. Existiam sim, inúmeras capelas nos engenhos e
fazendas, pertencentes a particulares, como por exemplo(s), podemos citar, a
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capela de Nossa Senhora do Desterro, construída por Carlos Gomes de Mello


(sepultado na referida capela), em 1869, cuja data de fundação é citada por
Carvalho (2009, p. 25) quando menciona que:

[...] O patrimônio de N. S. do Desterro, também encravado


entre os engenhos, documenta a permanência da prática desse
tipo de fundação no já recente ano de 1869 – em plena
vigência da Lei de Terras de 1850 (IPHAN-PB, 2009c: 3).

E bem assim, ainda que por analogia, o H.P.I.P – Patrimônio de Influência


Portuguesa, pertencente a Fundação Calouste Gulbenkian, segundo enfatiza o
pesquisador Carvalho (2005, p.143/144), a respeito da arquitetura religiosa da
Capela de Nossa Senhora do Desterro, localizada na zona rural de Cruz do
Espírito Santo, Estado da Paraíba, afirma categoricamente que:

“A capela situa‐se sobre uma elevação, de forma que é visível


a partir do Rio Paraíba, distante 500 metros, e do Engenho
Santana, na margem oposta. Seu único registo identificado é
de 1910, quando aparece sem vínculo com outra propriedade –
indício de que possuiu património próprio. Ela é o segundo
exemplar paraibano com alpendre (Santa Rita, Capela de
Nossa Senhora do Socorro), e apresenta outros elementos
usuais nas capelas dos séculos XVII e XVIII: janelas frontais no
rés‐do‐chão e duas sacristias ligadas à capela‐mor por arcos.
Contudo, é possível que seja mais recente, com elementos
arcaizantes. Como demonstraram Saia e Azevedo, o alpendre
permitia que mais pessoas pudessem assistir à missa e,
simultaneamente, as hierarquizava espacialmente. As
sacristias abertas, reservadas aos mais poderosos e suas
famílias, tinham funções semelhantes. Sem proteção legal e
com pouco uso, a capela teve o alpendre demolido na década
de 1990. Foi reconstruído em 1998, por iniciativa particular”.

No tocante a história da capela do Engenho Santana, construída antes


de 1910, tendo em vista que Tavares (1910, p. 537) cita a referida capela
católica dentre outras existentes na época da publicação de sua magnífica obra
histórica, pois:

Além da igreja e uma capela edificadas na Villa do Espírito


Santo, há outras mais nas seguintes localidades: Sapé, S.
Miguel, Sobrado, S. José de Cachoeira, Boa Vista, Tapuá,
Sant’Anna, Desterro, Puchy, Páo d’arco, Taboca, Santo
Antônio, Consolações, Marahú, Fundo do Valle e Unas.
(TAVARES, 1910, p. 537).
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É importante mencionar de a(s) capela(s) de Puchy, é a mesma de São


Felipe (em ruínas) no canavial da Usina São João; de Páo d’arco, é a mesma
da Usina Santa Helena; de Taboca, é a mesma de Santa Luzia; de
Consolações, é a mesma da localidade Consolação (em ruínas) antes da Ponte
de Cobé; e de S. José de Cachoeira, que foi extinta na década de 40 do século
XX.
Assim sendo, isso tem uma explicação pelo fato de que a
aproximadamente 2 km a leste da atual Renascença existiu o povoado de São
José de Cachoeira, criado pela Lei nº 150, de 16 de Maio de 1900 (MAIA,
1985, p.35), com patrimônio próprio, boa estrutura, casas comerciais e
arruamento relativamente bem definido, contendo: uma capela, um cemitério e
cinco artérias: Rua São José, local da realização das festividades anuais em
louvor ao padroeiro São José; Rua Severino Malheiros de Melo, onde estava
localizada uma grande casa comercial de secos e molhados do cidadão que
emprestava seu nome a referida rua; Rua do Cemitério; Rua Pacatuba e Rua
Seu Maçú. A feira livre era realizada aos domingos segundo Santos (2014,
p.84).
Ressaltamos de que a feira de São José de Cachoeira, era realizada
nos dias de sábado em 1899, ainda no século XIX, levando-se em
consideração de que:

[...] S. José de Cachoeira – districto. – Povoação criada em


1894 pela ex-municipalidade de Pedras de Fogo, actual
Espirito Santo, entre dous ribeiros, um delles perenne, ao
Sudoeste desta Villa, em um lindo planalto, deixando apreciar-
se em torno a si o mais deslumbrante panorama e gosa de
clima quente e salubre. É abastecida d’agua potavel por fontes
perennes e tem diversas lagoas. Tem seis fabricas de assucar
quasi todas de primeira ordem, muitas de algodão e algumas
de alcool. Tem um aula mixta de instrucção primaria com
grande fequencia. Tem mais uma casa de mercado regular e
uma egreja em construcção com edificação moderna e bem
proporcionada. Seu commercio local consta de uma abundante
feira nos dias de sabbado, 12 estabelecimentos de fazendas,
molhados, miudezas e ferragens; olerias pequenas e algumas
officinas de arte. O valor de sua industria, que é de creação e
agricola, presume-se em 100:000$000.(ALMANAK/PB, 1899, p.
223). (Transcrevemos com a ortografia da época).
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É importante observar também de que o distrito de São José de


Cachoeira também tinha outros meios de sobrevivência e de riqueza própria
em sua base territorial, uma vez que:

Com relação a sua mineralogia conhece-se apenas jasidas de


pedra de granito, no sitio Pedra d’Agua, calcarea nos limites da
propriedade Moreno e marmórea nas propriedades Unas e
Juaguarema. (ALMANAK, 1899, p. 224). (Transcrevemos com
a ortografia da época).

O referido distrito de São José de Cachoeira tinha já 1899 a “Professora


publica, cadeira mixta – D. Francisca de Mello Cavalcante (vitalícia)”, assim
como tinha sua “Subdelegacia de policia”, tendo como “subdelegado: José
Pedro Clemente dos Santos; 1º supplente – João Figueiredo de A. Maranhão;
2º supplente – Luiz Guedes de Carvalho; e 3º supplente – José Francisco
Alves”, e bem assim era servido pela “Estação da Estrada de Ferro”, que é a
mesma Estação do Trem do Sapé, e cujo chefe era: José Maria de
Vasconcellos (ALMANAK, 1899, p. 224).
O distrito de São José de Cachoeira tinha também os
“Engenhos de assucar” seguintes:

Nome dos engenhos Proprietários


1 - Coité Dr. Aprigio Carlos Pessoa de Mello
2 - Buracão Capitão Epaminondas Honorino de
Brito Lyra
3 – Curral de Cima Herdeiro de Francisco Elpineo de
Hollanda Caldas
4 – Açude do Matto Tenente Coronel Antonio Miguel
Fernandes de Carvalho
5 – Tracunhaem Capitão Manoel da Costa Cunha
Lima
Fonte.: ALMANAK/PB, 1899, p. 224).
O comércio de São José de Cachoeira, ainda que por analogia relativo
ao verbo consumir, com base epistemológica do latim “consumere”, formado de
“cum”, igual a com mais “sumere”, igual a tomar para si, significa absorver,
fazer desaparecer alguma coisa utilizando-se dela (ÁVILLA, 1972, 153). E até
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porque em economia o termo comércio designa a quarta e última fase do


processo econômico, sendo assim precedido pela: produção, distribuição e/ou
circulação e a troca de mercadorias. É assim em qualquer parte do mundo que
acontece historicamente a atividade comercial. De modo que não era diferente
em São José de Cachoeira, pois, em 1899 já tinha, segundo nos informa
Almanak/PB (1899, p. 224) seu próprio:

Commercio – loja e venda: Luiz de França Figueiredo; José


Martins; Manoel Antonio Fernandes; Luiz Lombardi; Ângelo
Lombardi; Antonio Guilherme de Oliveira; Joaquim Pereira da
Silva; José Francisco da Cunha Lima; Felix Antonio Lombardi;
Christovão Dias Montenegro; D. Ana Thereza da Cunha Lima;
Symplicio Alves Coelho.

Enfatizamos ainda a tese de que o Distrito de São José de Cachoeira,


lá pelos anos 30 e 40 do século XX, teria sido extinto porque apresentava:

Um ponto negativo concernente a vida de Cachoeira diz


respeito a determinado clima de violência que sempre existiu
em meio a sua população. Ali, geralmente, durante suas feiras
livres era comum a prática de assassinatos em plena via
pública (FERREIRA, 2013, p. 246).

Argumento respeitável, porém não aceitável, tudo é muito relativo,


porque a violência está presente em todas as partes do mundo e/ou em todos
os continentes, nas grandes e pequenas cidades. Calcule se tal argumento
fosse usado nos dias atuais, como por exemplo, na realidade do Rio de
Janeiro, de São Paulo e das demais cidades brasileiras e ou internacionais
como Nova York, etc., que tivesse de serem extintas por causa da violência...
Portanto, se um distrito como São José de Cachoeira, que foi extinto tendo em
1940 tendo em vista o interesse latifundiário em ampliar ou construir a
barragem e/ou Açude de Pacatuba para acelerar seu empreendimento
agroindustrial, mediante permuta do terreno da referida povoação, como de
fato e de direito foi feito, nascendo assim outra povoação em outra localidade
com outro nome: Renascença. É de se concluir que a questão relativa a
violência até então vigente em São José de Cachoeira, é algo irrelevante para
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sua extinção de fato e de direito. A ideologia é outra e não a simples violência


envolvendo modestos pais de famílias e homens trabalhadores do campo.
A população de São José de Cachoeira em sua maioria era constituída
por trabalhadores rurais da monocultura da cana de açúcar, via os empregos
oferecidos pela Usina Santa Helena, fator positivo principalmente para a
fixação e desenvolvimento elemento humano e sua prole na localidade durante
o século XX. A verdade dos fatos é que a Usina Santa Helena construiu o
açude de Pacatuba, na década de 40, uma espécie de barragem para
beneficiar seus interesses agroindustriais e empresariais, foi aí que foi riscado
do mapa o referido povoado de São José de Cachoeira, se bem que a CAIENA
através de seu Presidente Renato Ribeiro Coutinho, “doou”, “trocou” e/ou
“indenizou” o patrimônio de São José de Cachoeira com um terreno com três
hectares de terras de sua propriedade onde foi construído outro povoado com o
nome de Renascença, embora o padroeiro seja São José da referida localidade
pertencente ao município de Sapé. Adeus São José de Cachoeira, cujo
povoado foi encoberto pelas águas do açude de Pacatuba.
Outra versão ou tese histórica, que serve de premissa para a futura
extinção do Distrito de São José de Cachoeira e/ou simplesmente Cachoeira, é
o surgimento do povoado do Sapé, a 7 de setembro de 1883, com a passagem
do primeiro trem da “The Conde d’Eu Railway Company Limited”, conforme
Maia (1985, p.35), uma vez que:

[...] A estrada de ferro “The Conde d’Eu Railway Company


Limited”, lançou os seus trilhos entre aquelas duas áreas,
aproveitando a planície uniformizadora do terreno. Em ponto
eqüidistante de ambos os Distritos de Sobrado e Cachoeira,
construiu a Estação Férrea para embarque e desembarque de
futuros passageiros e possível movimentação de mercadorias,
a qual recebeu o nome de Sapé, gramínia característica da
região. Era mais um povoado que surgia ao longo das novas
vias férreas, que vinham se instalando no Brasil [...] (MAIA,
1985, p.36).

Assim sendo, é esse o argumento de fato e histórico que justifica ser o


poeta Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, filho natural de Sapé, porque
ele nasceu em 20 de abril de 1884, no Engenho Pau D’arco, atual Usina Santa
Helena, a menos de um ano depois do surgimento daquele povoado que tinha
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apenas a estação do trem e nas suas imediações uma bodega foi construída
pelo Coronel Simplicio Alves Coelho, comerciante e fazendeiro da região.
A olho “nu” verifica-se dentre as capelas citadas a falta da localidade e
da capela de Nossa Senhora da Batalha no território da Villa do Espírito Santo
em 1909, segundo escreve Tavares (1910, p. 537). E por outro lado não deixa
dúvidas de que a Capela de Sant’Ana, situado no engenho do mesmo nome,
foi construída antes de 1914. Assim sendo, não é aceitável por falta de
referência histórica a afirmação de Paraiwa (s.d) de que a:

Capela de Sant'Ana - Situada no Engenho do mesmo nome, na


margem direita do rio Paraíba em Cruz do Espírito Santo. Foi
construída em 1914 e atualmente é patrimônio do INCRA.

Diante dos fatos não resta dúvida de que a capela de Santana foi
construída antes de 1909, inclusive vem corroborar neste sentido a informação
de que a:

[...] Capela de Sant’Ana - Situada no Engenho do mesmo nome, à


margem direita do rio Paraíba em Cruz do Espírito Santo. Construção
do século XVIII, com um belíssimo frontispício em estilo barroco.
Atualmente é patrimônio do INCRA. [...].(SILVA, 2003, p.78).

Por outro lado (PARAIWA, s.d.) e bem assim Silva (2003, p.78), afirmam
que o:

Engenho Maraú - Construído a partir de 1714 por Frei de Santa


Clara, pertencia aos frades beneditinos. Sua Capela é de 1724
e concluída em 1752. O Imperador Pedro II fez parada no local
em sua viagem pela província. Localizado em Cruz do Espírito
Santo.

Corrobora a referida fonte informativa de que a:

Capela do Desterro - Construção do século passado, junto a


um cemitério. Situada na várzea do rio Paraíba, na margem
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esquerda, no município de Cruz do Espírito Santo. Possui


alpendre à frente e encontra-se em restauração.

Assim sendo se deduz que o termo século passado seja referente ao


século XIX, em combinação com outras fontes históricas aqui mencionadas
que afirmam que a capela do Desterro foi fundada em 1869.
Afirma também que a:

Capela de Nossa Senhora da Conceição - Situada nas


proximidades do antigo Engenho Espírito Santo. Em estilo
manuelino, no seu interior só existe o altar, aberto ao público
para a missa mensal.

É importante mencionar que o Engenho Espírito Santo serviu de palco


ímpar, uma espécie de altar mor para o nascimento do nativismo e patriotismo
nacional primitivo para expulsão dos holandeses do território nacional brasileiro
quando em:

“16.10.1636 – ENGENHO ESPIRITO SANTO. PB. Holandeses


no NE. O estratégico engenho situado à margem direita do Rio
Samuraguai, defendido pelos holandeses com muito empenho,
lhes foi tomado de assalto pela companhia do cap. Francisco
Rabelo. Lutando entre os defensores, morreu o conselheiro
Ippo Eyssens, governador da PB, membro do Supremo
Conselho do Recife. (DONATO, 1996, p. 283)”.

Para o referido fato histórico materializado pelos acontecimentos que


antecederam a batalha de 16 de Outubro de 1636 em terras do Engenho
Espírito Santo, à margem direita do Rio Samuraguai (que é o mesmo Rio São
Domingos e atual Rio Paraíba) é registrado com outra versão histórica, onde:

“Ippo Eyssens, segundo governador da Parahyba durante o


domínio holandês. Foi nomeado e tomou posse no correr de
1636. Estando um dia assistindo ao fabrico de farinha no
engenho Santo Antonio, foi inesperadamente cercado por
forças do capitão português Francisco Rebello. E, com o fogo
ateado à fazenda, teve de render-se, sendo então morto, a 14
de Outubro de 1636. Chronologicamente foi o 14º governador
que teve a Parahyba” (BITTENCOURT, 1914, Vol. 2, p. 148).
(Transcrevemos com a ortografia da época).
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Corroborando também com tal versão histórica mencionamos que:

Já em 1636, o segundo diretor geral Ippo Eyssens, tido como


arbitrário, foi morto numa emboscada, quando assistia a
farinhada no engenho Santo Antôni9o. O principal responsável
foi o capitão Francisco Rebello, o Rabellinho. Reagindo, os
holandeses procuraram apresentar combate no Tibiri, o que foi
evitado pelos luso-brasileiros que preferiram retrair-se e
recorrer ataques mais rápidos e de surpresa. Era a guerrilha.
Por conta desta, os holandeses nunca se sentiram seguros na
Paraíba, salvo durante algum tempo na capital e, mais tarde,
no interior da Fortaleza de Santa Catarina. (MELLO, 2002,
p.54).

Portanto, a batalha travada em 16 de Outubro de 1636 em terras do


Engenho Espírito Santo (DONATO, 1996, p. 283) é ato continuo ao
assassinato do governador Ippo Eyssens, ocorrido em 14 de Outubro de 1636
em terras do Engenho Santo Antônio (BITTENCOURT, Vol. 2, p. 148) e bem
assim segundo a versão de Mello (2002, p.54). Assim sendo, o Rio Samuraguai
que é sem sombras de dúvidas o Rio São Domingos e/ou o Rio Paraíba de
nossos dias, divide geograficamente os dois lugares citados pelos historiadores
aqui referenciados, o que nos leva a crer que o referido terreno ainda selvagem
nas três primeiras décadas do século XVII, era por assim dizer uma área rural
de densa vegetação. E por fim, os historiadores se referem ao capitão
Francisco Rabelo que é o mesmo capitão Francisco Rebelo, é apenas uma
questão vocálica envolvendo a troca do “a” pelo “e” e que nada disso vem
depor e/ou descredenciar o referido personagem em toda sua historicidade.
Voltando ao site Paraiwa (s.d), já referido que enfatiza a historicidade da:

Capela de Santa Luzia - Construída em 1862, no município de


Cruz do Espírito Santo. Do antigo engenho Tabocas restou o
bueiro e algumas pedras espalhados pelo canavial.

Confirmando assim as informações constantes na obra de Tavares (1910,


p. 537) da existência de uma capela em Tabocas, atual Santa Luzia.
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Não menciona o termo capela de Puchy, citada por Tavares (1910, p.


537), embora seja a mesma que está em ruínas no meio do canavial da Usina
São João e mencionada no site de Paraiwa (s.d.) como sendo a:

Capela de São Felipe - Pertencia ao engenho São Tiago Maior,


um dos mais antigos da Paraíba, movido a bois.
Posteriormente incorporou o patrimônio da Usina São João.
Essa construção do início do século XIX está desabando.

Entre o rio Paraíba, a linha férrea (Estação Paula Cavalcanti e/ou Entroncamento
– é o mesmo ponto referencial) e a ponte de Cobé sobre o referido rio, estão às ruínas
do que resta ainda da capela de “Consolações”, segundo termo usado na publicação
de Tavares (1910, p. 537):

Capela da Consolação - Situada próximo ao entroncamento em


Cruz do Espírito Santo, sua construção é de 1850 e ela está
desabando rapidamente.

E o site (PARAIWA, s.d.) nos informa, sem citar suas fontes historiográficas de
que o:

Engenho Patrocínio ou Una - Um dos mais antigos da várzea,


atualmente possui casa grande de construção do início do
século e engenho. O destaque é a capela de São Gonçalo, de
1.700, reconstruída em 1913. Em forma hexagonal, possui rara
beleza arquitetônica, constituindo-se em um dos mais exóticos
monumentos esquecidos da várzea.

É importante mencionar de que o Engenho Una, São Gonçalo e/ou


Patrocínio é a mesma localidade rural e que suas terras se encontram na
divisão territorial dos municípios de Santa Rita e de Cruz do Espírito Santo, por
esse fato é comum a ambas municipalidades sua historicidade.
A histórica capela da Batalha é tombada pelo patrimônio histórico e
artístico nacional e é mencionada por Paraiwa (s.d.) que a:

Capela de Batalha - Em 14 de Outubro de 1636, Rabelinho,


líder na resistência contra os holandeses, matou o então
governador holandês no engenho Espírito Santo, quando este
último assistia a uma farinhada. Perseguido, enfrentou uma
batalha no local onde hoje está situada a referida Capela.
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Ressaltamos, porém de que Donato (1996, p. 283) afirma de que a


batalha ocorreu no dia 16 de outubro de 1636 no Engenho Espírito Santo,
quando foi assassinado o conselheiro Ippo Eyssens, então governador
holandês na Paraíba.
É importante mencionar de que Tavares (1910, p. 537) não cita a
existência da capela da Batalha na Villa de Espírito Santo e muito menos na
Villa de Santa Rita, pois, em sua obra prima limita-se a informar de que existe a
localidade: “Batalha”, dentre outras localidades pertencente ao município de
Santa Rita/PB quando cita textualmente:

[...] Alem de sua sede tem o município de Santa Rita as


seguintes localidades: Fabrica de Tecidos, Varsea Nova,
Barreiras, Bôa Vista, Engenho Central, Livramento, Ribeira,
Ilha do Marques, Carapeba, Forte Velho, Guia, Fagundes
(Praia), Gameleira, Lucena, Ponta de Lucena, Batalha e
Socorro [...] (TAVARES, 1910, p. 521).(Grifamos).

Portanto, o termo “capela da Batalha” e/ou Capela de Nossa Senhora da


Batalha, até então, em 1910 não é contemplado na obra do referido historiador
como uma capela e/ou localidade da Villa do Espírito Santo, atual Município do
Cruz do Espírito Santo/PB.
Ressaltando, porém, de que o Almanak oficial do Estado da Paraíba
(1899, p.219) afirma categoricamente a existência do povoado da Batalha no
município do Espírito Santo já em 1899, contrariando assim a afirmação de
Tavares (1910, p. 537). Tanto é assim que transcrevemos que:

[...]
MUNICIPIO DO ESPIRITO SANTO – Creado pela Lei nº 40 de
7 de Março de 1896, comprehende além da Villa do mesmo
nome as povoações de S. Miguel, Sobrado e Cachoeira, sédes
de districtos e os povoados de Batalha, Bahia, Consolações
e Sapé com uma população talvez excedente de onze mil
habitantes; é servido por linha ferrea com 4 estações, e
estrada de rodagem é cortada pelo Parahyba na extensão de
mais de 6 leguas onde deságua além de alguns ribeiros, os rios
Gurinhém e Curimataú; possue onze egrejas, servindo de uma
Matriz em São Miguel de Taipú e 9 capelas particulares
[...].(ALMANAK/PB, 1899, p.219). (Grifamos).
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Assim sendo, os historiadores aqui elencados citam nominalmente a


existência do povoado de Batalha, ora território de Santa Rita (TAVARES, 1910,
p. 521) e ora território de Cruz do Espírito Santo (ALMANAK/PB, 1899, p.219). não
falam da existência da capela de N. S. da Batalha e sim do povoado de
Batalha, que existiu historicamente e atualmente extinto. A partir de então se
deduz o aparecimento da figura capela de Nossa Senhora da Batalha, o único
prédio existente na referida localidade na atualidade. E o povoado de Batalha,
o tempo levou, atendendo assim perfil ideológico latifundiário da várzea do
Paraíba.
E enquanto isso, o referido Almanak/PB (1899, p. 220), cita ainda que a
Vila do Espírito Santo:

[...] Conta crescido numero de prédios, dentre os quaes


sobresahem o magistoso templo do Divino Espirito Santo, e
um edifício proprio municipal com accommodações especiaes
para sessões do concelho e prefeitura, jury e audiencia do
juizo,além de outros de ordem secundária como a capella de
N.S. da Conceição, cemiterio publico, escolas primarias,
matadouro publico, casas de mercado e cadeia. Tem uma
grande e abundante feira nos dias de sabbado, e 18
estabelecimentos commerciaes de fazendas, molhados e
miudezas ferragens; 2 padarias, uma das quaes é movida á
vapor, uma importante olaria, além de outras de 2ª ordem, e
diversas officinas pequenas pequenas de arte. [...].(Ortografia
de época/transcrevemos).

No tocante a divisão eclesiástica paraibana de 1899, consta que a Villa


do Espírito Santo:
Tem uma freguezia com sede na povoação de S. Miguel de
Taipú sob a invocação de N.S. Rainha dos Anjos, pertencendo
uma parte do termo a freguezia de Santa Rita.(ALMANAK/PB.
1899, p. 219).

E isso é fato e contra fato não se tem argumento.


É bom repetir que era assim a Villa do Espírito Santo/PB em 1899,
portanto, no fim do século XIX e inicio do século XX, quando o Estado da
Paraíba tinha apenas trinta e cinco municípios.
Enquanto isso, o termo: “Socorro”, aparece duas vezes, uma vez como
localidade e outra vez como capela de Nossa Senhora do Socorro (TAVARES,
1910, p. 521/524) e ambos os termos localizados no município de Santa Rita.
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Por outro lado, Paraiwa (s.d.) afirma que a:

Capela do Socorro - Após Rabelinho e sua tropa matarem o


governador e travarem batalha, obtiveram socorro da
população no local onde posteriormente foi erguida a Capela
do Socorro numa homenagem à resistência popular e
posterior saída dos holandeses da província. Situada em Cruz
do Espírito Santo, nas margens do rio Paraíba, é uma
construção de 1856 e atualmente está sendo restaurada.

Tavares (1910, p. 537) menciona a capela de Santo Antônio, existente


ainda atualmente entre a PB 004 com fundos para o Rio Paraíba, construída
em 1856, portanto, construída de pedra e cal 220 (duzentos e vinte) anos
depois do 14 (quatorze) e/ou 16 (dezesseis) de Outubro de 1636 do
assassinato de Ippo Yessens, na várzea do Paraíba no regime holandês,
valendo salientar de que o site da Organização não Governamental: Paraiwa
(s.d.), presta um grande serviço aos estudantes, professores, historiadores e
intelectuais da terra dos tabajaras, porém, não cita fontes de suas pesquisas e
também não faz referencia sobre a existência do engenho e da capela de
Santo Antônio, em sua valiosa contribuição histórica e/ou publicação.
O que é finalmente uma capela? Dentre inúmeros significados e/ou
conceitos e/ou definições específicas e/ou artísticas e culturais, encontramos
que:
A palavra "capela" provém da Cappella (ou manto) de São
Martinho, a relíquia mais sagrada dos reis francos, sobre o qual
se faziam os juramentos e que era levado à frente das tropas
em batalhas. Os seus guardiões eram os cappellani e o
santuário no qual se guardava era a cappella. Por isso,
cappella veio a ser designação de um edifício religioso,
inclusive o seu mobiliário e pessoal, isto é, tudo o que fosse
necessário para o culto de um rei ou nobre (RAYNOR, 1981, p.
62).

Com a emancipação política de Sapé em 01 de dezembro de 1925, parte


das capelas de Cruz do Espírito Santo passaram a pertencer ao novo
município, antes distrito deste município, a exemplo das capelas: São José de
Cachoeira (atual Renascença); de Sobrado (emancipado em 29 de abril de
1994) e São Miguel (emancipado em 22 de dezembro de 1961). A capela de
14

Tapuá e/ou de Itapuá, atualmente pertence à Freguesia e ao município de São


Miguel de Taipu.
Diante disso é importante ressaltar que:

[...]
Nos primeiros momentos de povoação em 1745, na capitania
da Paraíba, passou a existir em São Miguel de Taipu, a
Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Anjos, mesmo antes da
construção da igreja matriz já existia uma casa denominada
orago. E a condição de Vila (1949), São Miguel de Taipu se
mostrou tradicionalmente Católica, com a catequização de
nossos nativos pelos Jesuítas que chegaram à região, a Igreja
Matriz foi concluída pelo Vigário Antonio Rodrigues (1875), que
também rezava missas nas Paróquias do Pilar e de Cruz do
Espírito Santo. Com a sua fundação os padres que por aqui
passavam tinham residência fixa em Cruz do Espírito
Santo (1875 a 1930) [...]. (CUNHA, 2015, p. 16). Grifamos.

É esse o motivo histórico e político do Padre José João Pessoa da Costa,


ser chefe religioso e chefe político do povoado de São Miguel de Taipu e de
Cruz do Espírito Santo, no seu ministério sacerdotal e da política partidária,
concomitantemente.
A história da matriz do Divino Espírito Santo registra que é a última
grande construção de cunho religioso católico feito no século XIX na Várzea do
Paraíba, obedecendo às normas estruturantes da arquitetura no estilo barroco
brasileiro, financiada através de doações dos fiéis e da classe dominante.
Somente em 03 de março de 1904, a autoridade eclesiástica da Paraíba em
nome da Santa Sé Romana desmembrou a referida paróquia da de Nossa
Senhora Rainha dos Anjos (São Miguel de Taipu). Até então a comunidade
católica de Cruz do Espírito Santo não tinha vigário e sim padres visitantes que
celebravam pelas capelas das fazendas e engenhos a convite de seus
proprietários. Um exemplo disso, é a própria presença do padre Firmino
Herculano de Figueiredo, vigário de Santa Rita e sonhador e/ou mentor
principal da edificação do prédio monumental que é a Matriz do Divino Espírito
Santo (1884). E até porque somente em 3 de janeiro de 1904 foi criada a
paróquia de Cruz do Espírito Santo, diante do desmembramento da freguesia
de Nossa Senhora Rainha dos Anjos (São Miguel de Taipu), quando foi
15

nomeado assim o primeiro vigário na pessoa do Padre José João Pessoa da


Costa, nascido na cidade de Areia, Estado da Paraíba, aos 9 de maio de 1878
e faleceu em Cruz do Espírito Santo/PB, em 13 de setembro de 1964,
conforme datas escritas sobre o seu túmulo existente na Matriz do Divino
Espírito Santo/PB, onde o mesmo foi sepultado. O Padre José João, foi
ordenado com 23 (vinte e três) anos de idade em 1901, levando-se em
consideração que:

José João Pessoa da Costa [Padre], nasceu a 29 de maio de


1878, em Areia, PB, filho de João Lopes Pessoa da Costa e D.
Eudócia Pessoa da Costa. Ordenou-se a 1º de novembro de
1901. Vigário de Alhandra e Taquara 1902/03. Do Espírito
Santo de 1904 até sua morte. Como Vigário do Espírito Santo
regeu a freguesia do Sapé, de 1912 a 1916 (MAIA, 1985, p.
87).

Assim sendo, Maia (1985, p. 87) menciona que o Padre José João,
nasceu em 29 e não 9 de maio de 1878. Recém ordenado padre Zé João, foi
vigário de Alhandra e Taguara (atual Pitimbu), Estado da Paraíba, de 1902 a
1904 quando foi transferido para Cruz do Espírito Santo/PB. O referido
sacerdote tem as dignidades eclesiásticas: Cônego Honorário do Cabido da
Paraíba e Monsenhor Camareiro do Papa João XXIII. Fora da Igreja Romana
ele foi chefe político de São Miguel de Taipu-PB (FERREIRA, 2016, p. 137),
porém, permaneceu sacerdote até morrer. Ele aqui viveu e conviveu com ricos
e pobres, durante sessenta anos em Cruz do Espírito Santo, morreu sendo
venerado e respeito por todos, tanto é assim que seus paroquianos o
sepultaram nas dependências da referida matriz, na capela do Santíssimo
Sacramento, lugar de visitação pública religiosa ou não de quem visita o
referido monumento religioso. Quando Monsenhor José João Pessoa da Costa,
faleceu 1964, foi substituído temporariamente pelo Padre Paulo Koelen, vigário
de Santa Rita, que foi substituído pelo Padre Aluisio Ferreira dos Santos, filho
natural de Cruz do Espírito Santo (ele era afilhado de batismo do pai do autor
deste texto), depois foi substituído pelo Padre Ricardo Romonelli, que foi
substituído pelo Padre Hildebrando Santana, igualmente substituído pelo Padre
Moisés Miranda, que teve como sucessor o Padre Piercalo Mazza, depois veio
o Padre Giuseppe Laera, que foi sucedido pelo Padre Severino Lourenço,
16

substituído por Padre José Diácono de Macedo e finalmente pelo Padre


Moacir Carreiro, que tinha como coadjutor dos trabalhos religiosos o Padre
Gabrielle Romannelle e finalmente o Padre Cicero Salvador, o atual vigário,
dentre outros sacerdotes e diáconos visitantes. Todos esses sacerdotes são
Melquisedeque(s), tendo como fundamentação a Santa Escritura. O motivo do
presente artigo é tão somente para registrar a passagem dos cinquenta anos
do falecimento de Monsenhor José João Pessoa da Costa, fato esse ocorrido
em 13 de setembro de 2014, tendo em vista que ele conviveu durante mais de
sessenta anos entre o povo católico de Cruz do Espírito Santo (1904 a 1964).
Na Paraíba logo após a Proclamação da Republica em 15 de novembro
de 1889, a exemplo dos demais Estados membros também foi fundado o
Partido Católico, sediado em Campina Grande, que dentre os seus candidatos
destacamos a figura de Irineu Joffily nas eleições de 1891, diante do resultado
negativo das urnas o referido partido foi extinto (JOFFILY, 1982, p. 144-148).
Ressaltamos porém de que não foram poucos os sacerdotes que ingressaram
e tiveram vitórias na vida política na Paraíba. Um exemplo disso foi a
candidatura do Padre Antônio Targino Pereira de Castro, então vigário de Cruz
do Espírito Santo/PB, pela ala Venancista em dissidência temporária com a ala
Alvarista, representantes da oposição e situação estadual. Tanto a oposição,
quanto a situação estadual tinha em seus quadros padres ocupando cargos
eleitos e chefias políticas estadual municipais. (MARIZ, 1946, p.55-68).
Assim podemos destacar na vida pública do altar e da política municipal
paraibana, simultaneamente:

[...] Padre Aristides Ferreira da Cruz (Piancó); Padre Joaquim


Alves Machado (Patos), Padre.José João Pessoa da Costa
(São Miguel de Taipu), Padre Jovino da Costa Machado
(Santa Luzia), Padre Luís Francisco de Sales Pessoa
(Campina Grande), Padre. Manoel Gervásio Ferreira da Silva
(Santa Rita) (FERREIRA, 2016, p. 137). Grifamos.

Padre Walfredo Soares dos Santos Leal, que foi Deputado Estadual
(duas vezes), Intendente Municipal em Guarabira, onde o mesmo era o vigário
da paróquia local, Senador e Vice Governador (tendo assumido duas vezes o
governo da Paraíba por renuncia dos titulares) e Senador da República
(FERREIRA, 2016, p. 138).
17

O Monsenhor José João Pessoa da Costa, em sendo um


Melquisedeque, pastor por mais de sessenta anos a frente da Paróquia do
Divino Espírito Santo, ainda é lembrado e respeitado por sua gente. Ele por
analogia pode ser comparado ao que está escrito na Bíblia Sagrada que
menciona que Melquisedeque, foi o rei sábio que dominou a terra de Salém,
que significa paz e que se acredita que seja a atual Jerusalém, segundo nos
ensina o livro Pentateuco, além de ser o “sacerdote do Deus Altíssimo”, ex-vi
Gênesis, capítulo 14, versículo 18, um dos livros do Velho Testamento. Já nos
tempos da luz, narrado no Novo Testamento, Melquisedeque é comparado
literalmente ao próprio Jesus Cristo, o que se comprova pela simples leitura da
Epístola aos Hebreus. É possível de que o primeiro registro bíblico da doação
de dízimos na faze da terra tenha acontecido através do direcionamento que
Abraão tomou depois de ter ouvido Melquisedeque. Assim é certo de que
Abraão e Melquisedeque foram contemporâneos à luz das narrações bíblicas.
O nome Melquisedeque é uma junção de mais de uma palavra de origem
hebraica e significa “Rei de Justiça”. O Padre José João, celebrava a missa em
latim e pregava em língua vernácula os seus eternos sermões de conversão e
perpetuação da fé católica. Condenava os absurdos da classe dominante
apesar de ser amado por todos. Tinha personalidade forte e era respeitado.
De modo que a cristofania, representada por alguns teólogos cristãos
mencionam que Melquisedeque é a própria aparição de Jesus Cristo, o
Messias, antes de seu nascimento humano, carnal. Isso seria uma espécie de
pré-encarnação temporária de Jesus Cristo, já no Antigo Testamento. O padre
Zé João era um homem de fé e sabia que Jesus é o Filho de Deus Uno e Trino,
presente na profecia do Antigo e Novo Testamento, tendo em vista que se trata
de um único Deus.
Por analogia ao comportamento de defesa da fé católica e
evangelizadora, o Padre José João, como carinhosamente era chamado por
gregos e troianos de Cruz do Espírito Santo, sabia e tinha conhecimento de
que em Hebreus, capítulo 7, versículos 1-3, onde o autor ensina que
Melquisedeque não teve pai e nem mãe, nem ascendência e nem
descendência:
18

Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote


do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando
ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem
Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por
interpretação, rei de justiça e depois também é rei de Salém,
que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não
tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo
semelhante ao filho de Deus, permanece sacerdote para
sempre. (HEBREUS, 7:1-3).

O Monsenhor José João Pessoa da Costa é um exemplo de sacerdote,


de homem e de defensor da fé que deverá ser seguido como exemplo para a
nova geração de padres da Igreja Católica. Ele era sim um Melquisedeque.
Através de Gênesis, capítulo 14, versículos 18-19, Melquisedeque é citado
como sacerdote do Deus Altíssimo, trazendo pão e vinho e recebe de Abraão o
dizimo do que foi conquistado, abençoando-o ao afirmar: ”Bendito sejas
Abraão, do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o
Deus Altíssimo que entregou teus inimigos em tuas mãos”. E se não bastasse,
isso é também é comprovado igualmente em Salmos 110.4: “Jurou o Senhor e
não se arrependerá: Tu és um Sacerdote Eterno segundo a Ordem de
Melquisedeque”. E além do mais, verificamos que Hebreus, capítulo 7,
versículo 4, está escrito: “considerai, pois, quão grande era este a quem até o
patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos”. E não fica só nessas
comprovações, ainda podemos mencionar: “do qual muito temos que dizer de
difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir”, no dizer de
Paulo, em Hebreus, capítulo 5, versículo 11. E isso não é cristofania via
interpretação de teólogos, que muitas vezes não tem amparo bíblico nos tipos
de afirmações que fazem em sermões sem eira e sem beira durante suas
homilias. O Padre José João era contextualizado ao texto bíblico em todas as
suas pregações e além do mais, ele fazia as santas missões em Cruz do
Espírito Santo com a presença de Frei Damião, tido como o “Santo do
Nordeste”, que ficava hospedado na casa da eterna vereadora Terezinha
Ferreira da Cunha, “in memorian”. Ele era um homem de paz e de fé, todos os
anos, uma multidão de amancebados ou casais que viviam juntos se
convertiam, se batizavam e se casavam durante as missões.
Assim sendo, mencionamos o pensamento de São João Paulo II, em
sua encíclica: “Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis”, do dia 25 de março
19

de 1992, que avocava por analogia para si a responsabilidade sacerdotal ao


citar Jeremias, capítulo 3, versículo 15: “dar-vos-ei pastores segundo o meu
coração”. Além do mais aproveitou a referida encíclica para lançar o desafio
universal da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, afirmando que o Padre deve
ter ou possuir cinco qualidades essenciais ou fundamentais: 1º) Ser um
homem, física e psicologicamente sábio; 2º) Ser uma pessoa de oração e
piedoso, o que significa dizer ter devotamento incondicional e filial aos pais, o
que vale dizer ter carinho e afeto com Deus, no único e verdadeiro Pai,
somente através desse modelo é que ele vai buscar a delicadeza paterna e
materna, demonstrando assim a sua experiência humana, via o diálogo com o
mundo de hoje, envolvendo todos os homens e mulheres de nossa
contemporaneidade; 3º) Ser uma pessoa culta, afirmando de que a formação
intelectual de um padre é no mínimo de sete anos de duração de estudos
universitários (cursos de Filosofia e Teologia) e que deve ter competência
pastoral comprovada; 4º) Ser um autentico e verdadeiro pastor, para tanto deve
conhecer a problemática do ser humano para poder dar a resposta pastoral
precisa e dentro da visão do mundo eclesial, segundo a hegemonia oficial da
Igreja; 5º) Ser gente que saiba viver em equipe, participando do trabalho
coletivo, vivendo em comunidade e para a comunidade, evitando trabalhar só,
salvo nas coisas do trato direto com Deus. Assim sendo, tudo mais que seja
feito através do trabalho coletivo e com a participação da comunidade que ele
serve. O equilíbrio, a afabilidade e a capacidade de dialogar complementam
tais qualidades que deve ter um padre. Todas essas qualidades o Padre
Monsenhor José João era detentor quando de sua passagem pela terra que lhe
acolheu na vida e na morte.
O homenageado como chefe religioso e como chefe político conviveu
com a situação e com a oposição de seu tempo em São Miguel (Distrito) e Cruz
do Espírito Santo, um exemplo disso é sua convivência com os grupos políticos
ativos e ideológicos na Várzea do Paraíba sua base de atuação comum, ora
padre e ora o político, quando o referido município que era um dentre os trinta
e cinco municípios existentes na Paraíba e tinha uma grande respeitabilidade e
representatividade no cenário estadual e nacional desde 1891, última década
do século XIX e agora não seria diferente em 1917, a começar pelo prefeito
Dr. Joaquim Fernandes de Carvalho, que ainda em sua mocidade fez parte da
20

Junta Governativa da Paraíba Republicana em 1891, ex-vi o que escreveu


Raimundo Hélio Lopes, tendo como fontes: Celso Mariz na obra “Apanhados”,
e na “Síntese”, de autoria de L. Pinto, que textualmente afirma:

Joaquim Fernandes de Carvalho fez parte da junta governativa


que assumiu o poder na Paraíba com a destituição do
presidente do estado Venâncio Neiva, no contexto de crise
política que marcou o final do governo do presidente Deodoro
da Fonseca (1889-1891) e o início do governo Floriano Peixoto
(1891-1894). Em 3 de novembro de 1891, diante das
dificuldades políticas que então enfrentava, o presidente
Deodoro da Fonseca dissolveu o Congresso Nacional. A
Marinha, apoiada pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e
Rio Grande do Sul, iniciou uma revolta na baía de Guanabara.
Diante da ameaça de uma guerra civil, Deodoro renunciou no
dia 23 do mesmo mês, assumindo o vice-presidente Floriano
Peixoto. Este, ao chegar ao poder, destituiu os governantes
que apoiavam Deodoro, como era o caso de Venâncio Neiva,
que deixou o governo paraibano em 27 de dezembro de 1891.
Em seu lugar, assumiu uma junta governativa composta por
Joaquim Fernandes de Carvalho, o coronel Cláudio do Amaral
Savaget e Eugênio Toscano de Brito. A junta presidiu o estado
até 18 de fevereiro de 1892, quando foi substituída por Álvaro
Lopes Machado, nomeado presidente estadual por Floriano
Peixoto. Depois dessa curta experiência no governo, Joaquim
Fernandes de Carvalho foi eleito deputado estadual na Paraíba
para a legislatura de 1892 a 1896. (CPDOC/FUNDAÇÃO
GETÚLIO VARGAS, s.d.).

E a até porque:

[...]
Na Paraíba, os acontecimentos foram precipitados pela
iniciativa de Antônio Ferreira Balthar, do coronel Alípio Ferreira
Balthar (do Engenho Munguengue, de Cruz do Espírito Santo)
e do capitão Edmundo do Rêgo Barros (do Engenho Espírito
Santo).(IHGP/GUIMARÃES, s.d).

Mencionamos também a convivência pacífica em 1917 do Padre Zé João


com o então senhor dos engenhos Santana e Massangana e vice prefeito José
Francisco de Paula Cavalcanti - Coronel Cazuza Trombone - (o mesmo
cidadão que em 1934 se elege Deputado à Assembleia Estadual Constituinte e
21

em 1935 nas vésperas do Estado Novo do Brasil implantado por Getúlio


Vargas, fez Cruz do Espírito Santo voltar a ter sua emancipação política até os
dias atuais). O Conselho Municipal (a Câmara Municipal em 1917 era assim
chamada em todo país), era presidido pelo Dr. José Fernandes de Carvalho e o
vice presidente Francisco Ignácio Pereira de Castro, e tendo como vereadores
em plenário as lideranças políticas ativas: Dr. Alcides Ferreira Balthar (poeta e
advogado); Domingos Augusto de Meyrelles, Henrique Vieira de Albuquerque
Mello, Joaquim Corrêa de Lima e o Dr. João Úrsulo Ribeiro Coutinho
(advogado pela Faculdade de Direito do Recife, industrial, banqueiro, usineiro e
pai de Renato, João, Luiz. Flávio, Cassiano, Odilon (CPDOC/FGV, s.d.) e
Abelardo).
Além de vigário o padre José João era diretor das aulas paroquiais,
uma espécie de escola particular. Conviveu livremente no meio de todas estas
sumidades e lideranças partidárias, ideologicamente falando, na teoria e na
prática, antes e depois da revolução de 1930. Homem religioso e chefe político
respeitado pelas velhas e novas lideranças que iam surgindo, a exemplo de
João Batista Brandão, Antônio Carneiro da Cunha, Ramiro Fernandes de
Carvalho (Industrial e Deputado Estadual), Renato Ribeiro Coutinho
(CPDOC/FGV, s.d.), João Úrsulo Ribeiro Coutinho Filho (CPDPC/FGV, s.d.),
Pedro Paiva, dentre outras lideranças igualmente importantes da situação e ou
da oposição que a cada vinte e cinco anos aparecem e desaparecem
naturalmente.
Ele foi pastor e conviveu durante mais de cinqüenta anos de pastorado
ainda no tempo em que as crianças beijavam as mãos do sacerdote e bem
com senhoras generosas, benfeitoras, ricas e/ou pobres, católicas e
respeitadas na sociedade, mães e esposas honradas, a exemplo do casal
Antônio Carneiro da Cunha e sua esposa Ana Gomes de Mello Cunha (falecida
na década de 40 e sepultada na Igreja do Desterro) e de sua filha Ana Gomes,
mãe da senhora Maria Da Luz Mello Cunha – “in memoriam”, casada com José
Carneiro da Cunha, pais do Dr. Edmilson Melo Cunha, nascido em 23 de
setembro de 1934, em Cruz do Espirito Santo/PB, médico que fez a necropcia
no cadáver do fundador e lider camponês João Pedro Teixeira, no Hospital
Regional Dr. Sá Andrade, em abril de 1962 (MAIA, 1985, p. 200) e do ex-
prefeito Francisco de Assis Cunha (eleito em 15 de novembro de 1972). Ainda
22

no tempo em que os filhos iam à missa com os pais e respeitavam ao pé da


letra os ensinamentos dos pais e os pais declaravam o seu amor paternal e/ou
maternal publicamente aos filhos em qualquer parte do mundo e em Cruz do
Espírito Santo não era diferente. Um exemplo disso é a dedicatória inflamada e
escrita de próprio punho encontrada no verso de uma fotografia de mãe para
filha:

“A minha querida filha Daluz a recordação eterna de sua mãe


que muito lhe estima e minha bênção de felicidades. Abraços:
Ana Gomes. Cruz do Espírito Santo, 12.10.53”.

Era esse o rebanho conduzido religiosamente pelo sacerdote aqui


retratado com toda singularidade do fato histórico.
Em síntese, o Monsenhor José João Pessoa da Costa, falecido em 13
de setembro de 1964, mais de cinquenta anos depois de sua morte, cuja data
transcorreu em 13 de setembro de 2014, ele ainda serve de exemplo, de
modelo e ou de paradigma, de Melquisedeque, de sacerdote, de homem e de
pregador para as novas gerações não obstante ter sido chefe religioso e chefe
político na várzea do rio: Samuraguai, São Domingos e/ou Paraíba. Ele casou
e batizou gerações das famílias ricas e das famílias campesinas à luz do
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, durante seis longas décadas de sua
gestão material e espiritual à frente da Freguesia do Divino Espírito Santo. Com
a palavra o povo que ainda respeita sua memória, ainda de ouvi dizer em Cruz
do Espírito Santo, a sua eterna Salém, à luz das Santas Escrituras.
23

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26

ICONOGRAFIA
27

Foto.: 1 – Matriz do Divino Espírito Santo.

Foto 2 .: Monsenhor José João Pessoa da Costa – Oficiando a adoração ao


Santíssimo Sacramento.
28

Foto 3.: Monsenhor José João Pessoa da Costa (Vigário de Cruz do Espírito
Santo – Falando dentro da Matriz do Divino Espírito Santo); Monsenhor Rafael
de Barros Moreira (Vigário de Santa Rita/PB); demais autoridades religiosas,
civis e populares presentes.
29

ANTES
- VILLA DO ESPIRITO SANTO/PB -
ALMANAK DO ESTADO DA PARAHYBA – PB/1899 –
Edição 00001 (23). Biblioteca Nacional – In.:
<http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=820261&PagFis=257&Pes
q=ESPIRITO%20SANTO>.
30

Foto 4.: Capa da ALMANAK DO ESTADO DA PARAHYBA – 1899.


31

Foto.: 5 - ALMANAK DO ESTADO DA PARAHYBA – PB/1899. Município de


Santa Rita/PB. p..215.: [...] tem as seguintes principaes povoações: Batalha,
Livramento, Forte Velho e Lucena.
32

Foto 6.: - ALMANAK DO ESTADO DA PARAHYBA – PB/1899. Páginas 251-


218 (parte) é referente ao histórico do município de Santa Rita/PB em 1899,
onde consta o termo: “BATALHA – Pequena povoação a margem do rio
Parahyba, sobre a qual existe ahí uma solidade ponte de ferro,
denominada ponte da Batalha” (ALMANAK/PB, 1899, p.217).
33

Foto 7: ALMANAK/PB, 1899, p.218. Inicio da história de Espírito


Santo/PB/1899.
34

Foto 8.: Idem. Observação.: [...] e os povoados de Batalha, Bahia,


Consolações e Sapé [...] (ALMANAK, 1899, 219).
35

Foto 9 – Idem .
36

Foto 10: Idem.


37

Foto 11: Idem


38

Foto 12: Idem.


39

Foto 13: Idem.


40

Foto 14.: Idem.


41

Foto 15.: Idem.


42

Foto 16.: Idem.


43

Foto 17.: Idem.


44

DURANTE
ESPIRITO SANTO, 1917
Almanak Laemmert: Administrativo, Mercantil e Industrial
(RJ) – ESTADO DA PARAHYBA - 1917- Edição B00073, p.
3246.
Biblioteca Nacional in.:
http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx
?bib=313394&pagfis=67635&url=http://memoria.bn.br/docr
eader#
45

Foto 18.:Almanak/RJ/1917
46

Foto 19.: DR. JOÃO ÚRSULO RIBEIRO COUTINHO


VEREADOR/1917 DO
CONSELHO MUNICIPAL DO ESPIRITO SANTO/PB

Fonte.:Fundação Joaquim Nabuco/PE – In.:


http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/jn002386.jpg
47

Foto 20.: Casamento do Dr. João Úrsulo Ribeiro


Coutinho e Helena Pessoa de Mello Ribeiro Coutinho
(1912). Pais de: Renato; João; Luiz; Flávio; Cassiano;
Odilon e Abelardo, todos Ribeiro Coutinho.

Fundação Joaquim Nabuco/PE. In.:


http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/jn005220.jpg
48

Foto 21: Coronel José Francisco de Paula Cavalcanti


(CAZUZA TROMBONE)
Vice Prefeito de Cruz do Espírito/PB/1917
Deputado Estadual/PB 1934

FONTE.: PIERECK, Louis. José Francisco de Paula Cavalcanti (Foto).


Recife/PE/Brasil: Coleção Francisco Rodrigues/Fundação Joaquim Nabuco.
Foto do final do século XIX e início do século XX. Disponível in.:
<http://digitalizacao.fundaj.gov.br/fundaj2/modules/visualizador/i/ult_frame.php?cod=32
99 >.
49

Foto 22: TRJE/PB-Ata da diplomação dos Deputados à


Assembleia Estadual Constituinte – 10 de Janeiro de 1935.
50

Foto 23: TRJE/PB- Diploma do Deputado Estadual Constituinte


José Francisco de Paula Cavalcanti (Coronel Cazuza Trombone)
Eleito em 14/10/1934
51

Foto 24.: LUZIA LINS CAVALCANTI

(Esposa do Coronel Cazuza Trombone


e tia materna do escritor José Lins do Rego Cavalcanti)

Fonte.: PIERECK, Louis. Luzia Lins Cavalcanti [Foto], Engenho Massangana,


Espírito Santo, Paraíba. Recife/PE/Brasil: Coleção Francisco
Rodrigues/Fundação Joaquim Nabuco/Fundaj – Cehibra , Fotografia do final do
Século XIX e inicio do Século XX. Disponível in.:
<http://digitalizacao.fundaj.gov.br/fundaj2/modules/busca/listar_projeto.php?cod
=30&from=1740# >.
52

Foto 25.: Casa grande do Engenho Santana (1960). Foi derrubada.

Foto 26.: Capela do Desterro (1869) em abril/2012.


53

Foto 27.: Capela do Desterro - Eduardo Verderame/2010 – Ruínas.


In.:<https://everderame.files.wordpress.com/2010/11/pbcruzespsantodesterrow.j
pg>.

Foto 28.: Capela do Desterro - Restaurada/2013.


54

Foto 29: Senhora Ana Gomes (Mãe de Foto 30 - Dedicatória de próprio


Dona Maria da Luz Melo Cunha, punho de mãe para a filha querida
casada com José Carneiro da Cunha, em Cruz do Espirito Santo,
pais do Dr. Edmilson Cunha Melo, 12/10/1953.
nascido em 23 de setembro de 1934,
em Cruz do Espirito Santo/PB, médico
e Diretor Hospital Regional Dr. Sá
Andrade, por décadas no Sapé e na
Capital da Paraíba.
55

BIOGRAFIA DO AUTOR
56

BIOGRAFIA

Endereço para acessar este CV:


http://lattes.cnpq.br/5755291797607864

Francisco de Paula Melo Aguiar, nascido em 3 de abril de 1952, filho de


Sebastião José de Aguiar e Maria do Carmo Melo Aguiar, é paraibano
(sapeense, santaritense e pilarense), professor desde 12 anos de idade
quando fundou na casa de seus pais o atual COFRAG – Colégio Dr. Francisco
Aguiar, em 05 de janeiro de 1964; fundador e mantenedor do IESPA/FAFIL –
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Santa Rita – Paraíba (1984 aos
dias atuais). É bacharel em Direito e em Teologia; Licenciado em Pedagogia;
Filosofia e em Educação Física; Mestre em Teologia; Psicanálise e em
Ciências da Educação; Doutor em Teologia; em Psicanálise e em Ciências da
Educação. É membro da Academia Paraibana de Poesia (Cadeira nº 7 desde
1986); e da Academia de Letras do Brasil (Cadeira nº 01/ALB/PB. In.:
<http://www.academialetrasbrasil.org.br/artfranaguiar.htm>. Advogado militante
e Professor de Educação Básica e de Educação Superior. Ex-Vereador (teve
quatro mandatos: 1973/76;1976/80; 1980/83; e 1989/1992); Presidente da
Câmara Municipal e da Assembleia Constituinte Municipal de Santa Rita/PB.
Ex-Secretário Municipal de Meio Ambiente (2005), ex-Secretário Municipal
Chefe de Gabinete/PMSR(2014); ex-Secretário Municipal de
Educação/PMSR(2015). Autor dos livros: Augusto dos Anjos e a realidade do
ser e do não ser; Santa Rita, Sua História, Sua Gente; O menor bóia fria;
Trapiá Poético; De educador para educador; Epítome literário latino;
57

Genealogia, história e poesia; Santa Rita, vila centenária; Educação Física,


Mídia e Obesidade Infanto-juvenil; Plano Municipal de Educação/PMSR(2014-
2024) – Coautor/outros; O currículo escolar e o uso do vídeo em sala de aula.

ACADEMIA PARAIBANA DE POESIA


CADEIRA 7 – PATRONO: CARLOS DIAS FERNANDES

REsp-1282265 PB (2011/0225111-0).:
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=MON&sequencia
l=28033890&num_registro=201102251110&data=20130507
PDF.:
https://ww2.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/MON?seq=28033890&tipo=0&nreg=2011
02251110&SeqCgrmaSessao=&CodOrgaoJgdr=&dt=20130507&formato=PDF&salvar=false

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL


Cadeira 01/ALB/PB
ALB-PARAÍBA In.:
http://www.academialetrasbrasil.org.br/albparaiba.htm
Nossos membros nos Estados do Brasil in.:
http://www.academialetrasbrasil.org.br/albestados.htm
ALB-Artigos in.:
http://www.academialetrasbrasil.org.br/artfranaguiar.htm
ALB/Cadeiras vitalícias/Brasil in.:
http://www.academialetrasbrasil.org.br/galeriaindicados.html

RECANTO DAS LETRAS


Francisco Aguiar - Biografia in.:
http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=65161
Textos publicados in.:
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=65161

O GUIA LEGAL = SITE DE PESQUISAS


FRANCISCO AGUIAR in.:
http://www.oguialegal.com/08-historicodefavela.htm

http://www.oguialegal.com/08-favelaontemehoje.htm

http://www.oguialegal.com/08-favelaemespanhol.htm

http://www.oguialegal.com/08-palavrafavela.htm

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